Com estes dias de Inverno, ou só de chuva, apetece ir à poesia de Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa) e dizer uns versos.
Porque ele falava da natureza, do rio, da chuva, dos rebanhos, da casa da aldeia....
"Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais."
Ou então:
"Esta tarde a trovoada caiu
Pelas encostas do céu abaixo
Como um pedregulho enorme....
Como alguém que duma janela alta
Sacode uma toalha de mesa,
E as migalhas, por caírem todas juntas,
Fazem algum barulho ao cair,
A chuva chovia do céu
E enegreceu os caminhos...
Quando os relâmpagos sacudiam o ar
E abanavam o espaço
Como uma grande cabeça que diz que não,
Não sei porquê - eu não tinha medo -
Pus-me a rezar a Santa Bárbara
Como se eu fosse a velha tia de alguém..."
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