terça-feira, 17 de julho de 2007

Coisas que ainda não disse sobre as eleições


1 – alguns resultados surpreenderam-me: a percentagem de António Costa. Sempre pensei que iria ter mais do que as sondagens lhe davam (35%). Afinal, teve muito menos (29,5%). Com uma abstenção tão alta, não há sondagens que resistam.

2 – embora com uma pequena maioria, não deixa de ser importante e significativa a vitória do PS em todas as 53 freguesias de Lisboa. Ninguém quis repetir o caos do mandato anterior.

3- durante os próximos dois anos, e com alguma inteligência (que manifestamente tem), António Costa conseguirá desbloquear algumas coisas (poucas), mostrar ambição, culpar a oposição por não poder fazer mais, e preparar uma grande maioria absoluta em 2009.

4 – surpreendeu-me o resultado do candidato que ficou em 2º lugar (nas sondagens ainda indefinido entre Carmona ou Negrão): muito abaixo dos 20%. Pensei que teria mais força.

5 – Helena Roseta ficou também abaixo do esperado. Começou a campanha cheia de força, e esvaziou-se no seu decurso.

6 – a não eleição de Telmo Correia. Péssima para o partido. O CDS poderia ter apresentado um candidato melhor. A ideia de fazer campanha a limpar grafittis e a dar pazinhas e vassouras era para quê?

7 – o argumento utilizado por Carmona para não se coligar (ou seja lá o que for) com o novo executivo é absolutamente parolo: o aeroporto de Lisboa. Se o executivo camarário fosse de Carmona, ele conseguiria impedir a saída do aeroporto da Portela?! Para quem já foi presidente da CML e Ministro das Obras Públicas, um pouco de seriedade não fazia mal nenhum…

8 – o meu sonho era a não eleição do Zé… Mas nem as sondagens nem os resultados o concretizaram. Ao menos que mude os óculos para um modelo mais recente/moderno. Só para chatear...

9 – quando é que os especialistas da área irão ver que o actual modelo dos executivos camarários não é o melhor. Porque não o mesmo modelo usado para o governo da República: um parlamento, constituído proporcionalmente aos resultados, e um executivo formado apenas pelo partido vencedor das eleições? (não tarda nada ainda se lembram do modelo timorense: ganha um partido, mas o presidente Ramos Horta promove uma coligação de toda a oposição para formar governo, e o partido vencedor das eleições fica na oposição…)
Sobre os resultados, ver o completo e interessante dossier no semanário SOL, com resultados por freguesia e graficamente muito bem apresentado.
Também tem resultados das autárquicas de 2005 para comparar.

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