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quarta-feira, 20 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
Esses gregos
Do que tenho ouvido nas notícias acerca das eleições gregas de amanhã, há uma coisa que me intriga: os eleitores provavelmente preparam-se para fazer com que o Syriza ganhe. Esses mesmos eleitores estão a correr aos bancos tirar o dinheiro, com medo das consequências.
Os gregos são bipolares ou há algum pormenor que me escapa?
domingo, 20 de maio de 2012
Faz-me impressão tanta irresponsabilidade!
"Faz-me impressão ver um país endividar-se além das suas posses.
Faz-me impressão ver esse país, ao receber a conta, desatar a gritar que não pode pagar.
Faz-me impressão que o mesmo país se comprometa a fazer dieta (acabar com despesas supérfluas, vender jóias, etc) para devolver o que pediu emprestado… e não fazer nada.
Faz-me impressão ver um país a quem perdoaram mais de 50% do que deve, continuar sem fazer nada para pagar o resto.
Faz-me impressão constatar que um país, sujeito a um plano draconiano, nada faz para ganhar a boa vontade dos credores (ignorando que há outros países, como Portugal, a quem foi imposto um plano draconiano… mas cumprem).
Mas o que me faz impressão mesmo é ouvir políticos solidarizarem-se com um país que nada faz para mudar de vida, em vez de lhe dizerem que não pode viver das poupanças dos outros.
O que me faz impressão mesmo é ver políticos a defenderem uma cultura de irresponsabilidade (uns para não perderem a onda populista, outros por pura ignorância): qual a pressão para os gregos mudarem de vida, se houver políticos a encorajá-los a… não mudarem de vida?
Eu sei que o mundo mudou muito. Mas não mudou o suficiente para me dizerem que a culpa de quem se endividou é de quem lhe emprestou dinheiro. E não mudou o suficiente para me dizerem que devemos aceitar que, quem pediu emprestado não tem de pagar de volta, ignorando que essa decisão vai lançar na falência parte do sistema bancário europeu (com os inevitáveis e perigosos "bank runs"). E ignorando também a pesada factura que recairá nos ombros dos contribuintes dos países cumpridores. Isto é inaceitável!"
terça-feira, 15 de maio de 2012
Um dia mais na vida da UE
1 - depois de hoje o Público fazer capa com o título "O primeiro dia de tempestade do presidente normal", o avião em que François Hollande seguia rumo a Berlim foi atingido por um raio. Há com cada ironia...
2 - os gregos, certamente crentes no seu futuro e no que lhes reserva Bloco de Esquerda lá do sítio, começaram a tirar o dinheiro dos bancos. Só esta segunda-feira 700 milhões de euros de depósitos. E estão a apostar em quê? Em dívida alemã, pois claro. Mas a Merkel é que é o diabo...
Os partidos gregos, como não chegaram a acordo, vão novamente para eleições. E se o resultado for outra salganhada semelhante? Voltam a repetir?
quinta-feira, 10 de maio de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
Campanha Merkozy
Com as eleições presidenciais francesas agendadas para a primavera, Angela Merkel decidiu participar na campanha de Sarkozy.
Com as sondagens a não serem muito favoráveis para o actual presidente francês, em caso de derrota, isso deixará de ser interpretado como um tiro no porta-aviões europeu.
sábado, 10 de dezembro de 2011
A UE que se segue
Depois de mais uma cimeira histórica e que ia resolver os problemas da UE, temos que:
- haverá um "pacto orçamental" entre alguns países da UE UE, sem o Reino Unido (e outros que estão reticentes, dependendo dos respectivos parlamentos);
- o Reino Unido bloqueou a alteração ao Tratado de Lisboa por pretender obtenção de algumas derrogações às regras europeias de regulação dos serviços financeiros;
- a UE-2 (Alemanha e França) impôs uma série de regras para "salvar" o euro (por exemplo, a constitucionalização do limite do défice, as penalizações automáticas por incumprimento...);
- a UE avança a duas velocidades (por agora...).
Interessará saber, no futuro, o que acontecerá se:
- na França, Sarkozy perder as presidenciais do próximo ano;
- na Alemanha, Merkel perder algumas eleições regionais em 2012 e as legislativas em 2013;
- algum país se lembrar de fazer um referendo ao tal "pacto orçamental" e os respectivos cidadãos acharem que é melhor votar contra;
- os mercados e as agências de rating daqui a uma semana voltarem a penalizar os países da UE.
A crise da UE segue dentro de momentos.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Além da Mancha, não
Perante a catástrofe iminente, e com soluções ad hoc que nada resolvem nas cimeiras semanais da mini-UE, só David Cameron diz que não assina "qualquer novo tratado europeu se não obtiver garantias suficientes para proteger os interesses do Reino Unido".
É egoísta? Será (como sempre foi o Reino Unido).
Mas é o único que está a bater o pé à ideia germano-gaulesa de (mais) um novo tratado.
É egoísta? Será (como sempre foi o Reino Unido).
Mas é o único que está a bater o pé à ideia germano-gaulesa de (mais) um novo tratado.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Solidariedades europeias
“Não podemos esquecer que a reconstrução da Alemanha após a guerra não teria sido possível sem o apoio dos parceiros ocidentais e, por isso, temos o dever histórico de mostrar solidariedade com outros países, o que se aplica especialmente à Grécia”, disse Helmut Schmidt num comício que antecedeu a abertura do congresso dos sociais-democratas (SPD), em Berlim, e em que participaram cerca de 9000 pessoas.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Momento delirante
"Devia ser uma saída negociada (da UE) com compensações ao país por aquilo que nos roubaram", disse Ilda Figueiredo aos jornalistas, na Figueira da Foz.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Se não é...
É curioso como os mercados parece que andam a fazer tiro aos corvos. Depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Itália, eis que voltam a mira para os restantes países.
A Europa está assim tão mal?
Os mercados têm assim tanto poder?
A política tem de se vergar à economia?
Não acho que a solução para a UE seja a peregrina ideia de Cavaco Silva de pôr o BCE a imprimir euros. Mas que a UE precisa de um rumo e liderança claros e fortes, disso não há dúvida. E não é escolhendo primeiros-ministros a dedo para os países como fizeram com os gregos e italianos.
Onde está a implementação do apaixonado discurso de Durão Barroso há umas semanas no Parlamento Europeu?
Admito que actualmente seja difícil recuar para tempos de menos profusão informativa e de interdependência económico-financeira, mas a UE tem de se libertar desta pressão dos mercados e pôr a política a comandar os seus destinos (sem delírios voluntaristas como a Constituição Europeia).
Uma visão da Europa, uma paixão pela Europa, um líder para a Europa.
Se não for assim, se o objectivo não é acabar com a UE em meia dúzia de meses, parece.
sábado, 12 de novembro de 2011
A "democracia" dos mercados
Não deixa de ser curiosa - para não dizer perigosa - a forma como a crise está a aniquilar governos por toda a Europa.
Se até agora, antecipadamente ou não, ocorriam eleições que resultavam na mudança de governo (veja-se os casos de Portugal, Irlanda, Reino Unido, Grécia no início da crise...), parece que a norma mudou. Há uma semana a crise impôs um novo primeiro-ministro na Grécia - Lucas Papademos - e nestes dias ditou a saída de Berlusconi, em Itália, para dar lugar a Mario Monti.
Que o descontentamento popular leve a mudanças de governos é normal. O que não é normal é o governo mudar sem haver eleições, apenas para satisfazer os mercados (ou seja lá o que for). Por muito qualificados e tecnocratas que sejam os novos detentores dos cargos.
Podem chamar a isto o que quiserem, mas democracia não será certamente. E é um precedente muito perigoso esta forma de escolher governos.
Oxalá a Europa não se venha a arrepender. Nem nós, cidadãos europeus.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Puzzle europeu
Se a União Europeia e a Europa não estão a caminhar a passos largos para a implosão, e a breve trecho para a guerra, não sei bem para onde é que isto vai...
Não há um Líder europeu que tenha visão e dê um murro na mesa?
A Grécia em ebulição
Depois do disparate pegado que é o referendo, o governo grego dá sinais de nervosismo.
Isto está a ficar pior do que estava.
Capacidade de arranjar problemas
A União Europeia tem problemas gigantescos que não parece estar à altura de resolver.
Cimeira após cimeira, os problemas vão sendo empurrados com a barriga para a frente. Muitas cabeças, muitas sentenças, egoísmos nacionais, eleições, poderes diversos, tudo contribui para o adiamento de uma solução definitiva e que dê sinais de confiança para o exterior.
Perante este cenário, o que é que aparece para ajudar a dar cabo de tudo?
Se isto não é um suicídio, não sei o que será.
Com sondagens a indicar que os gregos acham que as decisões da cimeira foram negativas, para que serve este referendo?
Para o executivo de Papandreou se suicidar e para acabar de vez com o €uro.
Ou a ideia é repetir referendos, cujos resultados não agradaram à Europa, até que os cidadãos tomem juízo e votem como seria suposto?
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Curtas
1 -
Na União Europeia todos andam às cegas à procura da solução para a crise, entre avanços e recuos e peneiras para esconder o sol.
Foram estas algumas das novidades do encontro:
- Criação de um governo económico para a zona euro (e propõem como presidente Van Rompuy, actual presidente do Conselho Europeu).
- Criação de uma taxa para as transacções financeiras.
- Tornar obrigatório o equilíbrio orçamental para toda a zona euro.
- Imposto sobre sociedades comum e harmonizado em França e na Alemanha.
De tudo isto resta saber o que, como e quando passa à prática na burocrática teia que é a UE.
E uma curiosidade: Durão Barroso, acusado semana sim semana não de não ter peso nenhum, já propôs estas e outras medidas anteriormente. Quando avança com as ideias, todos recusam; meses ou anos depois, vão buscá-las para implementar. Isto é que é ter razão avant la letre.
Sobre esta cimeira, escreve Pacheco Pereira no Abrupto:
"Os versos de Milton aqui em baixo não estão lá por acaso. Aliás nada está aqui por acaso. Estão aqui porque uma nação que não se sente humilhada e ofendida pela cena da conferência de imprensa Sarkozy - Merkel sobre o "governo económico da Europa" que abre os noticiários nos últimos dias e já começou a receber palmas dos europeístas por convicção (uma minoria) e dos europeístas por necessidade (hoje uma enorme maioria), está profundamente corrompida. Tudo nessa conferência, é mau: o tom, com Sarkozy balbuciando umas coisas que parece notoriamente não conhecer bem, e Merkel ameaçando Portugal e a Grécia; e o conteúdo, um diktat de dois países da União com um anúncio de medidas à margem de qualquer dos tratados que regem a União Europeia. Dizem o que vão fazer os dois, criam uma instituição (uma a mais que não vem nos Tratados), nomeiam o seu presidente e fazem imposições constitucionais a todos os membros da União. Bastava esta última imposição, que atinge o coração da soberania dos estados membros, para percebermos que já não há União, mas uma Europa servil a amos mais fortes. O que está em causa, tenho-o dito, é a soberania. Estas imposições constitucionais já não atingem somente a soberania, mas também a liberdade. É que a autonomia constitucional, na sua raiz parlamentar, está no cerne da liberdade dos povos."
E uma curiosidade: Durão Barroso, acusado semana sim semana não de não ter peso nenhum, já propôs estas e outras medidas anteriormente. Quando avança com as ideias, todos recusam; meses ou anos depois, vão buscá-las para implementar. Isto é que é ter razão avant la letre.
Sobre esta cimeira, escreve Pacheco Pereira no Abrupto:
"Os versos de Milton aqui em baixo não estão lá por acaso. Aliás nada está aqui por acaso. Estão aqui porque uma nação que não se sente humilhada e ofendida pela cena da conferência de imprensa Sarkozy - Merkel sobre o "governo económico da Europa" que abre os noticiários nos últimos dias e já começou a receber palmas dos europeístas por convicção (uma minoria) e dos europeístas por necessidade (hoje uma enorme maioria), está profundamente corrompida. Tudo nessa conferência, é mau: o tom, com Sarkozy balbuciando umas coisas que parece notoriamente não conhecer bem, e Merkel ameaçando Portugal e a Grécia; e o conteúdo, um diktat de dois países da União com um anúncio de medidas à margem de qualquer dos tratados que regem a União Europeia. Dizem o que vão fazer os dois, criam uma instituição (uma a mais que não vem nos Tratados), nomeiam o seu presidente e fazem imposições constitucionais a todos os membros da União. Bastava esta última imposição, que atinge o coração da soberania dos estados membros, para percebermos que já não há União, mas uma Europa servil a amos mais fortes. O que está em causa, tenho-o dito, é a soberania. Estas imposições constitucionais já não atingem somente a soberania, mas também a liberdade. É que a autonomia constitucional, na sua raiz parlamentar, está no cerne da liberdade dos povos."
2 -
Em Madrid começa amanhã a Jornada Mundial da Juventude, um dos maiores eventos de mobilização da Igreja Católica.
Como é costume, houve protestos contra a Igreja e Bento XVI, com cartazes cheios de idiotices. Por exemplo: “Menos religião e mais educação”, “Menos curas [padres] e mais cultura”, “Aborto sim, pedofilia não”, “Vem o Papa, cuidado com as crianças”, “O vosso Papa é um nazi”.
Se fosse uma manifestação gay, de uma qualquer organização ambientalista, ou outra coisa politicamente correcta como uma visita do Dalai Lama, os impostos já poderiam ser gastos. (E neste caso nem faço ideia se há algum investimento do Estado espanhol). O Papa, ainda por cima Bento XVI, é que nem pensar.
Depois, há o argumento que religião é sinónimo de obscurantismo e intolerância. Não é. E a Europa é marcada historicamente pela cultura judaico cristã. Essa matriz é indissociável da cultura e civilização europeia e ocidental.
Há a falta de respeito de que Igreja é igual a pedofilia. Não é. É em inúmeras instituições da Igreja que milhares de crianças (e outras pessoas) em todo o mundo são educadas, ajudadas, alimentadas, curadas, protegidas. Por essa mesma lógica dos manifestantes podemos deduzir que, se Strauss-Khan alegadamente violou uma senhora num hotel, todos os franceses (ou todos os políticos ou todos os homens) são violadores.
Se fosse uma manifestação gay, de uma qualquer organização ambientalista, ou outra coisa politicamente correcta como uma visita do Dalai Lama, os impostos já poderiam ser gastos. (E neste caso nem faço ideia se há algum investimento do Estado espanhol). O Papa, ainda por cima Bento XVI, é que nem pensar.
Depois, há o argumento que religião é sinónimo de obscurantismo e intolerância. Não é. E a Europa é marcada historicamente pela cultura judaico cristã. Essa matriz é indissociável da cultura e civilização europeia e ocidental.
Há a falta de respeito de que Igreja é igual a pedofilia. Não é. É em inúmeras instituições da Igreja que milhares de crianças (e outras pessoas) em todo o mundo são educadas, ajudadas, alimentadas, curadas, protegidas. Por essa mesma lógica dos manifestantes podemos deduzir que, se Strauss-Khan alegadamente violou uma senhora num hotel, todos os franceses (ou todos os políticos ou todos os homens) são violadores.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Blogosferando - 56
Do Corta-fitas.
Ou a Alemanha e Merkel não são o Pai Natal.
"Da esquerda à direita lamenta-se a inexistência de líderes «fortes» na Europa. Acusa-se Merkel de afundar o «projecto europeu». Defendem-se os eurobonds e a desvalorização do euro. Acho piada (o meu humor é com frequência negro). Ponto um: em tempo de paz, os grandes líderes são quase sempre aqueles que têm a sorte de estar no poder quando a economia cresce e os eleitorados andam satisfeitos (terem memória de uma guerra recente também ajuda). Merkel é fraca? Pelo contrário, é tão forte que resiste tenazmente às nossas pretensões. Mais importante: estamos mesmo convencidos de que Delors, Mitterrand ou Kohl (não vale a pena recuar mais; a realidade dos anos cinquenta e sessenta era tão diferente que é como se fosse outro planeta) fariam melhor nas actuais circunstâncias? Provavelmente estamos: somos sebastiânicos, sempre à espera de líderes providenciais, e preferimos imaginar mundos alternativos perfeitos a enfrentar a realidade. Afinal, foram Delors, Mitterrand e Kohl que puseram tudo isto em marcha ao delinearem o Tratado de Maastricht. Mas – ponto dois – se entre nós o anseio por líderes com capacidades sobre-humanas é antigo, também a tendência para desvalorizar a moeda está longe de ser recente. Desvalorizar é a via de quem não sabe ou consegue mais. Momentaneamente útil, permanece uma ilusão caso não sejam criadas condições para a tornar desnecessária no futuro (mas, lá está, preferimos ilusões). Se, por si, a desvalorização resolvesse alguma coisa seríamos há muito um país rico. Os alemães sabem-no, vacinados que ficaram com a hiperinflação do início da década de vinte do século passado. E a verdade é que, mesmo antes da introdução do euro, saíam-se bastante bem. Irrelevâncias, todavia. Nós é que estamos certos. Queremos ainda obrigá-los, através dos eurobonds, a garantir o nosso nível de despesa (ah, desculpem: ponto três). Em troca, prometemos continuar a comprar carros alemães (e, caramba, como eu desejo uma Leica M9). Ao aceitar o euro, a Alemanha aceitou várias novas reunificações mas não assegurou o poder de definir as regras. Erro crasso. Fê-lo porque ninguém aceitaria que fosse de outra forma e porque não queria o trabalho, os custos e a responsabilidade de organizar a Europa. (É irónico mas, desta feita, com quase toda a Europa disponível para ser conquistada, a Alemanha não deseja conquistar a Europa.) Porém, os desejos germânicos também esbarram na realidade e Merkel só tem duas hipóteses: pagar e pagar e pagar e voltar a pagar e pagar mais um pouco ou, percebendo que nunca nos conseguirá disciplinar, deixar falir os países que tiverem de falir, aceitando as consequências para o euro, para a União Europeia e para a própria Alemanha. Será suficientemente forte para isso? Se não for e decidir caucionar o endividamento dos países periféricos, precisa obviamente de garantir que eles controlam as contas públicas e implementam as reformas necessárias para subirem os níveis de produtividade. Tem de impor uma união fiscal e política e preparar-se para governar efectivamente toda a Europa, impondo as políticas que os governos grego e português e italiano e espanhol não conseguem implementar eficazmente. Não seria bonito de ver mas está amplamente demonstrado que, deixados a nós mesmos, somos incapazes de resolver a situação. É verdade que, com líderes «fortes», eurobonds, desvalorização do euro e demais paliativos que se venham a engendrar, durante uns tempos talvez não precisássemos. Mas a prazo nem a Alemanha seria competitiva (como, ainda assim, pode vir a não ser). Que importa? É mais fácil nivelar por baixo. Exigimos da Alemanha que siga os nossos padrões e, como qualquer rufia cheio de razão, encaramos mal manifestações de resistência. Compreende-se: os desmancha-prazeres são do mais irritante que existe. Anda lá, Angela, oferece-me a Leica."
terça-feira, 19 de julho de 2011
Sentenças - 22
«Hoje, é esse o drama da Europa: ou se une mais, ou se separa. E se se separar, o problema maior não será o das bancarrotas, como muita gente julga. Esse é um problema enorme e credível, mas não será o principal. O principal serão as consequências políticas. A Europa voltará aos cenários de guerra que foram a sua tradição. Temos aí tudo a explodir, seja nas relações entre estados, que são difíceis - por exemplo, entre a Hungria e a Eslováquia, Hungria e Roménia, os Balcãs - e outros, como por exemplo a independência da Flandres, do País Basco, da Catalunha, da Lombardia, na Itália... Só uma entidade foi capaz, até agora, de preservar a paz: a União Europeia.»
Paulo Rangel, no Jornal de Negócios
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Ou todos ou nenhum
Quando a periferia se começa a chamar Itália, a UE começa a tocar a rebate...
O ataque ao euro está a ficar cada vez menos discreto. E à UE só resta uma solução: unir-se à volta de todos e salvar-se.
O ataque não é contra uma ou outra periferia. É contra o coração de um projecto político com mérito mas que se deixou enredar em teias de burocracias e normas.
Como dizia há uns dias Nicolau Santos, se os países da actual periferia caírem, a periferia passa a ser feita com outros países...
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