"Faz-me impressão ver um país endividar-se além das suas posses.
Faz-me impressão ver esse país, ao receber a conta, desatar a gritar que não pode pagar.
Faz-me impressão que o mesmo país se comprometa a fazer dieta (acabar com despesas supérfluas, vender jóias, etc) para devolver o que pediu emprestado… e não fazer nada.
Faz-me impressão ver um país a quem perdoaram mais de 50% do que deve, continuar sem fazer nada para pagar o resto.
Faz-me impressão constatar que um país, sujeito a um plano draconiano, nada faz para ganhar a boa vontade dos credores (ignorando que há outros países, como Portugal, a quem foi imposto um plano draconiano… mas cumprem).
Mas o que me faz impressão mesmo é ouvir políticos solidarizarem-se com um país que nada faz para mudar de vida, em vez de lhe dizerem que não pode viver das poupanças dos outros.
O que me faz impressão mesmo é ver políticos a defenderem uma cultura de irresponsabilidade (uns para não perderem a onda populista, outros por pura ignorância): qual a pressão para os gregos mudarem de vida, se houver políticos a encorajá-los a… não mudarem de vida?
Eu sei que o mundo mudou muito. Mas não mudou o suficiente para me dizerem que a culpa de quem se endividou é de quem lhe emprestou dinheiro. E não mudou o suficiente para me dizerem que devemos aceitar que, quem pediu emprestado não tem de pagar de volta, ignorando que essa decisão vai lançar na falência parte do sistema bancário europeu (com os inevitáveis e perigosos "bank runs"). E ignorando também a pesada factura que recairá nos ombros dos contribuintes dos países cumpridores. Isto é inaceitável!"
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