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sábado, 31 de março de 2012

Revolucionários

O Delito de Opinião tem uma rubrica absolutamente desconcertante e bem humorada que dá pelo nome de Pensamentos do Dalai Lima.
Num destes dias, a propósito do encontro entre Fidel Castro e o Papa, saiu isto:

«Sempre quis conhecer um verdadeiro revolucionário.»
– Fidel Castro, justificando encontro com Bento XVI.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Querido líder foi-se

"A palavra ditador parece ter caído definitivamente em desuso em Portugal. Só isto explica que a SIC Notícias tenha hoje informado o País que "morreu o líder da Coreia do Norte". E no entanto não conheço nenhum outro dirigente mundial, na actualidade, que merecesse tanto o epíteto de ditador como Kim Jong-il, herdeiro da mais longa dinastia comunista do planeta. Nem conheço nenhum país que ostente um nome oficial tão desfasado da realidade como a chamada República Democrática Popular da Coreia. Um país que nada tem de republicano, pois o poder transita ali de pai para filho, como era costume na corte absolutista de Versalhes: o tirano agora falecido herdara o ceptro do pai, Kim Il-sung, e o seu indigitado sucessor será o filho mais novo, Kim Jong-un. Um país que nada tem de democrático: a transmissão das rédeas do poder ocorre em Pyongyang por simples decreto emanado da cúpula do partido único, enquanto os direitos mais elementares são ferozmente espezinhados. Um país que nada tem de popular: os norte-coreanos continuam a fugir para o exterior, com risco da própria vida, para escapar às tenebrosas condições proporcionadas pelo regime estalinista implantado em 1948. Um regime que condena a sua própria população à miséria e à fome, em flagrante contraste com a vizinha Coreia do Sul."


(via Delito de Opinião)

domingo, 13 de novembro de 2011

Blogosferando - 65


"Dez mil militares saíram à rua. Parece que estão fartos desta democracia que não respeita a sua condição e esperam resolver o assunto com alguma limpeza. Não são os únicos. Quando a intelligentzia europeia se fartou dos eleitores, nomeou presidentes honoríficos, repetiu referendos, delegou poderes nos excelentes políticos da França e da Alemanha e extinguiu consultas populares que considerava irresponsáveis. Quando os bancos se fartaram do Papandreu e do Berlusconi, chamaram aqueles rapazes do Grupo de Bilderberg e não se maçaram excessivamente com sufrágios. 

Por isso, agora vai ser um bocadinho mais difícil explicarmos aos militares que precisamos de eleitores, de eleitos, e dessas merdas que não servem para nada."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Blogosferando - 63



"Os passos
- 27 de Outubro de 2011: "Este é um novo dia para a Grécia" (George Papandreou, a propósito do novo plano de resgate para a Grécia). 
- 31 de Outubro: "Decidi convocar um referendo sobre o plano de resgate" (George Papandreou). 
- 2 de Novembro: "Jogada política genial de Papandreou" (Manuel Maria Carrilho). 
- 2 de Novembro: "A Grécia cumpre ou sai. Fica suspensa a transferência de fundos prevista no plano de resgate." (Merkel & Sarkozy). 
- 3 de Novembro: "O referendo nunca foi um fim em si mesmo" (George Papandreou). 

As conclusões: 
a) Nunca esteve em causa a devolução da soberania ao povo. O referendo foi usado por Papandreou como arma política de recurso face à fragilidade da sua própria situação pessoal. A consulta do povo foi um joguete arremessado de forma oportunística. 
b) A Grécia sai ainda mais enfraquecida de um braço de ferro suicida e extemporâneo. O bluff não pegou. 
c) A opção política de Atenas continua a ser a submissão à Troika e à agenda do resgate, com toda a perda de soberania que esta implica, eventualmente agravada por uma maior desconfiança dos parceiros europeus perante os factos dos últimos dias. A alternativa seria ainda mais dolorosa. 
d) A situação política da Grécia permanece extremamente confusa e periclitante, perante um Primeiro-Ministro fragilizado, uma oposição comprometida com os erros do passado e a necessidade de clarificação da solução que se seguirá: governo de salvação nacional ou, mais provável, governo transitório, eventualmente com novo Primeiro-Ministro, com mandato estrito de aprovação dos termos do plano de resgate e convocação de novas eleições. 
e) O Ministro das Finanças Venizelos assume preponderância política. A sua posição contrária ao referendo prevaleceu. Papandreou é o grande derrotado. 
e) A trapalhada política provocada por Papandreou e os avanços e recuos relativamente à questão do referendo representam um combustível adicional derramado sobre o barril de pólvora político e social da Grécia. A rua terá dificuldade em aceitar que lhe retirem um referendo que foi prometido como forma de devolver a soberania ao povo. 
f) A Grécia sobreviverá na Zona Euro, eventualmente, por mais um tempo, até se consumar a sua derrocada. A crise aberta por Papandreou obrigou os líderes europeus a considerarem essa hipótese como real. É possível que, devidamente ponderada, não lhes tenha parecido tão má como isso."

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O dedo na ferida


Depois deste excelente discurso do Adolfo Mesquita Nunes, uma revelação no CDS, umas questões pertinentes levantadas no Delito de Opinião:

Há questões essenciais que devem ser respondidas por todos os que criticam as opções do governo que constam da Proposta de Orçamento/2012. A primeira delas é saber se concordam com o objectivo global de ajustamento. Isto é, importa saber se criticam o resultado ou os caminhos que permitem lá chegar. No caso de criticarem o resultado pretendido, importa que esclareçam quais as alternativas, a viabilidade da sua concretização e as respectivas consequências. Concretizando: pretendem uma renegociação dos calendários de ajustamento? Então que garantias podem dar de que os credores estão disponíveis para aceitar tal proposta? Ou, se defendem um default, quais as consequências dessa situação para os cidadãos e para o país? Depois, discutam-se os caminhos que levam ao resultado. Se a crítica é a falta de incentivo ao crescimento, digam por favor o que propõem e como financiam as medidas que apresentarem. O que falta são rotundas, aeroportos, auto-estradas, jardins interiores em escolas secundárias ou computadores para as crianças? Pois muito bem. Esclareçam onde está o dinheiro para isso. Finalmente, se o ponto não for nenhum desses, devem informar quais as alternativas que sugerem ao corte de salários da função pública: 
a) despedimentos na função pública (explorando um pouco a temática do custo social implícito, se possível); 
b) (ainda maior) agravamento de impostos, suportado por toda a população (analisando, por exemplo, o grau de certeza desta medida na concretização do objectivo orçamental quando comparado com o do corte de salários e os conceitos básicos de receita e despesa); 
c) corte dos subsídios de natal e/ou de férias do sector privado para os funcionários públicos não ficarem sozinhos na aplicação dessa medida (debatendo quem, no final, suportará os aspectos mais gravosos do ajustamento em curso utilizando para o efeito - é uma sugestão - as previsões de desemprego para 2012; revisitar os conceitos básicos de despesa e receita pode revelar-se, outra vez, muito útil). 
Na desgraçada situação em que nos encontramos qualquer crítica deve ser rigorosamente fundamentada. Não se pode exigir menos do que isso a António José Seguro na qualidade de líder do maior partido da oposição. E a Cavaco Silva, a Mário Soares e a todos os outros que já vieram pronunciar-se sobre a questão. É que, para além de tudo o mais, sabemos muito bem como aqui chegámos. E quem nos trouxe até aqui.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Blogosferando - 58




"Ouço com alguma frequência opiniões negativas sobre o ensino das religiões - e da religião cristã em particular. São opiniões que fazem tábua rasa de dois mil anos de história da Humanidade e que, se fossem levadas à letra, conduziriam ao desconhecimento generalizado de uma das nossas bases civilizacionais. A história da pintura, da escultura, da arquitectura e de parte significativa da música ocidental torna-se incompreensível a quem ignora os fundamentos do cristianismo e as inúmeras personagens dos livros da Bíblia. Isto nada tem a ver com crença - tem a ver com cultura, no sentido mais lato, profundo e nobre do termo. 
A ignorância das religiões - em nome do princípio da laicidade levado ao extremo - conduz até à incompreensão e à irrelevância de boa parte dos maiores autores ateus, agnósticos e anticristãos - de Voltaire a Nietzsche. Leio, de momento, uma das obras mais emblemáticas de Karl Marx: está cheia de alusões bíblicas, provavelmente ininteligíveis para todos os apóstolos da "indiferença", que fogem da religião como o diabo da cruz em vez de procurarem entender a importância da religiosidade e da espiritualidade como parte integrante da condição humana, da criação artística e do pensamento filosófico através de todas as épocas - incluindo a nossa. 
O Moisés, de Miguel Ângelo, a Última Ceia, de Leonardo, a Paixão Segundo São Mateus, de Bach, a catedral de Chartres ou a de Brasília (criada pelo ateu Óscar Niemeyer), para serem devidamente apreciadas enquanto veículos de fruição artística e emanações do melhor da nossa cultura, necessitam de referências que só o conhecimento das religiões (neste caso a religião cristã) nos proporciona. Isto vale também para a Mesquita Azul de Istambul, o Buda Reclinado de Banguecoque, Machu Picchu ou Angkor Wat. 
Ao criticarem o estudo das religiões, os arautos desta tese estão no fundo a fazer a apologia da ignorância. Assumi-la em nome da "laicidade" é ainda mais grave. Por constituir uma perversão da genuína laicidade - a que vem expressa, pela voz de Cristo, nos Evangelhos: "Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." 
É uma frase muito antiga - e tão "moderna" como se tivesse sido impressa no jornal desta manhã. Conhecê-la - e saber por que foi proferida e os efeitos devastadores que causou numa concepção teocrática do poder político - ultrapassa em muito o reduto da fé: é um acto de cultura. Da mesma forma que alguém sem o menor conhecimento bíblico é incapaz de interpretar esta extraordinária frase, contida num dos romances de Graham Greene: "Prefiro ter sangue nas mãos do que água como Pilatos." 
Religião também é isto: uma chave para decifrar o mundo, uma pista para descobrirmos novos mundos. Às vezes longínquos, outras vezes situados bem próximo de nós."

terça-feira, 26 de julho de 2011

Blogosferando - 57


«Parecia possível em todo o lado. Menos na Noruega. O país é rico, tem um rendimento do petróleo altíssimo, uma taxa de desemprego baixíssima e um sistema de protecção social generoso. A sociedade é aberta, tolerante e multicultural. E, ainda por cima, sem um grande fluxo de imigração. A democracia é consolidada, transparente e enraizada na sociedade civil. O nível de vida é elevado, a qualidade de vida melhor e os ministros, dizem, andam sem segurança e vão de transportes públicos para o ministério.
Era o último sítio onde se pensava que pudesse acontecer. E, no entanto, aconteceu.»

Nuno Severiano Teixeira, no Público

E vale a pena ler o primeiro comentário.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Blogosferando - 50


Três post do Delito de Opinião que subscrevo:

- a pretexto das recente eleições em Espanha: a democracia;
- sobre visões largas na política, recordando o arrojo de Sá Carneiro a formar a AD: não entenderam nada;
- a propósito de uma resposta de Passos Coelho sobre a questão do aborto: questiúnculas.

domingo, 22 de maio de 2011

A tradição, o simbolismo e o PS


"Pelo visto, o PS terá prometido que não utilizaria outdoors na campanha eleitoral para as legislativas de 2011. Entretanto, o PS começou a colocar outdoors. Perante esta aparente contradição, Vieira da Silva, director de campanha, veio esclarecer que "o PS não vai fazer uma campanha tradicional com base em outdoors" e que a sua colocação em alguns locais é meramente simbólica. Ora, esta explicação introduz uma importante distinção entre tradição e simbolismo nas campanhas do PS. Na verdade, se estamos bem recordados, a tradição é fazer promessas que nunca foram cumpridas:


Já o simbolismo resulta de os outdoors actuais, tal como o PS, não terem, para além de duas ou três afirmações vazias, nada para dizer aos portugueses:


Isto sem esquecer que esta coisa de se dizer que não há outdoors e depois eles aparecerem remete, em si própria, para uma tradição de promessas não cumpridas e para um outro simbolismo: o de apresentar uma explicação semântica ou metodológica para tudo o que acontece em contradição com o prometido."

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sócrates, o mago da manipulação

A entrevista de Sócrates é inqualificável.
Não percebi de que país é que ele é chefe de governo, ou que realidade é que ele conhece.
Uma coisa é certa: não é de Portugal e dos portugueses que trabalham todos os dias.
A realidade é algo que escapa por completo a José Sócrates. Mas que ele sabe manipular como ninguém. 
Alguém se lembra da Alegoria da Caverna, de Platão, que se dava antigamente nas aulas de Filosofia do secundário? O discurso deste Sócrates é semelhante: uma coisa é a realidade, outra bem diferente é a que se projecta no fundo da caverna. Olham-se as sombras no fundo da caverna e acredita-se que essa é a realidade. É a única realidade conhecida, ainda que completamente falsa. 
É assim que este país vive, inebriado nas palavras de Sócrates, o Primeiro-ministro de Portugal nos últimos seis anos, não o da Grécia Antiga.

O perigoso deste discurso - em que Sócrates é exímio - é que vai convencer muita gente, com aquela banha da cobra, com aquela conversa da treta, com aquele país mirabolante, cheio de possibilidades, de tecnologias, de TGV (barbaridade que ele vai continuar)... A realidade é que durante o seu magnífico consulado o país afundou-se como nunca.


"Há dois países em Portugal: o país real - o da monumental dívida pública, do desemprego, do défice externo e do crescente afastamento em relação à média europeia - e o país do neo-nacionalista José Sócrates, orgulhosamente só. O único cor-de-rosa é este último. Por azar, também é o único que não existe." (Delito de Opinião)

No Corta-fitas, a Duplicidade e Intrujice deste primeiro-ministro também é analisada.


Livrem-nos deste homem!

domingo, 3 de abril de 2011

sábado, 12 de junho de 2010

Blogosferando - 28

No Delito de Opinião:
"Em Espanha, existe señor, como forma geral de tratamento; em França, monsieur; no Reino Unido, mister". Em Portugal somos "doutores" e engenheiros".