quinta-feira, 8 de junho de 2006

Portugal?! CIA?! Voos?!

Uma das notícias de ontem era uma não-notícia. O PÚBLICO relatava-a assim:
Voos secretos:
Conselho da Europa afirma que Portugal colaborou com a CIA

Portugal figura na lista dos 14 países europeus referenciados num relatório do Conselho da Europa sobre a realização de escalas de voos operados pela CIA. O autor do relatório, o deputado suíço Dick Martin, considera que a colaboração de Portugal não foi das mais activas.
De acordo com o documento, o aeroporto de Santa Maria, nos Açores, foi utilizado para reabastecimento de aviões de transporte de suspeitos de terrorismo, geralmente em voos em trânsito para os Estados Unidos.
"Torna-se claro – mesmo estando ainda longe de se apurar toda a verdade – que as autoridades de vários países europeus participaram activamente com a CIA em actividades ilegais, e que outros [países] fecharam os olhos ou não quiseram saber [das actividades da CIA]", indica Dick Martin no seu relatório, que será apresentado hoje em Paris e do qual a AFP obteve uma cópia.
O relatório acusa a Suécia, a Bósnia-Herzegovina, o Reino Unido, a Itália, a Macedónia, a Alemanha e a Turquia de "violações dos direitos dos cidadãos" durante as transferências ilegais para centros de detenção norte-americanos."
Outros Estados são responsáveis de conivência - activa ou passiva - em matéria de detenções secretas e de transferências ilegais: Polónia, Roménia, Espanha, Chipre, Irlanda, Portugal e Grécia".O relatório acusa também a Polónia e a Roménia de terem no seu território prisões secretas da CIA."

Isto é o que eu chamo dar uma notícia que não o é. Basta ler o parágrafo que destaquei para se perceber que é um relatório cheio de nada e coisa nenhuma. Apenas suposições, opiniões pessoais, “achismos”.
Estando nós numa guerra contra o terrorismo (sim!), que raio de “investigação” é esta?!
Certamente que na vida dos Estados há momentos menos nobres, há acções menos justas, menos democráticas, mas são essas “situações anormais” que garantem a sua segurança e dos respectivos cidadãos. Que agora até vão demonstrar a sua profunda indignação com a realidade que esta pseudo-notícia retrata (como estamos em maré de Mundial de futebol, os protestos vão ser reduzidos, silenciados e/ou passar despercebidos…).

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