quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os ministérios e as secretarias

É curioso que mal se ouve alguém criticar a despromoção das Obras Públicas e Transportes a Secretaria de Estado.
Pelo contrário, a passagem o Ministério da Cultura a Secretaria de Estado é uma nascente de queixosos. Sérgio Godinho é mais um a juntar-se ao coro de protestos.


Em Abril de 2007, escrevi sobre a estrutura ministerial que faria sentido.
Não anda longe da realidade actual. Mas reconheço que agora faria algumas alterações à minha sugestão.
A estas áreas sectoriais há que acrescentar, obviamente, os ministérios ligados à soberania de Estado (Negócios Estrangeiros, Justiça, Administração Interna) e o Ministério das Finanças.

Bem e mal

Na Assembleia da República, o Secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins, recusou-se hoje a dizer que alteração ia ser feita na legislação laboral no que diz respeito à indemnização por despedimento, ou seja, se dos actuais 30 dias por cada ano de vínculo se passa para 20 ou 10. 

Por outro lado, esse mesmo Secretário de Estado fez mal em vir dizer, à saída do hemiciclo, o que disse. Há negociações em curso na concertação social.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A economia da coisa

O meu passe aumentou 5,40€.Isto, em percentagem, é 14,81%.
Bem abaixo da fortuna que vão aumentar os passes para a malta rica da linha de Sintra.
(E Passos Coelho já avisou que o acordo com o FMI/BCE impõe um aumento de 20%).

Se isto é simpático? Não, não é.
Se tem de ser feito porque as transportadoras estão falidas e não tem de ser o Estado a pagar? Tem.

Concordo tanto com isto como com o fim da oferta das portagens na Ponte 25 de Abril durante o mês de Agosto.
Eu não tenho carro, como tal não tenho de pagar, como contribuinte, as portagens de quem atravessa a ponte. Tal como não pode ser um contribuinte que nunca vai atravessar a ponte, seja de Trás-os-Montes ou dos arquipélagos, a pagar essas portagens através dos seus impostos.

O Estado tem de ficar mais pequeno.
O país não tem economia para sustentar um Estado que suga quase 50% da riqueza produzida. E mesmo que tivesse economia para tal, a economia não é para alimentar o Estado (que presta um mau serviço em muitos sectores). A economia serve para criar cidadãos livres, e para proporcionar-lhes bem-estar.
Os portugueses têm de se habituar a menos Estado. A serem livres de subsídios, sinecuras, favorzinhos e afins pagos por todos nós.
Cidadãos livres do Estado são pessoas mais livres na sua vida.
O Estado tem é de fazer as regras, ser o árbitro, e deixar funcionar a economia. 
Se isto é ser liberal, pois seja.

Vergonha na cara


Esta gente que esteve alapada ao Estado nos últimos anos não se consegue ver ao espelho.
A situação das finanças públicas está como está graças ao seu empenho nos últimos anos. Meterem o país na bancarrota e agora acham que:
1 - as coisas se resolvem do pé para a mão;
2 - as medidas que se começaram a tomar para pôr as contas em ordem são uma violência contra os portugueses - violência foi o que eles fizerem e o estado em que deixaram o país. E que agora é preciso resolver.
3 - o actual governo, eleito legitima e livremente pelos portugueses, é um bando de trafulhas que deu um golpe de estado para tomar o poder.

Convinha a esta gente ter um pingo de vergonha na cara. Só isso.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Blogosferando - 57


«Parecia possível em todo o lado. Menos na Noruega. O país é rico, tem um rendimento do petróleo altíssimo, uma taxa de desemprego baixíssima e um sistema de protecção social generoso. A sociedade é aberta, tolerante e multicultural. E, ainda por cima, sem um grande fluxo de imigração. A democracia é consolidada, transparente e enraizada na sociedade civil. O nível de vida é elevado, a qualidade de vida melhor e os ministros, dizem, andam sem segurança e vão de transportes públicos para o ministério.
Era o último sítio onde se pensava que pudesse acontecer. E, no entanto, aconteceu.»

Nuno Severiano Teixeira, no Público

E vale a pena ler o primeiro comentário.
"Um demónio pode matar uma pessoa, mas nunca consegue derrotar toda uma nação."

Jens Stoltenberg, Primeiro-ministro da Noruega.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Conspiradora


Um filme muito interessante, no qual se defrontam duas visões sobre a justiça: a todo o custo (quase só vingança), ou com base no direito.
Com o assassinato de Abraham Lincoln, presidente dos EUA, e tendo como pano de fundo a Guerra da Secessão, Mary Surratt torna-se o bode expiatório de um governo - máquina burocrática - que quer a todo o custo apresentar um culpado num clima de vingança.
Surratt é a proprietária da pensão onde se encontram os envolvidos e o seu filho também está metido na conspiração contra o presidente.
Grande parte do filme decorre no tribunal militar constituído para o julgamento. E é patente a oposição entre uma máquina que quer vingar a morte de um líder, e a visão dos que se baseiam na lei e que defendem que a justiça tem de respeitar o direito.

Ao ver um filme como estes percebe-se por que os EUA são o país que são, com leis claras, que defendem a justiça contra leis à medida das circunstâncias e dos homens.

PS Seguro

Como previsto, António José Seguro foi eleito secretário-geral do PS.
Francisco Assis ficou pelo caminho.
Um andou a urdir durante anos a rede que o levaria à liderança do PS.
O outro, embora muito conotado com o PS-Sócrates, não teve essa arte. E já mostrou coragem, mesmo física, em muitas situações.
Seguro é o triunfo da conversa, bem ao estilo guterrista. Com a diferença de ser mais à esquerda e já ter dado sinais de que vai ser do contra.
Entre Assis, eventual potenciador de consensos e acordos que o país agora precisa, e Seguro, que vai ter uma postura para-sindical, os socialistas escolheram este.


Os limites da tolerância

O que o massacre da Noruega prova é que o perigo não está fora da nossa sociedade ocidental.
Está cá dentro. Ao nosso lado. Gizado pelo nosso semelhante. "Alto e louro".
E mesmo uma sociedade altamente desenvolvida em termos de Índice de Desenvolvimento Humano tem espaço para as intolerâncias, os ódios, a violência. Não apenas contra os que são de fora, mas também para os próprios concidadãos.
A aparente normalidade não impede as barbaridades.


Num mundo pequeno graças à internet, ninguém está seguro. Basta ver os alvos que Breivik tinha em vista. Quem sabia que a Bobadela seria um alvo?


Perante um panorama destes, a resposta só pode ser: tolerância e justiça.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Blogosferando - 56


Ou a Alemanha e Merkel não são o Pai Natal.

"Da esquerda à direita lamenta-se a inexistência de líderes «fortes» na Europa. Acusa-se Merkel de afundar o «projecto europeu». Defendem-se os eurobonds e a desvalorização do euro. Acho piada (o meu humor é com frequência negro). Ponto um: em tempo de paz, os grandes líderes são quase sempre aqueles que têm a sorte de estar no poder quando a economia cresce e os eleitorados andam satisfeitos (terem memória de uma guerra recente também ajuda). Merkel é fraca? Pelo contrário, é tão forte que resiste tenazmente às nossas pretensões. Mais importante: estamos mesmo convencidos de que Delors, Mitterrand ou Kohl (não vale a pena recuar mais; a realidade dos anos cinquenta e sessenta era tão diferente que é como se fosse outro planeta) fariam melhor nas actuais circunstâncias? Provavelmente estamos: somos sebastiânicos, sempre à espera de líderes providenciais, e preferimos imaginar mundos alternativos perfeitos a enfrentar a realidade. Afinal, foram Delors, Mitterrand e Kohl que puseram tudo isto em marcha ao delinearem o Tratado de Maastricht. Mas – ponto dois – se entre nós o anseio por líderes com capacidades sobre-humanas é antigo, também a tendência para desvalorizar a moeda está longe de ser recente. Desvalorizar é a via de quem não sabe ou consegue mais. Momentaneamente útil, permanece uma ilusão caso não sejam criadas condições para a tornar desnecessária no futuro (mas, lá está, preferimos ilusões). Se, por si, a desvalorização resolvesse alguma coisa seríamos há muito um país rico. Os alemães sabem-no, vacinados que ficaram com a hiperinflação do início da década de vinte do século passado. E a verdade é que, mesmo antes da introdução do euro, saíam-se bastante bem. Irrelevâncias, todavia. Nós é que estamos certos. Queremos ainda obrigá-los, através dos eurobonds, a garantir o nosso nível de despesa (ah, desculpem: ponto três). Em troca, prometemos continuar a comprar carros alemães (e, caramba, como eu desejo uma Leica M9). Ao aceitar o euro, a Alemanha aceitou várias novas reunificações mas não assegurou o poder de definir as regras. Erro crasso. Fê-lo porque ninguém aceitaria que fosse de outra forma e porque não queria o trabalho, os custos e a responsabilidade de organizar a Europa. (É irónico mas, desta feita, com quase toda a Europa disponível para ser conquistada, a Alemanha não deseja conquistar a Europa.) Porém, os desejos germânicos também esbarram na realidade e Merkel só tem duas hipóteses: pagar e pagar e pagar e voltar a pagar e pagar mais um pouco ou, percebendo que nunca nos conseguirá disciplinar, deixar falir os países que tiverem de falir, aceitando as consequências para o euro, para a União Europeia e para a própria Alemanha. Será suficientemente forte para isso? Se não for e decidir caucionar o endividamento dos países periféricos, precisa obviamente de garantir que eles controlam as contas públicas e implementam as reformas necessárias para subirem os níveis de produtividade. Tem de impor uma união fiscal e política e preparar-se para governar efectivamente toda a Europa, impondo as políticas que os governos grego e português e italiano e espanhol não conseguem implementar eficazmente. Não seria bonito de ver mas está amplamente demonstrado que, deixados a nós mesmos, somos incapazes de resolver a situação. É verdade que, com líderes «fortes», eurobonds, desvalorização do euro e demais paliativos que se venham a engendrar, durante uns tempos talvez não precisássemos. Mas a prazo nem a Alemanha seria competitiva (como, ainda assim, pode vir a não ser). Que importa? É mais fácil nivelar por baixo. Exigimos da Alemanha que siga os nossos padrões e, como qualquer rufia cheio de razão, encaramos mal manifestações de resistência. Compreende-se: os desmancha-prazeres são do mais irritante que existe. Anda lá, Angela, oferece-me a Leica."

Peso pesado

No trabalho, tendo só mulheres como colegas no departamento, há conversas que não lembram ao diabo e sem qualquer interesse.
Hoje, uma comentava que estava com 59 kg, e fazia retenção de líquidos (seja isso lá o que for...) e mais não sei o quê.
Às tantas comentei: deves querer chegar ao meu peso. 
A dúvida instalou-se.
Respondi. Algures entre os 54 e 55 kg (sempre fui naturalmente magro, mas o gigantesco desgaste profissional dos últimos meses estão a dar nisto).
Perante isto, a minha colega atira: és o sonho de todas as mulheres.
Ok.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sentenças - 22

«Hoje, é esse o drama da Europa: ou se une mais, ou se separa. E se se separar, o problema maior não será o das bancarrotas, como muita gente julga. Esse é um problema enorme e credível, mas não será o principal. O principal serão as consequências políticas. A Europa voltará aos cenários de guerra que foram a sua tradição. Temos aí tudo a explodir, seja nas relações entre estados, que são difíceis - por exemplo, entre a Hungria e a Eslováquia, Hungria e Roménia, os Balcãs - e outros, como por exemplo a independência da Flandres, do País Basco, da Catalunha, da Lombardia, na Itália... Só uma entidade foi capaz, até agora, de preservar a paz: a União Europeia.»

Paulo Rangel, no Jornal de Negócios

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Obrigado

O GONIO ultrapassou as 60.000 espreitadelas (com este contador; no anterior tinha perto de 20.000).

Blogosferando - 55


No Corta-fitas, como levantar a cabeça:
"O problema dos portugueses não está na incapacidade de grandes feitos e gestos nobres, está na falta de feitos médios, por gente média. Para sermos mesmo grandes falta-nos massa crítica na intervenção média, na cidadania média, na iniciativa empresarial média. Não é só devido às "gerações de fome" que pesam no nosso ADN que em pleno século XXI Portugal se mantém endemicamente pobre. É também porque temos a mania das grandezas, contradição em que tropeçamos todos dias para nos rendermos à inércia da maledicência de café.
Um dia destes, numa reunião dum grupo político em que milito com alguns amigos, eu disse um lugar-comum ao qual deveríamos porventura dar mais atenção: para cumprirmos o nosso ideal não é obrigatório sermos todos Deputados, Ministros ou Secretários de Estado. O espaço intermédio de atuação é imenso. Assim como para (nos) salvarmos (d)a economia portuguesa, não podemos ser todos grandes empresários ou executivos de topo. O que falta ao português médio é deixar-se de lamúrias e meter mãos à obra, com coragem, arte e engenho. Porque uma crise é por natureza o fim de qualquer coisa e o início de uma nova, que por definição comporta sempre oportunidades inexploradas."

domingo, 17 de julho de 2011

Férias precisam-se

Ando sem paciência, com uma dificuldade enorme em esboçar um simples sorriso, fisicamente exausto, fartinho de meio mundo.
Quero férias!
E ainda faltam 2 semanas.

Álvaro

Hoje encontrei Álvaro Santos Pereira, Ministro da Economia e Emprego, num centro comercial. Ia sorridente, com a filhota ao colo, esta a dizer qualquer coisa em inglês. Descontraído, parecia um português qualquer, não um ministro com a carga de trabalhos que sobre ele pendem.
Pela (não) reacção das pessoas circundantes, o Álvaro ainda passa despercebido. O que não deixa de ser positivo para um homem que vem de fora, com ideias frescas, sem manias de doutorices, e que ser conhecido apenas por Álvaro e não por "sr. ministro".
Hoje era um cidadão normal, com polo por fora das calças, num centro comercial a passear com os filhos.

Episódio pessoal: há umas semanas ligou um senhor que pretendia falar com a minha direcção. Fui eu que atendi. Depois da breve conversa, para deixar recado, comentei em jeito de pergunta qual o nome, para anotar. O senhor, emproado, respondeu em tom de afronta que "fala o Dr. XY". 
Há pais que dão nomes estranhos aos filhos...

Memória virtual


Neste caso em concreto, deixou de interessar o "quê" (o conhecimento) para passar a privilegiar-se o "onde" (caminho, link/site onde encontrar a informação...).

sábado, 16 de julho de 2011

Cinema na Quinta das Conchas


Noite de sexta-feira. Vento frio. Quinta das Conchas, Lisboa. Cinema ao ar livre. Companhia "simpática" (esta é uma private do filme). Filme "O Despertar da Mente", com Jim Carrey e Kate Winslet.

Até 23 de Julho, há cinema ao ar livre na Quinta das Conchas: CineConchas.
Embora quase no fim, a escolha é variada.
Convém levar uma manta...

Blogosferando - 54



"O conteúdo foi muito importante - as privatizações, RTP, incluída; a formação do conselho fiscalizador das contas públicas; as datas de 24 de Julho, 30 de Agosto e Outubro para anúncio de cortes na despesa (já deviam ter sido anunciados, no entanto); o imposto extraordinário; as previsões sérias sobre recessão, desemprego, exportações, crescimento. Mas a forma também pode revelar carácter e mundos.
Um repórter da Sic comparou, ontem, no jornal das 20 horas, as comunicações do anterior governo e a conferência de imprensa de Vítor Gaspar de horas antes. Disse que era uma mudança «da noite para o dia» (sic, propriamente). E foi.
Primeiro, o ministro das Finanças anunciou uma conferência para as 18h e entrou na sala às 17.59. Dissera que terminaria às 19.30 e terminou às 19.31. No fim, pediu desculpa pela diferença em relação ao horário anunciado.
(Um mundo de diferença em relação aos incompreensíveis atrasos de 45 minutos de Teixeira dos Santos até para reuniões com a troika.)
Segundo, Gaspar não deu uma conferência de imprensa, antes fez uma sessão de trabalho com jornalistas. Tinha a fazer uma comunicação e entregou a versão impressa; e sobre cada tema entregou um documento de suporte com dados e exemplos.
(Um mundo de diferença para os anúncios feitos à pressa e oralmente, ou então em tendas e com música, desmentidos pela realidade no dia seguinte.)
Terceiro, respondeu serenamente a todas as perguntas.
(Um mundo de diferença para as comunicações sobranceiras e a seco, sem direito a esclarecimentos e perguntas.)
Outra gente, de facto, outro governo."

Boas perguntas...

"O facto de os Estados Unidos terem eleito um presidente negro, filho de emigrante, foi um passo histórico, promissor, animador, regenerador, pacificador, nobre.
Agora - depois da inépcia a lidar com a crise política e económica, depois dos disparates iraquianos e afegãos -, está na altura de os Estados Unidos fazerem a pergunta que é incómodo fazer: será que elegemos este homem sobretudo porque era negro?"

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Blogosferando - 53


"Pegue no seu salário mensal líquido, abata-lhe os 485 euros de salário mínimo e do que resta divida por dois. Esse é o imposto. O Governo dá um exemplo de 1300 euros brutos por mês, como que a dizer que não será tão pesado como isso. Mas que raio de exemplo, isso é ganhar 1055 euros por mês líquidos, nem chega a classe média, é miserável, sobretudo tendo em conta o custo de vida em Portugal.
Este imposto é muito pesado para os portugueses. É preciso que se diga isso.
De resto gostei bastante do estilo apolítico do Ministro das Finanças. Gostei da explicação exaustiva e didáctica que foi dada, sem nada na manga."

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Imagem sem palavras - 163


No meu aniversário...

Outro?

O que é que se está a passar para morrerem tantos VIPs nas últimas semanas em Portugal?
Foi o Angélico, foi Maria José Nogueira Pinto, foi Diogo Vasconcelos, foi um jornalista fundador da TSF, foi Fernando Augusto Morais, foi um músico qualquer...

Quase parece aqueles fenómenos estranhos com pássaros...

Ou todos ou nenhum


Quando a periferia se começa a chamar Itália, a UE começa a tocar a rebate...
O ataque ao euro está a ficar cada vez menos discreto. E à UE só resta uma solução: unir-se à volta de todos e salvar-se.
O ataque não é contra uma ou outra periferia. É contra o coração de um projecto político com mérito mas que se deixou enredar em teias de burocracias e normas.

Como dizia há uns dias Nicolau Santos, se os países da actual periferia caírem, a periferia passa a ser feita com outros países...

sábado, 9 de julho de 2011

Jovens de espírito

Ontem, numa viagem de metro, ia sentada à minha frente uma senhora aí com uns 65 anos. Toda p'ra frentex. Cabelo curto, com várias cores, vestida modernamente, auriculares nos ouvidos.
Às tantas, reparo no sorriso de umas raparigas a olhar para a senhora e a cochichar. E... eis que a senhora, de olhos fechados, curte a música. Como os jovens. Ignorando o mundo circundante. Abanando a cabeça, mergulhada na música, dedos a bater o compasso.
Volta um pouco a si, abre os olhos, olha à volta, continua a tamborilar os dedos... Fecha os olhos de novo e deixa-se ir nas suas melodias. Pelo que se ouve, é o que os velhos chamam "música moderna", vulgo "martelos".

Gostei de ver a senhora.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Portugal a retalho

O corte do rating nacional por parte da Moody's, ontem, é muito prejudicial para nós e é altamente atacável.

A propósito, vale a pena ler estes dois textos:
- Pedro Santos Guerreiro: You bastards
- Vítor Bento: A saga dos ratings

Uma senhora


Finalmente!


Há uns anos, a renovação do Campo Pequeno impôs-se como uma grande qualificação desta zona central de Lisboa.
Há um ou dois anos, a gigantesca praça começou a ser cercada de tendas, toldos, varandas... e toda uma parafernália associada às esplanadas que ali se instalaram.
O sítio ficou horrível. Parecia um acampamento.

Parece que finalmente deu nas vistas. E as autoridades actuaram.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

EUA em festa

A 4 de julho de 1776 os representantes das 13 colónias britânicas reunidos em Filadélfia aprovavam por unanimidade a Declaração de Independência dos EUA.

Reforma local

A troika pediu uma redução "significativa" de municípios e de freguesias. 
Desde o séc. XIX que não há uma reforma digna desse nome sobre o poder local. Pode ser que agora, com o empurrão externo, se consiga mexer e organizar as autarquias, adequando-as às realidades actuais. Quer em dimensão territorial, quer em demografia, quer em viabilidade económica.

Nobre renúncia

O herói da verticalidade política renunciou ao mandato que o povo, eleitor e soberano, lhe deu: Fernando Nobre abandonou o lugar de deputado.

Não posso deixar de dizer isto: uma vez que não foi eleito Presidente da República, tentou chegar a esse posto pela porta do cavalo ao ser eleito nº 2 na hierarquia do Estado.
Ele que vá tratar das causas humanitárias. Seja feliz. E abandone o discurso da treta de que os políticos são todos corruptos e a causa de todos os males do país.

domingo, 3 de julho de 2011

A rosa murcha

Não deixa de ser curiosa uma sondagem que o Expresso publica esta semana sobre a futura escolha socialista.
À pergunta se é apoiante socialista, 27,7% dizem que sim e 62,4% dizem que não.
De seguida, estes universos seguem caminhos diferentes:
- dos 27,7% socialistas, 43,2% preferem Seguro e 39,6% escolhem Assis;
- dos 62,4% não socialistas, 45,6% inclinam-se para Assis e 35,2% para Seguro.

Olhando para estes resultados, não podemos deixar de notar que o PS está a virar-se para dentro...

Vale a pena espreitar o Corta-fitas: um PS sem emenda.

sábado, 2 de julho de 2011

Parafraseando - 102

«Talvez seja a liberdade, de palavra e de conduta, o que mais invejam os falhados - mais talvez que o dinheiro ou até o poder.»

Graham Greene, Viagens com a Minha Tia

Mas ainda bem que não evitou


Mas ainda bem que não evitou. 
Senão íamos continuar na aldrabice reiterada do PS-Sócrates. O maravilhoso défice de 7,7% no primeiro trimestre (falta saber o fabuloso legado do segundo trimestre...) seria fantástico e caminharíamos alegremente, juntamente com o Estado Social rosa, para o abismo absoluto. Para acompanhar a Grécia.