domingo, 28 de agosto de 2011
Blogosferando - 60
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Sentenças - 15
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
A pobreza
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Sentenças - 10
(...)
Pois é. Isto é o Portugal que falhamos, o Portugal que ignoramos, o Portugal que deixamos deslaçar, fragmentar, perder-se numa deriva para a obscuridade que as luzes do espectáculo fátuo em que vivemos não alumiam. E no entanto, há muito desse Portugal lá fora: mineiros, pescadores, agricultores, operários, trabalhadores da construção civil, empregadas da limpeza, marinheiros, gente que faz os trabalhos menos qualificados nos hospitais, nas escolas, nas autarquias, numa deriva para a pobreza, para o desemprego, para o fim da breve esperança de um Portugal melhor e mais justo. Claro que há outro Portugal, mais jovem, mais culto, mais dinâmico, apesar de tudo com mais expectativas realizáveis e menos peso de más condições de vida ancestrais. Mas, mesmo esse, está em crise, mesmo esse prepara-se para emigrar, prepara-se para se soltar na esperança da mobilidade social. Mas o nosso drama é o deslaçamento entre os dois mundos, a perda de contacto entre as realidades sociais diferentes, o afastamento de portugueses dos portugueses e a ignorância, quando não a indiferença, que os afasta uns dos outros."
Pacheco Pereira, Abrupto
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
A mão invisível
"O Presidente da República tem certamente coisas graves para dizer ao país e entendeu que se as dissesse interferia no acto eleitoral. Muito bem, compreende-se que o faça, embora também se interfira na campanha por omissão. Mas o Presidente rompeu o seu próprio silêncio e "falou" através da demissão do seu assessor de imprensa e, sendo assim, interferiu de facto na campanha eleitoral. Mais valia agora que dissesse tudo para não acordarmos no dia 28 sabendo coisas que mais valia que fossem conhecidas já. Para contarem para a decisão de voto dos portugueses, com cujo resultado final ele já está inevitavelmente comprometido." (Abrupto)
domingo, 17 de maio de 2009
Se Portugal fosse um país a sério...
No Abrupto, Pacheco Pereira analisa vários episódios sintomáticos da degradação a que chegou a nossa sociedade e Estado:
1 - Se Portugal fosse um país a sério não permitiria que um alto funcionário, seu representante numa instância internacional, sujeito a um processo disciplinar muito delicado, que o envolve, justa ou injustamente não sabemos, numa interferência abusiva num processo de corrupção que envolve o nome do primeiro-ministro, continue a gozar da confiança política que o cargo exige.
2 - Se Portugal fosse um país a sério reagiria com veemência ao anúncio do primeiro-ministro de ir à Madeira distribuir 200 computadores Magalhães, num acto de pura propaganda política, que transmite todas as mensagens erradas sobre a apropriação partidária e pessoal do Estado por um homem e por um partido.
3 - Se Portugal fosse um país a sério, não deixaria sequer um político balbuciar (como fazem no Bloco de Esquerda), face aos acontecimentos no Bairro da Bela Vista, que se trata de uma "questão social"
É inaceitável que tal se diga como explicação, argumento, desculpa, hesitação, em vez de dizer-se claramente que os pobres não fazem carjacking, não se armam com uma caçadeira e não vão assaltar bancos, bombas de gasolina, ourives e ourivesarias, e caixas multibanco, para comprar roupa de marca.
4 - Se Portugal fosse um país a sério, nós olharíamos para o Bloco de Esquerda como ele realmente é, a face do comunismo na sua roupagem actual, que nos cartazes por todo o lado, na sua súbita riqueza propagandística, propõe soluções só possíveis em sociedades totalitárias e não democráticas.
5 - Se Portugal fosse um país a sério, restar-lhe-ia como última esperança de sanidade que o Presidente da República vetasse a lei do financiamento partidário.
Se Portugal fosse um país a sério, teria mais respeito por si próprio e mais vontade de mudar. Sem isso, continua como está.
sábado, 9 de maio de 2009
Pacheco Pereira: um homem cercado de livros
In PÚBLICO
terça-feira, 28 de abril de 2009
terça-feira, 7 de abril de 2009
Sinais de alerta
"Não é a voz grossa que me preocupa, são a miríades de vozes quase ciciadas, que abundam por todo o lado. Aqui as paredes falam e escutam: cuidado, respeitinho, quem se mete com o poder, leva."
Quando leio isto (e, de facto, tem razão!), quase me sinto aliviado ao ver um episódio que parece ter-se tornado infelizmente moda: jornalistas a atirar sapatos a presidentes (dos EUA) e a ministros (na Índia).
domingo, 1 de junho de 2008
Livros: pela feira
Como não podia deixar de ser, já passei pela feira do livro deste ano.
Muita gente, potenciais compradores, potenciais leitores (são coisas diferentes), o Tejo ao fundo, sereno.
Os mesmos pavilhões de sempre, vestidos de cores garridas, os estrados com tábuas partidas para chegar a alguns expositores, alguns escritores a autografar, pessoas a comer gelados…
Certamente devido à guerra deste ano, nada de especial na feira. O pavilhão central, no alto do Parque Eduardo VII, de um terceiro-mundismo confrangedor e vergonhoso. O pavilhão para conferências é um caixote pré-fabricado no início da feira, no lado direito. O pavilhão do livro do dia igual ao de quase todos os anos (só foi diferente num ano em que se lembraram de pôr uma estrutura diagonal à entrada do Parque).
De resto, ano após ano, a feira pouco muda. A mesma disposição das barracas. A única diferença de há alguns anos é a cor dessas barracas. Só o facto de os espaços de cada editor se chamar “barraca” é por si só toda uma filosofia. Podiam chamar-se “pavilhões”, “tendas”, “quiosques”, “espaços”… mas todos, a começar nos participantes, acham por bem que sejam “barracas”.
Este ano Cabo Verde é o país convidado da feira. Poucos dão por isso. Nada a destacar essa primazia. Um pavilhão decadente tal como o do livro do dia ou o das conferências.
Não, não é uma solução perfeita, não será a ideal, mas está diferente. E essa mudança é positiva. Por exemplo, o plástico vermelho no tecto, quando está sol, incomoda no manuseamento dos livros, fere os olhos. (Cá está o pretexto que faltava para comprar uns óculos de sol).
Gostei do saco da Leya, em que associa o seu nome com o incentivar à leitura, com esta paixão. Cá fica:
“LEYA pensamentos LEYA cores e sentimentos LEYA sozinho ou acompanhado LEYA a sério ou a brincar LEYA depressa ou devagarinho LEYA quando, como e onde lhe apetecer LEYA tudo o que lhe dá prazer LEYA letras com sabores LEYA romances LEYA poesia LEYA países LEYA viagens e outras culturas LEYA arte LEYA música LEYA pintura LEYA escultura LEYA sonhos LEYA tudo o que se pode ler LEYA de dia LEYA à tarde LEYA à noite LEYA
Francisco José Viegas dá aqui um passeio pela feira.
Pacheco Pereira escreveu aqui sobre a guerra dos pavilhões neste ano.
domingo, 18 de maio de 2008
Blogosferando por ai - 12
domingo, 13 de abril de 2008
O telemóvel
Um texto imperdível, do qual destaco alguns excertos:
"O telemóvel é o objecto que mais mudou os nossos hábitos sociais desde que existe. Não é o computador, nem a Internet, nem o cabo, é o telemóvel."
"A recusa de dar um número de telemóvel é tida como uma má educação ou uma insensata e insociável vontade de não estar disponível."
"Nos mais jovens o telemóvel é apenas mais um instrumento para a completa insensibilidade à perda de privacidade e intimidade."
"...a primeira pergunta é sempre "onde tu estás?"
"Na verdade a esmagadora maioria das chamadas de telemóvel não tem qualquer objecto ou necessidade de ser feita, ninguém as faria num mundo de telefones fixos, que não seja pelo controlo, pela presentificação do indivíduo no seu jogo de inseguranças, solidões, afectos, e medos, através da caixa electrónica que se segura numa mão."
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Quadratura mudada
Vai daí, o escolhido por Pacheco Pereira e Lobo Xavier para substituir Coelho foi António Costa, presidente da Câmara de Lisboa.
Já o Corta-fitas criticou a escolha... e outros também.
Mas quem se lembra do que era a Quadratura inicial, com José Magalhães pelo lado do PS (actualmente é secretário de Estado da Administração Interna), até deve simpatizar com a escolha de António Costa.
José Magalhães era mais descontraído, mais agressivo, digamos mais trauliteiro, e acho que o debate tinha mais vida com ele. A vinda de Jorge Coelho devido à saída de Magalhães para o governo adormeceu um pouco o debate habitual.
Pela minha parte, estou curioso para ver o novo debate com António Costa.