terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Mário Crespo: um caso político
Depois de uma série de silenciamentos convenientes, é agora a vez de tentar calar o conhecido jornalista da SIC Notícias, Mário Crespo.
Este não se ficou. E apontou o dedo. E muito bem.
Portugal não pode viver assim. A democracia não é isto.
Transcrevo, integralmente, o artigo de Mário Crespo - que devia ter saído no JN de hoje - publicado no site do Instituto Sá Carneiro:
"Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicacado hoje (1/2/2010) na imprensa."
Este espírito democrático já chegou também à quinta de Maria Filomena Mónica.
Este país anda muito mal frequentado.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Isto é censura! - 2
"A PSP de Braga apreende livros por considerar pornográfica capa com quadro de Courbet". (Público)
Ouço no Jornal da Tarde, da RTP, que a PSP recebeu queixas de vários cidadãos.
Mas está tudo louco? Estes cidadãos não viveram antes do 25 de Abril? A PSP é acéfala, e agora apreende tudo o que incomode um cidadão?
O que vão apreender e censurar a seguir?
O quadro é este:

A propósito, ide ver isto. No Brooklin Museum.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Isto é censura!
Entretanto, hoje o MP emendou a mão e autorizou a sátira que ontem tinha proibido.
Pergunto-me o que leva um tribunal, ainda para mais o Ministério Público, a tomar decisões deste calibre, tal é a idiotice e atentado à liberdade de expressão.
A propósito disto, e de outros episódios, vale a pena ler Medo e Ridículo, no ABC do PPM.
No mesmo dia destes lamentáveis episódios, o Ministro dos Assunto Parlamentares, Augusto Santos Silva, considerou «"inaceitável" que a promoção feita pela RTP1 à sua entrevista com Judite de Sousa tivesse em som as suas palavras "malhar na direita" e disse esperar um pedido de desculpas daquela televisão.»
Isto tem o mesmo nome: CENSURA.
Então o senhor pode dizer as coisas que diz e depois vir exigir um pedido de desculpas a outros por transmitirem (é disso que se trata) o que ele tinha dito?
Estes sinais são sintomáticos dos caminhos que a nossa sociedade começa a trilhar: censurar tudo em nome do politicamente correcto, ou porque não é do agrado do poder.
Convém estar atento e reagir. Por este caminho, um dia destes só podemos dizer o que seja do agrado de certos poderes.
Perigoso, muito perigoso.
Quando passam 4 anos sobre a conquista da maioria absoluta pelo PS, convém lembrar que muitos episódios destes, carregados de tiques autoritários, se têm repetido: foi um professor do norte que foi a tribunal por ter chamado não-sei-quê ao primeiro-ministro; foram as visitas das polícias a escolas e sindicatos para saber quem ia a manifestações de professores; são os dois episódios relatados acima; foi um bloguista ter ido parar a tribunal por ter revelado uma série de coisas sobre a licenciatura de Sócrates; são as medições de tempos de programas televisivos em nome da pluralidade; são as pressões sobre jornais (Público) devido a publicar episódios ligados à formação académica do primeiro-ministro; são as "embrulhadas" do caso Freeport...
É muita coisa!
E todas com um ponto em comum, e perigoso.
Resta esperar que das próximas eleições saia um antídoto para isto.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Grau zero
Nesta semana política vieram a público dois factos que merecem alguma atenção:
- o Bloco de Esquerda retirou a sua estrela a José Sá Fernandes;
- a Lusa, educadamente, recomendou que não fosse utilizado o termo “estagnação”.
Enquanto deu jeito a ambos, foram amigos. Agora que o contestatário Zé se converteu num responsável político, o BE (que graças a ele chegou à Câmara de Lisboa) dispensa o reaccionário. Cada um é amigo de quem quer.
Neste romance, só uma coisa me intriga: o que diria o Zé contestatário da acção do vereador Sá Fernandes? Enquanto esteve na oposição externa, o Zé era contra tudo e parava todas as obras que via. Agora que é responsável político, promove tudo o que é disparate, sem qualquer drama em fechar muitos espaços para actividades publicitárias privadas; defende o novo cais de Alcântara, ao qual o Zé se oporia…
O Zé… que o viu e quem o vê…
Dicionário LUSACorre por aí que, certamente graças ao aconselhamento governamental, na agência noticiosa nacional LUSA não se pode escrever a palavra “estagnação” quando se refere à economia nacional.
Este episódio diz tudo sobre a manipulação, a propaganda, a liberdade de expressão, a verdade, a democracia em versão rosa.
Desinformação é poder. Tudo em nome da objectividade, claro.
Nada mais a declarar.
Espero apenas que em 2009 surja algures uma luz para travar este Governo.
domingo, 11 de novembro de 2007
Viva Espanha!
Desta vez achou por bem chamar “fascista” a José Maria Aznar, ex-chefe de governo espanhol, entre outros disparates. E teve uma digna resposta da parte dos representantes espanhóis: Zapatero (que não aprecio particularmente), educadamente, exigiu respeito por alguém que foi eleito pelo povo espanhol. Já o rei Juan Carlos mandou Chávez calar-se. E abandonou a sala quando Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, voltou a ofender Aznar.
Tenho lido a notícia deste episódio nos sites de vários jornais nacionais, e os comentários que alguns leitores deixam são, no mínimo, idiotas. Com aquele discurso de que a Espanha é colonialista e afins.
Os jornais espanhóis, e bem, puseram-se ao lado de Zapatero e do seu rei. Apenas me parece errado o facto de o Partido Popular criticar Zapatero neste momento.
Curioso é verificar que, se um discurso semelhante tivesse sido feito por um líder de direita, já haveria protestos em meio mundo contra a opressão, o fascismo, a limitação à liberdade e mais não sei quê. Mas como se trata de Chávez, um ditador que alguns ainda pintam com tintas de romantismo e idealismo, nada se passa. Um presidente que se quer eternizar na Venezuela, que limita a liberdade, que quer acabar com a propriedade privada, que persegue a oposição, que fecha canais de televisão que não são do seu rebanho… Mas alguma esquerda é assim, enche a boca com liberdade, tolerância e povo, mas está muito longe disso.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Contra o medo, liberdade


domingo, 1 de julho de 2007
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Esta perigosa democracia…

Os episódios são de todos conhecidos:
- o caso do autor do blogue Do Portugal Profundo, no qual primeiramente surgiram as dúvidas sobre as habilitações de José Sócrates. O que aconteceu? O primeiro-ministro põe o bloguista em tribunal.
António Barreto, no passado domingo no Público, também alertou para estes preocupantes episódios dados pelo actual governo.
Com todo este historial, já começo a ter muitas dúvidas sobre a ideia de juntar num único documento vários elementos dos cidadãos. Tal como com a centralização dos serviços secretos na dependência directa do Primeiro-ministro.
Isto não augura nada de bom…

segunda-feira, 28 de maio de 2007
Democracias alternativas

Curiosamente, a RCTV era o único canal privado e que veiculava pontos de vista da oposição. Sobre democracia e liberdade de expressão estamos conversados.
E ainda há quem fique maravilhado com a democracia popular na América Latina...
Ler Censura en Venezuela, por Carbajal Tejada:
«La gravedad de lo acontecido radica pues en los límites a la libertad que claramente se han impuesto en Venezuela, fronteras que se han aderezado con actos confiscatorios que desconocen la propiedad privada...»