Como não podia deixar de ser, já passei pela feira do livro deste ano.
Muita gente, potenciais compradores, potenciais leitores (são coisas diferentes), o Tejo ao fundo, sereno.
Os mesmos pavilhões de sempre, vestidos de cores garridas, os estrados com tábuas partidas para chegar a alguns expositores, alguns escritores a autografar, pessoas a comer gelados…
Certamente devido à guerra deste ano, nada de especial na feira. O pavilhão central, no alto do Parque Eduardo VII, de um terceiro-mundismo confrangedor e vergonhoso. O pavilhão para conferências é um caixote pré-fabricado no início da feira, no lado direito. O pavilhão do livro do dia igual ao de quase todos os anos (só foi diferente num ano em que se lembraram de pôr uma estrutura diagonal à entrada do Parque).
De resto, ano após ano, a feira pouco muda. A mesma disposição das barracas. A única diferença de há alguns anos é a cor dessas barracas. Só o facto de os espaços de cada editor se chamar “barraca” é por si só toda uma filosofia. Podiam chamar-se “pavilhões”, “tendas”, “quiosques”, “espaços”… mas todos, a começar nos participantes, acham por bem que sejam “barracas”.
Este ano Cabo Verde é o país convidado da feira. Poucos dão por isso. Nada a destacar essa primazia. Um pavilhão decadente tal como o do livro do dia ou o das conferências.
Não, não é uma solução perfeita, não será a ideal, mas está diferente. E essa mudança é positiva. Por exemplo, o plástico vermelho no tecto, quando está sol, incomoda no manuseamento dos livros, fere os olhos. (Cá está o pretexto que faltava para comprar uns óculos de sol).
Gostei do saco da Leya, em que associa o seu nome com o incentivar à leitura, com esta paixão. Cá fica:
“LEYA pensamentos LEYA cores e sentimentos LEYA sozinho ou acompanhado LEYA a sério ou a brincar LEYA depressa ou devagarinho LEYA quando, como e onde lhe apetecer LEYA tudo o que lhe dá prazer LEYA letras com sabores LEYA romances LEYA poesia LEYA países LEYA viagens e outras culturas LEYA arte LEYA música LEYA pintura LEYA escultura LEYA sonhos LEYA tudo o que se pode ler LEYA de dia LEYA à tarde LEYA à noite LEYA
Francisco José Viegas dá aqui um passeio pela feira.
Pacheco Pereira escreveu aqui sobre a guerra dos pavilhões neste ano.
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