domingo, 30 de julho de 2006

Catarse

Ontem fui a um jantar de aniversário. Num restaurante russo. Tinha curiosidade por esta comida, mas ainda não tinha explorado o negócio. A comida é menos esquisita que a chinesa. E saborosa. Portanto, vou fazer publicidade: Restaurante BOLSHOI, em S. Bento, na Rua Cruz dos Poiais, 95 – A. Lisboa.
Este pequeno espaço, numa espécie de cave, é quase uma obra de arte. Escuro. Paredes por pintar, ou pelo menos já bem escuras devido ao fumo. Umas pinturas alegres, para dar um toque moderno. Poucas lâmpadas, muitas velas sobre as mesas. E um casal russo. Ela, Elena; ele, Aleksander. Ela trata da comida; ele da bebida, portanto da vodka. E ambos puxam pelos clientes, ensinam russo, trazem trajes típicos para vestir as aniversariantes…
Uma curiosidade: a Elena, durante o jantar, mudou de roupa umas 20 vezes. Um aspecto da cultura russa, certamente. E de uma mulher que já foi artista, já actuou no Casino Estoril, e noutros locais mais reservados (nada de más interpretações!).
O ambiente foi agradável. Ao nosso lado também estava um aniversário, e, às tantas, já éramos quase um grupo só. Como havia viola, houve alguns momentos musicais.

Depois seguimos para o Inda a Noite é Uma Criança. Para os mais distraídos, um bar na Praça das Flores, também para os lados de S. Bento. Um recanto de saudosistas, de artistas, de músicos mais ou menos conhecidos, de revolucionários. E no qual todos cantam, porque todos conhecem as canções de um Paulo Gonzo, de um Rui Veloso, de um Jorge Palma, de um Carlos do Carmo…. E muitos mais. E é ver o Mingo dar um espectáculo com a viola, um prodígio de ficar literalmente vidrado; ou a Garden, uma senhora dos seus 80 anos (penso que cabo-verdiana) que põe a um canto muito boa gente: canta, toca viola, dança… um espanto! Um espaço de catarse.


Uma noite de catarse.

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