João Pereira Coutinho, no Correio da Manhã:
"José Sócrates não gosta da palavra ‘bancarrota’. Considera que o termo é um insulto para Portugal. Eis o melhor retrato da cabeça de Sócrates, por ele próprio: um político que prefere negar a realidade e confunde uma crítica ao governo com uma crítica ao país.
Foi este tipo de ‘raciocínio’ que nos atirou para o abismo inominável. E foi essa cegueira que o enterrou ontem à noite. Verdade que havia sinais: com a provável excepção do debate com Jerónimo de Sousa, um homem gentil e pouco preparado, Sócrates levou tareias atrás de tareias. Mas, com Passos Coelho, a coisa foi penosa de ver: como é possível confiar um voto que seja num homem sem uma única ideia realista ou consequente na cabeça? Como é possível acreditar que o grande defensor do Estado Social foi precisamente o mesmo que o amputou e faliu? E como é possível engolir a responsabilidade dos outros na crise quando os últimos dois anos foram uma crise permanente que o governo não soube estancar? Sócrates já não é assunto racional; é para consumo exclusivo de fanáticos. Dia 5 de Junho saberemos, enfim, quantos existem em Portugal."
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