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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Em campanha - 1

Já deu para ver que das eleições legislativas de há algumas semanas não saiu um governo e uma oposição. Resultou apenas um circo.
O governo só percebe de propaganda. A oposição enreda-se a cada passo.
Assim, inicio hoje mais uma série neste blogue.

O episódio inaugural é este:
"O primeiro-ministro anunciou hoje a antecipação para meados de 2011 da rede nacional de carregamento para veículos eléctricos, sublinhando que Portugal será assim o único país do mundo a ter uma rede nacional, integrada e de gestão centralizada.
“Portugal deseja ser o único país do mundo, muito em breve, a ter, não uma rede local de abastecimento ou de carregamento, não uma rede numa cidade, mas uma rede verdadeiramente nacional, que abranja todo o território nacional”, afirmou o primeiro-ministro, José Sócrates, na cerimónia de anúncio da localização da Fábrica de baterias da Nissan, que será construída em Cacia, Aveiro."
(Público)

Ou seja...
O governo anuncia uma não-necessidade para daqui a mais de dois anos, e na qual vai criar 200 postos de trabalho directos. Os populares do sítio, e respectivo presidente de Câmara, deliraram na TV com este anúncio.
Por outro lado, campanha oblige, lança areia para os olhos ao prometer (mais uma vez) uma rede nacional de carregamento para veículos eléctricos.
Basta ver como estão alguns destes pontos de carregamento instalados em Lisboa: trancados a cadeado, absolutamente inúteis. Sim, é assim na Praça de Londres e junto ao CCB. Mas foram inaugurados com grande pompa e circunstância por este mesmo José Sócrates.

Agora uma pergunta só para chatear: e se o futuro não forem os "veículos eléctricos" e sim, por exemplo, os veículos a hidrogénio?

A forma como neste país o governo manda dinheiro para o lixo é assustadora!

Ainda há pouco vi uma reportagem na TVI sobre o TGV, as bitolas europeia e ibérica, e o transporte que vai servir esse mesmo TGV. O que ali se disse é absolutamente arrepiante em termos de desperdício.
Em Portugal o TGV só vai servir para passageiros. É assim que está previsto.
Em Portugal e Espanha a bitola sobre a qual andam os comboios é diferente da europeia (uma diferença de 23 cm). Ou seja, a rede ibérica não leva nem traz nada da "Europa". Ou só o faz após transbordo na fronteira com a França. O que significa aumento de custos.
Em Espanha o governo está a equacionar mudar a bitola para europeia em toda a rede espanhola. Em Portugal, pelas palavras do responsável da RAVE, tal hipótese não está a ser ponderada.
Em Portugal - país rico, como sabemos - há este projecto mirabolante: paralelamente ao TGV para passageiros do Poceirão para Espanha vai ser construída uma linha ferroviária para mercadorias. Deve ser para os passageiros-fantasma do TGV acenarem para o comboio de mercadorias e não se sentirem tão sós...

Daqui a pouco, na TVI24, o debate sobre este "erro histórico" chamado TGV.

Se juntarmos a estas "coisas" as notícias que têm vindo a público sobre ratings, taxas de juro, desemprego e afins, o melhor é fugir deste Portugal.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Governo zigue zague?

Este governo - por sinal muito parecido ao anterior... - apresenta medidas que baralham o meu espírito.
Há uns anos, este governo (em versão maioria absoluta, com o mesmo Primeiro-ministro, mas outro Ministro da Saúde) implementou as taxas moderadoras para internamentos e cirurgias.
A ideia das taxas moderadoras para internamentos e cirurgias, só por si, é um disparate, pois ninguém vai para um hospital por gozo ou por não encontrar vagas num hotel. Logo, não se pode moderar um bem cujo consumo não é dependente da vontade do seu sujeito.
Bem... o mesmo governo (em versão maioria relativa) revogou hoje essas mesmas taxas moderadoras, com efeitos a partir de Janeiro de 2010. Motivo: "não terem cumprido os seus objectivos".
Ou seja...?

Citando o Pedro Santos Guerreiro (director do Jornal de Negócios): "o fim do sistema de avaliação dos professores confirma várias coisas, todas elas más: que este Governo é de ceder, que o anterior governo enfrentou tudo para nada". (Sábado)

Basicamente o busilis é este: o governo-Sócrates-versão-maioria-relativa vai desfazer tudo o que o governo-Sócrates-versão-maioria-absoluta fez enfrentando ondas de contestação enormes. Ou seja, o governo-Sócrates-versão-maioria-relativa está em campanha para agradar e ver se obtém a maioria absoluta na primeira oportunidade. E para isso, é absolutamente irrelevante o mérito ou demérito das medidas tomadas.O efeito é que interessa.

Estamos aqui para ver.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O programa eleitoral do PS

O PS apresentou hoje o seu programa de governo.
(Para os mais distraídos, e que só acusam o PSD de não ter programa, o PS só o apresentou hoje, ou seja, antes não tinha nada).
Das várias medidas que propõem, há uma que se destacou: oferecer 200 euros por cada bebé que nasça em Portugal.

Vamos analisar esta treta por pontos:
1 - se é um "incentivo à natalidade", devia ser utilizada no momento do nascimento do bebé. Vamos por partes: natalidade... nascimento de bebé. As duas coisas estão ligadas.
2 - se os objectos desta medida só podem beneficiar dela daqui a 18 anos, isto tem algumas implicações: as famílias não beneficiam de nada enquanto precisam; as famílias, já carenciadas, poderão fazer depósitos nessas contas a favor dos seus rebentos (esta medida é delirante); até à Conta Poupança Futuro poder ser movimentada, só os bancos irão beneficiar do dinheiro em causa (o PCP - bem! - já apontou isto). Isto não é mais um apoio encapotado aos bancos?
3 - duzentos euros servem para quê? Por esse país fora, em muitas localidades, as autarquias oferecem 500, 1000... para "incentivo à natalidade" e "fixação de jovens casais". O Estado, bem maior que as autarquias, só dá uma esmola.
Em Espanha o incentivo à natalidade é de 2500€ (ou seja, é 12,5 vezes superior á promessa do PS).
4 - já alguém fez umas contas para concluir o seguinte: daqui a 18 anos, com juros, os 200€ ter-se-ão transformado em 500€. Vamos pensar um pouco: se hoje já pouco se faz com 500€, imaginem daqui a 18 anos... Os jovens usam esse dinheiro para quê: comprar 2 cervejas?

Sócrates, enquanto apresentava o programa do PS, falava de "futuro"... A questão é que os problemas dos cidadãos existem hoje.
Apetece citar uma frase de Keynes (se não me engano): no longo prazo, estamos todos mortos.

Sobre esta medida idiota já temos a opinião da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas: "uma medida divertida" e que "não serve para nada". Nem mais.

Uma medida boa como "política de família" é a que o CDS propõe há anos: um cheque-ensino, que dê liberdade às famílias para pôr os filhos a estudar onde bem entenderem.

Há quem goste de mandar areia para os olhos dos cidadãos. E, de caminho chamar-lhes, estúpidas.

Outra das promessas do PS é a descida dos impostos. Vou ali rir e já volto...

Dispensamos as vossas medidas. Vão à vossa vida.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Electricidade para os olhos

Com o fim da legislatura à porta, com o Parlamento quase a encerrar, com a tradicional maratona para aprovar diplomas em catadupa (a ver se Cavaco, que já avisou, vai promulgar...), e com o governo transformado em comissão eleitoral, temos isto hoje:
"Primeiros cinco mil carros eléctricos terão cinco mil euros de incentivo cada"

Hummm...
- este anúncio-maravilha é para 2010-2012... em que estes senhores (assim espero) podem nem estar no governo;
- por outro lado, se esta electricidade for tão verdadeira como umas acções de propaganda governo/EDP de há uns meses, com a instalação de uns pilares para abastecimento em vários pontos na cidade (que não funcionam ou estão bloqueados, como Belém ou na Praça de Londres), vamos longe.

sábado, 7 de março de 2009

Blogosferando - 18

1 – os que só querem as uniões de facto com os direitos do casamento, mas sem as chatices dos deveres. No Corta-fitas.

2 – a crise tem servido para muita coisa. Sobretudo para lixar os mais desgraçados. Há uns dias foi Silva Lopes a sugerir o congelamento dos salários normais e a redução dos mais elevados. (Público)
Agora foi a vez de Bagão Félix dar a sua receita: “descontar mais, receber menos ou trabalhar mais” são as opções que se colocam aos trabalhadores portugueses. A Marginália fez TODAS as considerações que me passam pela cabeça perante isto.
A estes senhores que dão soluções-maravilha para a crise, gostava de vê-los viver um mês com dois salários mínimos nacionais... pronto… dava-lhes a benesse dos 1000,00€…
Há coisas que me tiram do sério!

3 - N'A Origem das Espécies: "Os noruegueses já responderam a esta proposta da indústria: vigiar a internet de cada um é como os correios começarem a abrir e ler as nossas cartas. Claro que o problema dos ‘downloads’ ilegais é grave – mas querer propor às operadoras que devassem os nossos consumos de internet para bloquear o serviço, é, digamos, mau sinal."

4 - Também n'A Origem das Espécies: a prova de que António Barreto tinha razão quando afirmou que "o Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal". Nem o Ministério da Educação lê o que se põe dentro do sacrossanto computador da propaganda...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Grau zero

Nesta semana política vieram a público dois factos que merecem alguma atenção:
- o Bloco de Esquerda retirou a sua estrela a José Sá Fernandes;
- a Lusa, educadamente, recomendou que não fosse utilizado o termo “estagnação”.

O BE e o Zé
Enquanto deu jeito a ambos, foram amigos. Agora que o contestatário Zé se converteu num responsável político, o BE (que graças a ele chegou à Câmara de Lisboa) dispensa o reaccionário. Cada um é amigo de quem quer.
Neste romance, só uma coisa me intriga: o que diria o Zé contestatário da acção do vereador Sá Fernandes? Enquanto esteve na oposição externa, o Zé era contra tudo e parava todas as obras que via. Agora que é responsável político, promove tudo o que é disparate, sem qualquer drama em fechar muitos espaços para actividades publicitárias privadas; defende o novo cais de Alcântara, ao qual o Zé se oporia…
O Zé… que o viu e quem o vê…


Dicionário LUSA
Corre por aí que, certamente graças ao aconselhamento governamental, na agência noticiosa nacional LUSA não se pode escrever a palavra “estagnação” quando se refere à economia nacional.
Este episódio diz tudo sobre a manipulação, a propaganda, a liberdade de expressão, a verdade, a democracia em versão rosa.
Desinformação é poder. Tudo em nome da objectividade, claro.
Nada mais a declarar.
Espero apenas que em 2009 surja algures uma luz para travar este Governo.

domingo, 23 de novembro de 2008

A arte da propaganda rosa

Ontem o Governo voltou a anunciar veículos eléctricos.
Há algumas semanas, tinham anunciado uns pontos de abastecimento para estes veículos (junto ao CCB, na Praça de Londres...).. que estiveram activos apenas no dia da inauguração...
Se a ideia dos veículos eléctricos tem alguns aspectos positivos (e apesar de esquecerem que a electricidade também é feita a partir de combustível...), a forma como o tecno-governo de Sócrates se cola a tudo o que mexe para aparecer é... cansativa. Desde que haja um flash, está lá alguém do governo.

O PÚBLICO de hoje traz em destaque a arte do governo e de Sócrates para o marketing político, e a forma como revolucionou o PS a esse nível. Este destaque abrange também a cerimónias em que este governo é especialista, e como são pagas.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Entre o poder e o carnaval

(actualizado)

Na Cimeira Ibero-Americana, José Sócrates achou por bem deixar de ser primeiro-ministro de Portugal e passar a ser um agente comercial que vende computadores. Mais propriamente, o Magalhães. E mais: Sócrates achou por bem oferecer um Magalhães a cada um dos líderes presentes na cimeira. Um computador infantil para líderes mundiais...

Os minutos em que vi Sócrates, num noticiário, a apresentar a maravilha propagando-tecnológica incomodaram-me. Mais - envergonharam-me!

Só hoje, sábado, é que ouço um partido da oposição referir-se a esta lamentável cena: o Bloco de Esquerda, pela voz de Francisco Louçã. E denunciar, com ironia, que é uma sorte para os portugueses a JP Sá Couto não vender aspiradores ou enciclopédias.

Curioso é lembrar que, ainda ontem, quarta-feira, nas rádios, esta cimeira era apresentada mais ou menos assim: Sócrates vai vender Magalhães; Zapatero vai para fazer com que os outros países escolham Espanha para fazer parte do G 20. É esta a diferença entre propaganda e política. Entre carnaval e poder.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mundos virtuais

Hoje foi dia grande para a propaganda governativa!
O governo em peso foi pelas escolas do país distribuir esse pseudo computador português chamado Magalhães.
Para estes senhores, Portugal resolve-se com propaganda vestida de computadores, de acordos de futuras intenções que depois não têm concretização, e com truques estatísticos.
Com a educação deles, passamos a ter mais aproveitamento. Com os Magalhães havemos de passar a ser o país do mundo com mais PC por aluno.
Claro que há coisas que não vêm com os computadores, como dizia esta noite o Prof. José Tribolet na SIC Notícias: hábitos de trabalho, disciplina, higiene, critérios de selecção da informação (à qual passam a ter acesso, em catadupa, graças a este gadget), capacidade de pensar... Mas também não é isso que se pretende...
Admito que, daqui a uma geração, estes computadores possam vir a revelar-se como úteis para sociedade, pelas competências que fornecem às actuais crianças. Mas antes, convém ensiná-las a estudar, a compreender, a PENSAR.

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Para mais informações sobre esta descoberta de Sócrates, podem consultar:
- Classmatepc
- Portugal Diário
- Wikipedia

quarta-feira, 26 de março de 2008

Porreiro, pá!

Ontem Sócrates garantiu que “a crise orçamental está ultrapassada” e que “o Estado não tem nenhuma razão para pensar que a situação se vai repetir”.

Tirando a parte de ele se considerar “o Estado”... adiante!

Ficamos a saber que o défice público em 2007 ficou-se pelos 2,6% e não pelos previstos 2,9%, se não estou em erro. Um sucesso, claro! Descontando a mentira do alegado défice de 6,1% em 2005... E já para 2008 o défice previsto passou a ser de 2,2%. Bom!

Hoje também Sócrates anuncia mais uma boa notícia (até ver...): a taxa máxima de IVA desce de 21% para 20% (para os mais distraídos, a redução é de 1 ponto percentual, não de 1%… esta seria se descesse 0,21 pontos percentuais. Ou seja, o IVA passaria a ser de 20,79%... complicadinho... Alguém explique isto ao engenheiro de todos nós, sff.)

Será um começo. Quanto mais não seja, da campanha eleitoral.

(Os contorcionismos dos partidos da oposição - todos - para criticar o governo por esta pequena descida é deveras fantástica...!)

Mas gostava de saber se esta redução vai ser real, ou se vai servir para os mesmos truques que os ginásios fizeram no início do ano: a margem de redução não é sentida pelos consumidores, mas transforma-se em lucros dos comerciantes…

Entretanto, é bom saber que Herman José regressa à rádio com “O Tal País”. É já na próxima segunda-feira, na Antena 1. Para já, o nome do programa promete.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A entrevista

Sobre a "entrevista" a Sócrates está tudo dito no Bicho Carpinteiro. Pela pena de alguém de esquerda: Joana Amaral Dias* (para não me acusarem de ser só do contra).
Ele diz que está cheio de energia e mais não-sei-quê no governo de Portugal. E eu acho que sim, que a propaganda socialista está mais descarada.

Portugal?
Vai "porreiro, pá!" (apesar da chuva...)

* OBRIGADO, Dr. Jorge Ferreira pela chamada de atenção. Não tinha reparado... a rectificação já está feita.

domingo, 7 de outubro de 2007

Propaganda governativa? nah...!

Ontem José Sócrates, cidadão que ocupa as funções de Primeiro-ministro de Portugal, achou por bem inaugurar uma empresa privada, de seu nome Pescanova. E falou como se a obra fosse do Governo. Se um cidadão trabalhador convidar o Sr. Engº para inaugurar o seu humilde café numa aldeola qualquer, o Sr. Engº também vai e aproveita para dizer que graças ao seu maravilhoso governo se estão a criar empregos e bla bla bla...?
Adiante.
Hoje foi a Montemor-o-Velho anunciar uma futura inauguração em 2009 de uma tal "plataforma tecnológica".
Assim vamos longe...
Pergunta de algibeira: onde é que está a oposição a criticar isto?! Na cozinha a falar com o capitão Iglo? Bah...!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ainda bem...

Hoje foi um dia feliz para Portugal: Sua Excelência o Governo achou por bem destacar 21 dos seus membros para assinalar o início do ano lectivo.
Tendo em conta que nada disto se tratou - obviamente! - de propaganda, mas sim de prioridades, a única notícia de tão grande equipa foi dada pela Ministra da Educação: a escolaridade obrigatória passa para 12 anos. Finalmente! (critico TODOS os governos que não conseguiram perceber esta coisa óbvia).

Sobre este dia feliz, vale a pena ler Prioridades vs. propaganda. A análise é certeira!
Ainda bem que hoje foi dia de futebol e que a trágica "novela Maddie" ainda domina os noticiários, senão o "momento Chávez" em versão Sócrates seria arrasador.

Acho que as televisões/noticiários deviam trazer incorporado um sistema antivírus contra estes momentos, tal como os computadores já têm contra os ataques, vírus e mais não sei quê, bloqueando-os.

domingo, 5 de agosto de 2007

Apanhado noticioso: "Maddie" e os incêndios

Ontem e hoje voltou à ordem do dia a "pequena Maddie" na televisão nacional. Longos directos lá do aldeamento algarvio de onde a miúda desapareceu/foi raptada/ seja o que for.
E passados mais de três meses (sim, três meses!) eis que se lembram de levar cães especializados no cheiro de cadáver. Será que o apartamento onde o casal malogrado estava ou está não foi limpo desde essa altura, para conservar o "cheiro a cadáver"? Ou a cadeia de hotéis não limpa nada? Ou foi impedida de o fazer pela polícia?
Há pouco ouvi uma jornalista da RTP dizer que o porta-voz da família (uau!) tinha pedido aos jornalistas para não filmarem a ida à missa esta manhã - o que os jornalistas respeitaram escrupulosamente. E que os pais acham que os jornalistas estão a fazer muita especulação sobre o caso.
Um jornalista que faz um directo a dizer isto... porque é que o faz? Porque não tem nenhuma NOTÍCIA a dar. Ponto final.
Tal como este "acompanhamento noticioso" não deve ajudar nada nas investigações: os populares cercam os locais das operações policiais e - não menos importante - as televisões passam cá para fora - e assim para o possível raptor - aquilo que a polícia anda a fazer. Bela ajuda, sim senhor!
É certo que este ano não há incêndios para encher os noticiários, mas estas notícias feitas de nada...
A propósito de incêndios... já repararam como esta ano não há incêndios devido à acção dos meios disponibilizados pelo fantástico Governo?
Ainda bem que a irregularidade do tempo (dois a três dias de calor e depois a temperatura cai 10º ou 15º e chovisca) e a pouca floresta que resta para arder (com o que ardeu nos últimos anos, deve haver já pouca coisa para queimar) nada têm a ver com a redução de incêndios em 2007...

domingo, 15 de abril de 2007

Novas oportunidades. Propaganda

O Governo, no seu ímpeto propagandístico, já anunciou várias vezes um programa destinado a certificar o trabalho que muitos cidadãos já fazem: Iniciativa Novas Oportunidades. Pelo menos, assim foi anunciado.

Segundo escreve o próprio Primeiro-ministro: “A estratégia da Iniciativa Novas Oportunidades tem dois pilares fundamentais. Em primeiro lugar, fazer do ensino profissionalizante de nível secundário uma verdadeira e real opção, dando Oportunidades Novas aos nossos jovens. (…)
O segundo pilar é o de elevar a formação de base dos activos. Dar a todos aqueles que entraram na vida activa com baixos níveis de escolaridade, uma Nova Oportunidade para poderem recuperar, completar e progredir nos seus estudos.”

Propaganda do melhor!
Mas a divulgação desta Iniciativa está ancorada numa campanha ridícula e pateta. Passando a mensagem de que determinadas profissões só têm pessoas desqualificadas. Os cartazes apresentam um Carlos Queiroz que é um “cortador de relva” num estádio de futebol. Porque não estudou. Uma Judite de Sousa que vende jornais num quiosque. Porque não estudou. Um Pedro Abrunhosa que leva as pessoas às salas de cinema. Porque não estudou.

Há algumas perguntas que se impõem:

  1. se 100% da população fosse licenciada, quem faria estas tarefas? Ninguém? Imigrantes? Máquinas?
  2. porque é que há tantos licenciados a trabalhar nas caixas de supermercados e call centers? E a recibos verdes?
  3. quem exerce essas profissões (tão dignas como todas as outras!) é necessariamente desqualificado?
  4. todas estas personalidades participariam numa campanha semelhante se o Governo fosse de outro partido? é a prova de uma sociedade politicamente hemiplégica e ideologicamente controlada...

Eis alguns dos cartazes oficiais…


E o humor que já anda na net, e sobretudo na blogosfera...

terça-feira, 27 de março de 2007

Um ano de Simplex

Faz hoje um ano que foram apresentadas as medidas do Simplex.
E, depois, coisas tão simples como alterar um endereço implicam dar essa informação em dezenas de sítios e serviços administrativos...
Ou ter de possuir prescrição médica das facturas que se apresentam no IRS como despesas de saúde, quando essas mesmas prescrições ficam nas farmácias...
Ou aberrações como a Segurança Social não pagar o subsídio de desemprego a um cidadão pela simples razão de as datas da baixa não serem rigorosamente iguais entre o que consta no ex-empregador e o que está nas bases de dados da Segurança Social... Será que 40 dias deixam de o ser se as datas não forem as mesmas nos dois sítios ou se tiverem sido lançadas, por exemplo, no mês seguinte?

quarta-feira, 21 de março de 2007

Falta de ambição

Depois de ontem o défice de 2006 ter sido fixado em 3,9% em vez de 4,6%, hoje o Governo reviu o valor previsto para este ano. E fixou-o em 3,3%.
Uma completa falta de ambição!
Num ano não se consegue passar de 3,9% para abaixo dos 3%?
É claro que este ano Portugal tem a presidência da União Europeia no segundo semestre, mas isso não é motivo para não continuar a reduzir o défice.
Ou não será a preparação de mais uma manobra de propaganda, para no início de 2008 anunciar que afinal o défice ficou abaixo do previsto, e que o Governo é fantástico? E aliar isso a uma descida de impostos, que aponta para as eleições legislativas do ano seguinte?