Nos últimos dias têm vindo a público bitaites (não se podem chamar propostas ou medidas...) sobre como poupar na despesa do Estado e como angariar mais receitas.
Para poupar, estão a ser estudados horários para o encerramento antecipado das linhas de metro, da circulação de autocarros e comboios. Quem conheça um pouco (nem sequer é preciso ser doutorado na matéria) dos transportes públicos nacionais sabe que deixam muito a desejar em termos de cobertura territorial.
Para o Metro de Lisboa aventa-se a possibilidade de encerrar a partir das 23h, sendo que alguns troços encerrariam logo às 21h. Para a Carris e linhas da CP da zona de Lisboa, há disparates semelhantes.
Vai ser decretado o recolher obrigatório à noite?
Se conjugarmos este disparate com o aumento do horário laboral em 30 minutos/dia, gostava de saber como muitas pessoas irão para casa. De táxi? Saem mais cedo? Compram carro? Vai a polícia ou a ambulância levá-los a casa?
É assim que se promove o uso do transporte público na capital do país?
Sobre este bitaite, ver este post no Delito de Opinião.
Quanto a angariar receitas, a ideia peregrina é multar os consumidores que não peçam facturas. Como vão fazer isso? Um inspector fiscal a cada 10 metros? Uma câmara em cada esquina? Um alarme nas máquinas registadoras ligadas às Finanças?
Concordo que a emissão de facturas reduziria a evasão fiscal e aumentaria receitas ao Estado. Mas isso não se faz por decreto - faz-se mudando mentalidades. E muito menos se faz quando o país tem uma carga fiscal que é um confisco, e portanto aumenta a fuga.
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