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Na União Europeia todos andam às cegas à procura da solução para a crise, entre avanços e recuos e peneiras para esconder o sol.
Foram estas algumas das novidades do encontro:
- Criação de um governo económico para a zona euro (e propõem como presidente Van Rompuy, actual presidente do Conselho Europeu).
- Criação de uma taxa para as transacções financeiras.
- Tornar obrigatório o equilíbrio orçamental para toda a zona euro.
- Imposto sobre sociedades comum e harmonizado em França e na Alemanha.
De tudo isto resta saber o que, como e quando passa à prática na burocrática teia que é a UE.
E uma curiosidade: Durão Barroso, acusado semana sim semana não de não ter peso nenhum, já propôs estas e outras medidas anteriormente. Quando avança com as ideias, todos recusam; meses ou anos depois, vão buscá-las para implementar. Isto é que é ter razão avant la letre.
Sobre esta cimeira, escreve Pacheco Pereira no Abrupto:
"Os versos de Milton aqui em baixo não estão lá por acaso. Aliás nada está aqui por acaso. Estão aqui porque uma nação que não se sente humilhada e ofendida pela cena da conferência de imprensa Sarkozy - Merkel sobre o "governo económico da Europa" que abre os noticiários nos últimos dias e já começou a receber palmas dos europeístas por convicção (uma minoria) e dos europeístas por necessidade (hoje uma enorme maioria), está profundamente corrompida. Tudo nessa conferência, é mau: o tom, com Sarkozy balbuciando umas coisas que parece notoriamente não conhecer bem, e Merkel ameaçando Portugal e a Grécia; e o conteúdo, um diktat de dois países da União com um anúncio de medidas à margem de qualquer dos tratados que regem a União Europeia. Dizem o que vão fazer os dois, criam uma instituição (uma a mais que não vem nos Tratados), nomeiam o seu presidente e fazem imposições constitucionais a todos os membros da União. Bastava esta última imposição, que atinge o coração da soberania dos estados membros, para percebermos que já não há União, mas uma Europa servil a amos mais fortes. O que está em causa, tenho-o dito, é a soberania. Estas imposições constitucionais já não atingem somente a soberania, mas também a liberdade. É que a autonomia constitucional, na sua raiz parlamentar, está no cerne da liberdade dos povos."
E uma curiosidade: Durão Barroso, acusado semana sim semana não de não ter peso nenhum, já propôs estas e outras medidas anteriormente. Quando avança com as ideias, todos recusam; meses ou anos depois, vão buscá-las para implementar. Isto é que é ter razão avant la letre.
Sobre esta cimeira, escreve Pacheco Pereira no Abrupto:
"Os versos de Milton aqui em baixo não estão lá por acaso. Aliás nada está aqui por acaso. Estão aqui porque uma nação que não se sente humilhada e ofendida pela cena da conferência de imprensa Sarkozy - Merkel sobre o "governo económico da Europa" que abre os noticiários nos últimos dias e já começou a receber palmas dos europeístas por convicção (uma minoria) e dos europeístas por necessidade (hoje uma enorme maioria), está profundamente corrompida. Tudo nessa conferência, é mau: o tom, com Sarkozy balbuciando umas coisas que parece notoriamente não conhecer bem, e Merkel ameaçando Portugal e a Grécia; e o conteúdo, um diktat de dois países da União com um anúncio de medidas à margem de qualquer dos tratados que regem a União Europeia. Dizem o que vão fazer os dois, criam uma instituição (uma a mais que não vem nos Tratados), nomeiam o seu presidente e fazem imposições constitucionais a todos os membros da União. Bastava esta última imposição, que atinge o coração da soberania dos estados membros, para percebermos que já não há União, mas uma Europa servil a amos mais fortes. O que está em causa, tenho-o dito, é a soberania. Estas imposições constitucionais já não atingem somente a soberania, mas também a liberdade. É que a autonomia constitucional, na sua raiz parlamentar, está no cerne da liberdade dos povos."
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Em Madrid começa amanhã a Jornada Mundial da Juventude, um dos maiores eventos de mobilização da Igreja Católica.
Como é costume, houve protestos contra a Igreja e Bento XVI, com cartazes cheios de idiotices. Por exemplo: “Menos religião e mais educação”, “Menos curas [padres] e mais cultura”, “Aborto sim, pedofilia não”, “Vem o Papa, cuidado com as crianças”, “O vosso Papa é um nazi”.
Se fosse uma manifestação gay, de uma qualquer organização ambientalista, ou outra coisa politicamente correcta como uma visita do Dalai Lama, os impostos já poderiam ser gastos. (E neste caso nem faço ideia se há algum investimento do Estado espanhol). O Papa, ainda por cima Bento XVI, é que nem pensar.
Depois, há o argumento que religião é sinónimo de obscurantismo e intolerância. Não é. E a Europa é marcada historicamente pela cultura judaico cristã. Essa matriz é indissociável da cultura e civilização europeia e ocidental.
Há a falta de respeito de que Igreja é igual a pedofilia. Não é. É em inúmeras instituições da Igreja que milhares de crianças (e outras pessoas) em todo o mundo são educadas, ajudadas, alimentadas, curadas, protegidas. Por essa mesma lógica dos manifestantes podemos deduzir que, se Strauss-Khan alegadamente violou uma senhora num hotel, todos os franceses (ou todos os políticos ou todos os homens) são violadores.
Se fosse uma manifestação gay, de uma qualquer organização ambientalista, ou outra coisa politicamente correcta como uma visita do Dalai Lama, os impostos já poderiam ser gastos. (E neste caso nem faço ideia se há algum investimento do Estado espanhol). O Papa, ainda por cima Bento XVI, é que nem pensar.
Depois, há o argumento que religião é sinónimo de obscurantismo e intolerância. Não é. E a Europa é marcada historicamente pela cultura judaico cristã. Essa matriz é indissociável da cultura e civilização europeia e ocidental.
Há a falta de respeito de que Igreja é igual a pedofilia. Não é. É em inúmeras instituições da Igreja que milhares de crianças (e outras pessoas) em todo o mundo são educadas, ajudadas, alimentadas, curadas, protegidas. Por essa mesma lógica dos manifestantes podemos deduzir que, se Strauss-Khan alegadamente violou uma senhora num hotel, todos os franceses (ou todos os políticos ou todos os homens) são violadores.
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