sábado, 21 de julho de 2007

Jardim Gulbenkian

Lembro-me de lá ter ido poucos meses depois de chegar a Lisboa, há mais de 10 anos. Depois perdi-lhe o rasto. Passaram anos. Entretanto, reencontrei-o. E volto lá de vez em quando. Menos do que talvez gostasse. Não me lembro, ou apenas não tenho tempo.
Agora já acabaram as obras no jardim. E está todo disponível.
É bom passear neste mundo à parte, mesmo no centro da cidade. Sentir o verde, inspirar a natureza, escapar pelos caminhos interiores, esconder-se à sombra das árvores, ver pontes sobre discretos riachos, cheirar aquele perfume de terra, flores, plantas, sei lá…
Hoje fui lá espairecer um bocado. E sair do reboliço da cidade. Cercado por avenidas muito movimentadas, não se dá por isso quando nos embrenhamos lá dentro.
Fui retomar “As Mulheres do meu pai”, do Agualusa. Já há vários dias – muitos – que não lhe toco. Não me tem apetecido.
Sentei-me no anfiteatro, agora com o palco remodelado. Quase parece aquela coisa de palco ao ar livre que existe em Alcântara, por baixo da 25 de Abril. Percebo a funcionalidade, mas não me agradou muito. Corta a vista ao lago, ali com cabos, luzes e sei lá mais o quê.
Fiquei ali um bocado, abstraído. Li algumas páginas. Respirei.
Pássaros e pombas voam, saltam. A certa altura uma pomba mais corajosa pousa a meio do anfiteatro e vai saltando, banco a banco, até chegar onde estou. Olha, ronda, passeia. Como não tenho comida, acaba por seguir para outro lado. Sabe bem esta simplicidade.
Na volta, ainda descobri um riacho.
Apenas fiquei com pena de não ter levado a minha amiga máquina fotográfica. Era capaz de ter tirado uma série de fotos…
Hei-de lá voltar não tarde nada. com todos os apetrechos necessários.

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