terça-feira, 31 de julho de 2007

“Porquê fazer um slogan, quando se pode fazer um poema?»

Jorge Colombo, em entrevista à TSF.
(com a devida vénia Ao Léu)

Ligações directas

Como o tempo e a inspiração não têm andado muito em grande, apenas vou juntar três coisas que a minha cabecinha ligou:
- o artigo Sexo em Democracia, do investigador em biotecnologia João Miranda, publicado no Diário de Notícias de há alguns dias;
- a canção de uma Natasha Bedingfield (I Wanna Have Your Babies) que anda a passar nas rádios e que deve ser um hino às medidas do governo para promover a natalidade:
- esta frase: "Actualmente sexo é de direita. Amor é de esquerda. Nos anos 60 era o contrário" (Arnaldo Jabor, in "Amor é Prosa, Sexo é Poesia"), lida aqui.
Perceberam a ligação que esta cabecinha fez, hein?

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Tortura de verão

Num dia como hoje, em que a temperatura chegou aos 40º em Lisboa, há torturas sociais que me deixam com um ponto de interrogação na cabeça:
- por que carga de água é que os homens têm de andar de fato e gravata no trabalho e as mulheres podem ir descapotáveis, frescas e fofas?!
Igualdade uma treta!

domingo, 29 de julho de 2007

Os Simpsons

Já vi o filme mais esperado deste verão: os Simpsons. Genial!
Politicamente incorrecto, provocador, com piada, com a estupidez natural de Homer Simpson ao máximo, brincando com a corrente ambientalista que vigora, com os filmes catástrofe,... com tudo!
E com este presidente dos EUA, que a certa altura tem esta tirada: "I was elected to lead, not to read" (esta piada deve perder-se por completo na versão dobrada).
E, no fim, vale a pena esperar, e ver todas as letras até ao fim. Ainda há ali muita piada. E espero que a primeira palavra (?) da pequena Maggie se concretize...

Verão...?


Dia 29 de Julho e chegou - mesmo! - o Verão. Há pouco ouvi na rádio que já íamos em 40º. Nada mau...!
E basta atravessar a porta da rua para confirmar que é verdade. Nota-se aquele ar quente que nos bate na cara.
Só apetece estar à sombra, a comer ou beber coisas frias. Ou, por exemplo, protegido à sombra das árvores, como neste vídeo que fiz há alguns dias no jardim da Gulbenkian. Fresco, em silêncio, noutra dimensão.

Nem quero pensar como vai ser amanhã ir trabalhar de fato...
A culpa do tempo duvidoso até agora tem sido do anticiclone dos Açores:
"Um anticiclone é geralmente sinónimo de bom tempo: céu limpo, calor ameno, nada de chuva. Desta vez, o anticiclone dos Açores esteve a sudoeste daquela que é a sua localização habitual. Deixou de estar sobre os Açores e afastou-se para mais ao largo no Atlântico. A mudança causou alterações meteorológicas que podem relacionar-se, sobretudo, com as cheias no Reino Unido.
Agora o anticiclone já se desloca em direcção ao continente, o que fará o mercúrio dos termómetros subir um pouco na Península Ibérica. No Reino Unido, as cheias parecem diminuir e, no Sudeste europeu, a temperatura já desceu alguns graus Celsius após a vaga de calor dos últimos dias.
No período em que as cheias no Reino Unido foram mais intensas, o anticiclone esteve a sudoeste da sua posição habitual e isso permitiu a passagem de sistemas frontais na região britânica e também no Norte da Península Ibérica. Os sistemas frontais são compostos por várias frentes, ou superfícies frontais, que constituem o ponto de contacto entre massas de ar diferentes - podem ser quentes ou frias, mais ou menos densas." (PÚBLICO)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Chegou!


Eu, que nem sou fã dos Simpsons nem coisa que se pareça, e que em toda a minha vida devo ter visto meia dúzia de episódios desta consagrada série americana, não vou perder o filme.

"The Simpsons Sing The Blues, eis o clássico videoclip deste hit de Bart, feito em colaboração com Michael Jackson (que co-escreveu e co-produziu). Vintage! O video é realizado por Brad Bird, ele que hoje trabalha em sofisticadas animações da Pixar (é o realizador de The Incredibles e do muito aguardado Ratatouille.)" (a partir do simpsondependente Nuno Markl)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Contra o medo, liberdade

O homem a quem ninguém cala escreveu hoje um sonante artigo de opinião no PÚBLICO. Com direito a destacada chamada na capa do jornal.
Apenas alguns excertos:
Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira. Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á.

Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.

Sottomayor Cardia escreveu, ainda estudante, que "só é livre o homem que liberta". Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia. E muito menos num partido como o PS, que sempre foi um partido de homens e mulheres livres, "o partido sem medo", como era designado em 1975. Um partido que nasceu na luta contra a ditadura e que, depois do 25 de Abril, não permitiu que os perseguidos se transformassem em perseguidores, mostrando ao mundo que era possível passar de uma ditadura para a democracia sem cair noutra ditadura de sinal contrário.
(...)

António Sérgio, que é uma das fontes do socialismo português, prezava o seu "querido talvez" por oposição ao espírito dogmático. E Antero de Quental chamava-nos a atenção para estarmos sempre alerta em relação a nós próprios, porque "mesmo quando nos julgamos muito progressistas, trazemos dentro de nós um fanático e um beato". Temo que actualmente pouco ou nada se saiba destas e doutras referências.
(...)

Por isso, como em tempo de outros temores escreveu Mário Cesariny: "Entre nós e as palavras, o nosso dever falar." Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.

Não quero acreditar que este governo, apesar da maioria absoluta, se vá embrenhar por estes caminhos.
O que é preocupante, como refere o próprio Manuel Alegre, é a proliferação de indivíduos mais papistas que o Papa, e que ancorados numa confusão entre lealdade e subserviência recorrem à delação. E assim vão implantando o medo numa sociedade já de si receosa. E por isso menos livre.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Free Lindsay!

Nos EUA parece que agora é moda prender meninas por qualquer coisa. Em Portugal ainda não se chegou a este exagero.
Depois de Paris Hilton (que sei que é milionária e herdeira da cadeia de hotéis Hilton), agora foi a vez de Lindsay Lohan (que não faço ideia quem seja, para além de ser engraçadinha).

(inspirado no Incontinente Verbais: 1 e 2)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Pasión - Rodrigo Leão

Esta música anda no meu MP3 desde o início, mas só recentemente é que a ouvi de uma forma diferente. Rodrigo Leão é um génio da música nacional. As suas melodias simples e complexas. As vozes insuspeitas que consegue encontrar para as suas letras.
O que me conquista em Pasión, para além da letra, é o pormenor dos violinos quando começa o refrão (reparem aos minutos 01:00, 02:29 e 03:00).
Aquela forma como dançam, como embalam, como nos agarram pela mão e nos fazem levitar...

(infelizmente não encontrei nenhum vídeoclip decente...)

domingo, 22 de julho de 2007

imagem sem palavras - 42

Série verde
Árvores junto ao Pavilhão do Conhecimento - Parque das Nações
(reparem no contraste entre o verde das árvores e o castanho da madeira no tecto)

Kart a pedais

Para quem, como eu, tem o handicap de não saber andar de bicicleta, há uma interessante solução: karts a pedais. Estão no Parque das Nações, para aluguer. Há pelo menos dois pontos com estes quiosques: junto ao Pavilhão Atlântico e junto ao Oceanário. (Tejo Bike)

Levei um kart por meia hora, pensei que seria tempo mais que suficiente para dar uma voltinha, mas passou muito rápido. Deu para atravessar o passadiço de madeira sobre o rio, ir até à Torre Vasco da Gama (onde vi que estão a destruir o edifício na sua base, e que foi o pavilhão da UE durante a Expo 98… fiquei com raiva!), voltar junto aos bares/cafés/discotecas, subir junto ao Atlântico, passar no Pavilhão de Portugal e entregar o kart junto ao Oceanário… 3,00€.

É uma dose a repetir. Tem desporto, descontração, paragens para fotografias (claro!), paisagens com ângulos diferentes...

sábado, 21 de julho de 2007

Blogosferando por aí - 4


Descobri que a Ana de Amsterdam fez uns estudos. Cá fica para consulta o seu "Ensaio Sobre a Parolice". Com vários capítulos: (1) , (2), (3), (4) e (5).

Jardim Gulbenkian

Lembro-me de lá ter ido poucos meses depois de chegar a Lisboa, há mais de 10 anos. Depois perdi-lhe o rasto. Passaram anos. Entretanto, reencontrei-o. E volto lá de vez em quando. Menos do que talvez gostasse. Não me lembro, ou apenas não tenho tempo.
Agora já acabaram as obras no jardim. E está todo disponível.
É bom passear neste mundo à parte, mesmo no centro da cidade. Sentir o verde, inspirar a natureza, escapar pelos caminhos interiores, esconder-se à sombra das árvores, ver pontes sobre discretos riachos, cheirar aquele perfume de terra, flores, plantas, sei lá…
Hoje fui lá espairecer um bocado. E sair do reboliço da cidade. Cercado por avenidas muito movimentadas, não se dá por isso quando nos embrenhamos lá dentro.
Fui retomar “As Mulheres do meu pai”, do Agualusa. Já há vários dias – muitos – que não lhe toco. Não me tem apetecido.
Sentei-me no anfiteatro, agora com o palco remodelado. Quase parece aquela coisa de palco ao ar livre que existe em Alcântara, por baixo da 25 de Abril. Percebo a funcionalidade, mas não me agradou muito. Corta a vista ao lago, ali com cabos, luzes e sei lá mais o quê.
Fiquei ali um bocado, abstraído. Li algumas páginas. Respirei.
Pássaros e pombas voam, saltam. A certa altura uma pomba mais corajosa pousa a meio do anfiteatro e vai saltando, banco a banco, até chegar onde estou. Olha, ronda, passeia. Como não tenho comida, acaba por seguir para outro lado. Sabe bem esta simplicidade.
Na volta, ainda descobri um riacho.
Apenas fiquei com pena de não ter levado a minha amiga máquina fotográfica. Era capaz de ter tirado uma série de fotos…
Hei-de lá voltar não tarde nada. com todos os apetrechos necessários.

sexta-feira, 20 de julho de 2007


De rastos


Foi uma semana extenuante. Estou absolutamente de rastos! Isto de garantir o funcionamento de um departamento de três pessoas quando duas delas estão de férias...

Apesar disso - e do enorme cansaço - tenho a sensação de que me safei com uma grande pinta. E hoje já tive vários elogios pelo meu desempenho-maravilha :)

Agora ainda faltam mais duas destas pela frente...
Mas antes é FIM-DE-SEMANA!!

Andamentos

Parece que ele anda por aí...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

terça-feira, 17 de julho de 2007

imagem sem palavras - 41

Coisas que ainda não disse sobre as eleições


1 – alguns resultados surpreenderam-me: a percentagem de António Costa. Sempre pensei que iria ter mais do que as sondagens lhe davam (35%). Afinal, teve muito menos (29,5%). Com uma abstenção tão alta, não há sondagens que resistam.

2 – embora com uma pequena maioria, não deixa de ser importante e significativa a vitória do PS em todas as 53 freguesias de Lisboa. Ninguém quis repetir o caos do mandato anterior.

3- durante os próximos dois anos, e com alguma inteligência (que manifestamente tem), António Costa conseguirá desbloquear algumas coisas (poucas), mostrar ambição, culpar a oposição por não poder fazer mais, e preparar uma grande maioria absoluta em 2009.

4 – surpreendeu-me o resultado do candidato que ficou em 2º lugar (nas sondagens ainda indefinido entre Carmona ou Negrão): muito abaixo dos 20%. Pensei que teria mais força.

5 – Helena Roseta ficou também abaixo do esperado. Começou a campanha cheia de força, e esvaziou-se no seu decurso.

6 – a não eleição de Telmo Correia. Péssima para o partido. O CDS poderia ter apresentado um candidato melhor. A ideia de fazer campanha a limpar grafittis e a dar pazinhas e vassouras era para quê?

7 – o argumento utilizado por Carmona para não se coligar (ou seja lá o que for) com o novo executivo é absolutamente parolo: o aeroporto de Lisboa. Se o executivo camarário fosse de Carmona, ele conseguiria impedir a saída do aeroporto da Portela?! Para quem já foi presidente da CML e Ministro das Obras Públicas, um pouco de seriedade não fazia mal nenhum…

8 – o meu sonho era a não eleição do Zé… Mas nem as sondagens nem os resultados o concretizaram. Ao menos que mude os óculos para um modelo mais recente/moderno. Só para chatear...

9 – quando é que os especialistas da área irão ver que o actual modelo dos executivos camarários não é o melhor. Porque não o mesmo modelo usado para o governo da República: um parlamento, constituído proporcionalmente aos resultados, e um executivo formado apenas pelo partido vencedor das eleições? (não tarda nada ainda se lembram do modelo timorense: ganha um partido, mas o presidente Ramos Horta promove uma coligação de toda a oposição para formar governo, e o partido vencedor das eleições fica na oposição…)
Sobre os resultados, ver o completo e interessante dossier no semanário SOL, com resultados por freguesia e graficamente muito bem apresentado.
Também tem resultados das autárquicas de 2005 para comparar.

Um dia na mesa de voto


Nestas eleições de Lisboa, estive numa mesa de voto. Nunca tinha estado, e é uma experiência interessante. A democracia, simplesmente. O momento em que o cidadão toca no poder.

Logo de manhã (sim, pelas 7h00 da manhã!) é preciso estar no local para preparar as coisas: afixar documentos, contar boletins de voto, ver o que era para fazer (é que cair ali de pára-quedas, sem qualquer ideia do que se faz, é complicado…). E esperar pelas 8h para abrir as urnas.

Na primeira hora apareceram pouco mais de 10 eleitores… As horas foram passando assim, vagarosamente. Só pela hora de almoço se deu um pico de 48 eleitores numa hora… De vez em quando aglomeravam-se meia dúzia de eleitores, mas rapidamente tinham o dever cumprido. Só demorava mais com os velhotes, mas nesta mesa eram poucos. Tal como poucos eram os vips: só alguns actores, o presidente de uma grande empresa pública…

Acontecem sempre episódios caricatos, que desconhecia. Logo pela manhã, um velhote com um oleado transparente, pedia à presidente da mesa para dizer quais eram os partidos. Ela lá começa a explicar, mas ele não entende. Então ela diz-lhe quem eram os candidatos, mas… nada. Então ele lá diz “eu quero votar no CDS…” (no boletim vinha Partido Popular).
Mais tarde, uma senhora, também velhota, já no recanto para votar, diz que não percebe nada do que ali está. Então fui lá para ajudar a senhora… que, sem dramas, diz “eu quero é votar no Carmona”…

Havia também muitos eleitores – não velhotes – que diziam não entender o boletim. Não tinha o nome dos candidatos, ou a fotografia. O boletim apenas tinha o nome dos partidos e coligações concorrentes.

Houve mais episódios, mas que não interessa aqui relatar.
Apenas que nos muitos momentos mortos feitos de espera, ainda me pus a jogar ao galo com uma colega de mesa.

Ao aproximar-se das 19h, o fluxo de eleitores aumentou. Hábitos nacionais.
Depois, foi hora de contar os votos. Portanto, abrir a urna, desdobrar os votos, separá-los por partidos ou coligações. Depois, contá-los e confirmar a contagem por outro membro da mesa. E finalizar registando os resultados nas folhas respectivas e entregá-los na junta de freguesia. Fomos a primeira mesa acabar a contagem naquela escola. Uau!
Poucos depois das 20h estávamos despachados.

domingo, 15 de julho de 2007

Lisboa pode ir de férias. Mesmo!

As eleições em Lisboa estão resolvidas: António Costa é o novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Resultado previsível.
Tal como a altíssima abstenção.
Entretanto, já houve ondas de choque: o discurso de Portas... O CDS teve, agora, o pior resultado de sempre em Lisboa. O mau Ribeiro e Castro nem isso conseguiu...
Aguarda-se o que vai acontecer à liderança do PSD.
Estive numa mesa de voto, como disse antes.
Num destes dias relato a experiência. Uma experiência interessante, com alguns episódios hilariantes.
Para acompanhar os resultados - com a conveniente análise crítica - ver o Abrupto, de Pacheco Pereira.

sábado, 14 de julho de 2007

Descontrair com o senhor do bolo...

Encontrei este vídeo na Luna Lunera.
É bom recordar o Bruno Nogueira, algumas semanas após ter ido ver o seu espectáculo ao São Luiz.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Trezes...

Nada melhor do que uma sexta-feira 13 para acabar uma semana destas...

Esta Lisboa

(caricatura na VISÃO desta semana)

No próximo domingo, Lisboa tem eleições intercalares marcadas. Quanto ao “ir a votos”, já tenho algumas dúvidas. Embora, quanto ao tempo, a temperatura vá descer 10º no dia das eleições. O São Pedro deve ter algum interesse nisto.

Campanha?
Uma pobreza confrangedora. Nenhum candidato apresentou um projecto de cidade, o que desejam que Lisboa seja daqui a 5, 10 ou 15 anos.
Só hoje o previsível futuro presidente António Costa apresentou 10 medidas de emergência para a cidade. São medidas apenas instrumentais.
(Em parte, faz sentido. Eu sou dos que diz há vários anos que era preciso começar a fazer obras num lado da cidade e acabar no outro extremo, numa medida de requalificação de todo o tecido urbano)
Outros candidatos divagaram entre a “acupunctura urbana”, a “extinção das empresas municipais”, a “limpeza de graffitis”,… o nada.
Propostas ad hoc, sem uma ideia de cidade para o futuro próximo.
Lisboa tem perfil para ser uma grande cidade europeia, reconhecida como, por exemplo, Barcelona. Assim haja AMBIÇÃO e PROJECTO.

Apesar do desinteresse da campanha, irei votar. Até porque desta vez tenho uma responsabilidade acrescida, na medida em que estarei numa mesa de voto. (Será uma experiência interessante). A abstenção irá ganhar. Como sempre. E ficam dois anos para António Costa (é o vencedor evidente) mostrar o que vale. Parece-me que vai dar bem conta do recado.
(E não faço leituras nacionais de eleições locais!)
Sobre esta Lisboa (câmara), ler o artigo da Fernanda Câncio, no DN de hoje. Vale a pena.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Let me go home...

Esta semana tem sido arrasadora a nível de trabalho. E com acordares quase de madrugada. E nem me quero lembrar que durante as próximas três semanas vou ter de gerir a casa sozinho...
Entretanto, só apetece tomar um duche fresco. E, obviamente, voltar à HOME.
Claro que o sentido da música não é o mesmo, mas apeteceu-me.

Tentativas falhadas

Hoje, no DN, o Pedro Lombra escreve sobre a queda da natalidade. Vale a pena ler. Porque levanta questões bem a propósito.
E deixa uma pergunta: "Já tentou hoje?"
Aceitam-se inscrições.

quarta-feira, 11 de julho de 2007


Não são os olhos, é o olhar.

Para bom entendedor...

Em cavaquês, o Presidente da República deixou a mensagem - clara como água.
Cavaco Silva, avisou hoje que "alguns agentes dos poderes públicos" devem ter "cuidado com as suas atitudes" e defendeu que é preciso dar "mais qualidade à democracia" portuguesa. (PÚBLICO)

Evoluções tecnológicas

Primeiro OUVIA-SE rádio.
Depois passou-se a VER televisão.
Agora VAI-SE à internet. Ou NAVEGA-SE.

Da completa passividade à pura interactividade.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Permanecer no Taj Mahal


O Taj Mahal foi escolhido com uma das Sete Maravilhas do Mundo.
Acho que muito bem!
"A obra foi feita entre 1630 e 1652 com a força de cerca de 22 mil homens, trazidos de várias cidades do Oriente, para trabalhar no sumptuoso monumento de mármore branco que o imperador Shah Jahan mandou construir em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A jóia do palácio"). Ela morreu após dar à luz o 14º filho, tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna." (Wikipédia)
Portanto, é uma declaração de amor póstuma.
E só apetece estar sentado ali, frente à imponente fachada do mausoléu, e PERMANECER.

Volatilidade etária...

Yuppie!!
Hoje, ao início da tarde, deram-me 27 anos!!

Já ao fim do dia estava mais degradado, e outra pessoa deu-me 28...

Vá lá, para quem acabou de fazer anos, ainda estou bem conservado... lol

domingo, 8 de julho de 2007

Cruzando a fronteira... 3


Cada dia é mais evidente que partimos
Sem nenhum possível regresso no que fomos,
Cada dia as horas se despem mais do alimento:
Não há saudades nem terror que baste.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.

Alberto Caeiro/Fernando Pessoa

Cruzando a fronteira... 2

A vida, esse puzzle.
De dias.
De anos.
De momentos.
De amigos.
De sorrisos.
De lágrimas.
De incertezas.
De passos.
De fronteiras.
De laços.
De introspecções.
De raivas.
De coisas.
De afectos.
De nascer de sóis.
De luas no firmamento.
De mudanças.
De permanências.
De tanto.
De nada.

Cruzando a fronteira...

Em dia de aniversário, a Maya prevê-me este dia:
"SAÚDE: Dia menos próspero, as convalescenças serão lentas.
AMOR: Não são aconselháveis ultimatos ou rupturas. Evite ser imoderado na expressão dos seus sentimentos.
DINHEIRO: Os acontecimentos tendem a evoluir de forma lenta. O dia também não é brilhante a nível económico.
HORA MAIS PROTEGIDA: 12h às 14h"
Na saúde acertou.
Acordei com uma dor de cabeça que não me larga.
Obrigadinho, Maya...!
--- / / ---
Entretanto, encontrei na Estrela da Marisa as características deste signo perfeito que é o meu: Caranguejo.
"O signo de Caranguejo é o símbolo da maternidade, para quem a família está acima de tudo. É simples, sincero e dotado de um romantismo e sensualidade inigualáveis.Não aprecia as competições, mas quando se trata de defender os seus entes queridos arma-se com todas as armas que puder. Mostra um forte apego aos valores familiares, ás suas raízes e tradição, procurando manter sempre os laços com a família, de forma a perpetuar a continuidade e realçar o enraizamento com o passado.
De natureza emotiva, sensível, passiva, sonhadora, romântica, receptível e susceptível, dá muita importância à vida interior e, quando reprimido e incompreendido, fecha-se dentro de uma casca protectora, tornando-se desconfiado, tímido e preferindo esconder-se na passividade e no silêncio. Em certas ocasiões transparecem uma faceta impressionável e introvertida e chegam mesmo a detestar as mudanças, as novidades e as situações que lhes possam causar sofrimentos.
A sua imaginação extremamente fértil permite-lhe criar, apenas na sua imaginação, situações extremamente felizes ou absolutamente infelizes. Neste último caso, e como o nativo de Caranguejo aumenta todas as suas preocupações, acaba por sofrer com coisas que só existem na sua imaginação e que não têm qualquer razão de ser.
É determinado e apesar de aparentar fragilidade, muito dificilmente desiste do seu propósito. Quando consegue aquilo que procura e aquilo porque lutou, já não o deixa fugir. Mas se não consegue atingir os seus objectivos conforma-se, porque a sua capacidade em se adaptar às situações é enorme.
Tem uma visão da vida bastante sonhadora e age muito de acordo com a sua intuição e impressão que capta. Aliás, a sua forte intuição, é bastante útil quando é necessário tomar determinadas decisões.
É muito romântico, o que de facto lhe presta uma excelente ajuda em termos de conquistas. Conselheiro e bom ouvinte, adora receber carinho e atenção, necessitando de tranquilidade emocional para que se sinta pertencer a si mesmo. O seu carácter romântico e misterioso realça a fecundidade, os sonhos e a memória, deixando transparecer a emoção de uma forma generosa e afável.
O nativo de Caranguejo é o mais carente de todos os signos do Zodíaco e emociona-se até às lágrimas com as mais pequenas belezas e infelicidades da vida.
Traços positivos da personalidade: Romântico, Instintivo, Cauteloso, Subtil, Sagaz, Prático, Determinado e Eficiência Gentil, Sensual, Sensível, Simpático, Imaginativo, Nostálgico, Protector, Perspicaz, Doce, Suave, Capaz de sobreviver nas piores situações.
Facilidade em se tornar íntimo rápido e proteger o próximo.Vive rodeado de amigos, aquecendo o coração dos outros com atenção e carinho.
Traços negativos da personalidade: Tímido, Preconceituoso, Egoísta, Super-Emotivo, Hipersensível, Mordaz, Melindroso, Mal-Humorado, Pessimista, Rancoroso, Instável, Desorganizado.Pode tentar dominar a vida de quem lhe pede um conselho." (in Horóscopo Clix)

sábado, 7 de julho de 2007

imagem sem palavras - 39

Ponte 25 de Abril - Lisboa

Lisboa a duas rodas

A propósito de uma alegada campanha para as eleições intercalares, renasceu a ideia de criar em Lisboa uma rede de ciclovias.
Pois, cá ficam umas coisas que convinha que os candidatos lessem:

"Este texto é muito importante. Não sei quem propôs uma rede de ciclovias em Lisboa, e arrepio-me de pensar que o tenham feito lembrando Amesterdão ou Berlim (como há uns anos ao Professor Doutor Jorge Sampaio). Lisboa tem tantas condições para usufruir da mobilidade da bicicleta como Queen Mary II de subir a Ribeira de Alcântara até ao Campo Pequeno. O Tiago Mendes fala da saúde e da integridade física de um hipotético ser humano que decida fazer a sua vida em Lisboa em cima de uma bicicleta. Mas não é preciso ir tão longe. Na Holanda as pessoas andam de bicicleta por três razões principais: aquilo é plano como uma mesa de snooker, aquilo nunca passa dos 25 graus centigrados e aquilo não tem vento. Sabem o que custa subir do Cais do Sodré até ao Saldanha? Sabem o que é pedalar de calças com 30 graus centígrados? Sabem o esforço que é necessário esbanjar para fazer deslocar uma bicicleta contra o vento português (e nem falo na famosa nortada)? Meus amigos, como o Tiago Mendes diz, um percursozinho ou outro, à beira rio, tudo bem, agora sequer imaginar que em Lisboa a bicicleta pode fazer parte da política de transportes, pelo amor de deus, também há limites para a falta de capacidade em imaginar a realidade." (in A Causa Foi Modificada)

Façam lá uma ciclovia ou uma avenida marginal ao Tejo ou o que quiserem - desde o Parque das Nações até Algés - para aproveitar toda essa frente ribeirinha abandonada ou alegremente entregue ao Porto de Lisboa. Lisboa deve ser das poucas cidades do mundo com um privilégio destes absolutamente desaproveitado e vedado aos seus cidadãos.

Maravilhoso 7 verde…

Hoje é o dia de todos os eventos.
A data tem aquela marca mítica do sete: 07/07/07.

É o Live Earth, um pouco por todo o mundo.
É a escolha das Sete Maravilhas. Do Mundo, de Portugal, da Madeira, de todas as cidades.
Há até a escolha dos 7 horrores de Portugal (o Público fê-lo esta semana); ou das 7 desgraças (no Arrastão, de Daniel Oliveira).
Segundo consta, também muitos casais escolheram o dia de hoje para casar...
Já havia as Sete Maravilhas do Mundo Antigo...
E nas últimas semanas proliferaram as escolhas das Sete Maravilhas da Blogosfera (cada bloguista escolhe os seus 7 blogues preferidos).

Comentário sobre o Live Earth:
Quanta poluição não foi provocada pela realização deste evento?!
Concordo com a sensibilização para as mudanças climáticas, mas estes carnavais verdes não me parece que levem longe. A moda do ambiente faz bem ao ambiente? Depende. Basta pensar um pouco no consumo de energia, nos transportes, no consumo, nas toneladas de lixo, nos vários suportes publicitários espalhados em todo o lado….
A organização dos concertos do Live Earth até se lembrou de fazer um concerto de rock ao vivo na Antárctida, com actuação do Nunatak. Mesmo sendo os seus cinco membros cientistas, isto é um disparate!
A diferença é que esta poluição é verde… bah!

Imagem sem palavras - 38

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Encosta-te a mim

Cá está!

O Palma, como sempre foi. Como sempre é.
E embala...

Política e demografia


O governo de Zapatero (senhor com o qual não simpatizo) pretende uma Espanha com mais famílias e mais filhos. Para isso, vai pagar 2500€ para cada criança que nasça ou que seja adoptada. A partir de hoje “cada família com residência legal em Espanha receberá 2500 euros por cada novo filho”. (SOL)
Em Portugal, diferentemente, isentam-se de taxas moderadoras* as mulheres que abortem, fecham-se maternidades, as famílias com filhos têm um abono de família miserável (no caso de uma criança até 12 meses, entre 30 e 120 euros; para as que têm mais de um ano, o apoio vai de 10 a 30 euros mensais), as mulheres, quando nasce um filho, tem direito à licença de parto, que contempla o pagamento da remuneração a 100% durante 120 dias da licença (ou os mesmos 100% para 150 dias…). E nem os 500€ que algumas autarquias oferecem pelo nascimento de uma criança é ajuda nenhuma.

Sobre políticas demográficas e de incentivo à natalidade estamos conversados. E há ainda outros países em que há reais políticas de apoio às famílias que queiram ter filhos (horários laborais compatíveis, escolas abertas…)

*taxas moderadoras… não faz sentido moderar os tratamentos de saúde, que não são feitos por vontade do paciente. Ninguém é submetido a uma cirurgia ou vai ao médico por gozo. Quando muito, seria um co-pagamento. Quanto à isenção para as mulheres que abortam, é um perfeito disparate!

terça-feira, 3 de julho de 2007

Voo Nocturno

Jorge Palma está de volta com o seu 11º álbum de originais. Chama-se Voo Noctuno, e parece que volta a trabalhos antigos. Para já, tem rodado nas rádios o single "Encosta-te a mim". E eu gosto!
Também gosto da capa do álbum.
Ver aqui e aqui.

Cantinho do poeta - 22

Esta manhã, o tempo parado lembrou-me um verso deste poema de Augusto Gil.

Balada da neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía do azul cinzento
do céu, branca e leve, branca e fria...
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.

Todos se lembrarão de um célebre sketch de Herman José com o primeiro verso deste poema...

Notícias fantásticas - 2

Vários jornais hoje faziam referência a um novo negócio na área do turismo: turismo para solteiros.
No SOL:
«O turismo só para solteiros chegou a Portugal, propondo menos custos para quem viaja sozinho e programas concebidos à medida dos seus interesses
«Os programas de viagens são idealizados sobretudo para casais ou famílias. Os solteiros têm mais dificuldades porque, normalmente, são pessoas com interesses distintos e, além disso, as viagens são mais caras porque têm de pagar um suplemento single», disse Miguel Moreira, da Big Eventos, empresa que lançou este produto e é proprietária do site www.speedparty.net, que se dedica à organização de festas, eventos e actividades temáticas para solteiros.O objectivo é desenvolver, em parceria com agentes de viagens e operadores turísticos, programas pensados para quem viaja sem companhia, com uma forte componente de animação.A partir de determinado número de pessoas, os grupos serão acompanhados por um Relações Públicas da empresa, que vai promover a interacção entre os viajantes.
(...)
«Temos períodos de tempo livre durante o dia, mas os programas vão incluir pequeno-almoço e jantar. É sempre mais agradável chegar ao fim do dia e jantar acompanhado para conhecer melhor as pessoas, fazer amizades e conversar sobre a viagem», adiantou o responsável da empresa.»

A inteligência da louraça de Hollywood

No jornal Meia Hora de hoje vem uma pequena entrevista a Gwyneth Paltrow.
A actriz é apresentada assim: “Não sei como é que ela arranjou fôlego, primeiro para ter o nome graficamente mais elegante dos últimos dois mil anos, e, depois, para ser filha de actores, mãe de dois rebentos, casada com o vocalista dos Coldplay e, além do mais, uma estrela de cinema que deixa milhões sem fôlego também.”

E um excerto da entrevista:

“Pessoalmente, sente-se diferente agora que é mãe?
Só posso responder a essa pergunta se me deixar falar dos meus seios.
Francamente…
Não sei, é como se alguém me tivesse enfiado num corpo que não é o meu. Acho que é o tipo de corpo que tem uma beleza especial. Ou, como o meu marido tão bem fraseou numa canção que fez o favor de me oferecer, “Os meus seios foram de pequenos a gigantes/Mau para ti, mas, se me perguntares, está tudo melhor que antes”.

Delicioso!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Gaivota - duas formas de voar

De Carlos do Carmo, como me habituei a ouvir esta maravilha:
Dos Iris, numa versão alternativa:

Maresias

Quando estamos junto ao mar, e olhamos o mar, é apenas o mar.
Quando acreditamos que esse mar é um oceano, o mundo alarga-se e todo o Atlântico nos invade.

Portugal fumado


Em Inglaterra, que tem como uma das suas imagens de marca os bares cheios de fumo, os pubs, passa a ser proibido “o fumo em ambientes de trabalho e outros espaços públicos fechados em todo o país”.

Em Portugal, faz-se uma lei meias-tintas. Nem sim nem não, antes pelo contrário. E tudo fica na mesma. A Fernanda Câncio (do Glória Fácil) escreveu sobre isso mesmo a semana passada no Diário de Notícias. Assino de cruz!

Contra o tabaco, sim. Em Portugal é que não.

domingo, 1 de julho de 2007

O dia nasceu brilhante de sol. Com uma cor diferente. Fresco. Agradável. Lembrou-me muito as manhãs na Madeira. Têm qualquer coisa diferente. Natural. Esta manhã Lisboa estava assim.
O dia correu. E ao sentir a noite a aproximar-se, o céu começou a esconder-se. O azul deu lugar a uma almofada de nuvens. Resguardou-se. Passou a cinzento. Irá chorar à noite.

Blogosferando por aí - 3

Encontrei este incentivo a "chegar à frente" da Joana:
"Faltou-me mencionar uma acção que gosto muito e que faço por cumprir: chegar à frente.
O truque é, nada mais, nada menos que 'chegar à frente'. Se nos mantemos na sombra, sossegados da vida, ali na fresca, sem pôr um pé ao sol...nada feito. O truque é 'chegar à frente'. Dá trabalho, traz chatices, preocupações, nervos, dores de cabeça e de barriga, mas depois a sombra sabe TÃO melhor.
Aprendi a ser assim. A não temer, a assumir. Chegar à frente, arcar com as consequências, mas também com as vitórias e o orgulho de ter estado, participado e ter conseguido.
O truque é 'chegar à frente' e agarrar a sorte que por vezes passa, mas não agarrámos porque nos encostámos."

Cantinho do poeta - 21

Da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, Sacode as nuvens:

Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.


Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.

E hoje... Europa


Portugal segue dentro de momentos...