domingo, 5 de agosto de 2007

Apanhado noticioso: "Maddie" e os incêndios

Ontem e hoje voltou à ordem do dia a "pequena Maddie" na televisão nacional. Longos directos lá do aldeamento algarvio de onde a miúda desapareceu/foi raptada/ seja o que for.
E passados mais de três meses (sim, três meses!) eis que se lembram de levar cães especializados no cheiro de cadáver. Será que o apartamento onde o casal malogrado estava ou está não foi limpo desde essa altura, para conservar o "cheiro a cadáver"? Ou a cadeia de hotéis não limpa nada? Ou foi impedida de o fazer pela polícia?
Há pouco ouvi uma jornalista da RTP dizer que o porta-voz da família (uau!) tinha pedido aos jornalistas para não filmarem a ida à missa esta manhã - o que os jornalistas respeitaram escrupulosamente. E que os pais acham que os jornalistas estão a fazer muita especulação sobre o caso.
Um jornalista que faz um directo a dizer isto... porque é que o faz? Porque não tem nenhuma NOTÍCIA a dar. Ponto final.
Tal como este "acompanhamento noticioso" não deve ajudar nada nas investigações: os populares cercam os locais das operações policiais e - não menos importante - as televisões passam cá para fora - e assim para o possível raptor - aquilo que a polícia anda a fazer. Bela ajuda, sim senhor!
É certo que este ano não há incêndios para encher os noticiários, mas estas notícias feitas de nada...
A propósito de incêndios... já repararam como esta ano não há incêndios devido à acção dos meios disponibilizados pelo fantástico Governo?
Ainda bem que a irregularidade do tempo (dois a três dias de calor e depois a temperatura cai 10º ou 15º e chovisca) e a pouca floresta que resta para arder (com o que ardeu nos últimos anos, deve haver já pouca coisa para queimar) nada têm a ver com a redução de incêndios em 2007...

1 comentário:

Cris disse...

Apreciei particularmente a ironia sobre a (falta de) notícias dos incêndios... Eu sou socialista mas não pude deixar de sorrir... É um mérito um pouco exagerado, nisso concordo plenamente. Queria ver como era se o tempo não ajudasse, e se metade da nossa floresta já não tivesse ardido.