É curioso como os mercados parece que andam a fazer tiro aos corvos. Depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Itália, eis que voltam a mira para os restantes países.
A Europa está assim tão mal?
Os mercados têm assim tanto poder?
A política tem de se vergar à economia?
Não acho que a solução para a UE seja a peregrina ideia de Cavaco Silva de pôr o BCE a imprimir euros. Mas que a UE precisa de um rumo e liderança claros e fortes, disso não há dúvida. E não é escolhendo primeiros-ministros a dedo para os países como fizeram com os gregos e italianos.
Onde está a implementação do apaixonado discurso de Durão Barroso há umas semanas no Parlamento Europeu?
Admito que actualmente seja difícil recuar para tempos de menos profusão informativa e de interdependência económico-financeira, mas a UE tem de se libertar desta pressão dos mercados e pôr a política a comandar os seus destinos (sem delírios voluntaristas como a Constituição Europeia).
Uma visão da Europa, uma paixão pela Europa, um líder para a Europa.
Se não for assim, se o objectivo não é acabar com a UE em meia dúzia de meses, parece.
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