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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Líbia salva por Obama

Não resisto a esta alfinetada...
Quantos "danos colaterais" entretanto?
Mas, claro, Obama não é um assassino, como era Bush.
Obama não invadiu a Líbia sem motivo, como o louco Bush fez com o Afeganistão e o Iraque.
Obama vai salvar inocentes. Bush é que era um idiota imperialista à procura de petróleo.

Ah... a double talk comunicacional é uma coisa fabulosa.


Mas pronto, lá se foi mais um ditador.
Afinal é capaz de o Sr. Bush ter tido alguma razão antes do tempo, pretendendo espalhar a democracia por mais alguns sítios...


Antes uma democracia imperfeita do que uma ditadura perfeita.

sábado, 16 de julho de 2011

Boas perguntas...

"O facto de os Estados Unidos terem eleito um presidente negro, filho de emigrante, foi um passo histórico, promissor, animador, regenerador, pacificador, nobre.
Agora - depois da inépcia a lidar com a crise política e económica, depois dos disparates iraquianos e afegãos -, está na altura de os Estados Unidos fazerem a pergunta que é incómodo fazer: será que elegemos este homem sobretudo porque era negro?"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mundo sem Bin Laden


O mundo poderá ter ficado sem o terrorista mais procurado do mundo - mas tal não significa mais seguro. As retaliações poderão vir a caminho.
A guerra contra o terrorismo é uma guerra a longo prazo.
O mundo mudou pela acção de Bin Laden. Todos o sentimos na pele, de uma ou outra forma. Independentemente do país em que nos encontremos.
De qualquer forma, uma coisa é certa: George W. Bush tinha razão. Apesar de agora ouvir dizer na RTP-N que é Obama quem está de parabéns por esta operação.

sábado, 19 de março de 2011

Duplicidades

Na SIC-N vejo a intervenção de Barack Obama a justificar a intervenção militar na Líbia.
E se... aquela verborreia fosse pronunciada por George W. Bush?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Obama em zigue-zague

Nos acontecimentos recentes do Egipto uma coisa tem sido evidente: os EUA andam a apanhar bonés (citando Marcelo Rebelo de Sousa).
Todos os dias, Obama ou Hillary Clinton dizem qualquer coisa sobre o que se passa no país das pirâmides.
No início era para manter a ordem. Depois foram apelos a torto e a direito. De seguida falaram em reformas. Agora falam em democracia e empurram Mubarak borda fora... Para política externa, estas posições da maior potência mundial são uma salganhada.
Ao menos com o louco George W. Bush a ideia era levar a democracia a todo o lado. E foi isso que fez no Iraque. 
A propósito, ler o artigo de Luciano Amaral no Metro.

sábado, 9 de outubro de 2010

Afinal não era o diabo...

"Uma pesquisa feita nos Estados Unidos praticamente equipara os governos de Barack Obama e do seu antecessor, George W. Bush. Os resultados, divulgados esta sexta-feira, mostram que 47 por cento dos entrevistados acham que o actual presidente é melhor, enquanto 45 por cento dizem sentir falta de Bush." (SOL)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A duplicidade

"na entrevista ao programa Today, da NBC, o Presidente [Obama] negou ter acordado tarde para a catástrofe que, segundo alguns analistas, tem potencial para manchar o seu mandato. “Estive lá [na costa do Luisiana] há um mês quando a maioria das cabeças falantes ainda não tinham prestado atenção ao que se passava no golfo”. Obama disse ainda que se tem demorado tempo a discutir a questão com peritos “é para descobrir qual o cu que é preciso chutar”.(Público)

Gostava de saber o alarido que andaria em meio mundo se a última frase tivesse sido dita por George W. Bush...
A duplicidade de tratamento é descarada (e não é a primeira vez que reparo nisto).

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Re-START


"Washington e Moscovo comprometem-se a reduzir o número das ogivas nucleares para 1550 cada um, o que representa uma diminuição de 74 por cento em relação ao limite do tratado START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas), assinado em 1991 e que expirou no final de 2009." (SOL)

"Mesmo não trazendo cortes muito significativos nas existências actuais de armamento nuclear, a adopção destas reduções reflecte um mais profundo estado de entendimento entre os antigos inimigos da Guerra Fria, desde que foi dado o primeiro passo de desnuclearização bilateral em 1991 - com o histórico Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START-1), assinado pelo então Presidente norte-americano George Bush pai e o último chefe de Estado da União Soviética, Mikhail Gorbatchov. Moscovo e Washington vão comprometer-se a diminuir, cada um, para 1550 as ogivas nucleares estratégicas operacionais que possuem dentro de sete anos após a entrada em vigor do novo pacto. Na prática, e admitindo que as legislaturas dos dois países - a Duma russa e o Senado norte-americano - ratificam o tratado até ao final do ano, as novas limitações devem ser cumpridas até 2017." (PÚBLICO)

(Assim de repente, há qualquer coisa de contraditória nestes dois textos de jornais diferentes...)

De qualquer forma, não deixa de ser significativo este acordo. Quanto mais não seja pela pressão que coloca sobre outros Estados que aspiram ter armas nucleares.
E esta manhã, na rádio, ouvi uma análise curiosa: este acordo serve para fazer a Rússia pensar que se equipara aos EUA.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Nobel Obama


O presidente norte-americano recebeu hoje o prémio Nobel da Paz, em Oslo.
Discursou.
Foi humilde face a outros laureados com o mesmo galardão.
E lançou avisos à navegação no seu curto discurso.
"Um movimento não violento não poderia ter detido os exércitos de Hitler. Negociações não convenceriam os líderes da Al-Qaida a deporem as armas. Dizer que a força é por vezes necessária não é um apelo ao cinismo, é um reconhecimento da história", disse. "A convicção de que a paz é necessária raramente é suficiente para a alcançar", acrescentou noutro passo. (DN)

Basicamente, a paz não é apenas a ausência de guerra.

Agora pergunto: se este discurso tivesse sido proferido por George W. Bush, que tipo reacções e comentários indignados já andariam a dar a volta ao mundo?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nobel da Paz 2009: Barack Obama

Quando li a notícia esta manhã fiquei em choque.
Barack Obama?
Mas o que fez ele para a paz para além de discursos?
De espalhar esperança?
De inspirar as multidões pelo mundo fora?

No Irão, tudo na mesma. Ou pior.
Na Coreia do Norte, idem.
No Médio Oriente, tudo na mesma.

Em anos anteriores, este galardão foi atribuído como uma espécie de prémio por uma carreira ao longo do tempo.
Desta vez foi atribuído olhando o futuro. Foi atribuído a uma esperança, a uma mensagem.

Ele ficou surpreendido com a nomeação. Acredito. Só está no cargo desde Janeiro/09, e a sua presidência está ainda a dar os primeiros passos. Ainda tem muito a provar e a mudar na ordem política internacional. Não por estar mal, mas porque é assim pela ordem natural das coisas.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A mosca de Obama

Hoje o mundo anda maravilhado com este momento de Barack Obama:



... tenho alguma curiosidade em saber quais seriam as reacções que algo semelhante feito por George W. Bush teria pelo planeta Terra.

Mas quase arrisco adivinhar:
- Bush era um saloio por matar uma mosca. Ainda para mais, na televisão!
- Bush era um selvagem por matar um animal da espécie mosca. E teria um onda de protestos encabeçada pela Greenpeace;
- Bush era um estúpido, por mostrar a mosca depois de a ter matado;
- Bush era um pateta por tentar responder na entrevista ao mesmo tempo que tentava afastar uma mosca;
- Bush era um idiota por rir do que acabou de fazer.

Bush era tão palerma que até se pôs a fazer sapateado enquanto esperava por não sei quem para uma conferência de imprensa. No entanto, eu achei esse episódio delicioso!
Mas pronto, Bush é estúpido e Obama é muita fixe.

Esta atitude embevecida e parola por tudo o que Obama faz é absolutamente idiota!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Citizen Obama



"And I've said before that one of the great strengths of the United States is -- although as I mentioned, we have a very large Christian population, we do not consider ourselves a Christian nation or a Jewish nation or a Muslim nation; we consider ourselves a nation of citizens who are bound by ideals and a set of values. I think Turkey was -- modern Turkey was founded with a similar set of principles, and yet what we're seeing is in both countries that promise of a secular country that is respectful of religious freedom, respectful of rule of law, respectful of freedom, upholding these values and being willing to stand up for them in the international stage. If we are joined together in delivering that message, East and West, to -- to the world, then I think that we can have an extraordinary impact. And I'm very much looking forward to that partnership in the days to come."

Parte da conferência de imprensa de Obama e do presidente turco Abdulah Gül (transcrita aqui)

(via Esgravatar)

domingo, 5 de abril de 2009

Turquia na UE, sim

A notícia no SOL:

"Obama afirmou que o Ocidente deveria estabelecer uma cooperação mais próxima e eficaz com os países islâmicos e aproveitou para dizer que deixar a Turquia entrar na UE seria um bom exemplo deste esforço.
França, Áustria e outras nações opõe-se aos esforços da Turquia para se juntar à União europeia. Os Estados-membros exigiram àquele país que garantisse mais direitos às minorias, que limitassem o seu poder militar e atribuíssem mais poderes aos sindicatos.
A maioria da população turca é muçulmana. Obama visitará o país na segunda e terça-feira."

Subscrevo!

sábado, 4 de abril de 2009

Volta ao mundo em curtas - 4

1 - Google quer comprar Twitter
"Depois do YouTube, o gigante da Internet prepara-se para alargar ainda mais o seu ciber-império através da compra do popular site de micro-blogging Twitter."

2 - E não é que é verdade...?
"Há uns anos, as gaffes de George W. Bush ou de Jacques Chirac (outro especialista) enchiam páginas de jornais, geravam comentários e opiniões do mais agressivo que há. Nos tempos que correm, Barack Obama e a sua mulher Michelle podem dar-se ao luxo de dar pontapés no protocolo, podem dizer gracinhas sem piada nenhuma, sob o disfarce de quererem parecer gente descontraída, e não se passa nada." (via Corta-fitas)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Páginas inspiradas

Ontem acabei de ler, pela segunda vez, o emocionante romance de Sándor Marai "As velas ardem até o fim". Um livro cujo deslumbramento começa no título.
Em breve, colocarei algumas impressões no Palavras Impressas.


Era altura de agarrar um novo livro.
A escolha recaiu num pequeno livro editado pelo Público há algumas semanas: "Dez discursos históricos", todos eles de Barack Obama.

É absolutamente inspirador absorver as suas palavras logo pela manhã, a caminho do trabalho.
Enche-nos de esperança, de capacidade de fazer, de sonho, de possibilidades, de ímpeto de mudança.

A política, a vida, tudo, é, antes de mais, a capacidade de acreditar que é possível realizar os sonhos.

Em 8 de Janeiro de 2008, em New Hamphire, onde ficou a escassos votos de vencer as primárias a Hillary Clinton, Obama galvanizou as pessoas e gravou a divisa que marcou a sua campanha "Yes, we can".
Um excerto desse notável discurso:
"Mas, ao longo da improvável história da América, a esperança nunca foi uma coisa falsa. Porque quando enfrentámos situações aparentemente impossíveis; quando nos disseram que não estávamos prontos, ou que não devíamos tentar, ou que não íamos conseguir, gerações de americanos responderam com o credo que resume o espírito de um povo: Sim, nós podemos."

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

"Our lives are defined by opportunities, even the ones we miss"
In "O Estranho Caso de Benjamin Button"


E uma sugestão para muitos momentos:
I CAN READ

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Discurso de tomada de posse


"Meus caros cidadãos:
Aqui estou hoje, humilde perante a tarefa à nossa frente, grato pela confiança que depositaram em mim, consciente dos sacrifícios que os nossos antepassados enfrentaram. Agradeço ao Presidente Bush pelo seu serviço à nossa nação, assim como a generosidade e a cooperação que demonstrou durante esta transição.
Quarenta e quatro americanos fizeram até agora o juramento presidencial. Os discursos foram feitos durante vagas de crescente prosperidade e águas calmas de paz. No entanto, muitas vezes a tomada de posse ocorre no meio de nuvens espessas e furiosas tempestades. Nesses momentos, a América perseverou não só devido ao talento ou à visão dos que ocupavam altos cargos mas porque Nós o Povo permanecemos fiéis aos ideais dos nossos antepassados e aos nossos documentos fundadores.


Assim tem sido. E assim deve ser com esta geração de americanos.

Que estamos no meio de uma crise, já todos sabem. A nossa nação está em guerra, contra uma vasta rede de violência e ódio. A nossa economia está muito enfraquecida, consequência da ganância e irresponsabilidade de alguns, mas também nossa culpa colectiva por não tomarmos decisões difíceis e prepararmos a nação para uma nova era. Perderam-se casas; empregos foram extintos, negócios encerraram. O nosso sistema de saúde é muito oneroso; para muita gente as nossas escolas falharam; e cada dia traz-nos mais provas de que o modo como usamos a energia reforça os nossos adversários e ameaça o nosso planeta.

Estes são indicadores de crise, resultado de dados e de estatística. Menos mensurável mas não menos profunda é a perda de confiança na nossa terra - um medo incómodo de que o declínio da América é inevitável, e que a próxima geração deve baixar as expectativas.

Hoje eu digo-vos que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Não serão resolvidos facilmente nem num curto espaço de tempo. Mas fica a saber, América - eles serão resolvidos.


Neste dia, unimo-nos porque escolhemos a esperança e não o medo, a unidade de objectivo e não o conflito e a discórdia.

Neste dia, viemos para proclamar o fim dos ressentimentos mesquinhos e falsas promessas, as recriminações e dogmas gastos, que há tanto tempo estrangulam a nossa política.


Continuamos a ser uma nação jovem, mas nas palavras da Escritura, chegou a hora de pôr as infantilidades de lado. Chegou a hora de reafirmar o nosso espírito de resistência, de escolher o melhor da nossa história; de carregar em frente essa oferta preciosa, essa nobre ideia, passada de geração em geração; a promessa de Deus de que todos somos iguais, todos somos livres, e todos merecemos uma oportunidade de tentar obter a felicidade completa.


Ao reafirmar a grandeza da nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é um dado adquirido. Deve ser conquistada. A nossa viagem nunca foi feita de atalhos ou de aceitar o mínimo. Não tem sido o caminho dos que hesitam – dos que preferem o divertimento ao trabalho, ou que procuram apenas os prazeres da riqueza e da fama. Pelo contrário, tem sido o dos que correm riscos, os que agem, os que fazem as coisas – alguns reconhecidos mas, mais frequentemente, mulheres e homens desconhecidos no seu labor, que nos conduziram por um longo e acidentado caminho rumo à prosperidade e à liberdade.


Por nós, pegaram nos seus parcos bens e atravessaram oceanos em busca de uma nova vida.


Por nós, eles labutaram em condições de exploração e instalaram-se no Oeste; suportaram o golpe do chicote e lavraram a terra dura. Por nós, eles combateram e morreram, em lugares como Concord e Gettysburg; Normandia e Khe Sahn.

Tantas vezes estes homens e mulheres lutaram e se sacrificaram e trabalharam até as suas mãos ficarem ásperas para que pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América como maior do que a soma das nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.

Esta é a viagem que hoje continuamos. Permanecemos a nação mais poderosa e próspera na Terra. Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que eram quando a crise começou. As nossas mentes não são menos inventivas, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. A nossa capacidade não foi diminuída. Mas o nosso tempo de intransigência, de proteger interesses tacanhos e de adiar decisões desagradáveis – esse tempo seguramente que passou.

A partir de hoje, devemos levantar-nos, sacudir a poeira e começar a tarefa de refazer a América.

Para onde quer que olhamos, há trabalho paraa fazer. O estado da economia pede acção, corajosa e rápida, e nós vamos agir – não só para criar novos empregos mas para lançar novas bases de crescimento. Vamos construir estradas e pontes, redes eléctricas e linhas digitais que alimentam o nosso comércio e nos ligam uns aos outros.

Vamos recolocar a ciência no seu devido lugar e dominar as maravilhas da tecnologia para elevar a qualidade do serviço de saúde e diminuir o seu custo. Vamos domar o sol e os ventos e a terra para abastecer os nossos carros e pôr a funcionar as nossas fábricas. E vamos transformar as nossas escolas e universidades para satisfazer as exigências de uma nova era.


Podemos fazer tudo isto. E tudo isto iremos fazer. Há alguns que, agora, questionam a escala das nossas ambições – que sugerem que o nosso sistema não pode tolerar muitos planos grandiosos. As suas memórias são curtas. Esqueceram-se do que este país já fez; o que homens e mulheres livres podem fazer quando à imaginação se junta um objectivo comum, e à necessidade a coragem.


O que os cínicos não compreendem é que o chão se mexeu debaixo dos seus pés – que os imutáveis argumentos políticos que há tanto tempo nos consomem já não se aplicam. A pergunta que hoje fazemos não é se o nosso governo é demasiado grande ou demasiado pequeno, mas se funciona – se ajuda famílias a encontrar empregos com salários decentes, cuidados de saúde que possam pagar, pensões de reformas que sejam dignas. Onde a resposta for sim, tencionamos seguir em frente. Onde a resposta for não, programas chegarão ao fim.

E aqueles de nós que gerem os dólares do povo serão responsabilizados – para gastarem com sensatez, reformarem maus hábitos e conduzirem os nossos negócios à luz do dia – porque só então poderemos restaurar a confiança vital entre o povo e o seu governo.


Não se coloca sequer perante nós a questão se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. O seu poder de gerar riqueza e de expandir a democracia não tem paralelo, mas esta crise lembrou-nos que sem um olhar vigilante o mercado pode ficar fora de controlo – e que uma nação não pode prosperar quando só favorece os prósperos. O sucesso da nossa economia sempre dependeu não só da dimensão do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance da nossa prosperidade; da nossa capacidade em oferecer oportunidades a todos – não por caridade, mas porque é o caminho mais seguro para o nosso bem comum.


Quanto à nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a escolha entre a nossa segurança e os nossos ideais. Os nossos Pais Fundadores, face a perigos que mal conseguimos imaginar, redigiram uma carta para assegurar o estado de direito e os direitos humanos, uma carta que se expandiu com o sangue de gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e não vamos abdicar deles por oportunismo.


E por isso, aos outros povos e governos que nos estão a ver hoje, das grandes capitais à pequena aldeia onde o meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de todas as nações e de todos os homens, mulheres e crianças que procuram um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar mais uma vez.


Recordem que as primeiras gerações enfrentaram o fascismo e o comunismo não só com mísseis e tanques mas com alianças sólidas e convicções fortes. Compreenderam que só o nosso poder não nos protege nem nos permite agir como mais nos agradar. Pelo contrário, sabiam que o nosso poder aumenta com o seu uso prudente; a nossa segurança emana da justeza da nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades moderadas de humildade e contenção.

Nós somos os guardiões deste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, podemos enfrentar essas novas ameaças que exigem ainda maior esforço – ainda maior cooperação e compreensão entre nações. Vamos começar responsavelmente a deixar o Iraque para o seu povo, e a forjar uma paz arduamente conquistada no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos inimigos, vamos trabalhar incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear, e afastar o espectro do aquecimento do planeta.


Não vamos pedir desculpa pelo nosso modo de vida, nem vamos hesitar na sua defesa, e àqueles que querem realizar os seus objectivos pelo terror e assassínio de inocentes, dizemos agora que o nosso espírito é mais forte e não pode ser quebrado; não podem sobreviver-nos, e nós vamos derrotar-vos.


Porque nós sabemos que a nossa herança de diversidade é uma força, não uma fraqueza. Nós somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e não crentes. Somos moldados por todas as línguas e culturas, vindas de todos os cantos desta Terra; e porque provámos o líquido amargo da guerra civil e da segregação, e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos deixar de acreditar que velhos ódios um dia passarão; que as linhas da tribo em breve se dissolverão; que à medida que o mundo se torna mais pequeno, a nossa humanidade comum deve revelar-se; e que a América deve desempenhar o seu papel em promover uma nova era de paz.


Ao mundo muçulmano, procuramos um novo caminho em frente, baseado na confiança mútua e no respeito mútuo. Aos líderes por todo o mundo que procuram semear o conflito, ou culpar o Ocidente pelos males da sua sociedade – saibam que o vosso povo vos julgará pelo que construírem, não pelo que destruírem. Aos que se agarram ao poder pela corrupção e engano e silenciamento dos dissidentes, saibam que estão no lado errado da história; mas que nós estenderemos a mão se estiverem dispostos a abrir o vosso punho fechado.


Aos povos das nações mais pobres, prometemos cooperar convosco para que os vossos campos floresçam e as vossas águas corram limpas; para dar alimento aos corpos famintos e aos espíritos sedentos de saber. E às nações, como a nossa, que gozam de relativa riqueza, dizemos que não podemos mais mostrar indiferença perante o sofrimento fora das nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem prestar atenção aos seus efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.


Ao olharmos para o caminho à nossa frente, lembremos com humilde gratidão os bravos americanos que, neste preciso momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm alguma coisa para nos dizer hoje, tal como os heróis caídos em Arlington fazem ouvir a sua voz. Honramo-los não apenas porque são guardiões da nossa liberdade, mas porque incorporam o espírito de serviço; uma vontade de dar significado a algo maior do que eles próprios. E neste momento – um momento que definirá uma geração – é este espírito que deve habitar em todos nós. Porque, por mais que o governo possa e deva fazer, a nação assenta na fé e na determinação do povo americano.

É a generosidade de acomodar o desconhecido quando os diques rebentam, o altruísmo dos trabalhadores que preferem reduzir os seus horários a ver um amigo perder o emprego que nos revelam quem somos nas nossas horas mais sombrias. É a coragem do bombeiro ao entrar por uma escada cheia de fumo, mas também a disponibilidade dos pais para criar um filho, que acabará por selar o nosso destino.


Os nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com que os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores de que depende o nosso sucesso – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo – estas coisas são antigas. Estas coisas são verdadeiras. Têm sido a força silenciosa do progresso ao longo da nossa história. O que é pedido, então, é o regresso a essas verdades.
O que nos é exigido agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento, da parte de cada americano, de que temos obrigações para connosco, com a nossa nação, e com o mundo, deveres que aceitamos com satisfação e não com má vontade, firmes no conhecimento de que nada satisfaz mais o espírito, nem define o nosso carácter, do que entregarmo-nos todos a uma tarefa difícil.

Este é o preço e a promessa da cidadania.


Esta é a fonte da nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos chama para moldar um destino incerto.


Este é o significado da nossa liberdade e do nosso credo – é por isso que homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as religiões se podem juntar em celebração neste magnífico mall, e que um homem cujo pai há menos de 60 anos não podia ser atendido num restaurante local pode agora estar perante vós a fazer o mais sagrado juramento.


Por isso, marquemos este dia com a lembrança do quem somos e quão longe fomos. No ano do nascimento da América, no mais frio dos meses, um pequeno grupo de patriotas juntou-se à beira de ténues fogueiras nas margens de um rio gelado. A capital tinha sido abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado da nossa revolução era incerto, o pai da nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas ao povo:

“Que o mundo que há-de vir saiba que... num Inverno rigoroso, quando nada excepto a esperança e a virtude podiam sobreviver... a cidade e o país, alarmados com um perigo comum, vieram para [o] enfrentar.”


América. Face aos nossos perigos comuns, neste Inverno das nossas dificuldades, lembremo-nos dessas palavras intemporais. Com esperança e virtude, enfrentemos uma vez mais as correntes geladas e suportemos as tempestades que vierem. Que seja dito aos filhos dos nossos filhos que quando fomos testados recusámos que esta viagem terminasse, que não recuámos nem vacilámos; e com os olhos fixos no horizonte e a graça de Deus sobre nós, levámos adiante a grande dádiva da liberdade e entregámo-la em segurança às futuras gerações."


(fonte:
PÚBLICO)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O peso das palavras

A partir do PÚBLICO, terão sido estas as palavras mais usadas por Obama no seu discurso inaugural como presidente americano.
Mal encontre esse discurso em português, virá parar a este humilde blogue.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A fronteira da esperança

Hoje foi o último dia do mandato de George W. Bush.
Não foi o melhor presidente dos EUA, nem pouco mais ou menos. Mas também teve a sorte de ser presidente em tempos particularmente conturbados.
Ontem, o PÚBLICO trazia em destaque uma interessante avaliação prévia dos 8 anos que Bush passou na Casa Branca. Só daqui a algumas décadas poderá ser feita uma avaliação do que significou esta Administração americana, quer em termos internos, quer internacionalmente.
Esta administração será definida sobretudo por três momentos: o 11 de Setembro, o furacão Katrina e a crise financeira.
Mas há um ponto a não esquecer: a sorte da Administração Obama poderá ofuscar ainda mais ou fazer brilhar a passagem de George W. Bush pela Casa Branca. O legado de qualquer presidência é sempre avaliado em comparação com as que se lhe seguiram.
Foi assim com Harry Truman, por exemplo, "que, nos anos 50, abandonou a Casa Branca como um dos mais líderes impopulares nos Estados Unidos." A História reabilitou-o.
Reitero o que ja aqui disse por várias vezes: Bush não foi certamente o mais brilhante dos presidentes americanos, mas também não é o idiota chapado que muitos querem fazer crer. Tenho para mim que a guerra contra o terrorismo ficará como um grande ponto a favor desta administração.

Amanhã, 20 de Janeiro, Obama cruza a fronteira da esperança.
Oxalá consiga ser tão inspirador como tem sido até aqui.


Lista dos presidentes americanos aqui.