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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Blogosferando - 76


No Corta-fitas, há esta licenciatura honoris causa:

"Chego tarde ao que Narana Coissoró apelidou com imensa propriedade de licenciatura honoris causa. Trata-se de mais um enxovalho para o país, para as universidades, para a pessoa em causa. Mas acima de tudo é um enorme insulto para os alunos desses cursos e respectivas famílias, para os docentes e para a própria faculdade.

Como explicar àqueles alunos a importância do curso, a necessidade de se empenharem, às famílias explicar o benefício do esforço financeiro, se afinal mais vale lançarem os rapazes à vida e repescarem-nos mais tarde para um diploma rápido? Como explicar a necessidade de docentes, de ouvir docentes, de estudar docentes, de pagar a docentes, se afinal tudo de resolve com um conjunto bem montado de equivalências? E como explicar a necessidade ou a importância de uma faculdade e de um curso que afinal se pode fazer sem ser feito, tudo por equivalências “profissionais”?

Que interesse para o mercado de trabalho pode ter semelhante curso? Que interesse poderá ter ser examinado por semelhante corpo docente? Que interesse poderão ter as famílias em semelhante investimento nos seus filhos? Que interesse poderão ter os alunos sérios em semelhante curso de Ciência Política e Relações Internacionais, agora definitivamente apelidado pelo anedotário nacional como “O Curso do Relvas”?

O canudo de Sócrates deitou abaixo uma universidade inteirinha. Até ver, este último canudo ainda só destruiu um curso. Ainda."




E uma adenda a partir do ABC do PPM:


"A lei que "prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer 'através da atribuição de créditos, a experiência profissional' de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior e pretendam prosseguir estudos" e que parece que contribuiu para Miguel Relvas tirar num ano o curso de Ciência Política e Relações Internacionais na Lusófona, é de 2006. Ai é de 2006? Deixa-me cá fazer as contas... bem, em 2006 era ministro do Ensino Superior Mariano Gago (corrigido). Uma boa lei, não era?"    

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Blogosferando - 75


"Quando hoje, compreensivelmente, tantos se queixam dos sacrifícios que o actual Governo é obrigado a impor aos Portugueses – diga-se que em cumprimento do Memorando de Entendimento que o anterior executivo do PS assinou com a Troika –, deviam antes ter bem presente o nome - e o cognome - do principal responsável pela actual situação de miséria nacional: Sócrates, o infame!"

Touché!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Blogosferando - 74



Directamente do Corta-fitas:
"São indisfarçáveis os arrepios de excitação dos cúmplices ou protagonistas da desgovernação das últimas décadas com manchetes tipo “o regresso dos indignados”. No caso é à Puerta del Sol em Madrid, mas poderiam referir-se às dezenas de campistas no Parque Eduardo VII ou a um qualquer grupelho de alienados na Praça Luís de Camões. O “cheiro a sangue” provoca uma reacção pavloviana no jornalismo tuga. Talvez seja afinal o caos a ignição da tão proclamada “Agenda do Crescimento”... nos primeiros tempos até ajuda a vender jornais.

A montante de tudo isto está o enorme equívoco que constitui para a Democracia, a proverbial insubordinação do regime à “realidade”. Como referia o historiador Rui Ramos Sábado na sua coluna do expresso (nutro infinitamente mais apreço por um analista político que consagre a sua vida à investigação da História) “a democracia não é só vontade e representação, esta não pode ser a negação da realidade”, uma perspectiva que fatalmente constitui a sua própria condenação. Acontece que "os cidadãos ocidentais foram educados na crença de que a realidade é uma construção ideológica, e que portanto, pelo singelo expediente de "fazerem ouvir a sua voz" está aos seu alcance tornar as coisas e as pessoas no que mais lhes convém." De facto, "os políticos" teimam vender promessas impossíveis para vencer eleições e foi essa lunática estratégia mais o crédito barato que nos trouxe à falência. Uma estratégia que descredibilizou o regime e hoje coloca em risco a nossa liberdade, à mercê de qualquer grupelho marginal mais aguerrido ou violento. 

De facto acabou o dinheiro fácil, o emprego por decreto e o capitalismo popular que manteve as hostes expectantes ou acomodadas. Acabaram-se as certezas e é muito provável que esta ficção chamada Europa se desmorone mais cedo do que possamos imaginar. O colapso da moeda única encarregar-se-á disso. 

Em vez de se atirar gasolina para o fogo, por estes dias deveríamos apelar aos valores mais perenes, assumindo-se reforçada a responsabilidade de defender o que se possa ainda salvar: a liberdade. Hoje o único apelo realista é ao estoicismo e sentido patriótico do cidadão. Citando uma vez mais Rui Ramos: “o rei Canuto mostrou um dia que não mandava nas ondas do mar*. Os manifestantes e eleitores europeus precisam de perceber que eles também não”. Uma inevitabilidade que abrange os socialistas portugueses."

William J. Bennett
O Livro das Virtudes

domingo, 15 de abril de 2012

Blogosferando - 72


Sobre a necessidade da Igreja Católica se reformar, o Portugal dos Pequeninos escreve:

"Volta não volta, regressa aquela arremelgada idiotice da "necessidade" de o Vaticano (e, em especial, Ratzinger) se "adaptar" aos tempos que correm. O jornal Público dedica meia dúzia de páginas à coisa e resume-as na seguinte frase: «os católicos têm de repensar a sua relação com uma sociedade que lhes escapa.» Esta frase - e os pressupostos em que ela assenta -, salvo o devido respeito, é um equívoco. Desde logo, a Igreja Católica representada pelo Papa Bento XVI é uma instituição cultural milenar que já viu "passar" demasiados "modelos" societários que a história e a "condição humana" se encarregaram de ultrapassar e, nalguns casos, de erradicar totalmente. A Igreja, por natureza, não funciona pela regra da contingência nem se sujeita ao "historicismo". Eles, os "modelos", passaram e a Igreja permaneceu conforme ao instante fundador: «tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja.» Depois, Ratzinger é quem menos se importa com a opinião "maioritária" ou que se publica. Desde os anos 70 do século passado que ele afirma que a Igreja deve estar preparada para viver em minoria e não a toque de caixa de "movimentos" ou do "progresso". Na sua primeira viagem apostólica, à Turquia, Bento XVI deslocou-se propositadamente a uma aldeia remota do país para celebrar missa junto de pouco mais de uma centena de fiéis católicos. Este Papa não foi escolhido para ser "estrela pop" ou para abrir telejornais a ler homilias num Ipad. Não possui, aliás, a menor ilusão sobre o homem contemporâneo, o tal que supostamente "lhe escapa" quando ele o topa melhor que ninguém. Bento XVI prefere uma Igreja de poucos, firmes e fortes, a uma Igreja com uma multidão de pusilânimes internos e externos. Quem deve "repensar" a sua relação consigo própria é a sociedade - vazia, indiferente, desesperançada intelectualmente e infantil - à qual "escapa", de facto", o essencial."

Blogosferando - 71



"Claro que a medida anunciada de proibir o fumo dentro dos automóveis, quando transportam crianças, é uma medida aparentemente sensata. Digo aparentemente, porque a uma pessoa suficientemente informada (já nem digo educada) no actual século XXI, não era preciso impor uma medida destas. É do mais elementar bom senso evitar fumar em frente de crianças em qualquer espaço fechado. Sou um moderado fumador, apenas fumo 2 vezes por dia, depois das refeições, e para mim, que nunca fumei mesmo sozinho dentro de uma viatura, a medida não me contraria. Mas é preciso pensarmos um pouco neste Estado que temos, cada vez mais proibicionista e totalitário. Ao imiscuir-se na vida privada de um cidadão, e hoje infelizmente, a sua viatura é um lugar especial de liberdade que quer preservar, o Estado está a limitar seriamente as liberdades individuais, desculpando-se com um bem maior, que seria o bem estar dos que se não podem defender. Mas este caminho é uma capitulação do Estado, contra o que considera comportamentos criticáveis. Este combate deve ser travado nas escolas, nas Universidades, nos empregos, dando formação e educação adequadas a todos. Esse é o dever do Estado, não é apenas proibir e policiar! Toda a gente sabe que comer sal a mais ou abusar do álcool, prejudica seriamente a saúde. Então que fazer? Continuar a ensinar nas Escolas que devemos evitar excessos, ou proibir simplesmente o consumo de sal ou de álcool? De proibição em proibição, esses fundamentalistas também poderiam proibir as relações sexuais. Basta pensar nas mortes súbitas que podem causar aos que possuem alguma doença cardíaca sem saber. Eduquem as pessoas primeiro e depois verão que os comportamentos mudam para melhor."

sábado, 31 de março de 2012

Revolucionários

O Delito de Opinião tem uma rubrica absolutamente desconcertante e bem humorada que dá pelo nome de Pensamentos do Dalai Lima.
Num destes dias, a propósito do encontro entre Fidel Castro e o Papa, saiu isto:

«Sempre quis conhecer um verdadeiro revolucionário.»
– Fidel Castro, justificando encontro com Bento XVI.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Blogosferando - 70



"Hoje, sinto uma enorme gratidão para com Henrique Gomes e a troika.

Com o seu voluntarismo e a mesma peculiar crença em «homens novos» que já conduziu às maiores chacinas, os socialistas encomendaram há anos a um senhor um plano geral sobre energias renováveis, o qual senhor o fez. Invocando os argumentos razoáveis do nosso défice energético e da nossa dependência externa, o plano procedeu, portanto, ao fomento das energias renováveis - vento, sol e marés. Como todas as distorções de mercado que sempre se pretendem benfazejas, esta agradou a toda a gente que detesta a liberdade económica e a algumas pessoas em particular - como, a mero título de exemplo, a fundamentalistas verdes como Carlos Pimenta, que vê defendido o seu credo, do mesmo passo que recolhe os proventos de ser quadro de uma empresa de energia eólica; como, por exemplo, a provincianos como o primeiro-ministro Sócrates que, enquanto conduzia o país à ruína, podia reivindicar periodicamente uns galões de modernidade, uns futuros vanguardistas, e outras patetices caríssimas. Só não agradou, é claro, aos consumidores. É natural. O mercado distorcido e não concorrencial de electricidade em Portugal alegra e alimenta luxos ambientalistas, fabricantes de turbinas, provincianos arrivistas, autarcas modernaços, e grandes negociatas. Mas aos consumidores-papalvos foi assacada a tarefa de subsidiá-los. E, assim, para além de viverem em situação de monopólio de facto, com consequente inflação das tarifas, os consumidores suportam ainda uma sobretaxa de 40% sobre os seus consumos eléctricos (coisa que os beneficiários da trama e os cínicos dizem ser para bem deles).

É por isso que estou hoje profundamente agradecido ao ex-secretário de estado da Energia, Henrique Gomes, ao demitir-se em protesto contra este estado de coisas. É por isso que, pela primeira vez, aplaudo a nossa perda de soberania e a vontade datroika, que espero ver imposta, mesmo contra este governo e contra os abusos eléctricos. Para extorsão, já basta o fisco."

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Blogosferando - 69



No Corta-fitas:

"Confesso que ando sem pachorra para comentar as ‘actualidades nacionais’, tal é o grau de descaramento, má-fé, estupidez, irresponsabilidade e ignorância que políticos, comentadores e muitos cidadãos comuns exibem nesta hora grave da História da Pátria.

Esquecem que Portugal esteve há pouco menos de um ano perante o abismo.

Esquecem que o Estado esteve objectivamente na bancarrota, incapaz de pagar salários e reformas, de honrar compromissos assumidos, de pagar dívidas de milhares de milhões de euros aos seus fornecedores, de que os 3 mil milhões de euros em dívidas do Serviço Nacional de Saúde são um exemplo eloquente.

Havia que mudar, tínhamos de mudar de vida.

E começámos por mudar de governo. Correu-se com um incapaz que agora revela os mais obscenos sinais exteriores de riqueza na ‘cidade-luz’, elegeu-se um Homem decidido a arrumar um passado de regabofe, de despesismo, de irrealismo, reorganizando o País para a produção, a competitividade, o trabalho, a poupança e a Justiça.

Em nome do Futuro de Portugal.

Por causa dos nossos filhos que merecem não viver a miséria que presentemente nos esmaga e humilha, como os nossos avós viveram a bancarrota desse regime da bomba, que não foi outra coisa a primeira república.

Ando pois sem pachorra para suportar um exército de comentadores fingidos e de políticos farsantes que, descontextualizando despudoradamente as palavras de Passos Coelho, sabem muito bem que este nunca chamou “piegas” aos Portugueses, antes nos desafiou a ter vontade de vencer.

Ando também sem pachorra para aturar as lágrimas de luto pelo carnaval de gente que parece não perceber que só folgando menos e trabalhando mais sairemos do fosso em que nos encontramos (e, caramba, querem carnavalar, tirem um dia férias!).

Ainda menos pachorra tenho para incendiários radicais que não descansam enquanto o País não fizer o haraquíri grego, desse modo se instalando entre nós a revolução social que aquelas hienas anarco-comunistas tanto desejam.

Nenhuma pachorra tenho, então, para esses madalenos socialistas que nestes seis anos deram prova da mais rematada imbecilidade no governo Sócrates e que, depois de terem afundado o País, agora protestam apenas com o objectivo canalha de atirar lenha para a fogueira e cortar o passo a quem está a corrigir os seus erros.

Um bom exemplo do que acabo de referir é ver o desplante de António José Seguro a sustentar que o Governo deveria ter utilizado o 'excedente' orçamental de 2011 para não reduzir os subsídios de Natal desse ano, omitindo o pormenor de que aquele resultado apenas foi alcançado graças às receitas extraordinárias da transferência do fundo de pensões da banca para a segurança social.

Se derem ouvidos a essas sereias, pobre Portugal, desgraçado País o nosso…

Em vez de tudo maldizer, atente-se antes nesta tão esquecida quanto certeira reflexão de Fernando Pessoa, para quem os vencedores da 'Grande Guerra' “Repararam que a força da Alemanha provinha, não da valentia notável dos componentes individuais dos seus exércitos, não da perícia especial dos seus chefes militares. Mas de ser na guerra e na paz e na disciplina particular da vida guerreira o que era na geral de toda a sua vida — uma nação plenamente organizada, coerindo dinamicamente em virtude de uma aplicação inteligente e estudada dos princípios de organização” (in "Como Organizar Portugal", págs. 5-6)

Organizemos, pois, o nosso País, mudando mentalidades e a nossa atitude como povo, reformando o Estado e libertando a sociedade, modernizando a economia e apostando em novos mercados e modelos de desenvolvimento. E, já agora, rejeitando também a charlatanice melíflua de que o futuro não existe sem nós e de que os outros nos devem a nossa própria existência.

É que, ou despertamos e vencemos ou continuaremos a decair até morrermos como Nação.

Pode ser duro mas a vida é mesmo assim."

E é isto.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Blogosferando - 68



"Isto sim é um Governo de Direita:


"O ministro da Justiça espanhol, Alberto Ruiz-Gallardón, confirmou hoje que a reforma da lei do aborto significa o final do modelo de prazos (actualmente a mulher pode abortar livremente até às 14 semanas de gestação) e o regresso ao sistema anterior, baseado em três pressupostos: violação, malformação do feto ou risco para a saúde da mulher".

Espero que a outra lei fracturante também seja revertida. A bem da humanidade."


O Ionline titula: "Espanha altera lei do aborto e retrocede mais de um quarto de século".
Retrocede? Defender a vida é "retroceder"?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Blogosferando - 67



"Ouvi hoje no rádio, ainda meio a dormir. Podia ter percebido mal por isso, mas é demasiado verosímil para não ser verdade. Dos dois feriados civis que se aventava que o Governo iria eliminar, por contraponto a dois religiosos, um seria o 5 de Outubro. Seria, mas ao que parece não será. O 1º de Dezembro, sim, pode suprimir-se, porque, suponho, já não será vivo nenhum dos conjurados de 1640. Sou republicano (relutante, acrescenta o João Távora). Mas não aceito que na escala de valores destes deslumbrados de esquerda e direita que nos governam, a libertação da ocupação estrangeira seja menos relevante e digna de celebração que a «libertação» de um monarquia constitucional, leia-se, democrática, logo substituída por um regime protoditatorial sanguinário e ruinoso para o País. A fractura não é hoje entre esquerda e direita. É entre patriotas e vendidos. Ou entre cultos e ignaros. Entre gente com espinha e oportunistas plebiscitados."

Absolutamente de acordo!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Blogosferando - 66



"Parece que anda tudo um bocado preocupado com o que se passa com a Hungria. Claro está que a preocupação decorre porque em Budapeste há um governo de direita, conservador, que ao abrigo dos 2/3 que dispõe no Parlamento, mudou a Constituição e impôs algumas regras novas.

Percebo que ,para os paladinos do politicamente correcto, que normalmente são de esquerda, algumas destas novas medidas possam fazer confusão. Mas o que de tão grave o Governo o do partido Fidesz fez: mudou a designação de “República da Hungria” para “Hungria”; inscreveu na Lei Fundamental a frase “Deus abençoe os húngaros”; quer criminalizar os socialistas (herdeiros do antigo Partido Comunista Húngaro) e fazer uma investigação aos crimes cometidos durante as décadas de socialismo; excluiu a qualquer possibilidade de reconhecimento de casamentos homossexuais e a Constituição passa a consignar a defesa da vida humana desde o embrião, impedindo a legalização do aborto.

A União Europeia já mostrou a sua preocupação, os EUA também e já se fala em perseguições aos jornalistas e aos media e, helás, a nomeação de pessoas de confiança do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, para altos cargos do Estado. Mas não é suposto um Governo fazer isso? Escolher pessoas da sua confiança?

Quem critica neste momento as autoridades de Budapeste são os mesmos que se calaram quando alguns países da Europa legalizaram o aborto e as uniões homossexuais, quando a Espanha – que teve uma transição quase serena da ditadura para a democracia – desenterrou o fantasma dos crimes do franquismo. Ironicamente são também os mesmos que encaram com uma enorme naturalidade que a religião e as referências a Deus estejam presente nos discursos dos candidatos presidenciais norte-americanos e omnipresente na Casa Branca sem que isso se traduza no surgimento de um qualquer IV Reich para os lados de Washington.

Vou condescender e dizer que até pode haver algumas razões para preocupação e que a tentação totalitária poderá fazer o seu caminho entre as autoridades de Budapeste. Mas onde estavam e onde estão estas mesmas pessoas e instituições quando a Venezuela e a Rússia, apenas para citar dois exemplos mais mediáticos, começaram paulatinamente a suprimir a democracia? Onde está esta gente que, sistematicamente, fecha os olhos às particularidades chinesas e ao abuso sucessivo e sistemático deste regime aos Direitos Humanos fundamentais e básicos?

Onde estão os democratas de pacotilha que durante décadas, negociaram com a Líbia e o Iraque? Com Angola?

Onde estão os paladinos da liberdade quando as autoridades dos seus países negoceiam e mantém relações estreitas com a Arábia Saudita e, imagine-se, Israel, onde os atropelos aos Palestinianos são uma constante?

E estão agora a chatear a Hungria? Tenham lá paciência e, já agora, alguma vergonha na cara. Nas próximas eleições, se a oposição húngara ganhar as eleições e tiver 2/3 dos votos até pode mudar tudo outra vez. Até lá, as coisas são como são. Graças a Deus."


Com excepção da parte relativa a Israel e Palestina, subscrevo.
Gostava de ver esta mesma intolerância com governos de esquerda e as suas políticas fracturantes e afins... 
Lembram-se certamente, na Áustria, quando um pequeno partido de direita chegou ao poder e a UE equacionou (não me recordo se passou a vias de facto) sanções ao país.
Mas não consta que a UE tivesse sido tão diligente quando Massimo D'Alema, vindo do PC italiano, chegou a primeiro-ministro de Itália.
Sobre duplicidades estamos conversados.
Agora resta aguardar que a intolerância apareça numa qualquer esquina à espreita que o governo de Rajoy, em Espanha, altere a legislação de meia dúzia de coisas fracturantes feitas por Zapatero. E, como tal, politicamente correctas.

sábado, 19 de novembro de 2011

A casa dos mil espelhos

Há muito tempo atrás, numa aldeia distante, existia um misterioso palacete conhecido como "a casa dos mil espelhos". 
Certo dia, um cãozinho muito feliz (e cheio de curiosidade, diga-se) entrou nesse lugar. Ao chegar lá correu por todo lado, com as orelhinhas levantadas e a cauda a abanar de contentamento. 
Para sua surpresa, deparou-se com outros mil cãezinhos felizes, que abanavam a cauda tão rapidamente quanto ele. Sorriu para eles e recebeu em troca mil enormes sorrisos. 
Quando saiu daquela casa pensou: "Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre aqui, muitas e muitas vezes!". 
Pouco tempo depois, no mesmo palacete entrou um cão que não era tão feliz. Com olhar zangado e rosnando (andava chateado com a vida), olhou então em volta. Ficou ainda mais irritado, pois mil cães com olhar hostil olhavam-no fixamente, rosnando e mostrando-lhe os dentes. 
Quando saiu dali pensou: "Que lugar horrível! Nunca mais volto aqui!".

Descaradamente copiado de A Felicidade é o Caminho.

domingo, 13 de novembro de 2011

Blogosferando - 65


"Dez mil militares saíram à rua. Parece que estão fartos desta democracia que não respeita a sua condição e esperam resolver o assunto com alguma limpeza. Não são os únicos. Quando a intelligentzia europeia se fartou dos eleitores, nomeou presidentes honoríficos, repetiu referendos, delegou poderes nos excelentes políticos da França e da Alemanha e extinguiu consultas populares que considerava irresponsáveis. Quando os bancos se fartaram do Papandreu e do Berlusconi, chamaram aqueles rapazes do Grupo de Bilderberg e não se maçaram excessivamente com sufrágios. 

Por isso, agora vai ser um bocadinho mais difícil explicarmos aos militares que precisamos de eleitores, de eleitos, e dessas merdas que não servem para nada."

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Blogosferando - 64



No Corta-fitas:
"Ouvi Pedro Silva Pereira na TVI 24 a dizer que controlar o défice pelo lado da despesa do Estado é ser contra a Função Pública, defende este senhor que o défice deve ser reduzido pelo lado da receita (impostos). Pois o mal foi esse. É por isso que a esquerda é um desastre a Governar um país, e foi o Governo deste senhor que nos arrastou para este nível de défice e de dívida pública que nos pôs no olho do furacão da crise internacional de dívida soberana. 
Auto-estradas a metro, ordenados nas empresas públicas incomportáveis, progressões nas carreiras da função pública em vésperas das eleições, aumentos da função pública em véspera das eleições, foram estas políticas do Governo de Pedro Silva Pereira, que nos arrastaram para a crise de dívida soberana. 
Cortar o défice pelo lado das receitas é estar sujeito ao contexto económico internacional. O crescimento económico depende muito da conjuntura internacional, e por isso políticas de pôr o Estado a gastar e compensar isso cobrando muitos impostos, só sobrevivem em épocas de crescimento económico. Assim que a economia começa a decrescer, as receitas dos impostos baixam inevitavelmente. Logo o discurso deste senhor na televisão, que diz isto tudo com ar muito sério, não passa de uma charada e de uma mentira, como compete a um bom discípulo do maior falso que Governou este país."

Essa corja merecia era cadeia.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A corja




"Foi este o homem que criou o Copcon, responsável pela perversão das regras democráticas e pela criação de um clima de terror em 1975. Foi pelo seu próprio punho que foram  assinados vários mandatos de captura em branco.
Foi preso, julgado e condenado em tribunal, posteriormente libertado. Sendo um dos amnistiados, não cumpriu pena de um crime que nunca se arrependeu.

É ele, com a  arrogância e transparência de quem nunca acreditou na democracia, que nos ameaça subjugar a liberdade pela força das armas  sugerindo um golpe de estado militar.

Mesmo sendo hoje pouco mais que uma figura decorativa e ornamental repugnante e caricata, Otelo deve ser responsabilizada. Mesmo quando, como agora, reafirma a sua indigência intelectual. O estado de direito tem o dever de agir contra com quem o ameaça, seja por palavras ou actos ou sugestões. Se não o fizer, aos poucos perderá a sua força, legitimidade e continuidade.

 Foi apesar dele, que temos democracia. Será apesar dele que a manteremos."

Esta trupe de bandidos encartados, vestidos de democratas, são o pior perigo que uma sociedade pode ter. É o Otelo e o Vasco Gonçalves.
Democracia, para esta gente, é fazer-se a vontade deles.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Blogosferando - 63



"Os passos
- 27 de Outubro de 2011: "Este é um novo dia para a Grécia" (George Papandreou, a propósito do novo plano de resgate para a Grécia). 
- 31 de Outubro: "Decidi convocar um referendo sobre o plano de resgate" (George Papandreou). 
- 2 de Novembro: "Jogada política genial de Papandreou" (Manuel Maria Carrilho). 
- 2 de Novembro: "A Grécia cumpre ou sai. Fica suspensa a transferência de fundos prevista no plano de resgate." (Merkel & Sarkozy). 
- 3 de Novembro: "O referendo nunca foi um fim em si mesmo" (George Papandreou). 

As conclusões: 
a) Nunca esteve em causa a devolução da soberania ao povo. O referendo foi usado por Papandreou como arma política de recurso face à fragilidade da sua própria situação pessoal. A consulta do povo foi um joguete arremessado de forma oportunística. 
b) A Grécia sai ainda mais enfraquecida de um braço de ferro suicida e extemporâneo. O bluff não pegou. 
c) A opção política de Atenas continua a ser a submissão à Troika e à agenda do resgate, com toda a perda de soberania que esta implica, eventualmente agravada por uma maior desconfiança dos parceiros europeus perante os factos dos últimos dias. A alternativa seria ainda mais dolorosa. 
d) A situação política da Grécia permanece extremamente confusa e periclitante, perante um Primeiro-Ministro fragilizado, uma oposição comprometida com os erros do passado e a necessidade de clarificação da solução que se seguirá: governo de salvação nacional ou, mais provável, governo transitório, eventualmente com novo Primeiro-Ministro, com mandato estrito de aprovação dos termos do plano de resgate e convocação de novas eleições. 
e) O Ministro das Finanças Venizelos assume preponderância política. A sua posição contrária ao referendo prevaleceu. Papandreou é o grande derrotado. 
e) A trapalhada política provocada por Papandreou e os avanços e recuos relativamente à questão do referendo representam um combustível adicional derramado sobre o barril de pólvora político e social da Grécia. A rua terá dificuldade em aceitar que lhe retirem um referendo que foi prometido como forma de devolver a soberania ao povo. 
f) A Grécia sobreviverá na Zona Euro, eventualmente, por mais um tempo, até se consumar a sua derrocada. A crise aberta por Papandreou obrigou os líderes europeus a considerarem essa hipótese como real. É possível que, devidamente ponderada, não lhes tenha parecido tão má como isso."

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Crime com crime?

Ainda não tinha escrito nada sobre o crime internacional cometido contra Khadafi.
Sou absolutamente contra a pena de morte. Seja para matar Khadafi, Bin Laden, Saddam Hussein ou os criminosos que andam aí nas ruas de qualquer cidade. 
Qual a superioridade moral de quem mata como forma de julgar/punir o outro?
A justiça e os tribunais existem precisamente para julgar e punir criminosos. Não para os assassinar.

No Abrupto, Pacheco Pereira chama selvajaria consentida e apoiada pela UE ao que fizeram a Khadafi.

"A morte selvagem de Khadafi resultou de uma acção militar da NATO, assente no apoio aéreo e da actuação no terreno de combatentes tribais numa guerra civil apoiados por tropas estrangeiras do Qatar, para além de "especialistas" dos países da UE mais envolvidos, como os franceses e ingleses. Esta intervenção foi apoiada politicamente pela UE, "legitimava-se" numa resolução das Nações Unidas cujo objectivo limitado era a "protecção de civis" e cuja sistemática violação pelo envolvimento directo na guerra civil, teve os olhos fechados da opinião pública mundial. 
A execução de Khadafi, a violência filmada, a que se seguiu a exposição pública do corpo, mereceu pouco mais do que alguns reparos de circunstância, e o mesmo silêncio que tem sempre envolvido as violências e os crimes de guerra cometidos pelas tropas e milicianos dos "libertadores". Khadafi era um ditador assassino e fez tudo o que lhe fizeram, mas se em Khadafi é esperável esse comportamento, aliás esquecido e perdoado pelos mesmos países que o foram lá matar, é inaceitável uma Europa que está sempre a levantar a bandeira da abolição da pena de morte, e dos direitos humanos, ir lá agora dar dinheiro e apoiar e trazer para o concerto das "boas" nações os assassinos que ajudou a pôr no poder."

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Blogosferando - 62


Após aturada reflexão sobre a grave situação do País, as duas lusas centrais sindicais entenderam-se e decidiram dar as mãos numa greve geral, ainda sem data certa. Não descortinaram, ao que parece, outro processo de combater o dito alarmante estado da Nação. Contra a falta de trabalho e de dinheiro, nada melhor do que não trabalhar e não ganhar... 
Sucede, porém, que estas greves gerais invariavelmente tendem para a obvia parcialidade. Organizadas e frequentadas pela Esquerda mais extremista, redundam em norma numa guerra de comunicados, entre o Governo e os sindicatos, sobre os índices de adesão. E nada mais produzem, além do contributo assim prestado à baixa de produção. 
A greve, como direito constitucionalmente garantido, sempre foi considerada uma conquista dos trabalhadores. Politicamente - e mais relevantemente - é um afloramento das ideologias sustentadas no já velhinho conceito de "luta de classes". E digo assim porque, nos tristes dias que vivemos, a classe é só uma - a dos portugueses, todos à uma na maior aflição. 
O resto são os habituais abutres que engordam com a desgraça alheia. Mas a esses ninguém vê a cara... É de sempre. 
De modo que a greve será somente uma absoluta inutilidade ou, o que é pior, um cliché das condutas que vêm enterrando a Grécia, não obstante os apoios repetidamente solicitados - a países onde não consta haja tempo para brincar às greves. De outro modo não seriam poderosos.