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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Uma questão de cultura

"O primeiro-ministro apelou hoje aos portugueses para que adoptem uma “cultura de risco” e considerou que o desemprego não tem de ser encarado como negativo e pode ser “uma oportunidade para mudar de vida”. 
Durante a tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Pedro Passos Coelho lamentou que “a cultura média” em Portugal seja a “da aversão ao risco” e que os jovens licenciados portugueses prefiram, na sua maioria, “ser trabalhadores por conta de outrem do que empreendedores”.
Numa intervenção de cerca de vinte minutos, o primeiro-ministro defendeu que “essa cultura tem de ser alterada” e substituída por “um maior dinamismo e uma cultura de risco e de maior responsabilidade, seja nos jovens, seja na população em geral”.
Passos Coelho referiu-se em especial aos portugueses que estão sem emprego: “Estar desempregado não pode ser, para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida, tem de representar uma livre escolha também, uma mobilidade da própria sociedade”.

E contra mim também falo. 
A sociedade portuguesa tem um problema cultural que coarcta, que tolhe, que inibe a iniciativa, o espírito empreendedor, o olhar em frente, o ser positivo, o ver oportunidades.
Nos EUA faz-se um negócio com uma cartolina pendurada ao pescoço. Em Portugal tal é impossível. Aqui somos doutores, lá são empreendedores. É o problema de sermos um país pequeno, uma sociedade fechada.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Curtas


Se o IVA é uma forma de taxar bens e serviços consoante a sua necessidade, não é o sector da restauração mais básico e necessário que os festivais de verão?
Da forma como os concertos das grandes estrelas internacionais esgotam, é óbvio que a cultura é um sector necessitado...
Aumentar o IVA de um bilhete de concerto de 6% para 13% pode ser um aumento de mais de 100%, mas aumentar o IVA na restauração de 13% para 23% é uma aumento semelhante. Apenas uma diferença: num restaurante, a comida mata a fome.

Agora vamos ver se em 5 anos estamos no mesmo nível de desenvolvimento dos países com poucos feriados.
O problema de Portugal não é a quantidade de horas trabalhadas (que costuma ser superior aos países desenvolvidos). O problema é a organização do trabalho.
"Acontece que Portugal já é o quarto país da zona euro que trabalha mais horas, o que prova que o problema é o que se faz durante essas horas: falta de produtividade. Para trabalhar melhor é preciso melhores gestores." (Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios, na Sábado de 03 Novembro).
Seja meia hora por dia, sejam mais dias de trabalho por ano (por via da eliminação de feriados, pontes e dias suplementares de férias), a produtividade não aumenta automaticamente.
Ainda hoje o presidente da CIP dizia que há outros factores mais favoráveis para as empresas (custos de energia, licenças...)

sábado, 19 de novembro de 2011

A cultura geral

Consta para aí que a Sábado andou a fazer perguntas sobre cultura geral a jovens universitários.
Consta ainda que há outras pessoas com falta de cultura geral.
Seja lá o que for, o facto é que "bla bla bla não é comigo."

Entretanto, eu ri à gargalhada com o programa do Bruno Nogueira sobre o assunto - aqui.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Blogosferando - 58




"Ouço com alguma frequência opiniões negativas sobre o ensino das religiões - e da religião cristã em particular. São opiniões que fazem tábua rasa de dois mil anos de história da Humanidade e que, se fossem levadas à letra, conduziriam ao desconhecimento generalizado de uma das nossas bases civilizacionais. A história da pintura, da escultura, da arquitectura e de parte significativa da música ocidental torna-se incompreensível a quem ignora os fundamentos do cristianismo e as inúmeras personagens dos livros da Bíblia. Isto nada tem a ver com crença - tem a ver com cultura, no sentido mais lato, profundo e nobre do termo. 
A ignorância das religiões - em nome do princípio da laicidade levado ao extremo - conduz até à incompreensão e à irrelevância de boa parte dos maiores autores ateus, agnósticos e anticristãos - de Voltaire a Nietzsche. Leio, de momento, uma das obras mais emblemáticas de Karl Marx: está cheia de alusões bíblicas, provavelmente ininteligíveis para todos os apóstolos da "indiferença", que fogem da religião como o diabo da cruz em vez de procurarem entender a importância da religiosidade e da espiritualidade como parte integrante da condição humana, da criação artística e do pensamento filosófico através de todas as épocas - incluindo a nossa. 
O Moisés, de Miguel Ângelo, a Última Ceia, de Leonardo, a Paixão Segundo São Mateus, de Bach, a catedral de Chartres ou a de Brasília (criada pelo ateu Óscar Niemeyer), para serem devidamente apreciadas enquanto veículos de fruição artística e emanações do melhor da nossa cultura, necessitam de referências que só o conhecimento das religiões (neste caso a religião cristã) nos proporciona. Isto vale também para a Mesquita Azul de Istambul, o Buda Reclinado de Banguecoque, Machu Picchu ou Angkor Wat. 
Ao criticarem o estudo das religiões, os arautos desta tese estão no fundo a fazer a apologia da ignorância. Assumi-la em nome da "laicidade" é ainda mais grave. Por constituir uma perversão da genuína laicidade - a que vem expressa, pela voz de Cristo, nos Evangelhos: "Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." 
É uma frase muito antiga - e tão "moderna" como se tivesse sido impressa no jornal desta manhã. Conhecê-la - e saber por que foi proferida e os efeitos devastadores que causou numa concepção teocrática do poder político - ultrapassa em muito o reduto da fé: é um acto de cultura. Da mesma forma que alguém sem o menor conhecimento bíblico é incapaz de interpretar esta extraordinária frase, contida num dos romances de Graham Greene: "Prefiro ter sangue nas mãos do que água como Pilatos." 
Religião também é isto: uma chave para decifrar o mundo, uma pista para descobrirmos novos mundos. Às vezes longínquos, outras vezes situados bem próximo de nós."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

domingo, 6 de dezembro de 2009

Umberto Eco em entrevista ao jornal I:

"Quando interagimos com as coisas da nossa vida, tudo muda. Se nada mudar, somos idiotas."

sábado, 31 de janeiro de 2009

Cultura a preço de saldo


Este livrinho, que anda por aí há alguns anos a preços proibitivos, está a apenas 10,00€ na Bertrand.
Quem disse que ser culto era caro?

É aproveitar...


Este vai já para a minha prateleira. E para as leituras pendentes.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Pessoa ao longe

Hoje no PÚBLICO, logo destacado em primeira página, vem a possibilidade de um importante espólio de Fernando Pessoa sair de Portugal em Outubro.

"Uma parte significativa do espólio de Fernando Pessoa que ainda se encontra na posse de familiares do poeta vai ser leiloada em Outubro, em Lisboa, pela P4 Photography. Um dos documentos que pode atingir somas consideráveis é o chamado dossier Pessoa-Crowley, que reúne todos os papéis relativos ao encontro do poeta português com ocultista inglês Aleister Crowley, em 1930."

O Estado ainda está a pensar se pode comprar...
Fosse num país anglo-saxónico ou do norte da Europa, e o Estado não se poupava a esforços para manter tão importantes registo no país.

Trata-se apenas de registos daquele que deve ser o maior vulto da cultura portuguesa dos últimos cem anos. E não apenas pela poesia, mas por todo o seu pensamento.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dia mundial do livro


Assinala-se hoje o dia mundial do livro. Portanto, a paixão dos livros.

Um livro é muito mais que um aglomerado de palavras e frases. Um livro é um mundo e a sua passagem. É estar aqui, ali e em todo o lado. É viajar sem precisar de comboio, carro, avião ou barco. Basta uma folha de papel, algumas frases e a imaginação, ou seja, tudo o que temos cá dentro.
Um livro alivia-nos, cansa-nos, deixa-nos tensos, nervosos, a sorrir, com uma gargalhada, pensativos, leva-nos à outra margem, distrai-nos, ensina-nos, esconde o outro, mostra-o. É o mundo inteiro na nossa mão.
Facto é que os livros têm poder real.

Koichiro Matsuura, director-geral da UNESCO, diz que "o livro contribui para construir e manter o tecido educativo, cultural e económico das nossas sociedades, onde desempenha múltiplos e fundamentais papéis"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Aniversários: FNAC e TSF

10 anos chegava a Portugal um mundo de cultura: as lojas FNAC instalavam-se no Colombo.
Desde então tornou-se uma referência nos mercados culturais e de tecnologia. E uma coqueluche da marca a nível mundial.
Sem dúvida uma das minhas lojas preferidas. Perco-me sempre que lá vou...

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Outra marca de referência também faz anos: a rádio TSF.
Uma rádio vocacionada para as notícias, uma CNN radiofónica. O slogan diz tudo: "por uma boa história vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo".

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Sopa de letras

Tendo saído já tarde, e sem vontade para ainda ir cozinhar, fui jantar ao Campo Pequeno. Enquanto pagava, pousei o livro que ando a ler ("Portugal - o pioneiro da globalização") no balcão. O brasileiro agarra-o para ver o título e atira esta pérola:
"Leitura também é cultura"

sábado, 11 de agosto de 2007

Tarde artística - Museu Berardo

O Museu Berardo vale a pena. Passei por lá esta tarde. São três pisos de arte da mais variada. Desde aqueles clássicos como Picasso ou Mondrian, até coisas absolutamente desconhecidas para o comum dos mortais como eu.
Já conhecia várias peças, que já tinha tido oportunidade de ver em Sintra, no próprio CCB ou na Casa das Mudas, na Calheta (Madeira)... mas é sempre bom rever e esboçar um sorriso enquanto se pensa "esta já conheço".
Mas há sempre alguma coisa que nos surpreende. Desta vez foi aquela gigantesta instalação colorida no piso -1, logo à entrada, cujo autor é Frank Stella, e que tem por título Severambia. Fabulosa!
Para os interessados há duas informações importantes: a entrada é gratuita até final do ano. E... é possível tirar fotografias às peças. Também achei estranho ver várias pessoas a fazê-lo, mas ninguém chamou a atenção (funcionários ou segurança). Pena eu não ter lavado a minha máquina fotográfica.... parvo!
Tenho de lá voltar!
E agora o CCB tem uns jactos de vapor de água na praça fronteira à entrada do museu, para arrefecer dias mais quentes. Aquela utilização da praça está bem feita, alargando a esplanada para ali, e colorindo o céu com três toldos, um vermelho, um azul e um amarelo.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Museu Berardo


"A arte não é outra coisa senão a força de sugestão de um detalhe" - Corrado Alvaro
Certamente uma colecção de luxo, que vale a pena ver. Para mim que não percebo nada de artes, mas que já tive oportunidade de ver várias peças desta colecção por diversas vezes, é um conjunto notável e único de arte a nível mundial.
Descontando a parte propangandística, o Primeiro-ministro deve ter razão quando diz que "com este museu, o País fica mais rico e Lisboa uma cidade melhor. Antes, o roteiro da Arte Contemporânea acabava em Madrid. A partir de hoje, começa aqui."

sábado, 12 de maio de 2007

Fala-se e escreve-se com poucas e más palavras

No site da RTP (excertos):
«A tendência para simplificar a fala e a escrita quotidianas espelha o empobrecimento do uso da língua, segundo professores, escritores e tradutores portugueses - mas os linguistas atribuem o fenómeno ao empobrecimento de raciocínio e ao défice cultural dos falantes.
Segundo profissionais das Letras ouvidos pela Agência Lusa, o uso redutor do vocabulário português reflecte-se na escrita quase "telegráfica" das mensagens de telemóvel e correio electrónico, na literatura "leve", nas conversas pouco argumentativas, nos debates televisivos com "frases feitas", na "pressa" das notícias e legendagens dos filmes e no "facilitismo" do ensino.

(...)

"Pensamento pobre não pode gerar uma linguagem rica", sentencia (Maria Lúcia Garcia Marques, investigadora do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa), acrescentando que os níveis sócio-cultural e de literacia dos falantes, assim como as suas vivências e condutas sociais e a escolha dos temas que querem tratar explicam a opção pelo uso mais ou menos rico da Língua, desde o calão à poesia.

(...)

De acordo com o especialista (José Victor Adragão, sociolinguista), o fenómeno é visível na banalização da palavra "cena" em substituição de "coisa", na adjectivação "paupérrima" e repetitiva das notícias, na incapacidade de as pessoas manterem uma boa conversa "a três" ou na legendagem de filmes com tradução "à letra".

(...)

Para o uso redutor do vocabulário, que "também ocorre noutras Línguas, como o Inglês e o Francês", a docente (Maria Lúcia Lepecki, professora do Departamento de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras de Lisboa) encontra dois motivos: a falta da leitura atenta, que permite registar palavras desconhecidas ou esquecidas, e a "perda progressiva da arte da conversa argumentativa".

"Todo o pensamento minimamente consistente pede precisão de vocabulário: se conversarmos de verdade, precisaremos de tirar palavras da prateleira e, até, de inventar novas", advoga, acrescentando que há "um crescente desprestígio relacionado com o requinte da linguagem".
"Quanto mais restrito for o vocabulário, menor é a capacidade de pensar, menor a do exercício da crítica", reforça, por sua vez, o escritor Mário de Carvalho, salientando que isso é desencadeado sobretudo pela televisão.

E é na televisão que o tradutor e professor universitário Pedro Braga Falcão, de 25 anos, detecta mais maus-tratos linguísticos: o uso de "clichés, frases feitas, pré-formatadas e estereotipadas".
"Basta ouvir um discurso do primeiro-ministro ou um daqueles malfadados programas opinativos, onde há um mestre-opinião, um jornalista-opinião e o público-opinião, todos alegremente opinando, para perceber que não há o mínimo gosto em encontrar a forma mais bonita, sentida, correcta de se veicular uma mensagem", sustenta.»