sexta-feira, 30 de junho de 2006

À vista....



É só mesmo para dizer que estão à vista. As minhas férias.

Sou um lucky...

Freitas do Amaral deixa Governo

Devido a "motivos de saúde", Freitas do Amaral apresentou hoje a sua demissão ao Primeiro-ministro. E será substituído pelo seu colega da pasta da Defesa, Luís Amado.
Esta mudança irá acalmar o espírito polemista que tem habitado o Ministério dos Negócios Estrangeiros nos últimos meses. Um Ministério que é suposto ser diplomata...
Por sua vez, o novo ministro da Defesa passa a ser Nuno Severiano Teixeira, que já foi ministro da Administração Interna no último Governo de Guterres. Um especialista em Relações Internacionais.
NOTA: excelente o timing desta substituição. Em véspera do jogo Inglaterra-Portugal. Amanhã ninguém se lembra que houve remodelação...
Nem Santana Lopes, com a sua proto-agência de informação do Governo, teria esta delicadeza na oportunidade da remodelação. Não gosto de Santana Lopes. Mas este Governo de Sócrates é especialista nestes pormenores. Bravo!

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Os meus búzios dizem...

Amanhã começam, na Alemanha, os jogos dos quartos de final do Mundial de futebol. Tal como prometido, cá ficam os meus prognósticos (a vermelho estão os meus vencedores):
Alemanha / Argentina
Inglaterra / Portugal
Itália / Ucrânia
Brasil / França
Se conseguir uma boa taxa de acertos, passo a procurar espaço no qual possa deitar os búzios aos cidadãos deste País. A preços módicos.
Eheheheh

ISRAEL...

Desde que no fim-de-semana foi raptado um militar israelita....
No PÚBLICO:
O Exército israelita deteve entre ontem e hoje 64 elementos do Hamas, entre os quais dez ministros e 20 deputados, depois de ter sido encontrado o cadáver do civil israelita Eliyahu Asheri, 18 anos, capturado no domingo passado. Um responsável do Hamas já classificou a operação israelita como um sequestro, mas não avançou se o seu Governo está disposto a trocar a libertação dos responsáveis pelo soldado israelita também capturado no domingo.
De acordo com o diário israelita "Haaretz", o jovem colono israelita foi executado pelos Comités de Resistência Popular, um grupo ligado ao Hamas.
Os 64 elementos do Hamas detidos ontem pelo Exército israelita, entre os quais dez ministros e 20 deputados, são os mais recentes protagonistas da crise desencadeada pela captura do soldado israelita, que ontem levou a um raide militar sobre Gaza e a uma nova escalada da violência entre israelitas e palestinianos."
O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, anunciou hoje que está disposto a "adoptar medidas extremas" para libertar o soldado sequestrado por militantes palestinianos. Esta tarde, a aviação israelita voltou a atacar posições no norte e no sul da Faixa de Gaza, onde as forças hebraicas entraram na noite passada.
"Estamos decididos usar medidas extremas para chegar até Gilad [Shalit, o militar sequestrado], mas não temos intenção de reocupar a Faixa de Gaza", afirmou o chefe do Governo, em declarações à rádio pública israelita.
Olmert voltou a recusar qualquer negociação com os sequestradores para a libertação de Gilad – numa altura em que o próprio Governo palestiniano defende a troca de prisioneiros – e garante que as operações "vão prosseguir nos próximos dias".
"Não queremos atingir a população palestiniana e até ao momento não houve qualquer vítima", sublinhou o primeiro-ministro, que voltou a acusar o Governo do Hamas de ser "o responsável pela actual situação e por todas as suas consequências".
O braço armado do Hamas foi uma das três milícias que reivindicou o ataque contra um posto militar junto à fronteira com a Faixa de Gaza, na madrugada de domingo, durante o qual Gilat foi sequestrado e dois dos seus companheiros foram mortos.
Por seu lado, a ministra dos Negócios Estrangeiros israelita, Tzipi Livni, lembrou que a incursão militar em Gaza só foi lançada "porque todos os esforços diplomáticos desencadeados para conseguir a libertação do soldado fracassaram"."
Para quem tinha dúvidas de que Olmert não estaria à altura de substituir o bulldozer Ariel Sharon, cá está à resposta!
Há uns espíritos sensíveis que consideram Israel um Estado terrorista... Claro que não há Estados politicamente assépticos e puros. Isso não existe: no tabuleiro da política internacional as regras são a feitas com base na real politic.
E um Estado democrático tem de defender-se. Por isso, Israel tem de tentar travar a onda de violência de que tem sido vítima por parte dos seus vizinhos palestinianos. E se não vai a bem, vai a mal.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

ELÉCTRICO 15

Hoje saí tarde do trabalho. Rrrrrr!!!! (pronto, isso não interessa nada...)
Como não é nada fácil arranjar transportes naquela zona, e muito menos àquela hora, tive boleia até Algés. E apanhei o eléctrico 15.
O 15.... Daqueles antigos. Pequeninos. Que parecem que se vão desfazer todos. Dos que eu GOSTO!!
Nunca gostei dos outros, articulados. Acho-os feios, cansativos.
Gosto dos velhotes. Evolução do "americano" de que falava Eça de Queirós n'Os Maias...
E é optimo calcorrear as ruas neste eléctrico. Depressa. Parece que vai sair dos carris.
E ver aquelas ruas, estreitas, desde Algés, passando por Belém, até Alcântara. Os jardins de Belém, o Largo da Princesa, o CCB, os Jerónimos. A ponte recortada naquele céu cinzento claro. Com luzes nos bordos. E sentir alguma maresia.
E lembrar os tempos da faculdade, em que durante 3 anos, diariamente, apanhava o 15 para ir para a faculdade, para o magnífico ISCSP, na rua da Junqueira. Oh, saudades...!
Foi por essa altura que apareceu o primeiro eléctrico articulado, que fazia a ligação Algés-Praça da Figueira. E que foi forrado com publicidade da Kit Kat, que a partir de dentro do eléctrico se via em riscas horizontais e, por isso, provocavam dores de cabeça terríveis (entretanto, mudaram para pequenos círculos, ou até parte do eléctrico sem essa cobertura publicitária...)
Lembro, desta altura, estes eléctricos pequenos, ainda mais antigos, que tinham uma caixa por cima do condutor. E que por vezes essa caixa explodia, e tínhamos que ficar à espera que o condutor a conseguisse ligar. Ou então sair e apanhar outro transporte.
Ou então, a "coisa" que ligava à catenária, que era apenas através de uma roldana minúscula, e que com a velocidade do eléctrico saía da catenária. E o motorista tinha de ir lá fora puxar uma corda (que já vinha presa para estas eventualidades) e voltar a encaixar a "coisa" na catenária.
Ah, o eléctrico 15...

Shakespeare em 97 minutos

Ontem fui ao teatro com uns amigos. Pela terceira (sim, terceira!!) vez fui ver As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos.
Uma peça hilariante!!!!!! (e acho que dizer isto é pouco…)
É rir do início até ao fim. Com uma forma muito original de apresentar as obras do senhor inglês de há 400 anos. De forma condensada e devidamente… comentada. E interactiva

Vão ver!!!

Está em cena na Companhia Teatral do Chiado. No Chiado, claro!
Uma dica: registem-se no site, que fica mais barato.

Eles já correram o País com esta peça. Que está em cena SÓ há 10 anos. E sempre com a indicação de “últimas representações”. Mas sempre com sala cheia (pelo menos assim foi das três vezes que fui ver: a primeira vez na Barraca, em Santos, e duas no Chiado).

Nada mau...

Nos meus prognósticos para os oitavos de final do Mundial de futebol, a decorrer na Alemanha, acertei em quase tudo. Só falhei 2 resultados, como podem ver num post anterior (Conversa de bola).
Falhei as vitórias do México face à Argentina, e da Espanha frente à França.
Mas ter acertado o resultado de Portugal frente à Holanda (ganhar sem sofrer nenhum golo), deve compensar tais imprecisões....
Para quem não percebe NADA de futebol, não foi nada mau, não senhor....
Nos próximos dias farei as minhas apostas para os quartos de final. É só ter tempo para me debruçar sobre os búzios.
Me aguardem....

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Longe de Manaus

Comecei a ler LONGE DE MANAUS há alguns dias. Ainda não li o suficiente para avaliar a envergadura da obra de Francisco José Viegas. Mas foi este o livro que venceu a última edição do Grande Prémio do Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores.
O romance auto-intitula-se como "o romance da solidão portuguesa". Pelo que já li, parece vir a sê-lo.
Há um morto, numa casa em Gaia, em Santo Ovídio. Sem qualquer informação que permita ligá-lo seja a quem for ou ao que for.
A dado passo, o inspector Jaime Ramos (personagem principal do livro) diz:
- "Este homem não é deste mundo, Isaltino"
- "Já não é, não, chefe. Foi-se."
- " Não me refiro à morte. Refiro-me à vida. Ele não era deste mundo, não se dava com ninguém, não tinha família. Como teria vindo parar a Santo Ovídio, o pior cruzamento de Vila Nova de Gaia?"
A partir daqui começa a ser feita a teia do romance. Da solidão. Da falta de laços. Da ausência.
O que faria este homem? Quem será? De onde veio? Porque está/vive só?
É o que vou tentar saber agora. Vou continuar a minha leitura.

domingo, 25 de junho de 2006

PORTUGAL!!!!!

Homem do jogo: MANICHE!

Jogo de nervos. Intenso. E de muita resistência. Muito violento. Com muitos cartões. Árbitro com duplicidade de critérios. Mas venha o próximo!

De preferência com a pontinha de sorte que tivemos hoje!

Agora as ruas transbordam de alegria. As janelas gritam: PORTUGAL!! PORTUGAL!!

Oxalá com a Inglaterra não seja tão difícil. Sábado (16h) começa o próximo.

Estou a ficar especialista em prognósticos....

Acredita, Portugal!!!

Portugal - Holanda: 1-0
Jogo violento. Cristiano Ronaldo sai devido a uma entrada holandesa que merecia cartão vermelho. A Holanda estudou bem a lição e tudo fez para enfraquecer Portugal, obrigando à saída de uma peça fundamental da equipa: o puto criativo.
Costinha expulso por acumulação de amarelos. Infantilidades de um jogador experiente. Sem necessidade.
Vamos lá ganhar isto. E dedicar a vitória a Cristiano Ronaldo.

Rosto com 27 mil anos


Em França, em Novembro do ano passado, foi descoberta uma caverna que era usada por criadores de gado para depositar animais mortos. No seu interior, uma obra com 27.000 anos!
"A obra é de uma simplicidade desarmante: duas linha rasgadas na horizontal para os olhos, outra para a boca e um risco vertical para o nariz. Os traços angulosos fazem lembrar um retrato do pintor italiano Modigliani, mas há um pormenor que faz toda a diferença: a preciosidade encontra-se no interior de uma gruta de Vilhonneur, no Oeste de França, e foi executada há mais de 27 mil anos, em pleno Paleolítico Superior. Segundo os especialistas, trata-se de um rosto humano." (revista ÚNICA, do Expresso de 17 Junho)

Onda futeboleira

O Eduardo Cintra Torres, crítico de televisão, também discorda da paranóia futeboleira que vai nos canais de sinal aberto. Escreveu isso mesmo, a dado passo, no PÚBLICO de 18 de Junho:
"Há dois anos, as expectativas com a selecção, a originalidade do marketing político de Scolari e o facto de o Euro se realizar no país motivaram um ambiente que proporcionou o vendaval patriótico nos escrãs, nunca antes levado tão longe na história da TV portuguesa. Em 2006, estamos demasiado próximo de 2004. Ainda não digerimos. Além disso, o Mundial realiza-se na Alemanha; e já conhecemos o marketing Scolari. Os lençois patrióticos de horas consecutivas nos canais generalistas não funcionam da mesma maneira. Percebe-se que são fabricados mas não genuínos. Este telepatriotismo é uma produção televisiva para ganhar audiência e proporcionar receitas, não é para engrandecer a tiffosa pátria minha amada."
A frase destacada por mim é o que sempre disse desta "alegria" do Mundial: não é genuína como o era no Euro 2004. E vê-se: há menos bandeiras à janela.

Mundial de elefantes

"Na Tailândia, está a ser disputado o Mundial 2006 de futebol para elefantes. Na foto, o guarda redes prepara-se para defender um remate de elefante. Por via das dúvidas, o buraco na rede sempre serve de escapatória..."

É verdade! isto está na foto do dia no Sapo.

Algo diferente

Hoje o dia está tristonho. Escuro. Parece que vem chuva. Mas não.
Por isso também me sinto ensonado. Fui fazer um café, capuccino de pacote, claro! Para ver se acordo. Como não uso açucar em casa, tinha uns restos de açucar do ano passado (estará dentro do prazo?).
Foi quando me lembrei: será que café com mel também é bom?
É um "açucar" mais natural. Tenho de experimentar da próxima vez...

Americanices

Nos EUA há uma nova moda: levar o cão para o emprego.
De acordo com o PÚBLICO, “milhões de americanos acreditam que manter os animais de estimação no local de trabalho reduz o absentismo e estimula o emprenho profissional”. Quanto a números, “quase uma em cada cinco empresas nos EUA admitem a presença de animais” (em Portugal também. Alguns até são empregados/funcionários.…)
E o mais revolucionário nesta moda é ensinar línguas ao cão: «Grant Shirk diz que a sua cadela está a aprender chinês com um colega da empresa e que isso é uma forma de estimular a amizade e companheirismo dentro da empresa. “Ela já responde às palavras [chinesas] para sentar, deitar e aperto de mãos”». (eu não sei a que chamam “cadela” no outro lado do Atlântico....)
E parece que “os animais de estimação permitem também criar laços entre trabalhadores e clientes” (por cá há quem use a técnica de passear um bicharoco qualquer como técnica de engate….)

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Conversa de bola


Esclarecidos com esta profunda conversa de bola (com o inconfundível e genial traço do Luís Afonso), cá ficam os meus prognósticos para os oitavos de final do Mundial da Alemanha (destacados a vermelho estão os meus vencedores):
Alemanha / Suécia
Argentina / México
Inglaterra / Equador
Portugal / Holanda
Itália / Austrália
Suiça / Ucrânia
Brasil / Gana
Espanha / França
No jogo Portugal / Holanda, a selecção de todos nós vence sem sofrer golos.

Xeque-mate em Timor

Em Timor, parece que Xanana Gusmão venceu o braço-de-ferro com Mari Alkatiri. O povo – essa entidade abstracta – juntou-se à volta do presidente e obrigou o Primeiro-Ministro a decidir abandonar o cargo.
Como dizia Narana Coissoró esta noite na SIC Notícias, quando um presidente dá xeque-mate tem de ter a certeza que dá xeque-mate. Neste caso de Timor, parece que não tinha a certeza: teve sorte.
Vamos ver por quanto tempo. Em países com petróleo – como é o caso – normalmente este acaba por nomear um ministro…

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Próximo...


Há imagens que falam por si. Esta é uma delas: Figo, após a vitória de Portugal por 2-1 frente ao México. Resultado por mim previsto na noite anterior num comentário que deixei na Jingas - vão lá ver!!

Se calhar, nos próximos dias faço um post só com previsões de vitórias (não golos) neste Mundial. Para já, digo que Portugal há-de ficar nos 4 primeiros lugares.

Scolari é mais ambicioso que eu: "Sinto-me com vontade de voltar a ser campeão do mundo"

TIMOR

Estas notícias foram surgindo ao longo do dia no PÚBLICO:
Às 11h32:
Xanana demite-se amanhã se Alkatiri não assumir responsabilidades
"Peço responsabilidades ao vosso camarada Mari Alkatiri pela crise que estamos a viver, relativamente à sobrevivência do Estado de direito democrático, ou amanhã [sexta-feira] eu vou mandar uma carta ao Parlamento Nacional, para informar que me demito de Presidente da República", disse Xanana Gusmão numa mensagem ao país."Tenho vergonha pelo que o Estado está a fazer ao povo e eu não tenho coragem para enfrentar o povo", afirmou o Presidente da República, justificando a sua decisão.
Às 11h56:
Alkatiri reitera que vai continuar como primeiro-ministro e critica Xanana
O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, reiterou hoje que não se demitirá da chefia do governo apesar de o Presidente da República, Xanana Gusmão, o ter responsabilizado pela crise vivida em Timor e ter ameaçado demitir-se.
"Peço responsabilidades ao vosso camarada Mari Alkatiri pela crise que estamos a viver, relativamente à sobrevivência do Estado de direito democrático, ou amanhã [sexta-feira] eu vou mandar uma carta ao Parlamento Nacional, para informar que me demito de Presidente da República", disse Xanana Gusmão numa mensagem ao país."Tenho vergonha pelo que o Estado está a fazer ao povo e eu não tenho coragem para enfrentar o povo", afirmou o presidente timorense, justificando a sua decisão.Segundo os serviços da Presidência da República, a mensagem é dirigida "ao povo e aos membros da Fretilin", o partido no poder em Timor-Leste.
Às 16h03:
Xanana acusa Fretilin de querer fazer golpe de Estado e “matar a democracia”
O Presidente timorense, Xanana Gusmão, afirmou hoje que a alegada distribuição de armas a civis se insere num plano da Fretilin para “fazer o golpe e matar a democracia” em Timor-Leste.
“O problema da distribuição de armas não é para esta situação que estamos a atravessar. Eles já têm um plano. Fizeram a distribuição por causa das eleições de 2007 e é por isso que ouvimos eles dizerem: só a Fretilin pode criar a estabilidade e a instabilidade”, acrescentou.
Perante esta sequência, e como o Primeiro-Ministro não parece que se vá demitir, Xanana Gusmão só tem uma carta sobre a mesa: a sua demissão.
Portanto, como esta foto documenta, cortar a cabeça.
Como não tem poderes constitucionais para demitir Mari Alkatiri, e por ter puxado a corda pensando que venceria, só lhe resta esta possibilidade. Ou aguardar uma revolta popular - mais uma - que obrigue ao afastamento do Primiero-Ministro e que lhe "dê condições" para continuar na Presidência.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Provedor ad hoc, NÃO!

Ontem, Cavaco Silva defendeu a criação de um provedor das pequenas e médias empresas, cuja função seria ultrapassar as burocracias com que estas se confrontam na sua acção. A sua acção seria junto do Governo...

É um perfeito disparate defender isto nesta versão ad hoc. O problema de fundo é a burocracia que entrava o Estado e o País; portanto, a solução passa por ELIMINAR esses mesmos constrangimentos para todos os cidadãos e de forma real, já que é um problema por todos reconhecido e diagnosticado.

Lembro-me de, há anos, ter lido uma ideia do Prof. Jorge Vasconcellos e Sá no seu livro “Portugal a voar baixinho”: se se resolvesse muita da burocracia deste País, sobrava dinheiro para construir várias pontes Vasco da Gama por ano. Sim, por ano!

Isto diz-se?!

Claro que não!
Se acha que a solução passa por isto, Xanana Gusmão devia actuar imediatamente. Ou evitar que esta "informação" viesse a público, e resolver tudo internamente. Assim não vai lá. E torna-se um foco de instabilidade.
Xanana ameaçou demitir-se durante reunião do Conselho de Estado.
O Presidente timorense, Xanana Gusmão, ameaçou demitir-se durante a reunião do Conselho de Estado, hoje, se o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, não aceitasse deixar a chefia do governo, disse à Lusa um dos participantes no encontro. (PÚBLICO)

terça-feira, 20 de junho de 2006

De certeza?!

Pois, eu acho que é o contrário: o homem moderno é que é (e não "era") parente do Neandertal.
Basta andar na rua para vermos muitas provas disso!

Fado do encontro

Se ainda não ouviram, procurem. E ouçam com muita atenção! E voltem a ouvir. Deliciem-se!
Um dueto raro, com Mariza e Tim, e acordes de Mário Laginha. Uma sonoridade do outro mundo. Uma letra profunda. Uma melodia que fica. Um "Fado do encontro" muito feliz.
Parabéns à música portuguesa!!

Idiossincracias culturais

Hoje à tarde, na Baixa. Semáforo para peões, vermelho. Semáforo para automóveis, verde. Não vem carros. Nenhum, nem lá longe. Nós, portugueses, atravessamos a rua.
No passeio em frente, um grupo de turistas orientais. Japoneses certamente, os únicos com dinheiro para turismo. Todos ordeiramente à espera do verde para os peões.
Verde: avançam todos. Ordeiramente. Cumprindo as regras.

Metáfora?

O Prof. Diogo Pires Aurélio escreve hoje esta crónica no DN, de seu título Estátua:

"Há no Rossio uma vaquinha, das muitas que para aí estão, tresmalhadas pela cidade, que tem a pele toda feita numa bandeira nacional e o pescoço inclinado para baixo. À primeira vista, dir-se-ia que ela andava a pastar. Mas não. A vaca está ali, há quase um mês, sempre no mesmo sítio, de focinho estendido e olhos vidrados numa bola de futebol. O tempo passa e ela não pensa noutra coisa.
Bem sei que é só uma estátua, uma obra de arte. Houvesse, aliás, a mais leve suspeita de que fosse arte figurativa, e haveria logo quem dissesse que o artista avacalhou a pátria, um pouco à maneira de Vinícius de Morais, que dizia, uns 40 anos atrás, "a Europa está-se avacalhando". Por muito menos do que isso, há por aí esquadras de polícia a recolher bandeiras e a prevenir o uso impróprio dos símbolos nacionais. Mas não acredito. Apesar de a vaca estar de costas para o D. Maria, o Município não ia autorizar uma coisa dessas. É mais provável que seja exactamente o inverso. Em vez de ser a nação a avacalhar-se, o que a estátua representa é uma vaca a ficar portuguesa.
Como qualquer um de nós, a vaquinha embrulhou-se na bandeira e, mentalmente, rumou à Alemanha, onde por estes dias se joga o destino da pátria. Deixou para trás as preocupações, concentrou-se no essencial e pôs-se ali, especada, a olhar para a bola. A seu lado está uma outra, toda preta e em-pertigada, como se fosse um daqueles miúras que dantes havia por toda a Espanha, no cimo dos montes, a fazer reclame a conhaques, ou um desses intelectuais para quem a pátria está perdida e a quem Scolari aponta como inimigos. Ela continua de verde e rubro no lombo e olho na bola.
Vitória após vitória da selecção, a vaca vai ficando mais alheada de tudo. Passam por ali, de vez em quando, umas manifestações, mas a ela tanto se lhe dá. Nem a crise da agricultura parece afectá-la grandemente. Pachorrenta, como convém à sua condição bovina, ouve as discussões apaixonadas dos populares e estranha o silêncio que desce à cidade, cada vez que há um jogo onde entra Portugal. Muda e queda, não se espere que ela solte o castiço muuu em que rumina qualquer vaca, embora haja fanáticos que asseguram tê-la ouvido, um destes fins de tarde, a mugir olé, olé. Daqui por uns dias, alguém vai ter de lhe explicar que já tudo acabou e é tempo de deixar a bola e voltar à vidinha. Chatice!"
Certeiro! Nem mais!

Inferno

Vi - e ouvi - o vídeo dos GNR com a sobejamente conhecida canção de Roberto Carlos, Inferno. O Rui Reininho está brutal! Um must!
"Quero que você
me aqueça neste inverno
e que tudo o mais vá pró inferno"

2 0 0 6

20:06

20.06.2006

Apenas uma curiosidade.

Solstício

Não pude deixar de citar isto d´A Origem da Espécies.
Lembro-me de há uns tempos, estava eu calmamente a ler EQUADOR no Parque das Nações, e senta-se a meu lado um senhor. Meteu conversa. Agradável. Era o Jorge Trabulo Marques. Falou-me da sua passagem por Cabo Verde (onde decorre o romance de Miguel Sousa Tavares), da sua vida na rádio, da sua paixão por estas coisas "excêntricas" e do seu projecto para levar a cabo esta iniciativa. Conseguiu. Parabéns, a um apaixonado pela vida.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Nokia e Siemens fundem unidade de equipamentos

Afinal, o choque tecnológico também chegou à Finlândia....
"A finlandesa Nokia e a alemã Siemens anunciaram hoje que vão fundir as suas unidades de equipamentos de telecomunicações para reduzir os custos e combater a liderança de mercado da sueca Ericsson. A fusão implica a redução de milhares de postos de trabalho."

Vasco Pulido Valente

Eu ouvi a entrevista na Renascença. Gosto da forma dessassombrada como Vasco Pulido Valente diz as coisas. Acho que tem razão em muita coisa. Mas esta interpretação faz sentido. E também é verdadeira.
Eu, puto pobre, à direita, tenho de reconhecer que é verdade. Por mais esquerdista que a interpretação seja.

Dúvida existencial

Hoje ao início da tarde recebi um telefonema inesperado. A minha resposta mudaria tudo. Num ou noutro sentido. Não sei se fiz bem, se fiz mal. Ficou tudo na mesma. Se calhar, mal. Agora não queria uma mudança tão grande...
Porque não é possível ir ao futuro espreitar um bocadinho do rumo das decisões que tomamos?

domingo, 18 de junho de 2006

Camelos


Se repararem bem, irão ver que o que se vê são as sombras dos camelos. A foto foi tirada num ângulo tal que o camelo propriamente dito "está" nas patas dos camelos que se vêem.
Ora, vejam lá novamente.
Que eu vou dormir.

Educação: insistir num modelo sem futuro?

Maria José Nogueira Pinto escreveu este texto há já algum tempo, no DN.
Achei que não era de mais fazer eco de coisas que parece que muita gente já esqueceu. Ou das quais, apenas e irresponsavelmente, não quer saber.
Cá fica:
"Em Espanha, a propósito da alteração da Lei da Educação, os professores denunciaram os quatro mitos que consideram responsáveis pelo fracasso do sistema:
- O mito de aprender fazendo; o mito da igualdade; o mito do professor amigo; o mito da educação sem memória.
Declararam-se também, maioritariamente, simplesmente fartos:
- Da falta de esforço; da falta de autoridade na aula; do excesso de especialização; da integração sem meios; da deterioração do ensino público.
Interrogo-me se, em Portugal, os professores (não só os "pedagogos", não os teóricos, não os sindicatos) não dariam do sistema português, dos seus mitos e ameaças, uma imagem aproximada.
Fiz toda a minha aprendizagem em escolas públicas. Descontando o muito que aprendi em minha casa, é-me hoje possível confirmar sem sombra de dúvida, o quê e o quanto me foi ensinado nessas salas de aula.
A escola do Estado Novo veio a ser acusada de mil e um defeitos, descrita como soturna e repressiva. Porém a minha geração, oriunda das mais diversas classes sócio-económicas, aprendeu. E guarda desse tempo uma memória mais banhada em ternura e nostalgia que marcada pela frustração ou revolta.
É certo que eram ainda muitos os que não chegavam lá. E se "chegarem todos lá" se tornou justamente um objectivo, a questão que se coloca é a factura a pagar por uma massificação sem qualidade e com os fracos resultados que conhecemos.
Os meus filhos passaram todos pelo ensino público que continuei a mitificar como uma experiência indispensável num processo escolar. Deram-se bem.
A última vez que fui a uma reunião de pais, o progenitor da pior aluna explicou-me que o facto de a minha filha ter boas notas se devia a nós termos uma biblioteca em casa e ele não. Pareceu-me uma justificação simplista mas elucidativa de um estado de espírito autojustificativo que marca, em grande parte, o conformismo dos pais em relação aos seus filhos estudantes.
Nos últimos 30 anos, a educação tem sido campo de experiências sucessivas, com leis e meias reformas, tornando cada geração uma grande cobaia, na qual se testam teorias e teimosias. Simultaneamente caíram intramuros escolares novos e agudos problemas sociais que deviam ter resposta a montante e a jusante, mas não têm.
A escola transformou-se num espaço multifunções, exigindo-se que faça tudo menos ensinar: intervenção social, psicologia, tratamento da pré-deliquência, substituição da rede familiar, prevenção da violência doméstica, remédio para o abandono, a subnutrição, a doença e ainda o esforço diário de contrariar uma cultura de irresponsabilidade e laxismo.
A classe dos professores é tida como uma das mais relevantes socialmente e, paradoxalmente, é uma das mais desrespeitadas. Para o que se lhes pede, são escassos os instrumentos de que dispõem para, com autoridade e eficácia, responder aos problemas daquele quotidiano.
Para quem, como eu, trabalha com os sistemas sociais no combate à reprodução geracional da pobreza e da exclusão, o qual só é possível num quadro de equidade no acesso a competências que permitam uma progressiva e efectiva autonomização pessoal, para que o filho de um pobre não seja fatalmente pobre, o filho de um imigrante cresça integrado, um filho da droga não se drogue, a filha de uma mãe adolescente não tenha um filho aos 14 anos, etc., etc., sabe bem que o sistema de educação é determinante.
Mas o sistema de educação é determinante para educar, para dar competências, preparando para a vida e para a autonomia, no saber pensar e no saber fazer, as novas gerações. Não é determinante para substituir a família, o atendimento social, o centro de saúde, a ocupação dos tempos livres ou as comissões de protecção de menores.
Tem sido assim. Os nossos indicadores são péssimos. Os resultados estão à vista, com bolsas de pobreza mais persistentes e um país no geral mal preparado para competir.
Estão à vista na nossa economia e nas nossas finanças públicas, nas nossas estatísticas e na nossa falta de norte e de inovação. Porquê, então, insistir neste modelo sem futuro que compromete todos os dias o mesmíssimo futuro português?"

Gelados "exóticos"

Quando é que passará a ser PROIBIDO fazer reportagens de pastelarias, cafés e afins que têm gelados com sabores “exóticos” como bacalhau com natas, sardinhas, arroz de pato…?
Já não basta os saloios que se lembram de criar estes sabores?!

Copianço

"O problema português é que de pouco nos vale o copianço. Nem sequer somos competentes a copiar... Os resultados escolares são maus. Pior, revelamos grande resistência a copiar bons exemplos. "A ciência da mais ampla usança é a arte do fingimento", dizia o jesuíta renegado espanhol Baltasar Gracián. Para muitos portugueses é a grande doutrina."

Questões pertinentes

No jogo de ontem, Portugal-Irão, Deco abriu o marcador com um golo E S P E C T A C U L A R!!!!
Será que o PNR e o Sr. Machado ainda acham escandalosa a presença de Deco na selecção portuguesa?!

YUPPIIIIEEEE!!!!!!!!!!!!

Depois de uns dias sem net, pois não conseguia estabelecer ligação (o modem mais parecia a iluminação de Natal...), finalmente funciona!!!!
YUPPIE!!!!!!!!!
Estes gajos do SAPO ADSL e da PT....

sexta-feira, 16 de junho de 2006

Estupidez em estado bruto

Vi, ouvi e não quis acreditar.

Há minutos fiquei chocado com a forma como o Telejornal da RTP deu uma notícia acerca do referendo na Catalunha, com vista à possibilidade de esta passar a ser considerada uma nação. Sem dúvida uma notícia com muita importância, quer para Espanha, quer para Portugal.
Mas parece que muitos jornalistas colocaram a cabeça em função bola. A jornalista Rosa Veloso vai a uma escola perguntar como se diz “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” em catalão. Conclui, com as crianças, que é igual ou muito parecido ao português. Irrelevante para a notícia, mas...
Mas tinha de “inventar”. E lá sai a pergunta: “e la selección?”, e mais meia dúzia acerca de Portugal e do Mundial da Alemanha.

Nem sei se é assim que se diz “selecção” em espanhol…
MAS A QUE PROPÓSITO É FEITA UMA PERGUNTA DESTAS QUANDO O ASSUNTO DA REPORTAGEM-NOTÍCIA É UM REFERENDO ACERCA DO FUTURO DA CATALUNHA ENQUANTO NAÇÃO?!

Se alguém conseguir dar-me uma resposta cabal, dou-lhe um prémio.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Plano Nacional de Leitura

Há alguns dias o Governo apresentou, com a pompa, circunstância e espírito propagandístico que lhe é conhecido, o Plano Nacional de Leitura (PNL).

A ideia, por si só, não faz qualquer sentido, mas adiante.
O Governo criou uma comissão para superintender o PNL, constituída por uma centena de intelectuais e desconhecidos. Os mais falados foram Vasco Pulido Valente e José Saramago. O primeiro mandou aquilo às urtigas numa penada e sem qualquer tipo de dramas, como é seu apanágio. O segundo aceitou pertencer à dita comissão, e depois fez uma declaração qualquer em que disse cobras e lagartos do Plano Nacional de Leitura. Viva a lógica!

No PÚBLICO de 3 de Junho, Pulido Valente escreveu:
"Não conheço muita gente, gente da minha idade, que leia, apesar de uma educação tradicional. Porquê? Porque ler implica um esforço: de atenção, de inteligência, de memória. Ler é uma actividade e a nossa cultura é quase inteiramente passiva. A televisão, o DVD, a música popular ou a conversa de computador não exigem nada, deixam a pessoa num repouso imperturbado e bovino. Mudar isto equivale a mudar o mundo"

Por seu turno, Francisco José Viegas, recentemente premiado com o
Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2006 pelo seu romance “Longe de Manaus”, criticou o facto de se associar leitura e cidadania numa espécie de aliança de virtudes cívicas.
No JN escreveu:
“Essa ideia é, além de irritante ("bons cidadãos, bons leitores"), perversa e ruim para a própria leitura. A leitura é fonte de inquietação, de ruína, de descalabro - e também de felicidade e de preguiça. Nenhuma destas coisas faz bons cidadãos. Certamente que "ler muito" é bom - mas "ler bem" é muito melhor. É claro que ninguém, no seu perfeito juízo, está em condições de definir o que é "ler bem", embora se perceba que se trata de ler bons autores, de conhecer a grandeza dos clássicos da nossa língua e das outras línguas, da nossa cultura e das outras culturas. Ninguém é melhor cidadão por ter lido Fernando Pessoa ou João de Barros. Mas a capacidade de entender o mundo melhora consideravelmente.
Ler bem é, também, aproveitar a felicidade de ler, se se é feliz ao ler um livro que se amou. Mas não se trata de uma virtude cívica.
(…)
Precisamente, alguns ideólogos estapafúrdios do ensino do Português (aqueles que dizem que a matéria curricular trata do "ensino do português" e não do "ensino da literatura") garantem que interessa acabar com a iliteracia e que a literatura não tem nada a ver com o assunto.
(...)
Penso que o conhecimento dos clássicos é um dos melhores caminhos para conhecer a nossa história, a nossa língua e a nossa cultura. E que a leitura de um clássico é melhor do que a leitura de um regulamento do Big Brother, um artigo de jornal ou cartaz publicitário. Mas estes anos de insistência nas "virtudes cívicas do ensino do português" em vez do ensino da literatura, "produz técnicos de ensino" do português mas não forma professores disponíveis para cativar estudantes do secundário para os desafios da leitura. Um dos argumentos é triste e vergonhoso: o de que os estudantes do secundário, por exemplo, "não compreendem" o texto de um clássico, "não entendem" a linguagem dos autores do cânone da nossa literatura. Por isso, tratam de "facilitar o caminho" e de modelar a cabeça das criancinhas (infantilizadas e maltratadas por anos de erros ortográficos). Se o Plano Nacional de Leitura não devolver os clássicos da nossa língua à escola, não terá sucesso.”
Não há plano nenhum que faça as pessoas ler. Nem mesmo oferecer livros nos supermercados ou com a edição semanal da Maria. É um prazer que se adquire com o tempo, com os livros que se lêem, com o enquadramento familiar e cultural de cada um.
Lembro-me que, no secundário, era obrigatório ler Os Maias. Só a ideia de ler aquele "calhamaço" aterrorizava muitos espíritos. Um ano antes dessa leitura obrigatória, a minha escola fez uma feira do livro. Comprei Os Maias. Tentei lê-lo por duas vezes nessas férias de verão. Achei maçudo. Mas à terceira tentativa, consegui. E li esta obra de referância muito antes da obrigatoriedade escolar. Gostei do livro, um dos melhores que já li. Quando foi obrigatório ler o livro, eu já o tinha lido, e foi só ir acompanhando as aulas de Português.
A solução para resolver a não-leitura em Portugal - acho eu - passaria por criar a disciplina de Argumantação e Retórica, como acontece noutros países. E nessas aulas incutir o gosto pelo debate, pela discussão de ideias, pela curiosidade intelectual.

A Europa ao espelho

Um Toque de Canela

Um filme de 2003, cuja co-produção pertence à Grécia e à Turquia, mas que só agora chegou até nós. É um drama com uns saborosos pozinhos de comédia.

Um EXCELENTE filme!!
Que nos seduz os sentidos. Que nos seduz pelos sentidos. Um filme cheio de cor. De cheiros. De especiarias. De paisagens. De alma. De sentimentos. De história. De sabores. De filosofia. Daquela sabedoria oriental que só um filme passado sobretudo em Istambul pode ter.
Mostra uma Istambul da segunda metade do século XX, uma cidade com um quê de místico. Com imagens lindíssimas, do outro mundo.
Fiquei com vontade de conhecer esta cidade na fronteira da Europa com a Ásia!

Uma banda sonora brutal.
É uma história mágica. E mais não digo: têm mesmo de ir ver.
As duas resenhas que vi do filme são tão redutoras que seria um crime transcrevê-las para aqui.

Não há uma única palavra na qual o filme possa caber. Só mesmo que é um filme absolutamente.
Eu dou-lhe 10 estrelas!

CITY LOUNGE CAFFÉ - uma sugestão

"É um daqueles locais onde nos sentimos bem. A decoração é cuidada, o serviço competente e as iguarias um regalo para os olhos e… para o estômago. Divide-se em duas zonas: city e lounge. Na primeira, pontuam as mesas altas para refeições (bifes, pastas, pizzas, quiches, saladas e baguetes); na outra, repleta de sofás negros, dá-se primazia ao descanso e ao saborear de bebidas da extensa lista (sumos naturais, vinho, cerveja, cocktails ou infusões).
(...) Saiba, ainda, que existe merchandising para vender, como a mascote em forma de grão de café, o Citynho, e que todo o mobiliário existente no café – de bom-gosto, diga-se – pode ser comprado, através de encomendas no local. De facto, um lounge na city."

(texto e imagens plagiados do suplemento SETE da revista VISÃO nº 693. Eles não se vão importar…)

CITY LOUNGE CAFFÉ
Av. João XXI, 19A
(muito perto do cruzamento com a Av. de Roma)
Lisboa
Telf: 21 840 91 09
Horário: das 10h às 2h
(encerra aos domingos)

Já lá fui, claro!
Um local muito agradável, limpo, bem decorado.
Excelente para passar bons momentos, seja de manhã, à tarde, ou à noite. Seja com Sol, seja num dia de chuva como hoje.
Apenas para estar, relaxar, e gozar o “dolce fare niente”.

Dia de chuva


Com estes dias de Inverno, ou só de chuva, apetece ir à poesia de Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa) e dizer uns versos.
Porque ele falava da natureza, do rio, da chuva, dos rebanhos, da casa da aldeia....

"Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais."


Ou então:

"Esta tarde a trovoada caiu
Pelas encostas do céu abaixo
Como um pedregulho enorme....
Como alguém que duma janela alta
Sacode uma toalha de mesa,
E as migalhas, por caírem todas juntas,
Fazem algum barulho ao cair,
A chuva chovia do céu
E enegreceu os caminhos...

Quando os relâmpagos sacudiam o ar
E abanavam o espaço
Como uma grande cabeça que diz que não,
Não sei porquê - eu não tinha medo -
Pus-me a rezar a Santa Bárbara
Como se eu fosse a velha tia de alguém..."

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Sem comentários

Há notícias que não merecem comentários. É o caso desta que vi no PÚBLICO.
Depois há quem se queixe que as pessoas não gostam de contribuir em campanhas de solidariedade... Por que será?!
E ouvimos hoje, na RTP, António Guterres queixar-se de que a ACNUR não tem dinheiro suficiente para combater a malária, e por isso dão um outro medicamento menos eficaz e mais doloroso às vítimas desta doença. E se o Sr. Engenheiro visitasse menos os países afectados e destinasse essas verbas à ajuda humanitária?!

"Verbas para vítimas do Katrina usadas em férias, mudança de sexo e bilhetes de futebol

Pelo menos 1,4 mil milhões de dólares destinados à assistência às vítimas dos furacões Katrina e Rita, que devastaram vários estados do sul dos Estados Unidos, serviram, entre outras coisas, para pagar férias no Havai, pelo menos uma operação de mudança de sexo e bilhetes de época para o futebol americano, concluiu uma comissão nomeada pelo Congresso norte-americano.
Entre as fraudes descobertas contam-se as histórias de uma alegada vítima que usava o endereço de um cemitério como morada e de uma pessoa que passou 70 dias num hotel do Havai. Os agentes do Gabinete de Contabilidade Governamental descobriram também um homem que usou o dinheiro destinado à assistência para mudar de sexo.Entre alguns dos produtos comprados com o dinheiro da assistência estão artigos e vídeos eróticos e o pagamento de honorários a um advogado de Houston por um processo de divórcio.O relatório sobre a aplicação dos fundos para assistência às vítimas do Katrina e do Rita, avançado pela agência noticiosa Associated Press, vai ser apresentado hoje no Congresso norte-americano."

terça-feira, 13 de junho de 2006

Bush no Iraque

George W. Bush visitou hoje o Iraque numa viagem-surpresa. Assim, dá apoio ao recém-formado governo (que levou meses a estar formado), e dá um importante sinal ao país após a morte de Al-Zarkawi, líder local da Al-Qaeda.

A visita tem por objecto, segundo o canal norte-americano (CNN), uma reunião com o novo primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al-Maliki, agora que está completada a formação do novo governo deste país. (Diário Digital).

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, afirmou hoje perante o Presidente norte-americano, George W. Bush, que realizou uma visita surpresa a Bagdad, que o seu Governo está determinado em “ser bem sucedido e vencer o terrorismo” com a ajuda dos Estados Unidos, cujo chefe de Estado garantiu o apoio aos novos dirigentes do Iraque. (PÚBLICO)

Fez bem. Neste segundo mandato, Bush está a ser muito mais consensual que no primeiro. E, ao mesmo tempo que pressionam e impõem a sua força, os EUA tentam encontar soluções menos polémicas e mais estáveis.

Um ano sem Eugénio

Há um ano Eugénio de Andrade partiu. Mas deixou-nos a sua poesia.

ARTE DE NAVEGAR

Vê como o verão
subitamente
se faz água no teu peito,

e a noite se faz barco,

e minha mão marinheiro.

segunda-feira, 12 de junho de 2006

domingo, 11 de junho de 2006

Premonições...

Apanhei esta imagem na Feira do Livro, esta tarde. Premonitória...

Vacas em Lisboa - IV

Já há algum tempo que nada digo sobre a Cowparade de Lisboa. Estava em falta…. Agora que já vi mais algumas vacas, desde umas no Colombo até às que estão espalhadas pela baixa lisboeta, pelo Saldanha, em Entrecampos, cá ficam mais umas fotos. Desta vez sem legendas, porque muitas já não têm…
De qualquer forma, esta é a da Madeira. Reparem na garrafa de vinho madeira pendurada ao pescoço... estará cheia?
A dos Açores tem só mar e cachalotes...

Há outras vacas com criatividade. A minha preferida é esta, pela originalidade. Está no Saldanha.


Mais vacas....



Por hoje já chega de pecuária criativa. Depois publicito mais algumas vacas.

Fo..- ..!

"Há semanas que o vulcão indonésio ameaçava com tremores, nuvens de fumo e cinza uma erupção com lava. A "montanha de fogo" (significado de "merapi") é um dos vulcões mais activos do mundo e das suas encostas e aldeias próximas foram retiradas milhares de pessoas." (Foto: WEDA; fonte: PÚBLICO)

Portugal também há semanas que está assim, com tremores, nuvens de fumo e cinza, à beira da erupção. Seja pelo futebol - hoje anda tudo louco com o Portugal-Angola (ou será o contrário?) - seja cinzento pela crise que temos desde 2000.

Esta noite será a explosão, o orgasmo, ou a prova acabada da impotência. A ver vamos.

sábado, 10 de junho de 2006

A tacanhez como ela é

A propósito de hoje se comemorar o Dia de Portugal, o PNR deu largas à sua tacanhez (para não dizer pior…), e disse que a presença de Deco na Selecção nacional é “escandalosa”. (LUSA)
E acrescenta mais umas barbaridades acerca da presença de “jogadores com origem não-europeia na selecção francesa.” Gostava de saber se Robert Pires, de origem portuguesa, faz parte da selecção francesa. E o que pensa este "senhor" do PNR sobre isso…

Este Mundial, para além de nos cansar de futebol – quanto mais não seja, pela cobertura ad nauseum que os media lhe estão a dar – está a ser pródigo em publicidade a um bando de mentecaptos com ideias xenófobas, racistas e fascistas.
Estou à vontade para dizer isto: politicamente, estou à direita. Mas comparado com estes bandos, sou quase do Bloco de Esquerda (livra!).

10 de Junho

Hoje é o Dia de Portugal.

Ora um País GRANDE, que iniciou a globalização há 500 anos, e que deu novos mundos ao Mundo.
Ora um País deprimido sem motivo, eufórico sem razão. Uma sociedade feita desta doença bipolar, que nos paraliza, que nos corrompe, que nos consome as energias. Agora vive de futebol. Amanhã morrerá pelo futebol.
Acabei de ouvir o discurso do Presidente da República a propósito deste dia, no Porto. Cavaco Silva fez um EXCELENTE discurso: curto, objectivo, conciso, questionando o País pelas suas atitudes e comportamentos enquanto sociedade, e que o definem como tal. Porque não basta pedir tudo aos outros, ao Estado - é preciso fazer a nossa parte.
Foi um discurso quase kennediano, a puxar pelas responsabilidades de todos e cada cidadão. "Portugal será essencialmente o que nós fizermos. Ninguém o fará por nós", disse Cavaco Silva.
Para finalizar, citou Jorge de Sena: "quê Portugal se espera de Portugal?"

sexta-feira, 9 de junho de 2006

O fogo e as cinzas

Constança Cunha e Sá escreve na edição de hoje do PÚBLICO um lúcido artigo sobre os incêndios, que mais um ano destroem as nossas florestas. Este texto é uma real metáfora do País que somos... dramatica e infelizmente.
"Os fogos de Verão são como os relatórios da Primavera do Banco de Portugal: inevitabilidades de um país mal governado por uma classe política que diz tudo o que for preciso para disfarçar a realidade."

79ª Feira do Livro de Lisboa

Já estava a parecer estranho eu ainda nada ter escrito sobre a Feira do Livro. Logo eu, que sou um bocado bibliómano. Aproveito agora para me redimir.
Este ano a Feira anda vazia. De facto, não houve publicidade como noutros anos; não fizeram uma “porta” da Feira no Marquês de Pombal, no início do Parque Eduardo VII, como têm feito no passado. Portanto, o evento não chama a atenção. A “conversa” de a Feira estar vazia devido às obras do túnel não colhe: as obras estão quase concluídas. E o ano passado havia muitas obras e havia também mais gente.
Mas gosto sempre de ir à Feira. Sentir aquele espírito, ver os livros, as pessoas, os jacarandás floridos, os pavilhões, os escritores, as filas para os autógrafos….
Com a paranóia colectiva que para aí anda devido ao Mundial de futebol, a única escapatória é ler um livro. Com a televisão não se pode! Quase apetece citar Grouxo Marx, famoso comediante americano, que disse: “acho a televisão muito educativa. Cada vez que alguém liga o aparelho, vou para outra divisão e leio um livro.”

Não tenho lido muito nos últimos tempos, mas cá fica, usando como pretexto a Feira do Livro, uma lista de livros que gostei muito de ler (a ordem é absolutamente arbitrária):

- Equador, de Miguel Sousa Tavares
- Os Maias, de Eça de Queirós
- Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez
- O Outono do Patriarca, idem
- Fazes-me Falta, de Inês Pedrosa
- As Vinhas da Ira, de John Steinbeck
- Ensaio sobre a Cegueira, do nosso José Saramago
- A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón
- Poesia, de Eugénio de Andrade
- Poemas de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa
- As Pontes de Madison County
- O Código da Vinci, de Dan Brown

Podia fazer uma lista maior, mas seria certamente maçador. E não me lembro de mais.

Mas o Tio Patinhas e Calvin & Hobbes também cabem nos meus preferidos….

AVISO

País fechado para obras.
Perdão, para futebol.
Durante um mês.
(imagem do Arrastão)

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Autoridade da Concorrência?!

"Autoridade Concorrência tinha chumbado
Ministro da Economia autoriza Brisa a comprar 40 por cento da Auto-Estradas do Atlântico
O ministro da Economia anunciou hoje que decidiu autorizar, com condições, a compra pela Brisa de 40 por cento das Auto-Estradas do Atlântico (AEA), operação que tinha sido proibida pela Autoridade da Concorrência."

Com esta ideia peregrina de Manuel Pinho, o Governo dá uma machadada gravíssima na credibilidade dos organismos reguladores, neste caso particular na Autoridade da Concorrência. Depois disto, não são precisos mais discursos politicamente correctos do Governo a dizer que os organismos reguladores são essenciais ao bom funcionamento dos mercados e da economia.
Foi um belo momento para destruir a credibilidade que a Autoridade da Concorrência tem vindo a ganhar nos últimos meses sob a direcção de Abel Mateus. E um sinal para potenciais investidores estrangeiros: em Portugal há organismos reguladores, mas as coisas funcionam consoante as apetências de outros órgãos. Curiosamente, órgãos de soberania, que deveriam contribuir para credibilizar e desenvolver o País. Terceiro-Mundo no seu melhor!

Portugal?! CIA?! Voos?!

Uma das notícias de ontem era uma não-notícia. O PÚBLICO relatava-a assim:
Voos secretos:
Conselho da Europa afirma que Portugal colaborou com a CIA

Portugal figura na lista dos 14 países europeus referenciados num relatório do Conselho da Europa sobre a realização de escalas de voos operados pela CIA. O autor do relatório, o deputado suíço Dick Martin, considera que a colaboração de Portugal não foi das mais activas.
De acordo com o documento, o aeroporto de Santa Maria, nos Açores, foi utilizado para reabastecimento de aviões de transporte de suspeitos de terrorismo, geralmente em voos em trânsito para os Estados Unidos.
"Torna-se claro – mesmo estando ainda longe de se apurar toda a verdade – que as autoridades de vários países europeus participaram activamente com a CIA em actividades ilegais, e que outros [países] fecharam os olhos ou não quiseram saber [das actividades da CIA]", indica Dick Martin no seu relatório, que será apresentado hoje em Paris e do qual a AFP obteve uma cópia.
O relatório acusa a Suécia, a Bósnia-Herzegovina, o Reino Unido, a Itália, a Macedónia, a Alemanha e a Turquia de "violações dos direitos dos cidadãos" durante as transferências ilegais para centros de detenção norte-americanos."
Outros Estados são responsáveis de conivência - activa ou passiva - em matéria de detenções secretas e de transferências ilegais: Polónia, Roménia, Espanha, Chipre, Irlanda, Portugal e Grécia".O relatório acusa também a Polónia e a Roménia de terem no seu território prisões secretas da CIA."

Isto é o que eu chamo dar uma notícia que não o é. Basta ler o parágrafo que destaquei para se perceber que é um relatório cheio de nada e coisa nenhuma. Apenas suposições, opiniões pessoais, “achismos”.
Estando nós numa guerra contra o terrorismo (sim!), que raio de “investigação” é esta?!
Certamente que na vida dos Estados há momentos menos nobres, há acções menos justas, menos democráticas, mas são essas “situações anormais” que garantem a sua segurança e dos respectivos cidadãos. Que agora até vão demonstrar a sua profunda indignação com a realidade que esta pseudo-notícia retrata (como estamos em maré de Mundial de futebol, os protestos vão ser reduzidos, silenciados e/ou passar despercebidos…).