quinta-feira, 24 de março de 2011

Notas da crise

1 - Angela Merkel tenta acalmar os mercados quando afirma: "Estou grata a Sócrates."

2 - Pedro Santos Guerreiro, no Jornal de Negócios: "Os portugueses andam a ser enganados há anos. Foram encandeados nas eleições de 2009 pelas néons de uma falsa prosperidade. Foram ludibriados em 2010 por um negacionismo catatónico que adiou, e nisso piorou, a austeridade que tínhamos de enfrentar. Foram divididos entre optimistas e catastrofistas até há duas semanas, quando lhes garantiam que nada mais era necessário fazer - quando o que não havia era mais nada a fazer. Apenas ganhar tempo para ser ajudado de uma outra forma.
Este Governo não foi um Governo, foi uma perda de tempo." 

3 - A campanha e os portugueses só ganham se houver verdade da parte dos partidos. Sem promessas impossíveis, sem os delírios que levaram Sócrates à reeleição. Mesmo dura, a verdade será a melhor coisa.

4 - Sócrates soube criar uma teia, enredar o PSD e aparecer como a vítima da oposição. Espero que esta mentira seja destruída pelos outros partidos. Ele é que criou a crise ao faltar ao respeito a todas as instituições nacionais, quando apresentou o PEC 4 em Bruxelas sem falar com ninguém em Portugal.

5 - Se destas eleições não resultar uma maioria absoluta clara, ou se Sócrates tiver um resultado elevado, só se pode concluir que os portugueses são irresponsáveis, parvos e gostam de ser enganados. E prevalece a frase de que "não se governam, nem se deixam governar". Era a pior coisa que nos poderia acontecer, depois desta crise económico-financeira evitável.
De qualquer forma, o resultado pode ser potencialmente positivo. Assim esperemos.

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