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terça-feira, 30 de julho de 2013

O essencial e o acessório

Sobre a perseguição que tem sido feita à ministra das Finanças, não pode passar para segundo plano a causa do mal. Para isso, recomendo a leitura do artigo de Henrique Raposo, no Expresso: 

domingo, 20 de maio de 2012

Faz-me impressão tanta irresponsabilidade!


"Faz-me impressão ver um país endividar-se além das suas posses.
Faz-me impressão ver esse país, ao receber a conta, desatar a gritar que não pode pagar.
Faz-me impressão que o mesmo país se comprometa a fazer dieta (acabar com despesas supérfluas, vender jóias, etc) para devolver o que pediu emprestado… e não fazer nada. 
Faz-me impressão ver um país a quem perdoaram mais de 50% do que deve, continuar sem fazer nada para pagar o resto. 
Faz-me impressão constatar que um país, sujeito a um plano draconiano, nada faz para ganhar a boa vontade dos credores (ignorando que há outros países, como Portugal, a quem foi imposto um plano draconiano… mas cumprem).
Mas o que me faz impressão mesmo é ouvir políticos solidarizarem-se com um país que nada faz para mudar de vida, em vez de lhe dizerem que não pode viver das poupanças dos outros.
O que me faz impressão mesmo é ver políticos a defenderem uma cultura de irresponsabilidade (uns para não perderem a onda populista, outros por pura ignorância): qual a pressão para os gregos mudarem de vida, se houver políticos a encorajá-los a… não mudarem de vida? 
Eu sei que o mundo mudou muito. Mas não mudou o suficiente para me dizerem que a culpa de quem se endividou é de quem lhe emprestou dinheiro. E não mudou o suficiente para me dizerem que devemos aceitar que, quem pediu emprestado não tem de pagar de volta, ignorando que essa decisão vai lançar na falência parte do sistema bancário europeu (com os inevitáveis e perigosos "bank runs"). E ignorando também a pesada factura que recairá nos ombros dos contribuintes dos países cumpridores. Isto é inaceitável!"

sábado, 15 de outubro de 2011




Prefiro um primeiro-ministro assim - que diz isto com frontalidade e que fez o discurso da passada quinta-feira - do que como o antecessor, segundo o qual tudo estava maravilhoso, que mentia em cada palavra e que se empenhou em nos afundar desta forma.
Não é qualquer um que assume que "as medidas são minhas" desta forma.

sábado, 21 de maio de 2011

Só para fanáticos

João Pereira Coutinho, no Correio da Manhã:

"José Sócrates não gosta da palavra ‘bancarrota’. Considera que o termo é um insulto para Portugal. Eis o melhor retrato da cabeça de Sócrates, por ele próprio: um político que prefere negar a realidade e confunde uma crítica ao governo com uma crítica ao país.
Foi este tipo de ‘raciocínio’ que nos atirou para o abismo inominável. E foi essa cegueira que o enterrou ontem à noite. Verdade que havia sinais: com a provável excepção do debate com Jerónimo de Sousa, um homem gentil e pouco preparado, Sócrates levou tareias atrás de tareias. Mas, com Passos Coelho, a coisa foi penosa de ver: como é possível confiar um voto que seja num homem sem uma única ideia realista ou consequente na cabeça? Como é possível acreditar que o grande defensor do Estado Social foi precisamente o mesmo que o amputou e faliu? E como é possível engolir a responsabilidade dos outros na crise quando os últimos dois anos foram uma crise permanente que o governo não soube estancar? Sócrates já não é assunto racional; é para consumo exclusivo de fanáticos. Dia 5 de Junho saberemos, enfim, quantos existem em Portugal."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A cama do faquir

O editorial do Negócios, escrito pelo Pedro Santos Guerreiro:

"Não é um PEC. Não é um Plano de Austeridade. Não é sequer um programa de Governo. É uma mudança de regime. Portugal será novo mas nós, portugueses, somos os mesmos e não estamos todos preparados. Depois disto, seremos mais fortes. Até lá, perderão os mais fracos. Como numa guerra pela paz. Mas é uma oportunidade. E é a última.

Não é o regime económico que muda. É a sociedade, a cidadania, a organização do Estado, a forma como o sistema político o vê e lhe subjaz. Não é menos do que isso o que está em causa. Porque a troika não trouxe um programa de pagamento de dívidas. Trouxe uma revolução. Para Portugal, é uma revolução liberal. E quem vai fazê-la são instituições internacionais, assessoradas por consultores estrangeiros, financiadas por contribuintes de outros países. Teremos governo. Portugal é soberano. Mas o Governo será suserano.

O Estado não será apenas mais magro, será menos tentacular. É também por isso que este plano não é um programa de Governo. É um programa anti-Governo. É o contrário das políticas que têm governado Portugal nos últimos anos. Nem a reforma da Segurança Social passa sem acrescento.

As traves-mestras da velha política económica são dizimadas. Há uma razia nos subsídios às energias renováveis, nos incentivos à aquisição de casa própria, nas políticas agressivas de Obras Públicas, nas parcerias público-privadas. Porquê? Volte a ler a frase anterior e responda a si mesmo: a quem aproveitaram no passado essas políticas? Eu ajudo: às empresas do regime. À EDP, à Mota-Engil, à Brisa, à Galp, à Caixa, ao BES, ao BCP, ao BPI... Foram elas que receberam ou financiaram os projectos, que viram os riscos dos seus negócios serem cobertos pelos contribuintes ao abrigo das "políticas de modernização".

As empresas deixarão de ser de regime. O regime deixará de ter empresas. A TAP deixa de ser do Estado, a EDP e a Galp perdem essa mão visível, a PT perde a vergonhosa "golden share". E a Caixa, que nisso foi a pior de todas, vende seguros, vende actividade internacional, vende tudo o que não é banca e assim deixa de ser albergue de ex-ministros para passar a cumprir a função de ser um banco estatal e só um banco estatal.

É sobretudo para isto que serve a agressiva política de privatizações. Para que a ANA, a CP Carga, os CTT ou aquelas empresas deixem de ser pousios de ex-políticos com medo de "faces ocultas" e passem a ser terreno produtivo. Para que este seja um Estado sem ruis pedros nem armandos. Mas nada disso se faz sem uma lei da concorrência poderosa e reguladores fortes. E tem sido aí que as democracias liberais têm falhado. Começando pelo sistema financeiro.

A banca vai passar por um mau bocado, mas os depósitos dos seus clientes são ainda mais protegidos. Ainda vamos ver bancos terem prejuízos em Portugal (compensados com os lucros no estrangeiro) e também eles deixarão de ser os parceiros dos Governos nas empresas e nos projectos públicos. Porque também eles terão de vender as suas participações nas grandes empresas.

Os bancos não vão trabalhar nos próximos anos pela rentabilidade, mas pela solvabilidade. Pela sua própria salvação enquanto projectos de capitais privados e autónomos. Provavelmente precisarão de dinheiro dos contribuintes para aumentar o seu capital. Tanto que a troika se viu obrigada a deixar preto no branco que o Estado não pode ficar maioritário em nenhum desses bancos. A necessidade podia existir. Apesar de tudo, os bancos saem em condições protegidas no que toca à liquidez: o Banco Central Europeu continuará discretamente a apoiar. Ainda bem. Não é por eles, é pela economia: sem crédito, as empresas congelam. E a economia também.

Quem paga a factura? Sempre os mesmos. Uns mais que outros.
Os trabalhadores vão pagar muito, mas muito mais IRS, com os limites às deduções de saúde e de educação - e dessa enormidade que são as prestações do crédito à habitação.

Os funcionários públicos, depois de perderem salário, vêem-no congelado até 2013 e perdem em dois anos quase metade da ADSE. Custa-lhes perder, mas custa ainda mais aos outros pagar. Não é preconceito: a ADSE é , no fundo, um seguro de saúde dos funcionários públicos suportado também pelos privados.

Os reformados perdem na pensão e, muitos, verão as rendas subir.

Os consumidores vão pagar mais IVA. Terão chamadas de telemóveis mais baratas, mas a saúde, os comboios, o tabaco e o álcool, até as cartas serão mais caras. E a electricidade.

Nos próximos dois anos, a recessão vai ser muito severa. Haverá muito mais destruição de empresas e de empregos. E, esses sim, são as grandes vítimas deste plano: os desempregados. Porque terão subsídios muito menores e durante menos tempo. Porque muitos deles não têm qualificações para as novas necessidade laborais do País.

Tudo isto é para melhorar o crescimento potencial da economia portuguesa. Ou seja, para que depois de ser pior, seja melhor. Há reformas muito agressivas nas leis laborais, na mobilidade social, no arrendamento, na reabilitação urbana. Será Portugal neoliberal? Não, será um neoPortugal que, face aos nossos "standards", é liberal. Volta Compromisso Portugal, estás perdoado.

Este plano é a última oportunidade de Portugal se refundar. De não cair. De descolar da Grécia. Sim, de descolar da Grécia.

A Grécia está numa armadilha. Errou até eclodir a crise. Depois disso errou a troika. Os pobres dos cidadãos gregos não são bandidos, foram as cobaia da ajuda externa.

A possibilidade de a Grécia ter de reestruturar a sua dívida é grande, por mais que a Comissão Europeia diga que não. Tal, se acontecer, pode ser considerado uma violação de tratados europeus, por haver transferência fiscal entre Estados. E isso pode ter uma consequência: a expulsão da Zona Euro. Coitados dos gregos. E coitados de nós se, nessa possibilidade e altura, estivermos como eles. A nossa saída do euro é a entrada num túnel longo e negro de pobreza.

É por isso que esta é a nossa última oportunidade para evitar o estertor da saída do euro. Não basta aprovar o plano, é preciso cumpri-lo. E aí chegamos à política. Às eleições. Ao momento actual. Ao risco de que os egos pessoais dos líderes partidários se sobreponham à vontade e à necessidade nacional.

Este plano tem cabeça, troika e membros. Sim, é isto ou o caos. E sim, esta é uma oportunidade de ter um Estado moderno - e o Estado não são eles, somos nós. É o nosso exercício de cidadania que tem de mudar. De cada um de nós.

Este acordo só não tem uma coisa: uma mudança no sistema político, nas subvenções, no financiamento partidário, nos deputados, na Assembleia da República. E não tem porque não pode: Portugal é uma democracia. Curiosamente, poucas coisas precisam de mudar tanto como a política. E, como o FMI não pode, isso só depende de nós. Ainda bem. Façamo-lo. Ou outros farão por nós. Nós. Somos sempre nós."

sábado, 30 de abril de 2011

Pergunta pertinente

No Expresso desta semana o Henrique Medina faz 10 perguntas a propósito das próximas eleições legislativas.
Deixo aqui a 8ª:
"Se Manuela Ferreira Leite tinha razão em 2009, quando traçou um panorama negro do país enquanto Sócrates aumentava a função pública e prometia cheques-bebé, a conclusão é que o primeiro-ministro sabia menos do que Manuela, ou que enganou deliberadamente o eleitorado para vencer as eleições? E quem nos engana uma vez, duas, três vezes, não nos está a enganar agora?"

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bingo!

Narciso Miranda, na RTP 2: o discurso de Sócrates é excepcional se não tivesse 6 anos atrás com os resultados que se conhecem.

sábado, 2 de abril de 2011

Portas: o político eficaz

Camilo Lourenço, no Jornal de Negócios de 30 de Março, sob o título "Psssst... Pedro: ponha os olhos no Paulo!"::

"Paulo Portas lembrou ontem que os juros que pagamos pela dívida pública servem para enriquecer os credores estrangeiros. E, no seu estilo, lembrou que 2/3 do IRS entregues ao Fisco vão direitinhos para os bolsos dos credores.
Contraste-se estas declarações com as de Passos Coelho. Na forma, conteúdo e estratégia. Na forma porque Portas fala para todos entenderem. No conteúdo porque vai ao ponto: o dinheiro que entregamos ao Fisco em vez de financiar o desenvolvimento do país vai para o exterior. Na estratégia porque Portas mostra como se faz campanha eleitoral: focando-se em três ou quatro pontos (que fazem a diferença).
Quem analisar os discurso de Portas percebe que não se afasta do essencial. E o essencial é o Bolso dos portugueses. E o que faz Passos Coelho? Desdobra-se em declarações sobre tudo e mais alguma coisa. Incluindo assuntos não prioritários, como a privatização da Caixa Geral de Depósitos. Mais: quando fala, Portas põe nas palavras uma convicção muito próxima da de Sócrates.
Não consegue fazer acreditar que crocodilos podem sair de torneiras, ao contrário do 1º ministro? Não (talvez não lhe interesse ir tão longe). Mas começa a ficar claro que é o político mais bem preparado, e com mais jeito, para encostar Sócrates à parede. Passos Coelho que se cuide."

quarta-feira, 30 de março de 2011

Krugman: a crise portuguesa e a política de austeridade

"O governo de Portugal caiu a pretexto de uma disputa relacionada com o programa de austeridade. Os juros da dívida pública irlandesa acabam de ultrapassar os 10% pela primeira vez. Já o governo do Reino Unido reviu em baixa as perspectivas económicas e em alta as previsões do défice.

Que têm em comum todos estes acontecimentos? Todos são provas de que a redução da despesa em períodos de desemprego elevado é um erro." (Ionline)

terça-feira, 29 de março de 2011

A culpa

Bagão Félix, no DE, num texto carregado de ironia que nem todos entendem:

"A culpa de não haver PEC 4 é do PSD e do CDS. A culpa de haver portagens nas Scuts é do PSD que viabilizou o PEC 3. A culpa do PEC 3 é do PEC 2. Que, por sua vez, tem culpa do PEC 1.
Chegados a este, a culpa é da situação internacional. E da Grécia e da Irlanda. E antes destas culpas todas, a culpa continua a ser dos Governos PSD/CDS. Aliás, nos últimos 16 anos, a culpa é apenas dos 3 anos de governação não socialista.
A culpa é do Presidente da República. A culpa é da Chanceler. A culpa é de Trichet. A culpa é da Madeira. A culpa é do FMI. A culpa é do euro.
A culpa é dos mercados. Excepto do "mercado" Magalhães. A culpa é do ‘rating'. A culpa é dos especuladores que nos emprestam dinheiro. A culpa até chegou a ser das receitas extraordinárias. À falta de outra culpa, a culpa é de os Orçamentos e PEC serem obrigatórios.
A culpa é da agricultura. A culpa é do nemátodo do pinho. A culpa é dos professores. A culpa é dos pais. A culpa é dos exames. A culpa é dos submarinos. A culpa é do TGV espanhol. A culpa é da conjuntura. A culpa é da estrutura.
A culpa é do computador que entupiu. A culpa é da ‘pen'. A culpa é do funcionário do Powerpoint. A culpa é do Director-Geral. A culpa é da errata, porque nunca há errata na culpa. A culpa é das estatísticas. Umas vezes, a culpa é do INE, outras do Eurostat, outras ainda do FMI. A culpa é de uma qualquer independente universidade. E, agora em versão pós Constâncio, a culpa também já é do Banco de Portugal. A culpa é dos jornalistas que fazem perguntas. A culpa é dos deputados que questionam. A culpa é das Comissões parlamentares que investigam. A culpa é dos que estudam os assuntos.
A culpa é do excesso de pensionistas. A culpa é dos desempregados. A culpa é dos doentes. A culpa é dos contribuintes. A culpa é dos pobres.
A culpa é das empresas, excepto as ungidas pelo regime. A culpa é da meteorologia. A culpa é do petróleo que sobe. A culpa é do petróleo que desce.
A culpa é da insensibilidade. Dos outros. A culpa é da arrogância. Dos outros. A culpa é da incompreensão. Dos outros. A culpa é da vertigem do poder. Dos outros. A culpa é da demagogia. Dos outros. A culpa é do pessimismo. Dos outros.
A culpa é do passado. A culpa é do futuro. A culpa é da verdade. A culpa é da realidade. A culpa é das notícias. A culpa é da esquerda. A culpa é da direita. A culpa é da rua. A culpa é do complexo de culpa. A culpa é da ética.
Há sempre "novas oportunidades" para as culpas (dos outros). Imagine-se, até que, há tempos, o atraso para assistir a uma ópera, foi culpa do PM de Cabo-Verde.
No fim, a culpa é dos eleitores, que não deram a maioria absoluta ao imaculado. A culpa é da democracia. A culpa é de Portugal. De todos. Só ele (e seus pajens) não têm culpa. Povo ingrato! Basta! Na passada quarta-feira, a culpa... já foi."

sábado, 26 de março de 2011

Socratismo

"(...) Em dois séculos de governo representativo em Portugal, um único político conseguiu suscitar a profunda aversão que hoje suscita o primeiro-ministro: António Bernardo Costa Cabral, que deu o seu nome ao “cabralismo”. É interessante pensar no que (em resumo) um dia lhe disse Fontes Pereira de Melo: “A sua presença (no governo) não ajuda o país, porque o senhor é o problema.” Manuela Ferreira Leite, com outros cuidados verbais, não ficou longe de Fontes, quando explicou o voto do PSD. E, se calhar, não se enganou. A remoção definitiva de Cabral trouxe a Portugal um certo sossego. A remoção definitiva de Sócrates talvez também acalmasse as coisas. Mas, para nossa desgraça, Sócrates continua, e continuará, secretário-geral do PS e não tenciona, nem de longe, ficar quieto. Esta história ainda não chegou ao fim. "

Vasco Pulido Valente no Público

quinta-feira, 24 de março de 2011

Notas da crise

1 - Angela Merkel tenta acalmar os mercados quando afirma: "Estou grata a Sócrates."

2 - Pedro Santos Guerreiro, no Jornal de Negócios: "Os portugueses andam a ser enganados há anos. Foram encandeados nas eleições de 2009 pelas néons de uma falsa prosperidade. Foram ludibriados em 2010 por um negacionismo catatónico que adiou, e nisso piorou, a austeridade que tínhamos de enfrentar. Foram divididos entre optimistas e catastrofistas até há duas semanas, quando lhes garantiam que nada mais era necessário fazer - quando o que não havia era mais nada a fazer. Apenas ganhar tempo para ser ajudado de uma outra forma.
Este Governo não foi um Governo, foi uma perda de tempo." 

3 - A campanha e os portugueses só ganham se houver verdade da parte dos partidos. Sem promessas impossíveis, sem os delírios que levaram Sócrates à reeleição. Mesmo dura, a verdade será a melhor coisa.

4 - Sócrates soube criar uma teia, enredar o PSD e aparecer como a vítima da oposição. Espero que esta mentira seja destruída pelos outros partidos. Ele é que criou a crise ao faltar ao respeito a todas as instituições nacionais, quando apresentou o PEC 4 em Bruxelas sem falar com ninguém em Portugal.

5 - Se destas eleições não resultar uma maioria absoluta clara, ou se Sócrates tiver um resultado elevado, só se pode concluir que os portugueses são irresponsáveis, parvos e gostam de ser enganados. E prevalece a frase de que "não se governam, nem se deixam governar". Era a pior coisa que nos poderia acontecer, depois desta crise económico-financeira evitável.
De qualquer forma, o resultado pode ser potencialmente positivo. Assim esperemos.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Um apelo angustiado: saia!

Mário Soares, ex-presidente da República, escreveu um artigo de opinião no DN, "um apelo angustiado".

Então... Sócrates, o Governo e o PS é que provocam a crise, e tem de ser Cavaco Silva a impedir a catástrofe?!
Os irresponsáveis que provocaram a crise que assumam as suas responsabilidades. E que deixem de dar cabo do país.
Citando Paulo Portas há um ano: "saia!"

Parte da solução do problema passa por remover a causa do problema.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Dia de reflexão, pelo MEC

"O nome do dia da reflexão diz tudo. Se fosse a um dia de semana e desse direito a um feriado, ainda se aceitava, com um encolher de ombros, a sugestão paternalista que aproveitássemos parte do dia para reflectir sobre se e como vamos votar."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Falsas soluções

"Remodelar não vai mudar nada. Portugal não precisa de um Governo com remendos. Precisa de um Governo novo e com uma estratégia de futuro definida". 


Fernando Sobral, Jornal de Negócios, 23 Nov 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Frases assassinas

"Será que Manuel Alegre acredita, de facto, em tudo o que diz de si próprio e do mundo?"


Vasco Pulido Valente, in Público de 07Nov2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O legado

No Jornal de Negócios de hoje, Fernando Sobral escreve:

"Sócrates transformou desconhecidos carreiristas políticos em gestores com barriga cheia. É esse o legado do Governo de Sócrates: nunca, como nestes anos, se tinha tornado o Estado uma prova de 110 metros sem barreiras para aqueles que seguem cegamente o chefe. Antigamente, a política era lealdade, afeição, respeito, memória. Com Sócrates criou-se o princípio de que a lealdade canina é mais importante que a qualidade pessoal. O resultado vê-se.
(...)
O amiguismo a nova ideologia política. De Sócrates não sobra uma ideologia de direita ou de esquerda: resta um clube de devoradores."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O palhaço

"O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais.

O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde.

É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas.

O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre.

E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço."

Mário Crespo