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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Blogosferando - 67



"Ouvi hoje no rádio, ainda meio a dormir. Podia ter percebido mal por isso, mas é demasiado verosímil para não ser verdade. Dos dois feriados civis que se aventava que o Governo iria eliminar, por contraponto a dois religiosos, um seria o 5 de Outubro. Seria, mas ao que parece não será. O 1º de Dezembro, sim, pode suprimir-se, porque, suponho, já não será vivo nenhum dos conjurados de 1640. Sou republicano (relutante, acrescenta o João Távora). Mas não aceito que na escala de valores destes deslumbrados de esquerda e direita que nos governam, a libertação da ocupação estrangeira seja menos relevante e digna de celebração que a «libertação» de um monarquia constitucional, leia-se, democrática, logo substituída por um regime protoditatorial sanguinário e ruinoso para o País. A fractura não é hoje entre esquerda e direita. É entre patriotas e vendidos. Ou entre cultos e ignaros. Entre gente com espinha e oportunistas plebiscitados."

Absolutamente de acordo!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

quinta-feira, 18 de março de 2010

Há mais Castelo em S. Jorge

Ali é possível ver mais Lisboa antiga, mais História: "destacam-se os vestígios que testemunham três períodos significativos da história do Castelo de S. Jorge e da cidade de Lisboa: Vestígios de estruturas habitacionais das sucessivas ocupações desde o século VII a.C. ao século III a.C. correspondentes à Idade do Ferro, o bairro islâmico de meados do século XI-XII da época da construção do castelo e os vestígios do Palácio dos Condes de Santiago, a última habitação palatina da antiga alcáçova islâmica e medieval, cujos registos materiais ficaram preservados pelos escombros do terramoto de 1755."

Por acaso, já há alguns anos que não vou ao Castelo...

domingo, 8 de novembro de 2009

9 de Novembro de 1989: o dia em que o Mundo mudou


Passam amanhã 20 anos sobre a queda do Muro de Berlim, a parede que dividia não apenas um país como todo o mundo.
(Foi ontem. Foi há tanto tempo).
Um dia histórico a que tivemos o privilégio de assistir. Um dia que mudou o mundo. Um dia que significou o fim do Bloco de Leste. O dia em que a Guerra Fria deixou de ser o modelo vigente na ordem política internacional. O dia que pôs simbolicamente fim ao séc. XX.
Sem este facto extraordinário da História recente, o nosso mundo e modo de viver seriam bem diferentes. A História acelerou-se a partir desta data.

A Visão História dedica toda a edição de Outubro ao Muro de Berlim e à Guerra Fria (é uma edição para guardar).
Ainda não a li toda, mas do que li há um homem cuja importância ressalta: Mikhail Gorbachev.
Desde o início de 1989 que havia agitação um pouco por todos os países do Bloco de Leste. E a acção deste homem irá marcar o desenrolar dos acontecimentos. Ainda em 1985, na sua tomada de posse, Gorbachev deixa o aviso explícito aos líderes do bloco soviético: “não contem com os nossos blindados para se manterem, vocês e os vossos regimes, no poder”. A sua formação fazia-o ter uma profunda aversão à violência, sob todas as formas. Este é o primeiro aspecto.
Segundo ponto: a intenção de não se imiscuir nos assuntos internos de cada um dos países, “deixando os líderes dos “países irmãos” a agir a seu bel-prazer, sem nenhum controlo de Moscovo.” Afirmou o líder soviético: “para onde vão e como vão é um assunto vosso, no qual não me vou imiscuir”.
Finalmente, uma razão económico-financeira: Moscovo não tem dinheiro. É a queda do preço do petróleo, foi a perda de receita devido à proibição da venda de vodka (as receitas fiscais desceram 34 mil milhões de rublos), e foi ainda a catástrofe de Chernobyl (que custou 8 mil milhões ao orçamento de Moscovo). Gorbachev assume a sua prioridade: “temos de nos ocupar primeiro do nosso próprio povo”, e deixa assim ao Ocidente a tarefa de salvar a Europa de Lesta da falência.

Para registo histórico ficam os acontecimentos desse 9 de Novembro: há muito tempo que na RDA havia agitação pela possibilidade de passagem de um lado para o outro do Muro. “Após controversas discussões, o grupo de trabalho define que desde que os cidadãos da RDA disponham de um passaporte ou um visto – privilégio de alguns – não serão aplicadas restrições aos pedidos de emigração permanente ou a visitas a familiares.”
Às 18h desse dia iniciou-se a conferência de imprensa de Günter Schabowski (recentemente nomeado secretário do Comité Central para a Agitação e Propaganda), que explicaria os contornos da nova lei. Com a particularidade de haver direito a perguntas por parte dos jornalistas. Questionado sobre quando a nova lei entraria em vigor, Schabowski respondeu “imediatamente”, sem se aperceber das consequências das suas palavras.
A conferência de imprensa terminou passados 54 segundos das 19h00. Cinco minutos depois a AP escrevia para todo o mundo: “A RDA abre as fronteiras.”
“Menos de duas horas depois, os postos fronteiriços berlinenses estavam inundados de gente.” A polícia não sabia como reagir, pois a lei só entraria em vigor no dia seguinte, mas acabou por ceder à pressão popular. O Muro abriu-se.
A circunstância de a reunião do Comité Central do SED ter-se prolongado até perto das 21h (em vez de ter acabado às 18h) fez com que a cadeia de comando da RDA estivesse a debater “no momento histórico em que os cidadãos escreviam a certidão de óbito de um país-espectro saído do tubo de ensaio de Moscovo”.

9 de Novembro de 1989: o dia em que o Mundo mudou em apenas algumas horas.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Pessoa ao longe

Hoje no PÚBLICO, logo destacado em primeira página, vem a possibilidade de um importante espólio de Fernando Pessoa sair de Portugal em Outubro.

"Uma parte significativa do espólio de Fernando Pessoa que ainda se encontra na posse de familiares do poeta vai ser leiloada em Outubro, em Lisboa, pela P4 Photography. Um dos documentos que pode atingir somas consideráveis é o chamado dossier Pessoa-Crowley, que reúne todos os papéis relativos ao encontro do poeta português com ocultista inglês Aleister Crowley, em 1930."

O Estado ainda está a pensar se pode comprar...
Fosse num país anglo-saxónico ou do norte da Europa, e o Estado não se poupava a esforços para manter tão importantes registo no país.

Trata-se apenas de registos daquele que deve ser o maior vulto da cultura portuguesa dos últimos cem anos. E não apenas pela poesia, mas por todo o seu pensamento.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O idiota e a moeda

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 REIS e outra menor, de 2000 REIS. Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e perguntou-lhe se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
Respondeu o tolo:
- Eu sei, ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar a minha moeda.
Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quem eram os verdadeiros idiotas da história?
Terceira: Se fores ganancioso, acabas por estragar a tua fonte de rendimento.
Mas a conclusão mais interessante é: a percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, o que realmente somos.

"O maior prazer de um homem inteligente é armar-se em idiota diante de um idiota que se arma em inteligente".

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Importância da memória

Ninguém se lembra, mas passam hoje 18 anos – repito, 18 anos! – sobre a queda do Muro de Berlim. 9 de Novembro de 1989.
Só vi um pequeno e digno apontamento no Meia Hora. Ninguém mais falou, ninguém mais se lembra. Mas foi neste dia que o muro – “que separava a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã – caiu em 1989 e foi o acto inicial da reunificação do país, acabando também a divisão do mundo em dois blocos.” (ver aqui história e cronologia deste muro que marcou o mundo contemporâneo).
Um forte gesto simbólico que representou tanto para o Mundo – para o nosso mundo.
Muitos historiadores entendem que este marco representou o fim do séc. XX, cujo início se tinha dado em 1914 com a I Guerra Mundial. Um século curto e sangrento.

Infelizmente, nos nossos dias a memória desvanece-se com uma facilidade e rapidez confrangedora.

Também no passado dia 4 de Novembro passaram-se 12 anos – sim, 12 anos! – sobre o assassinato de Yitzhak Rabin (Jerusalém, 1 de Março de 1922 — Tel Aviv, 4 de Novembro de 1995), primeiro-ministro de Israel. Lembro-me de assistir quase em directo a este crime, via televisão, nos meus primeiros tempos em Lisboa.
Foi este político que teve a coragem de – sob a chancela americana de Bill Clinton – chegar a acordo com Yasser Arafat em 13 de Setembro de 1993.



(ver aqui mais sobre Yitzhak Rabin)

Infelizmente os nossos dias, feitos de episódios e faits divers, não permitem recordar momentos que marcaram a História.
Esta reflexão surge-me enquanto leio “Portugal – o pioneiro da globalização”: só através de um olhar em perspectiva é possível perceber os factos que moldam o rumo da humanidade. Ora de forma quase imperceptível, ora de forma súbita e repentina.

Só tenho pena de saber tão pouco de História.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Portugal - pioneiro da globalização


Depois de ter lido uma série de romances, chegou a vez de ler qualquer coisa mais profunda e com a qual se aprende: "Portugal - o pioneiro da globalização".
Nas poucas dezenas de páginas que já li, estou a recordar coisas que aprendi no meu percurso escolar, como as ondas de Kondratieff.
Primeiro estabelece alguns conceitos, para mais à frente avançar com a tese explicativa de Portugal ter sido o pioneiro naquilo a que hoje se chama globalização.
Um pouco de História, para melhor compreender o presente e projectar o futuro.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Elizabeth - a idade de ouro


"O medo gera medo"
Mulher. Guerreira. Rainha.
"Esta é a história da luta de uma Rainha para se manter no trono, enfrentando conspirações e traidores. Esta história é isso e muito mais: é o conflito histórico entre Inglaterra e Espanha, entre protestantes e católicos, entre tolerância e fundamentalismo. É também o retrato estranhamente contemporâneo de uma mulher que lida com o facto de estar a envelhecer, de não ter marido e de, no entanto, ser a mulher mais poderosa de Inglaterra." (mais aqui)
Ao sair do cinema - e ao ouvir umas senhoras comentarem que Portugal precisava de alguém assim forte, e não "os bananas" (sic) que temos tido - lembrei-me da frase de Camões: "o fraco rei faz fraca a forte gente"
Uma coisa que me impressionou (não encontro outro verbo mais apropriado) neste filme foi a atitude intransigente da rainha em defesa da liberdade, tolerância e respeito pelas crenças dos seus cidadãos. Logo no início, os seus conselheiros defendem uma caça às bruxas contra os católicos (o contexto do filme é uma guerra do intolerante rei espanhol, Filipe, contra a demoníaca Inglaterra, não católica), mas Elizabeth diz que não vai punir os ingleses pelas suas crenças.
Já no séc. XVI a Inglaterra impunha valores que se viriam a tornar universais.
Um filme de Shekhar Kapur, e que conta com Geoffrey Rush, Clive Owen, Rhys Ifans, Samantha Morton. E um magnífico desempenho de Cate Blanchett como Elizabeth.
Um grande filme!

terça-feira, 27 de março de 2007

Portugal. Retrato Social


Excelente, o documentário de António Barreto!

As mudanças que aconteceram em Portugal desde os anos 60.

Os nascimentos. Como se nascia no passado e como se nasce hoje. A redução da natalidade. O aumento da esperança de vida. Antes 50 anos, agora cerca de 80. o envelhecimento. A alimentação, a fome. A família. Numerosa no passado. Reduzida agora. Monoparental, desfeitas, compósitas de várias famílias, homossexuais. As casas de uma pessoa só. Dividida com amigos.
A revolução sexual. A pílula, que libertou a mulher. Tem liberdade de escolher o momento da gravidez. Tem tempo para trabalhar. A sociedade organiza-se para a produção.
A velhice. Na cidade. No campo. Nos lares de idosos, para os pobres. Nas residências de júnior, para os ricos. A solidão. A impossibilidade dos filhos cuidarem dos pais como no passado. Têm de trabalhar para poder viver.
Nem sempre a evolução da sociedade é justa.

Curioso o facto de estar a ouvir muitos daqueles relatos como se fosse o meu avô a contar. Ou mesmo os meus pais ou tios. Como viviam há 40 anos. A sua infância. Como desenrascavam as refeições. O trabalho. As mezinhas caseiras que curavam tudo. As idas a pé ao Funchal. A falta de carros, de estradas. Tudo.
Um retrato verídico. E tão próximo.
Quase como diz o anúncio: "eu ainda sou do tempo..."


Vale a pena ver o documentário. E visitar o site do programa na RTP. Que devia passar a DVD os programas e disponibilizá-los no circuito comercial.

Muito bem na imagens. Magnífica a voz de António Barreto. Grave. Pausada. Observadora. Talvez o sociólogo que melhor nos conhece.


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Na descrição do programa no site da RTP está explicado o conteúdo. Nada melhor que citá-lo inntegralmente:


"As mudanças sociais verificadas em Portugal ao longo das últimas quatro décadas foram profundas e mais rápidas do que na maioria dos países europeus. Em certos casos, como na demografia, certas mudanças, medidas através dos indicadores sociais clássicos, ultrapassaram os valores médios dos países vizinhos.


A emigração, a guerra colonial, uma revolução política e social, a fundação do Estado democrático, a descolonização, uma contra-revolução, a adesão à União Europeia e a imigração foram alguns dos acontecimentos ou fenómenos históricos que marcaram estas quatro décadas e que resultaram ou aceleraram mudanças sociais profundas.


O sentido geral destas mudanças sociais foi o da aproximação dos padrões de vida europeus. Os indicadores demográficos, sociais e económicos portugueses parecem-se, cada vez mais, com os dos membros da União Europeia. Ainda há sinais relevantes que traduzem uma história específica, diferenças permanentes, um atraso real e circunstâncias especiais.


Mas nada permite afirmar hoje, como seria possível há poucas décadas, que Portugal mais parecia um país de outro continente. Os domínios do social e do económico foram mais dinâmicos do que o do político. Ainda a sociedade parecia imutável, nos anos sessenta, por causa do imobilismo político, e já as forças sociais, económicas e culturais registavam mudanças profundas, invisíveis à primeira vista.


A mudança política de 1974, a mais visível e a mais dramática, acelerou as mudanças sociais em curso. Mas foi ela própria preparada por aquelas. As mudanças sociais foram permanentes e contínuas. E começaram antes de 1974. A própria integração europeia, cujo início é costume datar de 1977, com a candidatura à Comunidade, ou de 1986, com a adesão efectiva, começou muito antes: com a emigração e o turismo dos anos sessenta, com a fundação da EFTA em 1959/60 e com o desenvolvimento das relações económicas e empresariais dos anos setenta.


As mudanças sociais e demográficas podem ser mais profundas do que as políticas, mas estas são mais perceptíveis, aparentemente mais radicais e têm um efeito acelerador. Removidos, com a democracia e a integração europeia, os obstáculos políticos, a mudança social e económica prosseguiu, depois de 1974, a um ritmo ainda mais rápido. Em todo este processo de mudanças rápidas ou graduais, invisíveis ou dramáticas, assistiu-se a uma permanente oscilação entre factores internos e externos. Mas sublinha-se a importância predominante dos factores externos: a emigração, o turismo, o comércio externo, os investimentos estrangeiros, os costumes, as modas, a ciência, a técnica, as artes, as mentalidades, a religião, etc.


Em certas situações, as sociedades não têm, dentro de si, forças, dinâmicas e dimensão suficientes para gerar uma mudança social acelerada. Sobretudo nos casos de sociedades pequenas, fechadas ao exterior, politicamente autoritárias, culturalmente viradas para si próprias, dotadas de insuficientes elites e com uma reduzida expressão das classes médias. Como era o caso de Portugal. Gradualmente exposto ao mundo exterior, mesmo contra ou apesar da vontade dos dirigentes políticos, o país encetou processos de mudança não programados. A abertura ao exterior terá sido a mais importante causa e consequência das transformações ocorridas.


Mas a sociedade não se limitou a digerir ou assimilar passivamente as influências externas. Pelo contrário, foi atravessada por acontecimentos e movimentos próprios, através dos quais teve de resolver os seus problemas atávicos, ultrapassar contradições, dirimir conflitos, encontrar as suas soluções e adaptar-se a novas situações. No que revelou uma notável plasticidade. Não era, com efeito, fácil, libertar-se um país de tanto quanto o condicionou durante décadas: a ignorância e a reverência; a delação e o medo; o autoritarismo e a repressão. Ao mesmo tempo que se separava de África e se voltava para a Europa; e que sacudia o paternalismo e criava uma República de cidadãos.


Ao fim de quarenta anos de uma quase correria, a sociedade, tão diferente do que era, encontra, não obstante, velhas questões. Mesmo se menor, a pobreza relativa de Portugal não deixa de ser causa das maiores ansiedades da população e dos seus dirigentes. Vivendo numa sociedade aberta de informação e conhecimento, de modas e de padrões de comportamento cosmopolitas, os portugueses partilham, as expectativas e as aspirações dos países mais desenvolvidos do mundo. Mas não têm, na sua economia, na sua cultura e na sua sociedade, capacidades suficientes para as satisfazer e concretizar.


As suas deficiências de organização, de formação técnica, de cultura, de produtividade, de rendimento económico e de eficácia dos serviços públicos são fonte de desequilíbrio e de frustração. Os portugueses habituaram-se, há séculos, a comparar-se com os europeus. E, apesar de muitas vezes resignados, não se conformam com os resultados das comparações: por mais depressa que andem, continuam muito atrás. Para um país que já foi pioneiro, é um pesadelo permanente.


É esta consciência do atraso que ajuda a alimentar a mitologia de uma identidade nacional muito especial. A de um país diferente, na dimensão, na glória passada e no carácter. A de um povo que, para se manter, deveria resistir à mudança e ao exterior. E, no entanto, o país moveu-se. A ponto de ficar um país como os outros. "