quarta-feira, 14 de março de 2012

Blogosferando - 70



"Hoje, sinto uma enorme gratidão para com Henrique Gomes e a troika.

Com o seu voluntarismo e a mesma peculiar crença em «homens novos» que já conduziu às maiores chacinas, os socialistas encomendaram há anos a um senhor um plano geral sobre energias renováveis, o qual senhor o fez. Invocando os argumentos razoáveis do nosso défice energético e da nossa dependência externa, o plano procedeu, portanto, ao fomento das energias renováveis - vento, sol e marés. Como todas as distorções de mercado que sempre se pretendem benfazejas, esta agradou a toda a gente que detesta a liberdade económica e a algumas pessoas em particular - como, a mero título de exemplo, a fundamentalistas verdes como Carlos Pimenta, que vê defendido o seu credo, do mesmo passo que recolhe os proventos de ser quadro de uma empresa de energia eólica; como, por exemplo, a provincianos como o primeiro-ministro Sócrates que, enquanto conduzia o país à ruína, podia reivindicar periodicamente uns galões de modernidade, uns futuros vanguardistas, e outras patetices caríssimas. Só não agradou, é claro, aos consumidores. É natural. O mercado distorcido e não concorrencial de electricidade em Portugal alegra e alimenta luxos ambientalistas, fabricantes de turbinas, provincianos arrivistas, autarcas modernaços, e grandes negociatas. Mas aos consumidores-papalvos foi assacada a tarefa de subsidiá-los. E, assim, para além de viverem em situação de monopólio de facto, com consequente inflação das tarifas, os consumidores suportam ainda uma sobretaxa de 40% sobre os seus consumos eléctricos (coisa que os beneficiários da trama e os cínicos dizem ser para bem deles).

É por isso que estou hoje profundamente agradecido ao ex-secretário de estado da Energia, Henrique Gomes, ao demitir-se em protesto contra este estado de coisas. É por isso que, pela primeira vez, aplaudo a nossa perda de soberania e a vontade datroika, que espero ver imposta, mesmo contra este governo e contra os abusos eléctricos. Para extorsão, já basta o fisco."

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