segunda-feira, 9 de julho de 2012

Blogosferando - 76


No Corta-fitas, há esta licenciatura honoris causa:

"Chego tarde ao que Narana Coissoró apelidou com imensa propriedade de licenciatura honoris causa. Trata-se de mais um enxovalho para o país, para as universidades, para a pessoa em causa. Mas acima de tudo é um enorme insulto para os alunos desses cursos e respectivas famílias, para os docentes e para a própria faculdade.

Como explicar àqueles alunos a importância do curso, a necessidade de se empenharem, às famílias explicar o benefício do esforço financeiro, se afinal mais vale lançarem os rapazes à vida e repescarem-nos mais tarde para um diploma rápido? Como explicar a necessidade de docentes, de ouvir docentes, de estudar docentes, de pagar a docentes, se afinal tudo de resolve com um conjunto bem montado de equivalências? E como explicar a necessidade ou a importância de uma faculdade e de um curso que afinal se pode fazer sem ser feito, tudo por equivalências “profissionais”?

Que interesse para o mercado de trabalho pode ter semelhante curso? Que interesse poderá ter ser examinado por semelhante corpo docente? Que interesse poderão ter as famílias em semelhante investimento nos seus filhos? Que interesse poderão ter os alunos sérios em semelhante curso de Ciência Política e Relações Internacionais, agora definitivamente apelidado pelo anedotário nacional como “O Curso do Relvas”?

O canudo de Sócrates deitou abaixo uma universidade inteirinha. Até ver, este último canudo ainda só destruiu um curso. Ainda."




E uma adenda a partir do ABC do PPM:


"A lei que "prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer 'através da atribuição de créditos, a experiência profissional' de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior e pretendam prosseguir estudos" e que parece que contribuiu para Miguel Relvas tirar num ano o curso de Ciência Política e Relações Internacionais na Lusófona, é de 2006. Ai é de 2006? Deixa-me cá fazer as contas... bem, em 2006 era ministro do Ensino Superior Mariano Gago (corrigido). Uma boa lei, não era?"    

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