quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Viagem natural

Hoje, na SIC Notícias, Mário Crespo esteve à conversa com o Dr. Raimundo Quintal, ambientalista muito conhecido na Madeira (onde já foi vereador na Câmara do Funchal).
O homem fala de forma apaixonante sobre a natureza, a laurissilva (loureiros, urzes… que integra o único património natural classificado em Portugal pela UNESCO), conta histórias maravilhosamente. É dinamizador do Parque Ecológico do Funchal, através do qual desenvolve várias acções de intervenção e de conhecimento da natureza madeirense (por exemplo, passeios e caminhadas a través das levadas). Foi a sua acção enquanto vereador que permitiu retirar o pastoreio da meia-serra, que estava a caminhar para a desertificação.
Nesta curta conversa, enquadrada nas alterações climáticas, falou da história ambiental da ilha; do mito de a ilha ter estado a arder durante sete anos consecutivos; da frente fria (então desconhecida) que, aliada à devastação acelerada da floresta da ilha, provocou cheias terríveis em 9 de Outubro de 1803 – data ainda recordada em Machico, pois é neste dia que se celebra o dia do concelho e que se realiza a procissão do Senhor dos Milagres (surgida precisamente devido a essa catástrofe)...

Foi agradável ouvir Raimundo Quintal, pois há anos ele fez uma série de programas sobre as levadas, as formações rochosas, a natureza da ilha, ao estilo do Prof. José Hermano Saraiva, mas sobre temas ecológicos.
E lembrar os muitos passeios a pé que já fiz por algumas as levadas da Madeira. A mais repetida das quais é a que faz a ligação entre a Portela e o Ribeiro Frio. São cerca de 10 km que eram feitos apaixonadamente por um grupo de amigos teenagers, que saíam manhã cedo de casa e regressavam ao fim do dia (mesmo! pelas 21h/22h).
Exaustos, mas felizes.
Que saudades destes passeios!!
Parque Ecológico do Funchal
A meio caminho entre o Monte e o Poiso encontra-se o Parque Ecológico do Funchal, com cerca de 1000 hectares. Faz parte deste Parque o Pico Alto, na zona da Ribeira das Cales, que constitui um excelente miradouro sobre a cidade do Funchal e o sítio do Chão da Lagoa que o conduzirá até aos pontos mais altos da Madeira, o Pico do Areeiro (1810 m) e o Pico Ruivo (1862 m). Recomenda-se o passeio até ao Poço da Neve, uma espécie de iglô de pedra, construído a 1600 m de altitude, onde outrora se armazenava o gelo, originado pela queda de flocos de neve e grãos de granizo nos dias de Inverno.

Chinesices económicas

O génio-ministro da Economia de Portugal, que se integra a comitiva governamental em viagem por terras da China, voltou a fazer das suas. Desta vez, com um argumento estúpido: invistam em Portugal porque temos a mão-de-obra mais barata da Europa…
Os chineses devem ainda estar a rir disto! Logo eles que são a ponta-de-lança da mão-de-obra barata no mundo!
E, finalmente, um ministro confirma o que já todos sabiam: somos os mais mal pagos de toda a Europa. Obrigado por lembrar, Dr. Manuel Pinho!
Curiosamente, ao mesmo tempo que os bancos, empresas, e afins, têm todos lucros de pelo menos 30%.
Quando é que este ministro vai dedicar-se em exclusivo à sua paixão, a fotografia?
Andou bem a CGTP e a UGT ao reagirem de imediato aos disparates do senhor ministro. A que já se juntaram os partidos da oposição.

Por outro lado, o facto de o Governo português usar o argumento de “relações privilegiadas com África” para atrair investimento chinês para Portugal é mais uma anedota. Será que sabem que Hu Jintao (Presidente chinês) encontra-se nesta altura em viagem por vários países africanos?

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Fotografia

"Os fotógrafos procuram protecção da neve durante um forte nevão que caiu num dosjogos da Bundesliga, a liga alemã de futebol, no qual se defrontaram o FCNuremberg e o VFB Stuttgart. A avaliar pelo guarda-chuva, fotógrafo sofre..." (no Sapo)

Mas o que é isto?!

Hoje dei com isto no DN: andam a correr sms a pedir para votar em Salazar para o Grande Português!
Fiquei siderado!
Afinal Portugal é um país mais saloio, atrasado, culturalmente limitado, do que eu julgava!
E este episódio é sintomático do muito caminho que ainda falta fazer para dar o "salto". E extremamente revelador.
Vasco Pulido Valente tinha razão!
É um facto que a eleição ainda não está concluida: na RTP "irão ser exibidos documentários alargados sobre cada um dos 10 finalistas, onde se fará a defesa do valor e qualidades de cada um deles, para que possa melhor conhecê-los e sobre eles ponderar."
Eu votei na primeira fase, e voto agora, no Rei D. João II.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Chá agrafado

Hoje à tarde, lá no trabalho, fui beber um chá, na companhia de uma amiga muito especial. E... o que me poderia acontecer?!
Começo a beber o chá, naturalmente. E qual não é o meu espanto e o dela quando, quase a chegar ao fim, vejo lá no fundo do copo... um agrafo! Sim, um agrafo!!
Dizem que o ferro faz bem à saúde, mas nunca o tinha visto com esta apresentação!
Hei-de sobreviver... Mau seria se fosse um café, no qual não conseguiria ver agrafo nenhum...

O limite dos argumentos

Também tenho dúvidas, também questiono motivos, também aceito outros pontos de vista, desde que abertos e não fundamentalistas.
Nesta lógica, o Pedro Lomba, jornalista e administrador do Vício de Forma, escreveu no DN por que mudou de posição relativamente ao aborto entre 1998 e agora.
Leiam aqui o artigo em causa.

Nenhuma vida é de mais

O Prof. Adriano Moreira, José Ribeiro e Castro e Paulo Portas publicaram hoje, no Jornal de Notícias, um artigo a propósito do próximo referendo sobre o aborto.
Cá fica:
"1. Humanistas, celebramos a vida como o primeiro de todos os direitos humanos. Personalistas, acreditamos numa civilização e numa cultura em que a liberdade de decidir não elimina a liberdade de existir, o direito de ser.
Sabemos que existe vida humana antes do nascimento. Sabemos que cada vida é, já nesse estádio, real e sensível, singular e própria, única e irrepetível. Nunca houve pessoa assim, nunca haverá outra como essa. Cada um é cada um.
Conhecemos os progressos técnicos e científicos que têm vindo a revelar cada vez mais pormenores desta realidade inegável, enriquecendo o conhecimento empírico e tornando-o acessível a todos.
Defendemos esta orientação ética e política com humanidade e compreensão, sem recriminações. Para nós, o aborto é uma questão de valores humanos e de direitos fundamentais, de valores sociais por conseguinte. Um domínio em que a lei deve realizar a sua função mais nobre de defesa dos mais frágeis, dos mais fracos, dos mais vulneráveis. E também uma questão de políticas públicas que, ao mesmo tempo, previnam, a montante, o aborto clandestino e assegurem as indispensáveis informação e acção social junto das situações de risco ou de maior carência.
2. Pretende legalizar-se o aborto em todas e quaisquer circunstâncias até às dez semanas, isto é, até aos dois meses e meio de gravidez. Somos contra esta proposta de liberalização total do aborto.
A actual lei, fazendo uma ponderação jurídica de conflitos de interesses e valores, já despenaliza o aborto em certos casos, especialmente atendíveis, sob indicação médica, como a malformação do feto, a violação ou o risco para a saúde física ou psíquica ou da vida da mãe. Enquanto que a nova proposta em referendo sacrifica a vida ao arbítrio; e de facto deixa de considerar a vida como um valor. A diferença, agora, está em passar a considerar o aborto no quadro da saúde sexual e reprodutiva, equiparando-o a meio contraceptivo.
Diversamente do que outros dizem, de forma enganosa, não se trata de alargar as excepções da lei actual. Trata-se de acabar com todas e quaisquer excepções até às 10 semanas. Trata-se de introduzir na ordem jurídica o direito ao aborto livre até aos dois meses e meio de gestação. É uma proposta sem equilíbrio, nem moderação.
3. Este referendo convoca de novo as responsabilidades do Estado, que, vinculado à protecção da vida pela Constituição, não pode demitir-se dos seus deveres de solidariedade real com as famílias, em geral, e das que passam pelo drama humano e social do aborto. A criança é, desde a concepção, como diria Hannah Arendt, o anúncio de um estrangeiro que vai chegar e que a comunidade tem o dever de acolher e integrar; e, por isso, compete ao Estado garantir o acolhimento sem validar qualquer escusa pública que induza ao desespero maternal e familiar. A resposta está em combater as causas efectivas do aborto clandestino, na protecção da maternidade e da paternidade, no planeamento familiar, na educação, na informação pública, na diminuição e na eliminação da pobreza, na intensificação e na melhoria das políticas familiares, na humanização da Justiça, no apoio determinado a instituições de acção social como os centros de apoio à vida, ou outras obras de apoio à maternidade e à infância em situações de risco ou especial carência.
Neste terreno axial da Ética e do Direito, o Estado não deve emitir os sinais errados à sociedade civil, traindo os imperativos da solidariedade social, desleixando as políticas familiares e fraquejando na acção social directa nas situações de maior vulnerabilidade. E é ainda seu dever o combate contínuo à desinformação e à persistência de níveis anacrónicos de falta de esclarecimento, informando a opinião pública da impressiva realidade da vida humana antes do nascimento, na linha dos avanços da ciência, e democratizando as descobertas e o extenso conhecimento que tornam acessível a todos.
4. Este referendo não é uma opção entre Direita e Esquerda, entre católicos e ateus, entre novos ou velhos, entre mulheres ou homens. Não é partidário, nem é clerical. Não interessa mais a certas categorias de portugueses do que a outras. Este referendo convoca todas as consciências, interrogando-nos e desafiando-nos no plano dos valores essenciais da pessoa humana.
Revemo-nos na atitude cívica, generosa, dos movimentos que se organizaram em defesa da vida e reconhecemos a sua liderança social.
Este referendo provocará um avanço de civilização, se der protecção à vida, ou um retrocesso de civilização, se banalizasse a sua eliminação. Em defesa do direito à vida, votamos não no próximo dia 11 de Fevereiro."

Pérolas de sabedoria

Li hoje esta pérola num jornal:
"As mulheres são máquinas de produzir bebés e devem fazer o melhor por cabeça."
Autor?
O Ministro da Saúde japonês, Hakuo Yanagisawa.

Clube dos Pensadores

Descobri hoje mais um blogue: Clube dos Pensadores.
Para já, decorre o debate sobre o próximo referendo ao aborto.
Um blogue a seguir com interesse. Vai já ali para o lado.

domingo, 28 de janeiro de 2007

Estratégias...

"Em Portugal, o que estava previsto e planeado quase nunca aconteceu,
e o que aconteceu quase nunca foi previsto e muito menos planeado."
Quem o disse foi Rui Ramos. O texto integral está aqui. E tem tudo a ver com o post dos Grandes Portugueses...

Grandes portugueses?!

Tendo por base o alegado resultado do programa "Grandes Portugueses", da RTP, Vasco Pulido Valente escreveu hoje no PÚBLICO:
"Ontem escrevi nesta coluna: “Salazar percebeu muito bem este país”. De facto. Soube depois, por um semanário que o “público” da RTP o elegeu o “maior português de sempre” e que, a seguir, votou em Cunhal. Mesmo descontando a ignorância indígena (e não se pode descontar muito porque, por exemplo, Camões, Pessoa e Pombal aparecem entre os dez primeiros), não se deve tomar ligeiramente esta escolha. Em primeiro lugar, e talvez seja bom reparar nisso, ela é a condenação absoluta do regime vigente, ou seja, da democracia. Tanto Salazar como Cunhal a julgavam inadequada à sociedade portuguesa e fizeram tudo para a evitar ou liquidar. Parece que tinham razão e que a Pátria em peso concordava com eles. Sem a “Europa”, já havia por aí ditador.
Em segundo lugar, os dois queriam (e desde o começo quiseram) isolar Portugal do Ocidente, que achavam desprezível e corruptor. Salazar queria o império de África ou, como à época se dizia, “o último baluarte da Cristandade”. Cunhal queria o admirável “sol” da URSS. Educados no princípio do século XX, nenhum deles, no fundo, queria a modernidade. Com uma versão de autoritarismo católico ou com uma versão doméstica do “socialismo real”, tentavam principalmente afastar o espectro do futuro, de que só esperavam incerteza e desordem. Sonhavam com um país arrumado e estático, em que o Estado fosse árbitro e polícia. Um país que não deixou ainda de existir na cabeça dos portugueses e contra o qual, de Cavaco a Sócrates, de nada valeu o esforço e a retórica dos “modernizadores” que vieram depois.
E, em terceiro lugar, e como corolário, nem Salazar nem Álvaro Cunhal se preocupavam muito com o “atraso” e a miséria da gente que por cá vivia, ou continua a viver – embora Cunhal, como é óbvio, proclamasse o contrário. Ambos temiam que o dinheiro trouxesse consigo o vírus da mudança. Para os dois, o “atraso” e a miséria não passavam do preço (tolerável) da “independência” (em que nunca deixaram de insistir) ou, mais precisamente, do preço da segurança e da hierarquia. Em 2007, Portugal persiste em aprovar esta transacção.
Estranho caso o de um país que se revê em Salazar e Cunhal. Com seu ar ascético e a sua fé, um e outro conseguiram arrasar e perverter tudo em que tocaram e estão na origem da maior parte dos problemas de hoje. Mas Portugal guarda uma boa memória do mundo desumano que lhes impuseram, ou pretenderam impor."

O sorriso de Mona Lisa

Filme ao estilo de “O Clube dos Poetas Mortos”, mostra, em versão feminina, a luta de uma professora de História da Arte para mudar as mentalidades e as tradições da conservadora Universidade de Wellesley.
Acusada de ser liberal e de pôr em causa os bons costumes, é rejeitada pela instituição e pelas alunas. Alunas que no fim se rendem à sua forma de pensar e de encarar o mundo.
No fim só falta o “oh, captain!, my captain” do outro filme.
Julia Roberts desempenha o papel da professora de História da Arte, com aquele sorriso deslumbrante que só ela tem. E que não se compara ao enigmático sorriso da Mona Lisa.

Domingo de inverno


Domingo. Manhã muito fria. Pouco depois de acordar começou a chover. Lá tive de ir apanhar a roupa à pressa. Na rádio ouve-se que estão 5º. Agora desceu para 4º. De bater o dente! À volta de Lisboa já caíram alguns flocos de neve, segundo dizem na rádio. Em Loures, na Amadora, na zona do aeroporto... Só apetece ficar em casa, a ver televisão, a navegar na net, a ler, com o aquecedor bem perto dos pés.


Amanhã faz um ano que nevou em Lisboa. Parece que o Peter quer repetir a proeza…

sábado, 27 de janeiro de 2007

Novo RCP

A partir da próxima segunda-feira 29 de Janeiro temos uma “nova” rádio: o Rádio Clube Português muda. E quer concorrer com as grandes rádios de referência nacionais: Antena 1, TSF e Renascença.
A chamada “rádio dos taxistas” (lembro-me destes tempos...) muda de figurino, pretendendo assumir-se com um perfil mais informativo. Para isso, tem agora sangue novo e reconhecido: Luís Osório (ex-director do jornal A Capital), João Adelino Faria (pivô da SIC Notícias até há pouco tempo)… E vai contar com mais opinião: Pacheco Pereira, Vital Moreira, Maria João Avillez (que também vem da SIC Notícias), Filomena Mónica.
Terá também o irreverente cromo da boina Luís Filipe Borges, de todos conhecidos a partir de “A Revolta dos Pastéis de Nata”, que vai alimentar um programa juntamente com a Célia Bernardo em registo humorístico.

Uma novidade a seguir com atenção nos próximos tempos. Ou não fizesse parte do universo da TVI.

Indian: o grande desafio

Anthony Hopkins num papel diferente: um homem que há 25 anos persegue o sonho de participar num festival de velocidade nos EUA, com a sua mota Indian. Faz tudo, a partir da longínqua Nova Zelândia, para participar neste festival, onde é aceite com alguma dificuldade. Um homem simples que interage, com uma simplicidade desarmante, com a sociedade americana. Uma bela história!
Mais 4 estrela, claro!

The Departed: Entre Inimigos

Um bom thriller de Martin Scorsese, com excelentes desempenhos de Jack Nicholson (bela personagem...), Leonardo Di Caprio e Matt Damon. Para além destas estrelas, o filme conta com muitos nomes conhecidos, como Martin Sheen e Alec Baldwin… e uma linda menina, de seu nome Vera Farmiga (que também faz parte do elenco de outro filme em exibição: Assalto e Intromissão).
Uma história de agentes infiltrados e cruzados na polícia e no mundo do crime.
Podem ver imagens do filme aqui.

No PÚBLICO o filme é apresentado assim:
“Martin Scorsese regressa com "The Departed", remake norte-americano do primeiro filme da trilogia de Hong Kong "Infernal Affairs", trilogia de culto sobre infiltrados. Um agente da polícia infiltra-se num grupo criminoso, ao mesmo tempo que um membro de um gang consegue infiltrar-se na polícia e informa o grupo de cada movimento dos agentes para capturar os criminosos. Leonardo Di Caprio, Mark Wahlberg e Jack Nicholson dão corpo às principais personagens.”
Por mim, leva 4 estrelas!

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Googlepolio

Supostamente, a versão beta do Blogger está esgotada, pelo que fiquei surpreendido com as modificações do site, permitindo a associação entre a conta do blogue e a caixa de mail do Gmail. Tudo da família Google, pois claro!
Excelente ideia!
Com um ponto fraco: agora vou ter de rectificar todos os links que tenha acentos e afins. É que sendo estes sites empresas americanas, não reconhecem os ditos acentos. Ignorantes!
Não tarda nada, cria-se uma corrente a exigir a possibilidade de escrever com acentos no blogger, tal como já sucede com o Hi5. Neste funcionou quando se criou uma corrente exigindo o português como “língua oficial” deste site de amizade/relações pessoais.
Afinal, nós é que somos a personalidade do ano. Time dixit.

AVC contra tabaco...

De acordo com o PÚBLICO, "fumadores com lesões no cérebro esqueceram-se da vontade de fumar". Se aparece algum maluco antitabagista por aí, vai ser o cabo dos trabalhos. E uma enchente nas urgências hospitalares por esse País fora...

Intromissões ilegítimas

Parece que o Parlamento da Dinamarca achou por bem fazer parte da campanha sobre o referendo a realizar em Portugal no próximo dia 11 de Fevereiro.
Pergunto: que legitimidade lhe assiste para tal?
Ver opinião aqui e aqui.
Deve ser moda, na Europa, os países imiscuirem-se na vida interna dos outros. Já foi assim há alguns anos, quando, na segunda volta das presidenciais francesas, os candidatos eram Chirac e Le Pen: todos os políticos europeus (independentemente do quadrante político) participaram em comícios de Chirac...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Inseguranças...


"É preciso ter dúvidas.
Só os estúpidos têm uma confiança absoluta em si mesmos"
Orson Wells
"Nada é tão fatigante como a indecisão e nada é tão fútil"
Bertrand Russel

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Adeus, Portugal!

Os senhores do tempo dizem que 2006 foi um ano de extremos para Portugal: muita chuva, muito calor...
E agora também temos Portugal a ir ao fundo, ali para os lados da Caparica. Depois de 40 dias a mandar dinheiro ao mar em forma de areia, alguns já começam a pedir a solução óbvia: colocar "coisas" de cimento, como já existe em muitos pontos da nossa costa. Se, de qualquer forma, a praia desapareceu, agora vamos tentar impedir a entrada do mar.
Os espanhóis é que foram inteligentes: ficaram com a parte do território bem longe do mar. Pelo menos nestes não sei quantos quilómetros quadrados! E até são ricos!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Frio?

Parece que vem aí uma onda de frio, que deixa o País em alerta amarelo...
Pareceu-me bem ajudar a combater essa vaga de frio polar.

domingo, 21 de janeiro de 2007

SCOOP

Há filmes assim, absolutamente geniais! SCOOP saiu da cabecinha de Woody Allen, genial como sempre!
É um dos melhores filmes deste realizador, e sem dúvida um dos mais divertidos.
E há uma frase a reter, e que certamente se irá tornar moda: "você é linda, e deve ser uma mais-valia para a sua raça".
Absolutamente fabuloso!! Leva 5 grandes estrelas!
A história é assim:
«“Scoop” é a nova comédia contemporânea do realizador Woody Allen, e o seu segundo filme consecutivo gravado em Londres (depois de “Match Point”). Woody Alen, Hugh Jackman, Scarlet Johansson e Ian McShane são os actores principais.
O falecido jornalista britânico, Joe Strombel (interpretado por Ian McShane), cuja morte os colegas ainda choram, mantém-se empenhado em seguir uma pista sobre a identidade de “O Assassino da Carta de Tarot” que está à solta em Londres. Mas na sua actual condição, como consegue ele prosseguir com a sua investigação?Através de Sondra Pransky que está bem viva!
Sondra (Scarlet Johansson) é uma estudante norte-americana que está de visita a uns amigos em Londres. Durante um espectáculo de Sid Waterman (Woody Allen), um ilusionista americano, Sondra entra em choque quando se apercebe que consegue ver e ouvir Joe. Do além, Joe fornece-lhe o maior furo da sua vida e incentiva-a a segui-lo.Sondra começa imediatamente a perseguir esta grande história recrutando a ajuda do relutante Sid (também conhecido como Splendini).
Esta perseguição atira-a para o perfeito Peter Lyman (Hugh Jackman), aristocrata britânico, e Sondra depressa descobre que a paixão da sua vida poderá bem ser o perigoso furo que ela tanto procura.»
A não perder!!!!

A minha posição!

A campanha para o referendo de 11 de Fevereiro sobre o aborto já está na rua. A pergunta é a mesma do referendo já realizado em 1998: “Concorda com a despenalização da IVG, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

A pergunta é clara, a campanha em curso nem tanto. Porque se distrai com todas as questões laterais que vão passando pela cabeça de certos iluminados. De seguida, algumas dessas questões (citadas, e bem, no Desblogueador de Conversa):
- quanto custa um referendo nacional;
- de onde vem o dinheiro dos vários movimentos que tomam parte na campanha referendária;
- as regras dos tempos de antena;
- quanto irá custar ao SNS a prática legalizada de abortos;
- és/não és do meu “clube” e por isso tem de votar comigo/do outro lado;
- o aborto é um assunto de mulheres.

Quanto aos custos das campanhas, ninguém se interessa. Basta ver o que se passa quando há campanhas eleitorais “normais”, quer durante as mesmas, quer depois com os pareceres do Tribunal de Contas.
De onde vem o dinheiro… dos mesmos sítios do costume!
Ainda sobre custos, mas das repercussões da prática de abortos no SNS, há várias questões a ter em conta. Embora estejamos em crise orçamental-financeira há vários anos, parece que o acréscimo de custo é irrisório. Outra é a perspectiva mais pertinente neste âmbito: será justo/correcto/legítimo a quem não fuma impedir o tratamento, nos hospitais públicos, dos cidadãos que contraíram doenças devido a esse vício? Será lícito a quem não tem carro não contribuir, através dos seus impostos, para o tratamento das vítimas de acidentes automóveis? Claro que uma gravidez não é uma doença…
O aborto é um assunto demasiado pessoal para que a escolha entre o “sim” ou o “não” seja feita com base na clubite. Por isso é que é um tema transversal a toda a sociedade e a todos os quadrantes político-partidários.
Sobre isto ser um “assunto de mulheres”, o aborto não tem género, porque a mulher não é uma amiba que se auto-reproduz sem a participação do elemento masculino. A gravidez só acontece na junção de dois corpos: um homem e uma mulher (seja num acto de amor, seja num acto de irresponsabilidade). Por isso, este é o argumento do machismo mais irresponsável e estúpido.

Questões pertinentes que, na minha opinião, deveriam estar a ser discutidas neste período de campanha de esclarecimento (e tendo em conta que todos presumem que uma maioria “sim” é certa…):
- que procedimentos (médicos, burocráticos,…) deve seguir a mulher que pretende abortar?;
- o que é um “estabelecimento de saúde legalmente autorizado”?;
- o que acontece a uma mulher que pretenda abortar depois das 10 semanas?;
- o que se passou com as políticas de planeamento familiar que todos (partidos políticos) disseram que iam ser desenvolvidas após o referendo de 1998?
- se a maioria votar “não”, o que acontece? Sim, há duas hipóteses de resposta à pergunta… Irão ser desenvolvidas verdadeiras políticas de planeamento familiar? A educação sexual vai ser mesmo dada nas escolas?

Uma maioria (e não “vitória”, pois isto não é uma eleição!) do “sim” irá resolver o aborto clandestino? NÃO!
Por vários motivos:
- o aborto vai ser um negócio de meia dúzia de clínicas privadas, a que só poderão recorrer as mulheres que tenham poder de compra. As mulheres mais carenciadas vão continuar a ir à parteira de vão de escada;
- a vergonha social. Um aborto não é como ir tirar um dente: tem uma carga valorativa e moral, e a sociedade não vai mudar de valores só porque mudou a lei. Desengane-se quem pensa que com esta lei acaba o aborto clandestino.
- as mulheres que queiram abortar após as 10 semanas irão ao “serviço vão de escada” (se tiverem dinheiro, fazem-no noutro país).

O “sim” tem baseado muita da sua argumentação no dar condições às mulheres desfavorecidas para fazerem o aborto em segurança, para combater este flagelo social.
Pergunto:
- porque não, antes, dar condições de vida (trabalho, acompanhamento social, inclusão…) a essas mulheres? Aproveito para citar aqui Maria José Nogueira Pinto, num artigo publicou no DN de 19 de Janeiro: “o aborto não deve constituir-se como a resposta social à condição de pobreza, em Portugal, no século XXI”.
- porque não desenvolver uma verdadeira política de formação e informação sobre as questões de sexualidade?
- porque não cumprir verdadeiramente as ideias maravilhosas de que todos falam sobre planeamento familiar?
(- só para chatear: se o aborto fosse permitido há muito anos, os actuais defensores do "sim" teriam nascido?)

O “não” tem desenvolvido alguns argumentos demagógicos, os mais célebres dos quais são: “não quero contribuir com os meus impostos para financiar clínicas de aborto” e “abortar por opção sabendo que já bate um coração?”. Podiam fazer uma campanha muito mais inteligente… Por exemplo, defendendo políticas de planeamento familiar, formas de errradicar as causas do aborto.

A nível ideológico, a questão do aborto tem sido erradamente debatida no nosso país. Porque tratada inversamente nos seus pólos. Alberto João Jardim aflorou esta análise no seu artigo (que divulguei há alguns dias).
Ou seja, a esquerda, que devia estar a defender a melhoria das condições de vida, para reduzir as condições que alegadamente levam ao aborto, é partidária do aborto. A solução consumista e fácil.
A direita, que seria suposto ter a posição mais utilitária e barata, bate-se contra o aborto, defendendo políticas de melhoria de vida e de planeamento familiar.
Foi assim noutros países, como a França. Mas em Portugal as coisas têm uma forma de ser muito própria…
Ainda a nível ideológico, mas noutra perspectiva: se em 1998 o “sim” tivesse sido "maioritário" (nesse referendo o resultado não foi vinculativo), os partidários do “não” poderiam ter desenvolvido uma campanha latente desde então no intuito de inverter o sentido do resultado sem ser apelidados de intolerantes e anti-democráticos?
Obviamente que não!, mas em Portugal a esquerda é endeusada e pode fazer e dizer tudo sob o manto da tolerância e da liberdade que lhes enche a boca.

Porque é que se chega a um referendo com esta pergunta?
A resposta é simples: não há planeamento familiar, os contraceptivos não passam de uma ideia filosófica, é "chato" comprar preservativos nos supermercados, e “distracções” várias. Embora deva ser certo que nenhuma mulher (ou muito poucas…) deve fazer um aborto de ânimo leve.

Lendo a pergunta que baliza este referendo, não se trata de só despenalizar, trata-se também de liberalizar o aborto até às 10 semanas (bastando para tal o pedido da mulher grávida). E a lei vigente já contempla as situações em que pode ocorrer um aborto: violação, risco de vida da mulher, e mal-formação do feto tornando-o inviável.

À pergunta “Concorda com a despenalização da IVG, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”, respondo NÃO!

sábado, 20 de janeiro de 2007

Livros dos Açores

No final de 2006 andei a ler dois livros fora de série: "A Senhora dos Açores" e "Regresso à Ilha" , ambos da escritora italiana Romana Petri (e publicado em Portugal com a chancela da Cavalo de Ferro).
Ao ler qualquer um dos livros somos envolvidos naquele ambiente único que só as ilhas têm, de solidão, de proximidade com a natureza, com as tradições, com a vida do dia-a-dia. Fala sobre a vida dos imigrantes, a vida das terrinhas, as conversas, as relações que existem entre as pessoas nestes locais. Estes livros devolvem-nos a um paraíso perdido, a um tempo que já não existe.

E lembrou-me coisas que existem ou existiam na Madeira de apenas há alguns anos: buscar água à fonte para beber e cozinhar; o ir esperar o correio à estrada quando este apita; ir comprar o peixe fresco à furgoneta que o vai vender pelas 11h; escutar o pregão de outra furgoneta que vende "galinhas amarelas", ou banana...

Vale a pena ler estas obras-primas!!! E espectaculares!!

Hillary à presidência

Parece que é oficial: no site de Hillary Clinton, esta anuncia que é candidata à presidência dos EUA. Apesar de ser uma notícia esperada, a confirmação centra nela os holofotes, e começa a fazer caminho por contraste à Presidência de Bush.
Como alguns dizem, os Clinton são a segunda família real americana, a seguir aos Kennedy.
Oxalá vença. Tanto pela novidade de ser a primeira mulher a ser presidente nos EUA, como pela projecção e imagem que tem em todo o mundo.
PS: como sabem, sou mais à direita, mas a Presidência Clinton foi das melhores que os EUA tiveram no pós-II Guerra Mundial, e penso que uma eventual presidência de Hillary Clinton será bastante parecida com a do marido.

Procura-se...

...menina simpática, bonita, doce, com mãozinhas de fada
(esqueçam as fadinhas da Floribella!)
para massagem relaxante e revigorante
após cansativa tarde de limpezas.
Favor deixar contacto.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Cega justiça...

Esta semana veio a público uma sentença absolutamente aberrante, pelos seus contornos de cegueira e desumanidade.
Um sargento foi preso (prisão preventiva) por ter cuidado e amado uma criança cujo pai não quis saber dela aquando do seu nascimento há 5 anos. Nem a mãe, que a entregou a uma instituição para adopção.
Passado todo este tempo, o "sr. tribunal" acha por bem prender o pai adoptivo por sequestro - sim, sequestro! - da criança, e entregar esta ao pai, que nunca quis saber dela para nada. E ainda sentenciar o pagamento de uma "indemnização" do pai adoptivo ao pai biológico!
Que raio de justiça é esta?!?!?
Ser o pai que deu o espermatozóide não significa que seja o PAI da criança!! E este deu mais do que provas disso. E viu nesta INJUSTIÇA - a que submeteu tanto a criança-filho, como os pais adoptivos - um meio de sacar dinheiro àqueles que sempre amaram, cuidaram, deram educação e tudo ao seu filho biológico.
Tenho vergonha da justiça portuguesa!! E do seu positivismo estúpido e cego que ignora sentimentos dos mais frágeis - criança - e dos que assumiram responsabilidades para com a criança - os pais adoptivos!!

Porra... foda-se!!

Um técnico da EDP foi à holding onde trabalhava.
No dia seguinte recebe no seu telemóvel uma mensagem do Eng.º com a seguinte palavra: P.O.R.R.A.
De imediato o técnico respondeu à holding com um e-mail enviado do seu telemóvel: F.O.D.A.S.E.
De regresso a sede em Lisboa foi de imediato chamado à Administração onde lhe disseram com ar de poucos amigos:
- Você tinha a obrigação de saber que estamos em época de contenção de despesas e que “P.O.R.R.A." queria apenas significar abreviadamente: "Por Obséquio Remeter Relatório Atrasado".
O técnico respondeu:
-Sei de tudo isso e é exactamente dentro desse espírito que informei de imediato F.O.D.A.S.E. que significa: "Foi Ontem Despachado Amanhã Será Entregue".

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

ABORTO: a opinião de Jardim (conclusão)

A seguir, a conclusão do artigo de Alberto João Jardim:
"(...)
Adversário que sou do positivismo extremo que tomou conta da Justiça portuguesa, funcionalizando-a, entendo que cada caso é um caso. E que deveria ser assim analisado pelos Tribunais, aplicando a Justiça mais do que a lei, com o bom-senso que felizmente ainda existe.
O que não aceito é a existência de qualquer precedente legal que ponha em causa o Primado da vida Humana. Estariam criadas as condições para a eutanásia liberalizada, para a instauração da pena de morte em certas circunstâncias, para a marginalização dos idosos sob conceitos economicistas, bem como para o advento de outras aberrações como o “casamento” dos homossexuais (não tenho qualquer preconceito em relação a estes).
Seria um precedente aberto para futuras discricionariedades dos legisladores, de carácter totalitário, anti-democrático.
Para já não falar daquilo que toda a gente percebeu – este referendo vem numa ocasião em que se começam a sentir as consequências do desastroso Orçamento de estado 2007, serve para desviar as atenções sobre a situação em que o País mergulhou.
Mas, por detrás de tudo isto, existe também uma manifestação de decadência civilizacional e de hipocrisia colectiva.
A liberalização do aborto é contrariada pelas mais variadas confissões religiosas.
Em todas estas se sente que é atacada a essência da sobrevivência do ser Humano, o respeito pela Vida e o dever de Solidariedade entre as Pessoas.
Embora se reconheça que há confissões religiosas, por inércia, por “neutralidades”, por quererem “estar bem com Deus e com o diabo”, por “respeitos humanos”, com a sua falta de intervenção assumida serem também responsáveis por se ter chegado a esta situação.
A morte legalizada e discricionária do feto constitui também o primado do egoísmo, da comodidade. Elimina-se Vida porque, dadas as circunstâncias, há gente que não está para se incomodar, assumir responsabilidades, dar Amor a uma vida gerada.
É o consumismo em toda a plenitude. E o “engraçado” é o facto de tal ser postulado precisamente pelos folcloristas abortivos que tanto falam contra a “sociedade de consumo”.
É a decadência de uma civilização que se diz “democrática2, mas liberaliza a droga enquanto fala contra o tabaco, procura institucionalizar – “fracturantemente”, como eles dizem… - autênticas aberrações na Natureza, preocupa-se com um monte de terra que caiu no mar, chora por uma plantinha ou por uma avezinha, mas destrói a vida humana!
Vão à merda, seus hipócritas!
Outras formas civilizacionais já nos combatem e consideram-nos decadentes!
Quem quiser ser decadente, que seja.
Eu recuso-me. E, muito menos, pactuo com a hipocrisia e a covardia de eliminar vidas indefesas."

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

ABORTO: a opinião de Jardim

Alberto João Jardim - que dispensa apresentações - escreveu sobre o aborto no jornal O Diabo (de 9 de Janeiro).
Goste-se ou não dele, desenvolve um argumentário sólido contra o aborto, e sem recorrer a lugares comuns e barbaridades que por aí se têm ouvido de parte a parte.
Fica a seguir um excerto (nos próximos dias publico o restante).
"A República Portuguesa de que a Madeira – felizmente? infelizmente?...- é uma parcela AUTÓNOMA, decidiu repetir um referendo sobre o que, ridiculamente, denomina a “interrupção voluntária da gravidez”.
Que eu saiba, interrupção é suspender alguma coisa, para continuar depois, o que não é o caso da vida do feto.
Se calhar, não lhe chamam “aborto discricionário” para que o Zé Povo não parodiasse, com comparações a que estamos a gramar, quem nos traz ao estado a que chegámos.
Para já, expresso a minha estupefacção, e sobretudo INDIGANÇÃO, pela violação consentida da Constituição da República, assim mais uma vez enxovalhada ao sabor dos interesses que controlam o Estado.
Diz o artigo 24º: “1. A vida humana é inviolável. 2. Em caso algum haverá pena de morte”.
Diz o artigo 25º: “1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável. 2. Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas cruéis, degradantes ou desumanos”.
E com o artigo 26º complementa, incluso para o caso, com “outros direitos pessoais”.
Ora, o Estado português que temos, ao aprovar um referendo sobre esta matéria, das duas uma: ou viola claramente a Constituição da República; ou considera que o feto sujeito a aborto não é vida humana. O que é uma grosseria científica, nem a Administração Pública, mesmo aos mais altos níveis do Estado tem qualquer reconhecida competência para sobre tal se pronunciar.
Porém, o mais importante de tudo isto nem sequer é o que possa dizer uma Constituição desacreditada pelos actos do próprio Estado.
A Constituição até podia dizer que a vida era violável e que a pena de morte era legal, e nem por isso tinha de ser observada, respeitada, à luz da consciência.
Tudo isto envolve questões mais de fundo, mais prioritárias e mais importantes do que “a Constituição”, ou do que o Estado que suportamos.
Tem a ver com o primado da Pessoa Humana.
O Estado e os restantes órgãos da Administração Pública só têm como razão de existência a Pessoa Humana.
Não é a Pessoa Humana que é instrumento ou disposição do Estado. Quem entenda o contrário, permite todas as arbitrariedades que ponham em causa Direitos, Liberdades e Garantias individuais, abre caminho ao totalitarismo. Por muito hipócritas e repetitivas declarações de fé na Democracia, que faça, não é democrata.
E o Valor primeiro, inalienável, que caracteriza a Pessoa Humana é o do Direito à Vida.
Ao expressar esta construção ideológica convicta da minha consciência não estou com pieguices ou beatices – todos sabem não ser o meu género – nem estou a julgar a consciência de quem quer que seja.
Estou a exercer o meu Direito, que o reconheço a qualquer cidadão.
Poderão interpelar-me como é que eu aceito a actual lei do aborto, em vigor, que contempla os casos de deformação congénita comprovada, de violação e de defesa da vida da mãe. Precisamente porque se trata de dois males graves – o sucedido e o aborto – sem alternativa possível. Neste caso, em consciência, há que optar pelo mal menor.
O que não é o caso da discricionariedade para eliminar a vida humana, como o que o próximo referendo pretende indignamente permitir.
Nem sequer estou a defender penalização genérica e abstracta para todas as mulheres que recorram ao aborto.(...)"

Fujam dos radares!

Em vários pontos de Lisboa foram colocados radares no final de 2006. De acordo com notícias de hoje, mais de 71 mil condutores foram apanhados por esses mesmos radares em excesso de velocidade. Em menos de um mês!
71 mil?!? Este número é de loucos!!
Haverá só corredores de rali em potência nas estradas de Lisboa? Haverá tanta sobreposição de actividades nas agendas que obriguem a deslocações apressadas? Será o desejo incontido de ver o novo episódio da Floribella?
Ou será apenas a (des)organização da nossa sociedade, que permite que os colégios, creches, infantários fechem à hora das empresas? Só indo em excesso de velocidade é que os pais conseguirão apanhar os filhotes.
Ou será que os horários laborais estão tão bem pensados que não é possível ir aos correios, à loja não-sei-que, ao supermercado?
Acho que esta realidade dos 71 mil apanhados mostra mais a nossa sociedade do que parece....

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Manhãs brancas

Nos últimos dias Lisboa tem acordado branca, coberta de neblina até cá abaixo. Certamente haverá quem não goste do efeito... eu adoro!! Não se conseguir ver o fim da rua, o topo dos prédios, sentir aquele cheiro estranho que nos entra nas narinas (parece pó de sei-lá-o-quê)... Ao fim-de-semana é que sabe ainda melhor. Sobretudo para um maluquinho como eu, que acorda cedo.
Há cerca de duas semanas, num sábado ou num domingo, estava assim. E foi óptimo passear no Parque das Nações! Não se via o Oceanário, não se via o rio, o Pavilhão Atlântico, o Pavilhão de Portugal... Pena não ter levado a máquina fotográfica para apanhar os contornos de alguns destes edifícios em versão fantasmagóricas... Certamente haverá mais manhãs de nevoeiro. Com ou sem a vinda de D. Sebastião.

Cenas caricatas

No passado fim-de-semana tive de ir aos correios aos Restauradores. Mesmo junto aos CTT, ao lado de um quiosque que lá está, o que se passa? nem mais nem menos que um senhor (chamemos-lha assim) africano com o "material" cá fora a "regar" a árvore do canteiro. E todos os transeuntes a reparar naquele jacto que presenteia a árvore...
Há anos atrás assisti também a uma cena semelhante, mas no Marquês de Pombal. Uma senhora, daquelas velhotas do Norte, vestida de negro, tipo peixeira, puxa a saia (ou saias) para cima e verte as suas águas em pleno Marquês de Pombal. Pormenor: virada para a faixa de rodagem.
Pior do que isto só mesmo dois cegos a fazerem amor num elevador. Daqueles feitos de vidro, como é moda agora.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Só visto!

Na Feira do Tabaco da Ásia vai ser proibido fumar e experimentar produtos...
Se a moda pega, ainda se lembram de proibir o nudismo na praia do Meco...

domingo, 14 de janeiro de 2007

The Gift

Apenas para deixar uma sugestão do melhor que se anda a fazer na música portuguesa: The Gift

Ausente?

Parece que têm sentido a minha falta, segundo ouvi dizer...
Mas sei que não tarda nada estão a pedir que desapareça novamente...
Peço apenas que esperem que recupere do meu "mal-estar".
Sim, na sexta-feira almocei comida chinesa e desde aí que isto anda mal... Febre, náuseas, sede.. será que tem alguma coisa a ver com essa comida??
Pois... NOW I'M HERE!
Ou em versão Shakira: "ahora estoy aqui!"