sábado, 22 de julho de 2006

Longe de Manaus - 2

Acabei de ler o LONGE DE MANAUS há cerca de uma semana. EXCELENTE!!
É, de facto, o livro da solidão. Seja em Portugal, seja no Brasil ou em Cabo Verde. Em que as conversas têm sempre qualquer coisa oculta, um motivo para além. E chega à Beirute do séc. XIX.
Há a procura constante do outro, de outros, do que justificou um determinado comportamento. Mas não se vislumbra.
Que o diga o inspector Jaime Ramos. Qaundo as coisas não faziam sentido, imaginava histórias para as juntar, quais puzzles do destino.
Um livro MUITO BEM ESCRITO, em português e em brasileiro. Engraçada a forma como nos leva para outra língua, para outra forma de estar na vida, outro mundo. Escrito com profundidade. Com humor.
Algumas frases do livro. Podia escolher outras quaisquer, mas não.
"...homens maravilhosos só existem memso na literatura, onde não há desperdício de amor. Mas se desperdiça bastante, na vida real. Muito, bastante, de mais."
"O dinheiro é sempre sério, doutor Padilha. Raramante ri. Não tem sentido de humor, o dinheiro."
"Gays estão repetindo toda a besteira de casal normal, mas exagerando um pouco na imitação"
"Encontram-se portugueses por todo o lado e diz-se que isso acontece porque somos ousados, aventureiros, mas eu acho que não é bem assim. É por timidez. Timidez de viver na nossa própria terra, na nossa própria casa. Então partimos pelo mundo fora. Quando chega a hora d evoltar, não queremos voltar, temos vergonha de encarar a gente que ficou, este mundo pequenino."
"...frequantemente o passado vem buscar-nos onde não esperamos ser encontrados."
"Tudo o que fazemos na vida, inspector, é para nos vingarmos" (...) "Tudo ou quase tudo. PAra nos vingarmos ou para protegermos os nossos. Mas as coisas mais perfeitas da nossa vida são feitas por vingança ou por despeito. Por vingança sobretudo. Não somos grande coisa. Aos oitenta e seis anos tenho a certeza. Vivi muito. O entusiasmo, a paixão, por si só não fazem vencedores nem heróis."
"Cada dia que passa serve para nos prepararmos para o dia que há-de vir depois do dia seguinte."
"... o que acontece é só uma possibilidade. É um atrevimento diante das leis da física."

1 comentário:

Anónimo disse...

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