domingo, 31 de maio de 2009

Imagem sem palavras - 107

Episódios do dia-a-dia - 2

Tarde de domingo.
Calor.
Parque das Nações.
Esplanada do Peter.
Sete pessoas à espera das respectivas bebidas, já impacientes pela demora.
E eis que surge a primeira bebida: uma caipirinha. Trazida por um rapaz com ar “pintas”.
Segundos depois, chegam as outras seis bebidas. Trazidas numa bandeja por uma rapariga grávida.

Sem comentários.

sábado, 30 de maio de 2009

Episódios do dia-a-dia - 1

Hoje fui cortar o cabelo (uma inutilidade. Ainda ninguém me explicou por que cresce o cabelo, ou por que os homens têm barba... para tirá-la diariamente. Enfim…).
Enquanto esperava pela minha vez (há séculos que não via aquilo tão cheio…), vou lendo o jornal.
Às tantas chega um homem. Depois percebo que é taxista. Esteve ali à porta, e logo foi parar o carro num sítio que ficou vago. Quando volta, sem qualquer propósito, conta um episódio que lhe aconteceu num destes dias: apanhou, nas Amoreiras, duas brasileiras ("muito boas", segundo o taxista...) que vinham do supermercado e levou-as algures ao centro de Lisboa. Ao chegar, ele ajuda a levar os sacos para dentro do prédio. E uma delas diz (ler em brasileiro): “você é muito amável, não quer subir? Por 50€ você pode ficar com as duas…”
Num espaço de machos, os sorrisos malandros.
Ele, homem sério, diz que respondeu que não, que tinha de ir trabalhar…

Mas a quem raio interessa isto?

MMG: jornalista contundente

Manuela Moura Guedes, igual a si própria, em entrevista ao I:

Há quem diga que este governo lida mal com os media. Concorda?
Este governo lida mal com a liberdade de informação. Mas a culpa é dos jornalistas. Se o governo estivesse habituado a uma comunicação social mais contundente, directa e que o confrontasse mais, ou seja, se a comunicação social fosse aquilo que devia ser, talvez o governo não apontasse o dedo a quem se limita a fazer jornalismo. Nós não fazemos mais nada além disso: fazemos investigação, mostramos casos que devem ser mostrados à opinião pública, fazemos aquilo que é normal fazer em qualquer país.

(...)

Incomodar o poder é uma das características do "Jornal Nacional" que apresenta?
Não fazemos as peças para criar incómodos ao poder. Enfim, os jornalistas têm de ser contrapoder. Faz parte! Temos de estar sempre lá, cuscar, roer as canelas, porque isso faz parte do jornalismo. Quanto mais responsabilidade tem um político, mais nós temos de estar atentos. Quem não pensa assim, está mal no jornalismo. Não é o "bota abaixo". É o alertar, pedir contas, desmontar a mensagem política. Eles [governantes] vão para lá e já sabem que isto tem de acontecer. Nós não podemos ser um eco, temos de ser o descodificador. Quem faz o contrário está errado e os políticos que não o entendam também.

Há quem diga que faz oposição ao governo...
Isso é uma estupidez. Se calhar é porque há ausência de oposição política. Mas esse tipo de opiniões só surge porque há uma ausência de tudo o mais. Se são relatados casos em que a política de gestão do país está mal, é-se logo encarado como oposição. Mas nós relatamos factos. Fico furiosa quando me dizem isso de fazermos oposição.

(...)

Acha que vivemos submersos em propaganda política e que isso também complica a vida aos jornalistas?
Complica como? Se não fizerem eco de tanta propaganda, não complica. Quantas vezes é que o governo apresenta as mesmas coisas? Ora, se os jornalistas, em vez de estarem a fazer eco como se aquilo fosse novidade, tivessem outra postura, tudo seria diferente. A culpa é nossa. Por isso é que me envergonho da nossa classe. Envergonha-me, que um director de um jornal [do DN, João Marcelino] escreva um editorial a perguntar como é que a ERC ainda não se pronunciou sobre "o Jornal Nacional de sexta-feira, que bate no primeiro-ministro".

-- / / --

Pode não se gostar do estilo MMG, do Jornal Nacional, da TVI e arredores, mas que ela aqui tem razão, tem.

Uma questão de perspectiva...

Um político sob suspeita deve demitir-se?
- Sim, Dias Loureiro deve demitir-se.
- José Sócrates é inocente até prova em contrário.

Sondagem no Blasfémias

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Serralves

Hoje a fundação de Serralves assinala os seus 20 anos, e os 10 anos do museu.
Está de parabéns!
Um excelente museu, um espaço agradável, um magnífico jardim circundante, a arquitectura...

Há uns anos, quando tinha familiares nos arredores do Porto, fugia alguns dias de Lisboa rumo ao norte.
O museu dava os seus primeiros passos, mas aquele espaço cativou-me.
Atravessar as suas portas é entrar num outro mundo. De arte e arquitectura (no museu), de serenidade e natureza (nos jardins)...


Que boas memórias e que saudades!

Alguém providencia?

O Parlamento conseguiu não eleger o novo Provedor de Justiça.
Entre Jorge Miranda e Maria da Glória Garcia, apontados respectivamente pelo PS e pelo PSD, nenhum conseguiu os dois terços de votos necessários para a eleição.
Agora, com as férias parlamentares e as eleições legislativas, o Parlamento já fechou portas nesta legislatura e sessão legislativa. Pelo que só haverá novidades após as eleições legislativas, na próxima legislatura.
Uma vergonha!

Menéres Pimentel, ex-Provedor de Justiça, considerou que a falta de resolução na nomeação do Provedor de Justiça é um «insulto» aos portugueses. (TSF)

Cavaco Silva, por sua vez, disse que este impasse na eleição do Provedor de Justiça "atinge a credibilidade das instituições democráticas". (Público)

Depois os senhores deputados queixam-se do prestígio do órgão de que fazem parte e mais não sei quantos...

O ainda provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, retido no cargo há meses, já terá dito que vai apresentar a sua renúncia na próxima semana (de acordo com o Expresso).
Será negativo o cargo ficar vago, mas parece que neste país as coisas só funcionam à bruta. Pelo que acho muito bem que o faça.

Onda pára o "regular funcionamento das instituições" que enche a boca de muitos?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

...

Foi impressão minha ou hoje, dia quente com sabor a verão, as mulheres estiveram particularmente bonitas e sensuais?

Na foto: Sofia F.
(via
E Deus Criou a Mulher)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Fungagá da bicharada


O Jardim Zoológico de Lisboa comemora, quinta-feira, o seu 125º aniversário.

Alexandra esquecida pela justiça

Da justiça seria normal esperar-se isso mesmo: justiça.
Gostaria de saber onde andava a justiça aquando da decisão do Tribunal da Relação de Guimarães, contrária à decisão que o Tribunal de Barcelos tinha tomado.
Se em Barcelos a decisão tinha sido favorável à "mãe afectiva" da pequena Alexandra, em Guimarães a justiça achou que a "mãe biológica" é que devia cuidar da menina.
O tribunal de Barcelos deu como provado que à menina "não lhe eram prestados cuidados de saúde e a sua alimentação era gravemente negligenciada", e que a mãe não tinha habitação estável e vivia quase sempre "sem condições mínimas de higiene e salubridade."
O tribunal estava louco para concluir factos destas gravidade?
Viu-se já como foi tratada na Rússia, mesmo em frente das câmaras da televisão... Como será quando não há televisão por perto?

A mãe abandonou a menina, segundo todos dizem e testemunharam. A mãe não tinha uma vida recomendável, idem. O casal de Barcelos acolheu a Alexandra, cuida dela há quatro anos ao abrigo da figura de "pessoa idónea" (uma das sete medidas que a legislação prevê para protecção de crianças e jovens em risco).

Longe do lar que sempre conheceu, Alexandra será desestruturada, vítima de maus tratos, esquecida, quem sabe vítima do que a mãe biológica chegou a acusar o casal de Barcelos ("vender órgãos e entregá-la à prostituição")... e, em nome do nacionalismo russo, dificilmente será feliz.
Poderá ao menos isto ser resolvido com recurso aos tribunais europeus?

Sociologia da crise (tomo BPN-Portugal)

E eis que hoje Dias Loureiro renuncia ao cargo de conselheiro de Estado.
Não tinha outra saída, depois de ontem a eficaz comissão de inquérito ao caso BPN ter ouvido Oliveira e Costa, ex-administrador do banco, chamar-lhe mentiroso.
(Como há minutos dizia Helena Roseta na SIC Notícias, é notável a acção desta comissão no desvendar de factos que nem a própria justiça terá conseguido. Os deputados que compõem esta comissão estão de parabéns).
Não sei se Dias Loureiro tem culpas no cartório ou não. Facto é que as suas explicações nessa mesma comissão parlamentar tinha elementos dúbios e espaço em branco. (Que ontem Oliveira e Costa conseguiu lembrar...)
E só isso, juntamente com a onda que se levantou, deviam ter levado o conselheiro de Estado a colocar o lugar à disposição de Cavaco Silva. Sobretudo porque é um elemento designado directamente pelo Presidente da República.

A propósito deste caso, no Público de hoje, Rui Tavares escreve uma crónica curiosa.
Citando uma parte (texto não disponível online):
“Se não servir para mais nada, serve para isto: o caso BPN tem sido uma longa aula prática de Sociologia de Portugal (…).
O estado normal e justo das coisas é este: deve ser considerado “gente séria” quem se comporta de forma séria. Em Portugal, a desigualdade começa por aí: um pobre deve provar que é sério ainda antes de agir. Mas o outro lado da moeda é que existe uma casta onde nenhuma destas situações se verifica: é-se considerado “gente séria” e “gente respeitável” por inerência, ou seja, para além de qualquer comportamento que se tenha. É-se “gente séria”, pasme-se, sem ter de se ser sério.
O caso BPN veio pisar e repisar esta lição. Dias Loureiro disse que estava no BPN porque lhe parecia que era tudo “gente sérias; Vítor Constâncio disse que se considerava à partida que no BPN estava “gente respeitável”; António Marta disse que Dias Loureiro lhe disse que “não andasse tanto em cima do BPN” que era feito de “gente séria”. Dias Loureiro disse em tempos que Oliveira e Costa lhe pareceu “gente séria”; e em tempos certamente que Oliveira e Costa tinha Dias Loureiro na consideração de “gente sérias”.
Muito bem. As declarações de Oliveira e Costa, ontem ao Parlamento, serviram para confirmar mais uma vez que esta “gente séria” mentia e mente, não fazia actas de reuniões e se esquecia de negócios que tinha aberto logo depois de os ter fechado. Dias Loureiro já se tinha apercebido de tudo isto, mas não ligou muito: afinal era tudo “gente séria”. Oliveira e Costa parece ter-se lembrado de tudo isso ontem, valha a verdade, com uma profusão de pormenores e circunstâncias que envergonha a memória de Dias Loureiro. Mas continua a atribuir tudo à “problemática do ego” quando a questão é de “problemática da casta”: imã casta onde toda a gente se tratava por “gente séria” independentemente do que fizesse ou do quanto mentisse, e onde toda a gente se pagava principescamente apenas por fazer parta da casta.”

Já ontem, no I, Jaime Nogueira Pinto escrevia sobre a crise de uma forma genérica, e notava as diferenças entre a crise de 1929 e a actual:
“Uma amiga dizia-me, em Novembro passado, a respeito da comparação da crise de 2008 com a de 1929: "Mas não é a mesma coisa! Ainda ninguém, ninguém, se atirou da janela, como os falidos da Sexta-feira Negra em Wall Street!"
É verdade, mas a razão não é das melhores.
É que em 1929 essas pessoas sentiam-se responsáveis, culpadas, pelos danos causados. Tinham vergonha pelos amigos enganados, pela família arruinada, pelo seu bom nome e reputação na lama.
Tinham sido educados na moral conservadora, puritana, religiosa, do cumprimento da palavra, da sacralidade do compromisso, da responsabilidade pelo risco. Agora já não: os protagonistas, primeiro, esperam que a sociedade ou o Estado lhes aguentem as perdas.
E depois não se atiram da janela; descem do elevador e vão almoçar - e bem - com os amigos. Ou dão uma entrevista na TV.”

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Que vontade de partir...

Frases do dia

1 -
José Sócrates: "Nunca vi um pessimista criar um único posto de trabalho."
E eu também nunca vi anúncios sucessivos de medidas (vulgo "propaganda") resolverem coisa nenhuma...

2 -
Oliveira e Costa sobre colaboradores: "Fiquei a saber que são todos cegos, surdos e mudos”
Amanhã o ex-administrador do BPN vai explicar o que se passou com todos os seus colaboradores que, na comissão de inquérito ao caso, disseram "não ter memória", "desconhecer", e outros casos de Alzheimer agudo...

--- / / ---

Neste país feito de banalidades, já há um ano Henrique Raposo foi certeiro (via Corta-Fitas):
«Portugal é uma manta de retalhos semanal. Cada semana é uma entidade autónoma, separada das semanas anteriores e sem continuidade nas seguintes. Nesta semana falou-se dos combustíveis. Na semana passada, discutiu-se o cigarro de Sócrates. Na outra semana abortou-se a subida dos juros. Na próxima semana, discutir-se-á o código laboral. E nunca aparece um fio condutor entre os temas. Portugal não tem uma visão política e uma narrativa histórica para enquadrar as diferentes discussões semanais. Às 23h59 de cada domingo, alguém carrega no «reiniciar»; feita esta tabula rasa, as segundas-feiras caem de pára-quedas em Lisboa, oriundas de um Olimpo ahistórico, apolítico e «aportuguês».»

sábado, 23 de maio de 2009

Chove.
Lá fora, ouço a chuva cair, bater nos estores, chegar ao chão, correr.
Deixo-me embalar cá dentro.
A melodia da chuva envolve-me.
Entretanto, vou perder-me entre as páginas de algum livro.

Não deixes para logo o que deves fazer JÁ

Há uns 20 minutos vi que a roupa lavada já estava seca e daria para tirar.
Deixei estar mais um pouco, já lá iria...
Agora o senhor S. Pedro achou por bem atirar uma brutal carga de água e deixar tudo molhado.
Agradecido.

Rrrrrrr!!!!!!

Europeias: tiro de partida

Arranca este fim-de-semana a campanha para as eleições europeias. E, em Portugal, é também o tiro de partida para um ciclo de três eleições, com as legislativas e autárquicas mais para o Outono.
O PS e o PSOE juntaram os seus líderes (e primeiros-ministros de Portugal e Espanha) no arranque da campanha. Sócrates foi a Valência dar uma ajuda a Zapatero. Este vem a Coimbra ao início da noite. Sócrates, com meia dúzia de chavões, lá articulou um discurso em espanhol. Não acho mal, desde que não tivesse de dizer várias palavras em portunhol. Ou falava numa língua ou noutra. Convinha preparar melhor estas interveções com alguams horas de aprendizagem mínima da língua.
Pergunto-me se Zapatero, em Coimbra, irá hablar portugués... Ou pura e simplesmente na única língua que um espanhol conhece: a sua.
Por outro lado, convinha a Sócrates ter a noção da realidade e não se pôr em bicos dos pés colocando-se (a ele e ao seu amigo Zapatero) ao nível de líderes europeus da envergadura de Felipe González, Mário Soares, Mitterrand, Helmut Kohl... (Ler Portugal dos Pequeninos aqui)

Mas deixemos de parte o acessório.

Esta semana vieram a público, em Portugal, sondagens que dão um empate técnico entre as candidaturas de Paulo Rangel e Vital Moreira. Estão separados apenas por 2%.
Não deixa de ser curioso como o candidato que foi apresentado "fora de tempo" está a dar um baile ao super-candidato-apresentado-na-hora-certa Vital Moreira.
Paulo Rangel surpreendeu muitos. Tem-se revelado um bom candidato, preparado, combativo, a apresentar propostas... Para os cínicos, é ele que está a puxar o PSD. E já é visto como um futuro líder do partido. Pacheco Pereira tem razão quando escreve isto. E o próprio Expresso, na edição de hoje, deixa passar a mesma ideia pela voz de alguns analistas políticos e deputados socialistas.

Este empate técnico para as europeias (Expresso: PS - 34,3%; PSD - 32,1%) pode ser lido como um possível momento de viragem para o PS, que achava que a maioria absoluta já estava garantida. E também funciona, por outro lado, como um balão de oxigénio para Manuela Ferreira Leite à frente do PSD.
É um facto que as europeias não são um indicador fiável das intenções de voto para outas eleições, mas não deixam de ser um elemnto de análise.

Com o agravar da crise, com o desemprego a caminho dos dois dígitos, com o descontentamento a alastrar, com os cidadãos a abrirem os olhos para os truques deste governo (ler texto de Pacheco Pereira aqui), não é líquido que este governo seja sólido para além das legislativas.

Para acompanhar as eleições europeias, o PÚBLICO criou o site ELEIÇÕES2009.

Manuela Moura Guedes vs Marinho Pinto

Ontem foi este momento altamente edificante entre Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto, na TVI:



Manuela Moura Guedes não faz minimamente o meu estilo como jornalista, mas aqui esteve à altura do comportamento de um jornalista.
Quanto a Marinho Pinto, é o bastonário da ordem dos advogados, não o Zé Manel da esquina. Como tal, acho mal que se envolva neste tipo de cenas. Mesmo sendo ele um polemista compulsivo e reincidente que todas as semanas faz acusações, alusões, ameaças e mais não-sei-quantos sobre tudo e não prova nada nem apresenta queixas a quem de direito sobre o que diz, seja corrupção, crimes vários, ou seja o que for.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sentenças - 1

"Portugal é assim, frequentemente identifica os problemas, analisa a forma de os atacar, consensualiza soluções, legisla e depois, na prática, continua tudo como dantes, ou seja, não acontece nada. Inabilidade, mistura do essencial e do acessório, falta de plasticidade das soluções para garantir a aplicabilidade a realidades locais ou regionais diversas, debilidade cultural, insuficiência de informação, resistências passivas, talvez tudo isto um pouco, mas a realidade é objectiva: 25 anos de Lei sobre a Educação Sexual nas escolas e 25 anos de, com honrosas excepções, inexistência na prática de um programa consistente, coerente e efectivo."

Maria de Belém Roseira, ex-ministra e deputada socialista
(no jornal Meia Hora de ontem)

O sexo dos anjos. Ou não

Um dos casos da semana é o da professora de História na Escola Básica 2,3 Sá Couto, de Espinho.
Apenas uma palavra para isto: uma barbaridade.
Agora com a agravante justicialista: a professora em causa “está a ponderar avançar com uma queixa-crime contra a aluna do 7.º ano que gravou a aula onde a docente proferiu as polémicas declarações de cariz sexual.” (DN)
Ou seja, o acessório sobrepõe-se ao essencial. O costume, na justiça portuguesa.
Todos são direitos, mas há direitos que se sobrepõe a outros. (Há quem não entenda que o direito à vida tem supremacia sobre o direito de propriedade, e por isso mata o vizinho por dois metros de terreno...).
Sem mais comentários sobre isto. É o elogio do acessório.

Entretanto, a genial caricatura do Bico Calado no Meia Hora de hoje:

Tudo isto numa altura em que se discute pela enésima vez a lei sobre a educação sexual... que acho muito bem que exista, não sei se nos termos que está a ser proposta. Com a ressalva que o líder parlamentar do CDS, Diogo Feio, apontou:

"a intimidade, os afectos e a sexualidade não são competências do Estado."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cantinho do poeta - 54

Anda mais ou menos no ouvido de todos, mas o refrão de "Gaivota", tema da autoria de Alexandre O'Neil, tem qualquer coisa.
Cá fica:

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Acabou a crise

Numa pequena vila e estância na costa sul da França chove e nada de especial acontece.
A crise sente-se. Toda a gente deve a toda a gente, carregada de dívidas.

Subitamente, um rico turista russo chega ao foyer do pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100 € sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se lhe não agradar.
O dono do hotel pega na nota de 100 € e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100 €; o talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100 € que devia há algum tempo; este, por sua vez, corre ao criador de gado que lhe vendera a carne, e este por sua vez corre a entregar os 100 € a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100 € e corre ao hotel a quem devia 100 € pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes.
Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100 €. Recebe o dinheiro e sai.

Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido.
Contudo, todos liquidaram as suas dividas e estes elementos da pequena vila costeira encaram agora optimisticamente o futuro.

Notícias fantásticas - 8

1 - Americana deu à luz gémeos de pais diferentes
"Testes de ADN revelaram que os filhos gémeos de uma mulher americana que deu à luz há quase um ano são de pais diferentes.
O fenómeno é conhecido como super-fecundação heteropaternal."

Esta notícia lembrou-me uma anedota que acaba assim: "se soubesses o que aconteceu naquela noite, até agradecias não ladrares..."


2 - O padre Ksawery Knotz lançou um livro, 'Sexo como Você não Conhece – para Casais Casados que Amam Deus', que explica como fazer para que o sexo entre casais casados não seja enfadonho, e sim «apimentado, surpreendente e cheio de fantasia».

Fonte: SOL

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Parafraseando - 45


"Calar-se é a única sabedoria."


Luc Brabant


Anjos e Demónios

Tal como acontece em O Código da Vinci, Anjos e Demónios tem a Igreja Católica no centro da sua trama. Se no primeiro o escritor Dan Brown mexia na origem da instituição, desta vez vai ao seu interior, ao jogo de poder e de poderes, enquanto decorre um conclave para eleger um novo Papa.
É a partir de um assassinato no CERN (o centro europeu para a investigação nuclear, sedeado em Genebra) que se desenrola o filme. Aparece o símbolo dos Illuminati, e Robert Langdon (Tom Hansk) é novamente chamado a desvendar o segredo.
Num filme em contra-relógio (qualquer coisa tipo série 24…), o especialista, seguido pela cientista Vittoria Vetra e pela polícia vaticana, vai seguindo pistas e indicações para evitar o assassinato de quatro cardeais, os “preferetti” para a eleição papal, pela confraria secreta. Cada um destes cardeais está associado a um dos elementos terra, ar, água e fogo.
Através do desenrolar do filme somos guiados por uma série de pistas e indicações que no final se revelarão fundamentais para desvendar o enredo. Sendo certo que nem tudo o que parece é.
Neste particular, ver Anjos e Demónios, e a evolução e desfecho de uma das personagens centrais do filme, trouxe-me à memória uma frase do actual ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, há uns anos no Público: "só os impuros precisam de ostentar permanentemente a pureza."

O filme tenta mostrar que as instituições – neste caso a Igreja – não têm apenas lados negros. Instituições são feitas por pessoas. E pessoas têm lados lunares e lados claros. No mesmo ser coexistem anjos e demónios. No filme há uma estátua que representa magnificamente essa dualidade ontológica (é a estátua que aparece no cartaz do filme. Parecem duas estátuas diferentes, mas de facto trata-se de uma única escultura).

É ainda um interessante filme com referências históricas que infelizmente desconhecemos. Aguça-nos a curiosidade ao mesmo tempo que nos guia por ruas, igrejas, palácios, praças de Roma e do Vaticano. Quase apetece andar por ali a passear e a visitar tantos e tantos recantos carregados de História.

Sendo um filme com muita acção, não podia deixar de ter uma série de baboseiras. Assim de repente, duas descaradas:
- a certa altura, Robert Langdon vai ao arquivo do Vaticano para consultar documentos históricos. Estes estão hermeticamente fechados em “estufas” de vidro com pouco oxigénio. No decurso da investigação, várias zonas da cidade vão tendo a energia eléctrica cortada. É o que acontece quando Langdon está ali. O oxigénio torna-se cada vez mais rarefeito, asfixiando-o. No entanto, o professor ainda consegue ter forças para derrubar uma estante fortemente fixa ao chão…
- a partir de certa altura do filme, a polícia segue quase cegamente as indicações de Robert Langdon, sem o beneplácito da hierarquia. Que raio de polícia é que se deixa comandar por um cidadão, por mais especialista que seja no assunto que está a ser investigado?

Site oficial aqui. E do Público aqui.

Hummmm...

... é só para dizer que gosto do catálogo de verão 2009 da Intimissimi.


Pronto.

domingo, 17 de maio de 2009

Se Portugal fosse um país a sério...

(actualizado em 18 Maio 2009)
No Abrupto, Pacheco Pereira analisa vários episódios sintomáticos da degradação a que chegou a nossa sociedade e Estado:

1 - Se Portugal fosse um país a sério não permitiria que um alto funcionário, seu representante numa instância internacional, sujeito a um processo disciplinar muito delicado, que o envolve, justa ou injustamente não sabemos, numa interferência abusiva num processo de corrupção que envolve o nome do primeiro-ministro, continue a gozar da confiança política que o cargo exige.

2 - Se Portugal fosse um país a sério reagiria com veemência ao anúncio do primeiro-ministro de ir à Madeira distribuir 200 computadores Magalhães, num acto de pura propaganda política, que transmite todas as mensagens erradas sobre a apropriação partidária e pessoal do Estado por um homem e por um partido.

3 - Se Portugal fosse um país a sério, não deixaria sequer um político balbuciar (como fazem no Bloco de Esquerda), face aos acontecimentos no Bairro da Bela Vista, que se trata de uma "questão social"
É inaceitável que tal se diga como explicação, argumento, desculpa, hesitação, em vez de dizer-se claramente que os pobres não fazem carjacking, não se armam com uma caçadeira e não vão assaltar bancos, bombas de gasolina, ourives e ourivesarias, e caixas multibanco, para comprar roupa de marca.

4 - Se Portugal fosse um país a sério, nós olharíamos para o Bloco de Esquerda como ele realmente é, a face do comunismo na sua roupagem actual, que nos cartazes por todo o lado, na sua súbita riqueza propagandística, propõe soluções só possíveis em sociedades totalitárias e não democráticas.

5 - Se Portugal fosse um país a sério, restar-lhe-ia como última esperança de sanidade que o Presidente da República vetasse a lei do financiamento partidário.

Se Portugal fosse um país a sério, teria mais respeito por si próprio e mais vontade de mudar. Sem isso, continua como está.

Páginas tantas

Devia haver uma lei qualquer que impedisse cidadãos adicted de livros como eu de se aproximar de feiras do livro, livrarias, barracas ou seja o que for que tenha livros à mostra. Como acontece com os casinos em relação aos viciados no jogo, por exemplo.
A feira do livro encerra hoje. Só lá fui duas ou três vezes... pouco, comparativamente a anos anteriores. No entanto, uma promoção da Leya (leva 4, paga 3) fez-me perder a cabeça por duas vezes...

Vieram títulos como:
- O Sonho de Inocêncio (romance histórico sobre Inocêncio III, provavelmente o papa mais poderoso de sempre);
- Dissolução (também romance histórico sobre a Inglaterra de 1537: as divisões entre a Igreja Católica e a nova igreja inglesa, Henrique VIII, Thomas Cromwell...);
- O Rastro do Jaguar (premiado pela Leya este ano);
- O Jogo do Anjo (do autor do magnífico A Sombra do Vento);
- O Construtor de Muralhas;
- O Maior Psicólogo de Todos os Tempos;
- Pedir e Receber (sobre o segredo do poder de atracção);
- A Profecia Celestina (depois de ver o filme, disseram-me que o livro era bem melhor).

Portanto, um pouco de tudo. Desde simples romances onde se aprende alguma coisa de História, até livros mais zen...

Como sair da crise em 10 anos

"No dia em que a crise mundial estiver oficialmente ultrapassada, Portugal não estará mais perto de sair dela. O motivo é simples: a crise faz parte do modo de operação da economia portuguesa. Para alterar o rumo do país, é preciso modificar radicalmente o modelo de funcionamento. A alternativa, se nada for feito, e sair "da crise conjuntural com os problemas estruturais agravados" por causa das opções de política económica que estão a ser tomadas."

É este o diagnóstico dos economistas para Portugal, de acordo com o I do passado dia 12 de Maio.
Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, escreveu uma carta ao governo sobre a crise. Foi secundado por outros economistas.
José Reis, catedrático de Economia na Univ. de Coimbra, "sustenta que "o que ditará o desenvolvimento económico dos próximos dez anos é o combate à desigualdade."
Este economista lembra que o país tem vivido acima das possibilidades, graças ao endividamento excessivo, e que as entropias geradas pelas desigualdades "prejudicam o caminho para a prosperidade, perpetuando os desequilíbrios que existem há décadas."

Coisas de uma semana extenuante

1 -
Isto de, uma vez por outra, tomar a liberdade de deixar o fato em casa (contra as regrinhas da empresa) e ir trabalhar em versão casual, provoca elogios.
É tanta gente (versão feminina, claro) a dizer que só me favorece... mais o pormenor do "ficas melhor" com o cabelo assim grande...

2 -
Vou começar a andar com um isqueiro no bolso para dar lume às meninas bonitas que perguntam se tenho um isqueiro que empreste...

3 -
Depois de uma semana violenta, sexta-feira começa comigo a ouvir como banda sonora "abelha maia" (ágata) e "dancing queen" (abba). Com o alto patrocínio da Rádio Comercial, pois claro. E um sorriso estampado na cara.

Sete vidas - 10

Mais vizinhos gatunos...



sábado, 16 de maio de 2009

Ops...

Mensagem recebida hoje a meio da tarde do número 49910, para mim desconhecido (o nº é só isto mesmo):

"Lindo! Já estamos em fim de semana, yuppi ;) que está a fazer agora? Vamos jogar basketball? Eu dou o cesto e tu das-me as bolas? Vamos fazer friqui friqui? hihi"

Novo Terreiro do Paço

A nova imagem do Terreiro do Paço agrada-me. Fica uma praça monumental, aberta ao rio.
No Cais da Colunas , abre-se uma plataforma que entra e abraça o Tejo.
O trânsito é retirado das suas laterais. Onde os passeios são também alargados.
Gosto de espaços urbanos assim.
Só falta que surjam alguns cafés (não tascas) nas arcadas circundantes desta praça, uma magnífica porta de entrada de Lisboa através do Tejo.


Ver infografia do PÚBLICO aqui.

Ares

Há momentos em que apetecia ir a outra cidade (viver nela?), uma cidade feita de tempo, de ambientes novos, de espaço e tempo livre. Assim como a Luna tem nas suas Crónicas das Horas Perdidas... Só tenho de aprender a andar de bicicleta...
Aquelas suas fotos com bicicletas são uma lufada de ar fresco todos os dias!
Hoje a foto é esta:


... e tem cheio a primavera, a serenidade, a Europa.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estou assim...


Foi uma semana violenta.
Sair à meia-noite. Prolongar horários. Entrar cedo (vá lá, tentar...).
Trabalho cansativo. Maçador. Monótono.
Tabelas de excel para preencher. Olhos em bico.
Pronto, o sonho de toda uma vida... Dizem que o novo sistema, vai poupar trabalho. I hope so. Para já, só nos está a dar trabalho.

Ah... alguém sabe os números do euromilhões?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Lisboa é um jacarandá


Ainda timidamente, Lisboa começa a vestir-se de jacarandás floridos.
É uma época do ano em que a cidade está mais bonita e acolhedora.

Os jacarandás enchem-me as medidas. A alegria sai à rua.


(fotos de 2007)

A passo de caranguejo - 1

O meu signo hoje:
11 de Maio de 2009
Pajem de Copas

"Todos nós recebemos presentes, mas nem todos abrimos o pacote." (Nei Ferrarini) Isto é muito verdade. Temos medo das surpresas e coisas boas que nos caiem no colo, mas senão as recebemos, queixamo-nos, lamentamo-nos… Deve ser difícil ser Deus.

Pobres ou criminosos?

No Público:
"Louçã apoia D. Manuel Martins e defende que vítimas da Bela Vista «são os pobres»"

Quando surgem estes desacatos, como agora em Setúbal, há logo duas correntes: a esquerda, a dizer que são todos vítimas da sociedade; e a direita, a dizer que é preciso mais polícias.
Embora eu esteja mais à direita, acho que a solução está algures a meio destas duas posições. Sem a ingenuidade da esquerda, de que todos são uns coitadinhos... não é a pobreza que justifica a criminalidade. Nem com a força bruta de alguma direita: por vezes, mais do que reprimir, é necessário resolver as causas, integrando, criando condições, dando perspectivas de vida.
Sobre a afirmação de Louçã, a resposta num comentário de alguém nesta notícia: "Não são os Pobres que atiram sobre os Polícias e os Bombeiros e que infernizam a vida à grande maioria dos Habitantes daquela zona de Setúbal. Não confundam Bandidos com Pessoas Normais, Pobres ou Não."

E aqui não embarco no discurso minado sobre a imigração.

domingo, 10 de maio de 2009

F. C. Porto: tetracampões

O Porto consegue mais um tetracampeonato, o segundo da sua história.

Não é só o facto de o Porto ser bom. É também os outros serem muito maus.
Hummm... os três grandes parece que são só um... :)


Vamos ao próximo!

Para já, o "FCPorto é o clube com mais títulos na Europa no séc. XXI"

Enleado numa gaivota...

Gaivota. Amália Hoje.
Um exemplo de que primeiro se estranha, depois entranha-se.



Ou não tivesse dois elementos dos The Gift... :)

Momentos Nespresso

A Nespresso já se alojou por aqui.

Entretanto, vou tentando descodificar as finas nuances dos lotes de café. Entre um finezzo, um vivalto, um roma, um volluto, um arpeggio... e mais não sei quantos.
A escolha é imensa entre tantas chávenas de café aromático e aveludado.

I nasceu...

Esta semana nasceu um novo jornal em Portugal: o I.
Gostei da lufada de ar fresco jornalística.
Gosto!
Fresco, inovador, diferente, conciso. Para já, comprei as 3 primeiras edições. Estou satisfeito. Sugestão-reclamação: mudar a tinta. Será normal um jornal sujar as mãos, mas a edição impressa do I exagera...

Na edição de ontem, uma interessante entrevista a Manuela Ferreira Leite. Desempoeirada. E conduzida pela Maria João Avillez.

Verdade e democracia versão PS

Sobre a dupla candidatura de Elisa Ferreira ao Parlamento Europeu e à Câmara do Porto já escrevi.
Agora, vale a pena esclarecer algumas coisas sobre esta candidata. Basta ler esta notícia no JN: "Sinceramente eu quero vir para o Porto". A própria bi-candidata é bastante esclarecedora.

Convinha lembrar a candidata de algumas coisas:
- o Estado não é o PS. Pronto, agora talvez seja...
- se não é de facto candidata ao PE, para que "dá o nome"? Cumprir as quotas femininas ou simplesmente enganar os eleitores?

Ver ainda "Francamente, Elisa" no Corta-fitas.

A política é cada vez mais uma coisa estranha...

sábado, 9 de maio de 2009

Post 2010

Este é o post 2010.

Assinalo-o por um simples motivo: este blogue nasceu em 09 de Fevereiro de 2006.
Fazendo contas: hoje faz 3 anos e 3 meses que este cantinho anda por aqui a fazer de conta que é blogue.

Pronto... esqueci-me de avisar no dia certo...

Pacheco Pereira: um homem cercado de livros

"É um bibliógrafo compulsivo. Colecciona livros, mas também documentos, panfletos, cartazes, postais, cassetes. Tem mais de cem mil títulos arrumados em quilómetros de prateleiras em várias casas na Marmeleira. E uma impressionante base de dados sobre quase tudo o que possui. Pacheco Pereira está a ponderar criar uma fundação. E só lamenta que não haja mais investigadores a aproveitar a sua jóia."

In PÚBLICO

Arte mórbida?

Exposição de casal de cadáveres a fazer sexo provoca escândalo

"O anatomista alemão
Gunther von Hagens está a provocar escândalo devido à exposição de um casal de cadáveres plastinados (embalsamados) a fazer sexo, na sua nova mostra "Koerperwelten" (Mundos dos Corpos), que abriu ontem em Berlim."

In Expresso

Em Maio há um louco...

Caranguejo

"Maio de 2009
Carta dominante: XXII O LOUCO
O mês de Maio de Caranguejo está dominado pela carta XXII de Tarot , O louco, que revela confusão, desorientação e inconsistência nos caminhos. Estes nativos têm, em Maio, um dos meses mais tensos e negativos do ano. Sentimentalmente as relações já existentes passarão por algumas tensões dado que Caranguejo pode estar a acomodar-se; necessita de quebrar algumas rotinas e ser surpreendente. Contudo a conjuntura de Caranguejo revela que estes nativos podem estar cansados de dar sem receber o retorno desejado e isso fará com que a motivação para ser romântico ou sedutor esteja em baixo nível. No campo profissional está mais sólido embora possa não lhe parecer muito satisfatório; de facto nem tudo correrá ao seu jeito e ritmo mas a conjuntura parece estável, sem situações incontornáveis e, nalguns casos, até de franco crescimento. Revela indiscutivelmente tendências consumistas o que se afigura pouco conveniente. Na saúde tente arranjar práticas desportivas que libertem tensões e melhorem as suas articulações; de facto deve dar maior atenção à sua estrutura óssea e moderar comportamentos nocivos.

Ligações mais protegidas com: Touro, Virgem e Capricórnio"

Parafraseando - 44


“Só podemos semear verdadeiramente os nossos sonhos quando somos livres no nosso interior.”

Uma certa Sofia

Parafraseando - 43


"Perderei a minha utilidade no dia em que abafar a voz da consciência em mim".


Mahatma Gandhi

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sete vidas - 9

PSD: 35 anos de história

O PSD celebrou ontem 35 anos de vida e história.

Apesar da turbulência dos anos mais recentes, é um partido estruturante da nossa democracia.
Dele saíram cinco primeiros-ministros: Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Cavaco Silva, Durão Barroso e Santana Lopes.
Dois deles - Sá Carneiro e Cavaco Silva - são figuras incontornáveis na história do partido e de Portugal.
É também das suas fileiras o actual presidente da República.

Manuela Ferreira Leite é a primeira mulher nos seus 17 líderes.

Informações de acordo com o Meia Hora de ontem.

Plataforma continental

Os estudos para solicitar o alargamento da plataforma continental nacional estão concluídos.
É uma excelente notícia para Portugal. Não apenas pelo facto de este alargamento dizer respeito a 3500 km2 (cerca de 40 vezes o território do continente), mas pelo que pode significar em termos de investigação científica.

Ouvi na SIC-N. Infelizmente não encontro um link.
Mas é uma excelente notícia!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Parafraseando - 42

"Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender."

"É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os."

Alexandre Herculano
(1810-1877)

Google contrata 200 cabras

No Expresso:

"As mais recentes contratações da Google são, nada mais, nada menos, do que 200 cabras, que vão tratar da relva da sede da empresa em Mountain View, na Califórnia.

Com a contratação das cabras, anunciada no blogue da empresa, evitam-se os "barulhentos corta-relvas que usam gasolina e poluem o ar". O rebanho foi alugado à empresa Califórnia Grazing, sendo o custo "quase o mesmo" do que contratar pessoa para fazer o trabalho.

De acordo com o comunicado da empresa no blogue, "é mais engraçado ver os animais do que as habituais máquinas a cortar as ervas daninhas". As cabras vão ficar uma semana nos jardins da Google, guiadas por Jen, uma cadela de raça "border collie" que irá ajudar a controlar os animais e obrigá-los a trabalhar.

A iniciativa da Google não é, contudo, pioneira. Anteriormente a concorrente Yahoo também fez a mesma coisa, tal como a Câmara Municipal de São Francisco que usa animais para tratar de alguns dos seus jardins."

Bloqueio central

Gostava de saber quem foi o idiota que se lembrou de ressuscitar a questão do "bloco central".
Desde que surgiu, e apesar de desmentida tanto pelo PSD como pelo PS, ninguém mais se calou com essa possibilidade.
Não há nada de importante para discutir neste país?!

Os políticos que temos podem ser mauzinhos, mas os jornalistas podiam dar uma ajuda na melhoria. Como?
Fazendo perguntas inteligentes sobre assuntos com interesse e relevantes. Não baboseiras e faits divers.
E não dando eco a tretas como as "papas de Maizena" ou sendo paus de microfone da propaganda (deste governo).

terça-feira, 5 de maio de 2009

O país de sempre...

Ando a reler "Os Maias", de Eça de Queirós.

Às tantas, João da Ega diz isto a Carlos da Maia:

" - (...) Aqui importa-se tudo. Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilo, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos da Alfândega: e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas... Nós julgamo-nos civilizados como os negros de São Tomé se supõem cavalheiros, se supõem mesmo brancos, por usarem cm a tanga uma casaca velha do patrão... Isto é uma choldra torpe."

Para os mais distraídos, Os Maias foram publicados pela primeira vez em 1888...

Esta frase vem tão a propósito da entrevista de Medina Carreira, ali em baixo...

Nota de rodapé: se alguém dissesse uma coisa destas hoje o que lhe acontecia...?
É automaticamente chamado de xenófobo e mais uma série de nomes bonitos...

Em 5º lugar...

De acordo com o Fox Life...

"Jennifer Love Hewitt ocupa o 5º lugar no ranking das actrizes com o melhor decote de Hollywood.

O programa televisivo americano Access Hollywood compilou numa lista as actrizes com os seios mais bonitos. Jennifer Love Hewitt, a protagonista Melinda Gordon na série ‘Em Contacto’, ficou em 5.º lugar no ranking do melhor decote de Hollywood. Para ocupar o primeiro lugar foi eleita Scarlett Johansson, seguida de Salma Hayek, Halle Berry."

Hummm....

Medina Carreira: a lucidez tremendista

Medina Carreira, quando fala, incomoda.

Talvez por isso, a entrevista que deu ao Correio da Manhã no passado dia 3 de Maio não teve qualquer eco. Pelo menos eu não ouvi nem um comentário sobre ela. Só hoje, através do (I)marginálias, cheguei a ela.
Entrevista longa, mas na qual vale a pena nos determos com atenção. Os alertas são muitos.

Ficam alguns excertos:

ARF – Problemas que são muito antigos, não é verdade?
- São antigos. Aqui neste caso é que esta crise veio de fora e sairá quando se resolver lá fora. Entretanto ficam mazelas. Agora, quando ela acabar ficamos com o nosso problema, com a nossa crise. Porque a nossa crise já estava cá.

LC – Com os mesmos problemas que já tinha.
- Com os mesmos problemas que já tínhamos e ficamos pior. Nomeadamente ficamos com um desemprego muito maior, muito mais pobreza, muito mais desigualdades, muito mais desânimo na população. Por conseguinte, com a crise, para além destes danos imediatos, são danos que vão surgir através dos seus efeitos futuros. Mas aquilo que eram as nossas fraquezas já cá estavam e virão ao de cima.

(...)

LC – Cavaco Silva tem razão quando diz que não se deve governar para as estatísticas.
- Com certeza. Não se deve governar para as estatísticas. Deve governar-se em função de um objectivo e daquilo que é fundamental para o País. Porque nós andamos distraídos com tanta coisa e não percebemos que quando se fala de economia não estamos a falar de economia. Estamos a dizer desemprego, pobreza, desigualdades e riscos para o Estado social. Com esta economia que cresce 0,5 % ao ano dentro de dez anos as políticas sociais têm de ser completamente revistas. Não há dinheiro para manter estas políticas sociais.

(...)

ARF – Nenhum chefe de Governo percebeu isso?
- Destes quatro últimos nenhum percebeu o País em que estava.

ARF – Os últimos quatro?
- Sim. Guterres, Barroso, Santana, que esteve lá episodicamente, e este não perceberam o essencial do problema do País.

ARF – Não perceberam que vivem em Portugal?
- Não. Porque cada um tinha uma concepção. António Guterres era palavreado. A política de Guterres era saber quantos por cento do PIB iam para a Educação. O que se fazia com os tais por cento era indiferente. Este que está lá agora, o José Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem e circo. Desde a primeira hora. É gente de circo. Eles prezam o espectáculo. Porque eles não percebem que os problemas não se resolvem com espectáculo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade, para sobreviver. E sobreviver para continuar a tomar conta do dinheiro do Estado, para pôr os amigos e negociar com os amigos.

(...)

LC – E única na história do País ou não?
- Pelo menos há cem anos que isto não era tão mau. E o que vemos são as consequências de uma economia que não funciona. Desemprego, pobreza, desânimo, desigualdade. E aqui ao lado o que é que vê? Há dias vi a notícia de um homem que ia algemado porque tinha roubado duas galinhas. Agora eu pergunto: o que é que pensa uma sociedade que trata assim um homem que pilha duas galinhas e vê aí à solta, com a maior desfaçatez, tipos que pilharam aviários inteiros. O que é que pensam?

(...)

ARF – É o assunto das grandes obras públicas.
- As obras públicas. Auto-estradas é evidente. Há auto-estradas sem ninguém.

ARF – Com pouco trânsito.
- Pouquíssimo trânsito. Nós, País pobre, não podemos dar-nos ao luxo de fazer isso. O BPI escrevia há pouco tempo o seguinte: se fizermos aquilo seremos o quinto ou sexto País do Mundo com maior densidade de auto-estradas e TGV. Vai tudo mais depressa para o Porto, Madrid e Paris. Mas o problema não é esse. Nós estamos cercados de endividamento e, por conseguinte, arranjar dinheiro lá fora vai ser cada vez mais difícil e cada vez mais caro. Eu já não discuto TGV...

ARF – Aeroporto.
- Nada. Este dinheiro, pouco e incerto, tem de ser gasto no essencial. E vamos discutir o que é essencial. É como uma família pobre que discute se vai poupar, gastar na alimentação ou ir para Cancun para a praia. O Governo está exactamente como esta família que escolhe ir para Cancun. É claro que deve ser bom ir para Cancun, não sei bem o que é. Mas deve ser bom. Mas esta gente não faria melhor ir para a Costa da Caparica ou para a Ericeira estimular a economia portuguesa? O Governo é esta família de Cancun.

LC – Acha que essa é a diferença essencial que distingue hoje o PS do PSD? A doutora Manuela Ferreira Leite também tem essa visão.
- Com certeza que tem. Qualquer pessoa com juízo tem. Não há nenhuma pessoa ponderada que não pense assim. Não sou eu. Manuela Ferreira Leite, Cavaco, toda a gente com juízo pensa isso, tirando José Sócrates e Mário Lino.

LC – Preferia ver Manuela Ferreira Leite à frente do Governo em vez de José Sócrates?
- Eu não preferia ver. A Manuela Ferreira Leite poder trazer à política uma coisa que é essencial, que é a seriedade.

ARF – E já agora a verdade.
- A verdade. Seriedade. Nós não temos seriedade na política. Isto é um espectáculo, uma aldrabice pegada. Manuela Ferreira Leite abre a boca e passado duas horas já estão duas pessoas a bater-lhe nas canelas. É o Santos Silva e o Pedro Silva Pereira. Eu nunca vi isso. Quando estive no Governo não tínhamos dois ministros para irem atacar os outros. O País está a ser gerido por medíocres.

(...)

LC – Temos o PS com maioria absoluta. Há o grande risco de sair uma maioria relativa das legislativas. É uma questão que o preocupa?
- É o senhor que diz que há um risco. Eu acho é que se sair uma maioria absoluta é que é arriscadíssimo. Eu não quero mais maiorias absolutas de um partido. Porque se o PS levar por diante estas obras resulta do facto de ter maioria absoluta.

LC – Mas com maioria relativa vai cair muito provavelmente um ou dois anos depois.
- Pois, temos que arranjar maneira de viver. Maioria absoluta com gente deste estilo nunca mais. Para mim nunca mais. Estas asneiras teimosas, absolutamente fora de senso comum, só são possíveis porque há maioria absoluta de um partido.

(...)

ARF – Quanto tempo mais é que o País aguenta esta situação de crise que vive há muitos anos?
- O que lhe digo é que se nós tivermos mais dez anos desta economia, a crescer 0,5 em média por ano, não vamos aguentar as políticas sociais que temos. Vamos ter de rever reformas, salários à força, prestações várias, saúde, educação.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Imagem sem palavras - 105


Foto via Palavras de Osho.

Já temos um caso!

Hoje Portugal viu confirmado o seu primeiro caso de gripe H1N1: "trata-se de uma portuguesa de 31 anos que passara por uma zona infectada no México e está em casa de quarentena."
Atingimos finalmente o ansiado patamar de desenvolvimento de outros países. Já não estamos à margem dos grandes fenómenos mundiais. O mapa da gripe já lá tem um português. Urra!

Agora é só escolher a máscara da moda (via TVI 24):

"A Organização Mundial de Saúde (OMS) reviu o balanço de casos de da gripe A H1N1 para 985 confirmados num total de 20 países: entre eles os 25 mortos ocorridos no México e um nos Estados Unidos." (PÚBLICO)

E já avisou que está à beira de subir o nível de paranóia (perdão, nível de alerta...) para 6, o máximo.

domingo, 3 de maio de 2009

Encomendem as faixas

Ao consumar a vitória frente ao Marítimo, por 3-0, o Porto quase assegura o campeonato 2008/09 (basta apenas vencer o Nacional no Dragão, na próxima semana).
O Porto já está em velocidade de cruzeiro há algumas semanas. E esta semana teve a ajuda , desnecessária, do Sporting (que empatou).

Uma maldadezinha: lembra-se do que diziam os benfiquistas no início do campeonato? Que este ano é que era... Estavam todos inchados da vitória futura. Até porque o Porto começou o campeonato de forma muito irregular... Parece que se enganaram.

Tetra... tetra... tetra...

Parafraseando - 41


"Para que percorres inutilmente o céu inteiro à procura da tua estrela? Põe-na lá"

Vergílio Ferreira

PS: a conveniente vitimização

(actualizado às 21h15)

Vital Moreira foi insultado no 1º de Maio, versão CGTP.

Minutos depois, o próprio dá a entender que este tinha sido o seu "momento Marinha Grande", aludindo aos episódios de 1986 com Mário Soares. O mote para a instrumentalização pelo PS estava dado.
Entretanto, todos os partidos lamentaram o sucedido. O PCP demorou, mas lá emitiu uma declaração em que também repudiava o sucedido. Ontem, na RTPN, Bernardino Soares voltou a lamentar o episódio. Manuel Santos (PS), que também estava no debate, não ouviu o "lamento" comunista.
O PS não ouviu. Não quis ouvir. Dava-lhe jeito ser vítima. Assim daria visibilidade a um candidato cinzento, apesar do reconhecido mérito académico. Um candidato que, de cada vez que abre a boca (quando abre), tem de rever o que disse.
O próprio líder do PS embandeirou a vitimização socialista. Foi assim nos últimos quatro anos, afirmou.
Enquanto se discute este episódio, ninguém trata da Europa. Ninguém precisa apresentar ideias, alternativas, soluções. Quem não tem nada apresentar, agradece. O PS, em vez de se vitimizar, devia agradecer ao "PCP" esta oportunidade para o vazio de ideias.

E parece que há-de ser assim até às legislativas.

Vital Moreira, como não tem nada para dizer aos eleitores, numa visita à Ovibeja perguntou novamente: "alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP?"
"
Durante a visita à Ovibeja, Vital esclareceu que logo após os acontecimentos não acusou explicitamente o PCP pelo incidente – “nunca disse que o PCP foi o responsável” -, mas afirmou entender que devem ser os comunistas a “pedir desculpas pelas malfeitorias”. E argumentou: “Alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP? Há coisas notórias que não precisam de sustentação. Bastaram-me as invectivas de que fui objecto, tipo 'traidor’, 'vendido’ e 'traíste o partido’.”

E assim vai a campanha para as eleições europeias...