terça-feira, 17 de julho de 2007

Um dia na mesa de voto


Nestas eleições de Lisboa, estive numa mesa de voto. Nunca tinha estado, e é uma experiência interessante. A democracia, simplesmente. O momento em que o cidadão toca no poder.

Logo de manhã (sim, pelas 7h00 da manhã!) é preciso estar no local para preparar as coisas: afixar documentos, contar boletins de voto, ver o que era para fazer (é que cair ali de pára-quedas, sem qualquer ideia do que se faz, é complicado…). E esperar pelas 8h para abrir as urnas.

Na primeira hora apareceram pouco mais de 10 eleitores… As horas foram passando assim, vagarosamente. Só pela hora de almoço se deu um pico de 48 eleitores numa hora… De vez em quando aglomeravam-se meia dúzia de eleitores, mas rapidamente tinham o dever cumprido. Só demorava mais com os velhotes, mas nesta mesa eram poucos. Tal como poucos eram os vips: só alguns actores, o presidente de uma grande empresa pública…

Acontecem sempre episódios caricatos, que desconhecia. Logo pela manhã, um velhote com um oleado transparente, pedia à presidente da mesa para dizer quais eram os partidos. Ela lá começa a explicar, mas ele não entende. Então ela diz-lhe quem eram os candidatos, mas… nada. Então ele lá diz “eu quero votar no CDS…” (no boletim vinha Partido Popular).
Mais tarde, uma senhora, também velhota, já no recanto para votar, diz que não percebe nada do que ali está. Então fui lá para ajudar a senhora… que, sem dramas, diz “eu quero é votar no Carmona”…

Havia também muitos eleitores – não velhotes – que diziam não entender o boletim. Não tinha o nome dos candidatos, ou a fotografia. O boletim apenas tinha o nome dos partidos e coligações concorrentes.

Houve mais episódios, mas que não interessa aqui relatar.
Apenas que nos muitos momentos mortos feitos de espera, ainda me pus a jogar ao galo com uma colega de mesa.

Ao aproximar-se das 19h, o fluxo de eleitores aumentou. Hábitos nacionais.
Depois, foi hora de contar os votos. Portanto, abrir a urna, desdobrar os votos, separá-los por partidos ou coligações. Depois, contá-los e confirmar a contagem por outro membro da mesa. E finalizar registando os resultados nas folhas respectivas e entregá-los na junta de freguesia. Fomos a primeira mesa acabar a contagem naquela escola. Uau!
Poucos depois das 20h estávamos despachados.

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