Ainda não tinha escrito nada sobre o crime internacional cometido contra Khadafi.
Sou absolutamente contra a pena de morte. Seja para matar Khadafi, Bin Laden, Saddam Hussein ou os criminosos que andam aí nas ruas de qualquer cidade.
Qual a superioridade moral de quem mata como forma de julgar/punir o outro?
A justiça e os tribunais existem precisamente para julgar e punir criminosos. Não para os assassinar.
No Abrupto, Pacheco Pereira chama selvajaria consentida e apoiada pela UE ao que fizeram a Khadafi.
"A morte selvagem de Khadafi resultou de uma acção militar da NATO, assente no apoio aéreo e da actuação no terreno de combatentes tribais numa guerra civil apoiados por tropas estrangeiras do Qatar, para além de "especialistas" dos países da UE mais envolvidos, como os franceses e ingleses. Esta intervenção foi apoiada politicamente pela UE, "legitimava-se" numa resolução das Nações Unidas cujo objectivo limitado era a "protecção de civis" e cuja sistemática violação pelo envolvimento directo na guerra civil, teve os olhos fechados da opinião pública mundial.
A execução de Khadafi, a violência filmada, a que se seguiu a exposição pública do corpo, mereceu pouco mais do que alguns reparos de circunstância, e o mesmo silêncio que tem sempre envolvido as violências e os crimes de guerra cometidos pelas tropas e milicianos dos "libertadores". Khadafi era um ditador assassino e fez tudo o que lhe fizeram, mas se em Khadafi é esperável esse comportamento, aliás esquecido e perdoado pelos mesmos países que o foram lá matar, é inaceitável uma Europa que está sempre a levantar a bandeira da abolição da pena de morte, e dos direitos humanos, ir lá agora dar dinheiro e apoiar e trazer para o concerto das "boas" nações os assassinos que ajudou a pôr no poder."
Sem comentários:
Enviar um comentário