segunda-feira, 31 de julho de 2006

Férias, para quê?

"Este ano não vou de férias políticas"
Paulo Portas, no Expresso deste fim-de-semana.
Não consta que Portas faça férias políticas. Nunca fez. Sempre atento. A fazer caminho, a marcar terreno, a passar a sua mensagem. Eficaz.
O outro precisou dizer que "ía andar por aí". A Portas basta estar. É um mestre a marcar a agenda. Sem aparecer, aparece. E prepara o regresso para 2007. Porque há legislativas em 2009. E não consta que Marques Mendes esteja a dar conta do recado de fazer oposição ao Governo de Sócrates.

domingo, 30 de julho de 2006

Eu é que emigro!

Quando é que os noticiários nacionais vão parar com as grandes reportagens dos portugueses que atravessam as fronteiras para virem cá gozar as suas vacances?!
Qual é o interesse dessas "notícias"? Quem é que quer saber se pararam 30 vezes desde o Luxemburgo até cá? Ou se encontraram muitos portugueses a caminho? Ou "que sentimento particular lhe provoca atravessar a fronteira portuguesa"? Ou se sentem saudades do "cheiro a Portugal"?...
Parem com esta saloiice à volta dos emigrantes!!

Momentos profundos

Tenho visto por aí umas frases que são uns autênticos achados.
Ao nível de alguma publicidade criativa que para aí anda: por exemplo, a Super Bock com a sua "Miss Playbock"; ou as Águas do Vimeiro Sparkle com o seu "A Black Label das Águas com Gás".
As frases são:
- o Pluto é filho da Pluta;
- se sentires um vazio interior, come.... deve ser da fome!

Jardim e o "abismo"

Mais uma vez, Jardim deu largas à sua imaginação na festa anual do PSD-Madeira, no Chão da Lagoa, à qual acorrem milhares de cidadãos. Este ano com o atractivo da música de Toni Carreira.
Este ano, Jardim chamou a atenção da região e do País para o facto de o Governo de José Sócrates estar a levar o País para o "abismo". Uma das razões deste ataque é, obviamente, o Governo não ir muito na conversa da ajuda à região ultra-periférica e mais não sei-o-quê, e não abrir os cordões à bolsa. Em politiquês trata-se da nova Lei de Finanças Regionais, não muito do agrado do Governo da Madeira e seus ideólogos. Já se estava à espera. A teoria do garrote económico no seu esplendor. Até parece que a Madeira não faz parte do País.
A ver os vários relatos deste acontecimento no PÚBLICO, na SIC e no Diário Digital. Absolutamente a não perder devem ser as reportagens televisivas...
Claro que AJJ fez uma obra notável na Madeira. Mas também é claro que há muito desperdício, muito embelezamento de obra desnecessário. E estando todo o País em crise (!) não fazia mal nenhum afectar também a Madeira.
Eu só me pergunto como vai ser quando Alberto João Jardim se retirar, num futuro longínquo... Como estão mesmo as finanças regionais? Quem vai pagar aquilo?

Catarina

Há pouco, à procura do significado exacto de uma palavra no dicionário, descobri isto:
CATARINA: adj. Diz-se da roda de encontro dos relógios. S. f. pl. Tetas grandes de mulher.
Sem qualquer ofensa e/ou provocação para várias amigas, de seus nomes Catarina. Porque se são amigas, são de alguma forma especiais.
As coisas que os dicionários dizem e ensinam...

Catarse

Ontem fui a um jantar de aniversário. Num restaurante russo. Tinha curiosidade por esta comida, mas ainda não tinha explorado o negócio. A comida é menos esquisita que a chinesa. E saborosa. Portanto, vou fazer publicidade: Restaurante BOLSHOI, em S. Bento, na Rua Cruz dos Poiais, 95 – A. Lisboa.
Este pequeno espaço, numa espécie de cave, é quase uma obra de arte. Escuro. Paredes por pintar, ou pelo menos já bem escuras devido ao fumo. Umas pinturas alegres, para dar um toque moderno. Poucas lâmpadas, muitas velas sobre as mesas. E um casal russo. Ela, Elena; ele, Aleksander. Ela trata da comida; ele da bebida, portanto da vodka. E ambos puxam pelos clientes, ensinam russo, trazem trajes típicos para vestir as aniversariantes…
Uma curiosidade: a Elena, durante o jantar, mudou de roupa umas 20 vezes. Um aspecto da cultura russa, certamente. E de uma mulher que já foi artista, já actuou no Casino Estoril, e noutros locais mais reservados (nada de más interpretações!).
O ambiente foi agradável. Ao nosso lado também estava um aniversário, e, às tantas, já éramos quase um grupo só. Como havia viola, houve alguns momentos musicais.

Depois seguimos para o Inda a Noite é Uma Criança. Para os mais distraídos, um bar na Praça das Flores, também para os lados de S. Bento. Um recanto de saudosistas, de artistas, de músicos mais ou menos conhecidos, de revolucionários. E no qual todos cantam, porque todos conhecem as canções de um Paulo Gonzo, de um Rui Veloso, de um Jorge Palma, de um Carlos do Carmo…. E muitos mais. E é ver o Mingo dar um espectáculo com a viola, um prodígio de ficar literalmente vidrado; ou a Garden, uma senhora dos seus 80 anos (penso que cabo-verdiana) que põe a um canto muito boa gente: canta, toca viola, dança… um espanto! Um espaço de catarse.


Uma noite de catarse.

Mudanças no GONIO

Mais uma vez fiz algumas alterações de pormenor no GONIO. Apeteceu-me. E como sou o CEO do supra citado blogue, faço as alterações que entender.
Desta vez organizei alfabeticamente os links que têm o privilégio de constar neste discreto canto da blogosfera. Criei também uns espaços novos na organização desses links, ou limitei-me a mudar-lhes a designação. É a revolução tranquila, como diriam alguns... E, como já devem ter reparado, surgiram nas últimas semanas mais alguns novos blogues na lista cá do sítio.
Como sempre, o GONIO permanece aberto às CSI dos visitantes. Que já ultrapassaram os 2000! Não sei se é bom ou mau. É apenas um número encorajador.

sábado, 29 de julho de 2006

Obviamente!

A Blasfémia deciciu tomar partido no conflito de Israel contra o Hezbollah. Como subscrevo inteiramente o que foi postado aí, tomei a liberdade de reproduzir integralmente.
Obviamente!
"Entre Israel e o Hezbollah, só há uma escolha possível.
Entre Israel e o Hamas, só há uma escolha possível.
Entre Israel e as Brigadas de Al-Aqsa, só há uma escolha possível.
Entre Israel e a Jihad Islâmica, só há uma escolha possível.
Entre quem luta para sobreviver e quem vive para destruir, só há uma escolha possível.
Entre uma democracia moderna e uma dúzia de ditaduras medievais, só há uma escolha possível.
Entre um governo democraticamente eleito e um bando de fundamentalistas do Corão, só há uma escolha possível.
Entre mulheres livres e quem usurpa a liberdade das mulheres, só há uma escolha possível.
Entre um exército soberano e um grupo armado que se escuda entre civis, só há uma escolha possível.
Entre a cultura e o obscurantismo, só há uma escolha possível.
Entre liberdade e terrorismo, só há uma escolha possível.
Eu tomo partido."

Casa de Fado

Ontem fui a uma casa de fado, ali para os lados de Alfama ou Mouraria (desculpem, mas nunca soube qual a diferença, ou onde é a fronteira... Ignorante!), de seu nome Mesa dos Frades, na Rua dos Remédios.
Um espaço pequeno. Com as paredes feitas de azulejos. Percebi que aquelas paredes eram uma relíquia, embora não as tivesse observado convenientemente – havia coisas bem mais bonitas para ver! E a iluminação também era reduzida de vez em quando, para ficar em ambiente fadista.
Na esquina do balcão uma peça tão simples quanto criativa: um castiçal feito com garrafas de vinho já muito usadas, e nas quais caía como cascata a cera de imensas velas já ali consumidas. Era um conjunto de três garrafas juntas, que fazia um belo efeito. Sobretudo quando desciam a luz para se cantar o fado. Silêncio!
Os fadistas fadaram várias vezes, à porta do recinto, acompanhando assim também os que estavam na esplanada fronteira.
Ontem foi a noite, entre outros, dos irmãos do Camané: Pedro Moutinho e Hélder. O estilo é rigorosamente igual ao Camané, mas eu não percebo nada de fado. Só faltou cantar o “Maria Albertina”….

Fomos ter com uns amigos que lá iam jantar. Como já tínhamos jantado, fomos só fazer companhia e ouvir os fados. Pedimos umas entradas (pastéis de bacalhau, pão – que não havia, tal como chouriço ou caldo verde... -, umas águas, duas garrafas de vinho). No fim tivemos um susto: só isto custou quase 55€! Ficámos a pensar que quem jantou mesmo ia pagar uns 100€ cada….

COEXISTIR


Nos últimos dias tem-se voltado a falar de "guerra de religiões" a propósito do conflito que opõe Israel ao Hezbollah.
Em parte, porque parece ser moda falar de guerra de religiões sempre que acontece qualquer coisa no Médio Oriente e afins. Em parte, porque a Al Qaeda voltou a dar sinais de atenção à realidade através do seu número 2. E este movimento cívico justifica tudo com base nesta expressão.

Ignorando este apelo ao conflito, vale a pena Coexistir.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Apoios...

"Muitas pessoas apoiam-se em duas pernas,
outras na cabeça."
Georg Baselitz, pintor e escultor alemão

Que paz?

Mais uma vez o Prof. Luciano Amaral escreve sobre o conflito no Médio Oriente no DN:
A propósito da actual guerra israelita, repetem-se as expressões de consternação pela violência e destruição que agora assolam o Líbano. Os que as produzem cabem em diversas categorias, desde os que nunca autorizam Israel a tomar quaisquer medidas de defesa, aos genuinamente horrorizados com o espectáculo terrível que todos os dias nos oferecem jornais e televisões. Mas a ambos cabe fazer uma pergunta, que inverte a que têm em mente. Em vez de sabermos para que serve a guerra, a pergunta mais correcta talvez seja: para que serve a paz? A frase anda a ser repetida há 200 anos, mas parece que nem toda a gente a compreendeu ainda muito bem: a guerra é a continuação da política por outros meios e, portanto, a opção pela paz em oposição à opção pela guerra não é uma mera escolha humanitária, mas uma escolha política. É evidente que todos preferimos a paz em abstracto. Mas a paz tem contextos e nem toda a paz é louvável. A paz sob um regime tirânico terá o seu valor, mas é certamente diferente da paz em liberdade.
Importa saber o que representa politicamente o imediato regresso da paz ao Líbano. Como é evidente, a paz não resolveria o problema que está na origem desta e de todas as guerras que precederam esta na região. Israel não respondeu militarmente da forma que fez por uma espécie de belicismo gratuito. Fê-lo porque desde 1993 adoptou uma postura de sistemática sinalização, ao mundo árabe e islâmico e ao mundo em geral, de que estava pronto a encontrar uma solução duradoura para a região, tendo a resposta contrária sido sempre um aumento da violência. Depois da assinatura dos acordos de Oslo em 1993 e da criação da Autoridade Palestiniana, seguiram-se alguns dos piores anos de violência entre israelitas e árabes. Depois da cimeira de Camp David, em 2000, em que Ehud Barak só não concedeu a Arafat o que não podia, e depois da retirada das tropas israelitas do Sul do Líbano, seguiu-se a chamada Segunda Intifada e a ocupação do Sul do Líbano pelo Hezbollah. Depois da retirada da faixa de Gaza, em 2005, e das promessas de retirada unilateral dos territórios ocupados, seguiu-se a vitória eleitoral do Hamas na Autoridade Palestiniana e o aumento dos ataques contra Israel. Foi agora, mas podia ter sido o ano passado ou poderia ser para o ano ou daqui a dois, mas Israel terá compreendido a futilidade destes esforços. Não admira que nem sequer a maior parte da esquerda israelita, normalmente grande promotora do chamado "processo de paz", esteja contra a acção militar no Líbano, apesar da sua evidente brutalidade.
Muita gente anda agora entusiasmada com os projectos de paz propostos pelos EUA, UE e ONU. Convém perceber o que não vai acontecer à sombra desses projectos. E o que não vai acontecer é a paz efectiva. Poderá talvez parar proximamente a ofensiva militar no Líbano, mas enquanto Israel tiver a sensação de que todos os passos no sentido da entrega dos territórios ocupados serão aproveitados para pôr em perigo a sua segurança, não desistirá de usar a violência quando sentir necessidade. Os mísseis do Hezbollah atingiram neste conflito distâncias de cerca de 50 km no interior do território israelita. Se a retirada da Cisjordânia desse origem a uma ocupação com material idêntico ao que existe no Líbano, a capital Telavive ficaria a pouco mais de uma dezena de quilómetros de distância, e portanto refém do mesmo tipo de ataques, assim como ficaria grande parte do resto do território israelita. Mais: o que Israel tornou claro com esta ofensiva, e o que o Hezbollah tornou claro com a sua resposta, é que os territórios ocupados não vão ser cedidos. Quer isto dizer que, qualquer paz que seja alcançada agora significará sempre o fim da outra eventual paz, a possivelmente resultante do tão incensado "processo de paz". A ofensiva militar teve já o mérito, para Israel, de mudar os termos da situação no terreno e os termos do debate internacional. O que toda a gente agora quer é a paz imediata no Líbano. Mas obtê-la significará o fim da outra, aquela que impediria no futuro a ocorrência de episódios como o que está actualmente em curso.
Tudo mudaria, evidentemente, se árabes, muçulmanos e seus amigos ocidentais reconhecessem inequivocamente e de uma vez por todas o direito de Israel a existir em paz e segurança. Mas como continuam a achar que o Estado de Israel corresponde a um episódio de colonização ocidental em terra cultural e historicamente árabe e islâmica, numa mistura intelectual onde a ignorância mal se distingue da má-fé, Israel vai continuar a ser brutal, os que entendem Israel vão continuar a ser tratados como malfeitores inauditos (a resvalar para o fascismo) e a palavra paz nunca deixará de ser uma mera batata grande na boca dos que não querem nem nunca quiseram pensar e aprender.
Querem paz? Não querem e não vão tê-la. A única coisa que vão ter é a perpetuação da guerra. Talvez não esta, mas a outra, a de sempre.
PS: o trecho destacado a laranja é da minha responsabilidade.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Manifesto pró-Pacheco Pereira

Como muitos sabem, o blogue de Pacheco Pereira - Abrupto - tem andado a ser boicotado, atacado por alguém: quando se coloca o endereço do blogue aparece uma página estranha e que nada tem a ver com um dos principais blogues nacionais. O próprio Pacheco Pereira tem exposto no seu blogue o que tem ocorrido, bem como a ajuda que muitos entendidos nestas coisas da blogosfera e dos hackers lhe têm dado para resolver este ataque.
Em tom de brincadeira, o Gato Fedorento também deu o seu contributo com o texto Manifesto pró-Pacheco Pereira. Vale a pena ler.

Fernando Pessoa


"Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa

Que não pode haver tantos."

terça-feira, 25 de julho de 2006

Encontros virtuais

Graças a esta coisa fabulosa que é a Internet é possível encontrar amigos de longa data. Foi o que aconteceu comigo.
Há alguns dias, estava eu a limpar o meu mail, encontrei um endereço de e-mail. O nome era o mesmo de uma amiga do secundário. Enviei então um mail para confirmar se realmente se tratava dela. E era! E através dela foi possível encontrar mais duas amigas. E julgo que assim será possível re-estabelecer as ligações do passado. Curiosamente, uma delas festeja o seu aniversário hoje; que feliz prenda este reencontro de distâncias.
Quando abandonámos o secundário, há 11 anos, não havia a disseminação de telemóveis que há actualmente. Cada um partiu para um sítio diferente para fazer o seu curso universitário. Uns ficaram na Madeira, outros espalharam-se por algumas cidades do continente. Foi o meu caso. E foi-se perdendo o contacto.
E eis que agora voltamos a nos encontrar. O destino tem destas coisas engraçadas.

Outra história de encontros foi possibilitada pela troca de mail com primos que vivem no estrangeiro. Mal me lembro deles, pois só nos vimos aí há uns 25 anos, éramos uns putos inconscientes….
Graças à rede que envolve o planeta azul é possível puxar à linha pessoas com as quais temos alguma ligação e das quais gostamos de uma qualquer forma, e que por qualquer motivo se perderam quando zarpámos rumo ao mar alto. É assim com amigos do secundário, com familiares que vivem longe noutro país, com colegas da faculdade e que vão parar ao estrangeiro…

Tudo graças à Internet, aos seus mails, aos hi5, aos blogues…. e às mil e uma formas de encontros que este mundo virtual nos proporciona. E isto é válido quer para pessoas que de alguma forma se cruzaram connosco no passado, quer com novas pessoas que vamos descobrindo neste mundo aberto e com as quais vamos desvendando pontos em comum e construindo amizades.

Tempestades....

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad declarou esta terça-feira, na capital do Tajiquistão que “aqueles que semeiam ventos colhem tempestades”.

Certamente que esta declaração foi feita em frente a um espelho...

Madeira: jornalismo versus t-shirt

Há algumas semanas nasceu uma polémica estranha na Assembleia Legislativa Regional da Madeira. Motivo: o presidente desta instituição proibia a entrada a jornalistas mal vestidos. Ou seja, de gangas, t-shirt e ténis. A estupidez no seu melhor....
Certamente que o senhor Miguel Mendonça, que usa óculos, não viu a forma como alguns deputados aparecem lá na ALR, sobretudo à esquerda. Nem tem a noção do que é jornalismo, e do trabalho de repórteres de imagem.
Só apetece citar o título que hoje vinha no DN: Jornalismo de 'T-shirt' no país que se assoa à gravata. Eça de Queirós não diria melhor.
Mais um motivo para ser revista a Lei Eleitoral da Madeira.
Por que é que um arquipélago com cerca de 250.000 habitantes tem 60 deputados? (se fosse proporcional com o que se passa a nível nacional, a ALR teria cerca de 6 deputados... Certamente não seria representativa de nada. Por isso os 30 - 40 deputados que o constitucionalista Gomes Canotilho sugere na VISÃO desta semana seriam suficientes)
Como é que 53% dos votos (PSD) se transformam em 70% dos lugares na Assembleia Regional?

Qual crise?

Hoje, duas das mais importantes instituições bancárias portuguesas apresentaram resultados do 1º semestre de 2006.
Assim, o BES ganhou 34,7% e o MillenniumBCP subiu 31%.... Só em 6 meses.
Ainda bem que estamos em crise...

Ainda Israel

Paulo Camacho (SIC) diz que Israel atingiu uma casa, matando 7 pessoas da mesma família. No entanto, o Hezbollah não deixa ninguém lá ir e filmar.
1 – como é que se confirma que esta notícia é verdadeira (por mais dramática que seja)?
2 – quem é o Hezbollah para vedar o acesso a uma parte do território libanês?

Que se saiba, este movimento surgiu com uma única finalidade: combater Israel.

Por outro lado, para quem acha que Israel é um Estado assassino, como explicam o facto de um movimento deste tipo ter armamento pesado? Porventura alguém entenderia que um qualquer grupo de cidadãos tivesse acesso e posse de armamento pesado para com ele atingir um Estado? Com que legitimidade?
E ainda há quem venha com o discurso de que Israel está a violar as convenções internacionais bla bla bla….
Como disse Ehud Olmert (Primeiro-ministro israelita) hoje, Israel está a usar o seu “direito básico de legítima defesa.”


Para os mais distraídos, no Telejornal de hoje da RTP foi explicada a origem deste conflito: Hamas faz um túnel de centenas de metros e rapta militar israelita; semanas depois, o Hezbollah, na fronteira israelo-libanesa, ataca, mata alguns soldados israelitas e rapta mais dois soldados. Já sabiam que o exército de Israel não deixa ninguém para trás.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

ELOGIO DO AMOR, by MEC

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dize-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dize-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de pratica. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calcas e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecologica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banancides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida e outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”.
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida e outra.
A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida e outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor e outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
MIGUEL ESTEVES CARDOSO
Pois claro!
No seu melhor, no Expresso.
Há alguns anos ele escreveu uma coisa parecida com esta. Definitiva. Como sempre. Como só ele sabe ser. Na altura, usava apenas os verbos.
Na altura, um dos textos intitulava-se "Amar". Outro, "Gostar (acima de tudo)".
Este último texto começava assim: "Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre."

Joe Berardo propõe....

Joe Berardo. Milionário. Comendador.
Esteve esta noite à conversa com Mário Crespo na SIC Notícias. Uma data de disparates. Privilégios de ricos... Não sabe falar português. A certa altura diz “petróleo… petrol”, ou seja, diz em português e depois corrige para inglês…. Gosto mais quando ele fala de “stamps”…
Entre outras coisas, o senhor questiona: como é que as pessoas trabalham 12 meses e recebem 14 meses?
E fala do que fazia na África do Sul, onde não havia sindicatos… ía ter directamente com o “povo” (seja isso lá o que for) e explicava porque não era possível dar os aumentos pretendidos pelo “povo”….

domingo, 23 de julho de 2006

Medos

"Vivemos na cultura do falhanço. Comunicamos de tal forma assentes no medo de perder e de falhar que temos medo de viver."
Benoit Poelvoorde, actor francês

O café do Senhor

"Um café que não serve bebidas alcoólicas, onde é proibido fumar ou jogar e em cujas mesas não há jornais do dias mas sim Bíblias"
Uma ideia peregrina. É um café - de seu nome Café Cristão - na Amora, Seixal. Portugal. Vem na revista ÚNICA (Expresso desta semana).
"O objectivo deste primeiro Café Cristão nacional é o financiamento de um projecto de rua com toxicodependentes e atrair fiéis, sobretudo jovens. A iniciativa pretende ser um exemplo das modernas formas de evangelização que os católicos apregoam."
Humm... mais um fenómeno para a moderna sociologia estudar. Já não bastavam os speed dating...

A guerra de sempre

"Sucede que há outras razões. Sempre que o assunto é Israel acabamos por ter de relembrar algumas evidências. A guerra em curso de Israel no Sul do Líbano pode ser uma resposta à desordem dos tempos e, muito em especial, ao caos em que se transformou o Médio Oriente. Mas não é em absoluto uma guerra nova. Na essência, Israel perpetua uma guerra contra os países árabes porque os países árabes continuam a recusar que Israel exista.
Em 2000, Israel saiu do Sul do Líbano que depois disso passou a ser controlado pelo Hezbollah; em 2005 deixou Gaza. O Sul do Líbano e a Faixa de Gaza têm sido usados pelos movimentos terroristas para sucessivos ataques de rockets contra Israel. O Hezbollah tem ligações ao Hamas. O Hamas tem ligações à Síria. E tanto o Hamas como o Hezbollah gozam da sádica protecção do Irão, agora em fase nuclear.
Com um Governo inepto do Hamas na Palestina, um Hezbollah descontrolado no Líbano, a cumplicidade da Síria e o lunático Presidente do Irão, não se pode esperar dos israelistas brandura e benevolência. Não se pode esperar que sacrifiquem a sua segurança, que se abstenham. É uma guerra de um contra muitos. Como sempre foi."
O texto integral de Pedro Lomba, no DN de há uns dias, está aqui.

sábado, 22 de julho de 2006

ADEUS

Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava.
Porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade (1923 - 2005)
"Os Amantes sem Dinheiro", 1950

Este é, para mim, um dos poemas mais bonitos escritos em Portugal, pelo meu poeta preferido, pelo poeta do amor. Talvez seja triste, mas é bonito, sentido.
Como está no link Um Poema por Semana (aqui ao lado), não pude deixar de lhe dar este destaque.

Qualificar?

Vasco Pulido Valente, do seu jeito desiludido, ácido, duro, realista, na edição impressa do PÚBLICO deste sábado, escreve sobre o problema INSOLÚVEL que é este país. A dado passo, escreve:
"O país, dizem os políticos, precisa de gente "qualificada" a a "qualificação garante um futuro. Mas não. Nem o país precisa assim tanto de gente "qualificada" (12º ano, licenciatura, mestrado, doutoramento), nem a "qualificação" leva a parte alguma, mesmo supondo que o "sistema de ensino", como existe, "qualifica" seja quem for para o que for."

Quem faz o quê?


Sobre o ataque deliberado a alvos civis no actual conflito no Médio Oriente, vi esta caricatura n'O Insurgente. Não pude deixar de mostrá-la.

Semana Gastronómica de Machico

Machico, na ponta leste da Madeira. A melhor semana gastronómica da ilha, dizem os entendidos. E a mais antiga.
Este ano, ao marcar as minhas férias, esqueci-me deste evento. O ano passado estive lá. Excelentes concertos. E de borla! O ano passado saiu-me em sorte Xutos & Pontapés e Daniela Mercury.

É uma feira onde todos se encontram com todos durante uma semana. Convívio, alegria, comida, bebidas, animação, esplanadas, ar livre. E o mar ali ao lado.

Este ano, pelo que sei, os momentos altos a nível musical estão entregues a Paulo Gonzo e a Emanuel...

Longe de Manaus - 2

Acabei de ler o LONGE DE MANAUS há cerca de uma semana. EXCELENTE!!
É, de facto, o livro da solidão. Seja em Portugal, seja no Brasil ou em Cabo Verde. Em que as conversas têm sempre qualquer coisa oculta, um motivo para além. E chega à Beirute do séc. XIX.
Há a procura constante do outro, de outros, do que justificou um determinado comportamento. Mas não se vislumbra.
Que o diga o inspector Jaime Ramos. Qaundo as coisas não faziam sentido, imaginava histórias para as juntar, quais puzzles do destino.
Um livro MUITO BEM ESCRITO, em português e em brasileiro. Engraçada a forma como nos leva para outra língua, para outra forma de estar na vida, outro mundo. Escrito com profundidade. Com humor.
Algumas frases do livro. Podia escolher outras quaisquer, mas não.
"...homens maravilhosos só existem memso na literatura, onde não há desperdício de amor. Mas se desperdiça bastante, na vida real. Muito, bastante, de mais."
"O dinheiro é sempre sério, doutor Padilha. Raramante ri. Não tem sentido de humor, o dinheiro."
"Gays estão repetindo toda a besteira de casal normal, mas exagerando um pouco na imitação"
"Encontram-se portugueses por todo o lado e diz-se que isso acontece porque somos ousados, aventureiros, mas eu acho que não é bem assim. É por timidez. Timidez de viver na nossa própria terra, na nossa própria casa. Então partimos pelo mundo fora. Quando chega a hora d evoltar, não queremos voltar, temos vergonha de encarar a gente que ficou, este mundo pequenino."
"...frequantemente o passado vem buscar-nos onde não esperamos ser encontrados."
"Tudo o que fazemos na vida, inspector, é para nos vingarmos" (...) "Tudo ou quase tudo. PAra nos vingarmos ou para protegermos os nossos. Mas as coisas mais perfeitas da nossa vida são feitas por vingança ou por despeito. Por vingança sobretudo. Não somos grande coisa. Aos oitenta e seis anos tenho a certeza. Vivi muito. O entusiasmo, a paixão, por si só não fazem vencedores nem heróis."
"Cada dia que passa serve para nos prepararmos para o dia que há-de vir depois do dia seguinte."
"... o que acontece é só uma possibilidade. É um atrevimento diante das leis da física."

Livra!

"Os europeus falam muito de direitos e (...) depois permitem que um Estado como Israel faça o que quer".
O autor desta frase chama-se MÁRIO SOARES.
Ainda bem que NÃO foi (re)eleito Presidente da República. Caso contrário, já teria persuadido - leia-se forçado - o Governo de Sócrates a enviar tropas para lutar ao lado do Hezbollah... esse movimento supremo do direito internacional.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Independente?


No PÚBLICO:

Oriente visto pelo “The Independent”
A crise no Médio Oriente vista pelo jornal britânico “The Independent” salienta hoje as posições de quem apoia e de quem está contra um cessar-fogo para a região. Foto: “The Independent”
Afinal, "independente" não é sinónimo de "objectivo", de "verdadeiro"... Fiquei esclarecido.

Pois é...

Hezbollah rejeita plano de tréguas de Kofi Annan

O Hezbollah rejeitou hoje o plano do secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, que propõe o fim imediato das hostilidades e a libertação dos dois soldados israelitas, declarou hoje à AFP Hussein Hajj Hassan, deputado da formação xiita.
"É normal que recusemos o plano", afirmou. "A única coisa que nós aceitamos é um cessar-fogo incondicional, seguido de negociações directas sobre a troca de prisioneiros".Kofi Annan pediu ontem o "fim imediato das hostilidades" no Líbano, propondo uma regulação do conflito que incluia a libertação dos soldados israelitas, uma conferência internacional e uma força de estabilização no sul do Líbano.
Perante este facto, a pergunta: quem é que é o mau da fita?
E ainda querem que Israel se renda a uma força terrorista e se torne seu refém? NÃO!

quinta-feira, 20 de julho de 2006

A guerra por procuração

O Prof. Luciano Amaral, hoje no DN:
"Era de prever que um dia o Médio Oriente regressasse à violência explosiva da última semana. E era também de prever que, num contexto semelhante, logo se erguesse o habitual coro de vozes contra Israel - neste caso, por causa da sua reacção "desproporcionada". Não é evidentemente bonito o espectáculo desta brutal ofensiva militar. É mesmo trágico. Mas não perceberá o chamado conflito israelo-árabe quem não perceber que essa brutalidade sempre foi a condição de sobrevivência de Israel. Israel é uma espécie de palhaço pobre da cena política internacional, a quem toda a gente se sente autorizada a dar lições, por cima de reprimendas a pretexto dos seus presumíveis disparates ou injustiças.
A esta luz, pouco importa o que dizem e fazem os seus inimigos. O Hamas não reconhece o direito de Israel a existir e está vocacionado para a sua destruição. O Líbano não reconhece o direito de Israel a existir e vive refém de um sinistro movimento terrorista (o Hezbollah), cujo propósito é a destruição do Estado de Israel. Para além de alvo perpétuo de actos terroristas, agora um pouco mais rarefeitos - será que o novo "muro da vergonha" terá alguma coisa que ver com isso? -, Israel é também vítima permanente de ataques militares, tanto a partir do Sul do Líbano quanto da Faixa de Gaza. Perante isto, o conselho que se lhe costuma dar é que esqueça esses pormenores e continue a oferecer mais ou menos tudo o que pode em troca de pouca coisa, ou mesmo coisa nenhuma.
Em 2000, Israel retirou do Sul do Líbano, onde mantinha uma zona-tampão que servia de segurança contra ataques na fronteira norte. Seria de esperar que, do outro lado da fronteira, se seguisse em consequência a contenção e a aceitação desse passo como o princípio de uma nova situação duradoura. A única coisa que aconteceu, porém, foi a intensificação da ocupação pelo Hezbollah, munido dos seus famosos rockets, cada vez mais sofisticados - os últimos de lá lançados na passada semana foram mais longe do que quaiquer outros anteriores, atingindo mesmo a terceira cidade do país, Haifa. Em 2005, Israel saiu da Faixa de Gaza, também na esperança de que isso fosse visto como um passo arriscado mas positivo em direcção a uma solução para o conflito. Mais uma vez se deveria esperar aqui alguma moderação do outro lado. Muito pelo contrário, Gaza foi-se transformando nos últimos meses numa espécie de segundo vale de Bekaa, com os ataques de rockets a aumentar quotidianamente.
Quem se queixa das acções "desproporcionadas" de Israel, e que será certamente simpatizante da chamada "causa palestiniana", talvez devesse então pedir aos representantes e apoiantes internacionais da dita que aceitem finalmente o direito de Israel a existir. Como é evidente, qualquer princípio de negociação séria só pode ocorrer a partir desse instante. Israel existe hoje, não graças a resoluções da ONU ou sofisticados conselhos das chancelarias internacionais, mas porque venceu todas as guerras que os seus vizinhos hostis coligados lhe lançaram desde o exacto primeiro dia da sua existência em 1948. Estas vitórias não puderam obviamente ser obtidas sem uma certa brutalidade. Israel é um pequeno país de seis milhões de habitantes, rodeado por uma colecção de países hostis que, somados, chegarão quase aos 400 milhões de pessoas. Até agora incapazes de vencer Israel militarmente, estes vizinhos árabes apostaram, para manter vivo o anti-sionismo, na instigação da intransigência dos movimentos palestinianos. É do meio disto tudo que sobra, de facto, a tragédia do povo palestiniano. Se Israel se preocupa pouco com ele, menos se preocupam ainda os seus supostos apoiantes, que o usam como mera massa de manobra anti-israelita. A última coisa que lhes interessa é a moderação palestiniana.
É o caso do Irão, o criador e grande patrocinador do Hezbollah e mais recente sponsor do Hamas. Não haja dúvidas. Por debaixo da cor local, o que neste momento ocorre no Líbano é uma guerra por procuração entre o Irão e os EUA. A mesma na qual os EUA andam a evitar a todo o custo envolver-se directamente. O Irão continua a ridicularizar os planos ocidentais de restrição ao seu programa nuclear, e a guerra indirecta que declarou a Israel permite-lhe desviar as atenções internacionais. Os EUA, desprovidos de outros aliados capazes de os ajudarem no ordenamento político internacional (graças ao estado de beatitude irresponsável dos países europeus) socorrem-se do único povo "ocidental" que ainda sabe fazer a distinção entre amigo e inimigo.
Talvez até já seja tarde, mas a única coisa que há a esperar é que esta Quarta Guerra de Israel corresponda à acção preventiva necessária para restaurar alguma ordem nas fronteiras israelitas e devolver o Irão a uma certa humildade. É muito importante que seja bem sucedida, até porque é muito mais do que apenas isso o que está em causa."
Nesta crise, o que poucos vêem é que o Hezbollah ataca deliberadamente civis israelitas, enquanto Israel tenta atingir os terroristas - sim! - que o estão a atacar.
E esses terroristas estão misturados deliberadamente com os civis libaneses para poderem fazer o discurso de coitadinhos vítimas da maldade israelita...

Qual verdade?

Na VISÃO de hoje, este cartoon do Rui:


Ou quando uma meia verdade é uma GRANDE mentira...

Há até responsáveis políticos a dizer barbaridades como esta:

"O príncipe herdeiro saudita diz que não pode deixar Israel continuar a bombardear o Líbano"

Porque será que não inverte a frase: não podemos deixar o Líbano/Hezbollah continuar a bombardear Israel?!

Silêncio dos inocentes?

Curiosa a forma como o silêncio se abateu sobre o que se passa em Timor.
Coincidência temporal: este silêncio é simultâneo com a mudança de Governo, e com a ascenção de Ramos Horta a Primeiro-Ministro.
Será pela forma facciosa como os media relataram os acontecimentos?
Entretanto, hoje, no PÚBLICO:
"Mari Alkatiri sujeito a Termo de Identidade e Residência"

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Porno-música?

Vão ao site da Nova Confraria.

Sigam as instruções TODAS.

E leiam os comentários, por favor. É rir, e rir, e rir…

Há quem assine como Ana Malhoa e comente. E há quem se ache Presidente da Republica e serene os ânimos…

(há coisas que, por mais brejeiras que sejam, têm a sua piada...)

Contingências da vida. Portuguesa

"Parques pagos a cada 15 minutos ficam mais caros
Os parques de estacionamento vão ser pagos em fracções de 15 minutos a partir de amanhã, em vez de hora a hora, como acontece actualmente. É uma exigência da lei que visa tornar mais justo o pagamento. Mas os empresários do sector trocaram as voltas ao Governo e a generalidade dos consumidores vai pagar mais. Nos piores casos, o aumento varia entre 40 e 60%.O parque à superfície do Jardim do Tabaco, em Lisboa, já alterou o tarifário e é um exemplo paradigmático. Os utentes pagam 20 cêntimos por cada quarto de hora, quando anteriormente pagavam 50 cêntimos por um período inferior a uma hora e um euro até duas horas. As novas regras só favorecem os primeiros 30 minutos de utilização, após o qual o consumidor paga sempre mais."
UMA CHULICE!! é o que eu digo!
E depois fazem notícias de espantados com a vinda a Lisboa do presidente do IKEA. Que veio a Lisboa, esteve hospedado numa pensãozita qualquer, e deslocou-se nos transportes públicos.
Mas os patrões cá do burgo têm de ser finos. E, claro, ladrões!
E ainda se espantam com notícias de que somos o mais pobre da Europa e mais não sei quê... Por que será?!
Por outro lado:
Há alguns anos, por força do então Ministro das Finanças Bagão Félix, o IVA aplicado às fraldas desceu de 19% para 5%, por ser considerado um bem essencial pelo Governo. A União Europeia ameaçou processar Portugal por isso. Agora vai fazê-lo, ao mesmo tempo que anuncia que vai rever a legislação no sentido do que Portugal já tinha feito. Sem comentários: esta UE tem critérios de justiça que não lembram ao diabo…
Um dos argumento usados por Bagão Félix é que não fazia sentido os preservativos terem um IVA de 5%, enquanto as fraldas eram taxadas à taxa máxima (na altura 19%). Tinha lógica.

terça-feira, 18 de julho de 2006

Hummm...

Então, o que acharam desta pequena alteração no blog?
A menina nem é feia, nem dança nada mal. E até canta!
Digam de vossa justiça, cá em baixo nas CSI. Para quem não sabe ou já não se lembra, Críticas, Sugestões e/ou Insultos.
Estão distraídos.... então não repararam que também mudei a frase que acompanha o título do blog, lá no topo?! Ai...
Deve ser das ancas da Shakira...

Quantos caminhos?

A propósito do assunto do programa Em Reportagem de hoje na RTP - portugueses que passaram a adorar Alá - lembrei-me do excerto de uma entrevista de Bento XVI que vi há alguns dias no Portugal do Pequeninos:
"Quantos Caminhos há para Deus?"
"Tantos, quanto há pessoas. Porque mesmo dentro da mesma fé o caminho de cada um é muito pessoal. Nós temos a palavra de Cristo: "Eu sou o Caminho". Neste sentido, há, afinal um só caminho, e cada um que está a caminho de Deus está também, de alguma maneira, no caminho de Jesus Cristo. Isto não significa que, consciente e deliberadamente, todos os caminhos sejam idênticos, mas, pelo contrário, que o caminho é realmente tão grande que se torna, em cada um, no seu caminho pessoal".
Joseph Ratzinger, in O Sal da Terra.

Ainda mais Israel...

Ferreira Fernandes, no Correio da Manhã de hoje:
"O americano Bush está sentado à mesa e põe, com a faca, alguma coisa (queijo, manteiga, paté?) sobre um pedaço de pão. O inglês Blair está ao lado dele, de pé e inclinado. Bush leva o pão à boca, começa a comê-lo, ao mesmo tempo que fala.

Diz para o outro: “A Síria devia pressionar o Hezbollah para que pare esta merda”... Já estou a ver as críticas a George W. Bush. Comer enquanto conversa com um amigo que está de pé. Falar com a boca cheia. Dizer uma asneira.
Eu estou de acordo com todas essas críticas, que Paula Bobone poderia mostrar, mais e melhor do que eu, que são justíssimas. Mas, tirando essas questões de etiqueta, deixem-me dizer o que há para dizer sobre o assunto, moral e politicamente: a Síria devia pressionar o Hezbollah para que pare esta merda."
NEM MAIS!!
Entretanto, num registo de ignorar a realidade, Vital Moreira escreve, também hoje, no PÚBLICO:
"Quando um Estado, para responder a uma acção bélica inimiga, resolve atacar alvos civis, matar gente inocente a esmo, destruir estradas e pontes, portos e aeroportos, centrais eléctricas e bairros urbanos, isso tem um nome feio: terrorismo. No caso, terrorismo de Estado. Na vertigem da violência que é o interminável conflito israelo-palestiniano, Israel adopta decididamente a mesma lógica fatal de que acusa os seus inimigos, ou seja, transformar os civis em carne para canhão."

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Quando se trata de Israel

O Francisco José Viegas foi certeiro neste texto do JN.
Porque, para os entendidos da praça em política internacional, só Israel é que ataca.
Já pensaram em ver melhor as notícias?! Por mais facciosas que sejam muitas vezes... Para quem não se lembra, esta crise no Médio Oriente começou com o rapto de soldados israelitas por parte do Hamas e do Hezbollah...
"Quando se trata de Médio Oriente, ou seja, quando se trata de atacar Israel, a tarefa está facilitada em larga escala. Um contingente de meninas idiotas e genericamente ignorantes, que assina peças de "internacional" nas nossas televisões, não se tem cansado de falar na "agressão israelita" e apenas por pudor, acredito, não tem valorizado os "heróis do Hezbollah". Infelizmente, nem a ignorância paga imposto nem o seu atrevimento costuma ser punido.
Isolado desde 1947, quando as Nações Unidas decidiram pela criação de dois estados na região (um israelita, outro árabe) Israel não enfrenta apenas a provocação deliberada ou pontual do Hamas e do Hezbollah. Essa provocação tem sido permanente e é ela a razão de não existir na região um estado palestiniano livre e democrático - não o quiseram, primeiro, os estados árabes da região que invadiram Israel mal a sua independência foi pronunciada; não o quiseram, depois, os estados que tutelaram os actuais territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia; não o quis, depois, todo o conjunto de organizações militares terroristas nascidas à sombra da OLP e da figura tutelar de Yasser Arafat, a quem cabem historicamente responsabilidades directas na falência dessa tentativa de criar um estado palestiniano.
Quando se trata de Médio Oriente, ou seja, quando se trata de atacar Israel, a tarefa não está apenas facilitada - os caminhos abrem-se para o lugar-comum, como se vê pelas declarações, tiradas a papel químico, de Chirac e de Zapatero, esses dois superlativos génios da política externa europeia. Não passou pelas suas cabeças, uma única vez, pedir responsabilidades ao Hezbollah e ao Hamas pelos motivos que levaram a esta reacção de Israel. Para ambos é, pois, normal que um governo do Hamas possa alimentar uma facção militar independente, que actua em guerra permanente com Israel; é também normal que um estado da região, o Líbano, possa albergar campos militares do Hezbollah, abastecidos pela Síria e pelo Irão, e destinados a atacar um estado soberano - que, além do mais, é o único estado democrático da região; e é para eles normal que Síria e Irão, além de abastecerem duas organizações militares terroristas, se regozijem abertamente com o rapto de soldados israelitas.
A preocupação destes diplomatas da recessão é, fundamentalmente, com a "reacção de Israel"; em seu entender, a reacção ideal de Israel seria o silêncio total; Israel devia conformar-se com o seu destino e permanecer como o alvo de todo o terrorismo da região, pacientemente alimentado, aliás, pelos europeus que continuam a manifestar "ampla compreensão" pela atitude dos bombistas suicidas e pelos que disparam rockets a partir de Gaza ou do Vale de Bekkah; Israel deveria, pura e simplesmente, acatar.
Evidentemente que nenhum desses cavalheiros pensou pedir ao Hamas, partido vencedor nas eleições dos territórios, eventuais responsabilidades na escalada de violência na região. É para eles natural que o governo do Hamas não reconheça o estado de Israel e esteja a alimentar, com toda a clareza, as facções militares que continuam, naquele folclore infantil de danças e gritos pelas ruas de Gaza, a pedir a eliminação de Israel e a vinda de mísseis iranianos para "destruir o estado sionista". Esse folclore imbecil, sim, talvez os devesse preocupar ele é também pago com contribuições da União Europeia e do seu politicamente correcto."

Esta merda...

"Temos de encontrar uma maneira de obrigar a Síria e o Hezbollah a parar com esta merda"
Foi qualquer coisa como isto que George W. Bush disse na reunião do G8 em conversa particular com Tony Blair.
Obviamente que não era suposto o microfone estar ligado, nem as televisões de todo o mundo estarem a filmar....
Mas... nem mais!
Talvez Israel esteja a usar uma força desproporcional contra a "Síria - Hezbollah" e contra a Palestina devido ao rapto de alguns poucos soldados, mas se nem assim eles libertam os soldados raptados, estão à espera do quê?! Que Israel vá lá oferecer flores? Rebuçados?
Sorte de Israel ter em Ehud Olmert um Primeiro-ministro forte, tal como com o antecessor Ariel Sharon... Real politic, pois é....
(já sei que me hão-de chamar uma data de nomes por este post.... É para o lado que durmo melhor.)