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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tolerância de ponto?!


O despacho assinado por Alberto João Jardim determina a dispensa ao serviço, a partir das 14h de amanhã, dos trabalhadores dos serviços públicos e dos institutos e empresas públicas sob tutela do Governo Regional. A ‘tolerância’ é dada para “permitir aos mesmos assistirem, pessoalmente ou através dos meios de comunicação social”, ao acto solene marcado para as 17h, na Assembleia Legislativa da Madeira, com transmissão em directo pelo centro regional da RTP. A dispensa não abrange os serviços que, pela sua natureza, tenham de manter-se em actividade, casos das escolas e unidades de saúde."

Com a situação em que o país - e a região - está, há tolerância de ponto?
Está tudo louco?

domingo, 21 de agosto de 2011

Da importância das palavras


Pedro Correia, no Corta-fitas:
"Um grupo de manifestantes que protestasse nas ruas de Madrid ou de qualquer outra capital europeia contra a visita de um dirigente espiritual islâmico seria logo rotulado de "antimuçulmano". Os participantes nessa manifestação ganhariam de imediato o epíteto de "islamófobos" e não faltaria quem sublinhasse a necessidade de combater ódios religiosos em nome da liberdade de crença e do respeito pela fé alheia.
Tudo muda quando esse dirigente espiritual é o Papa. Os manifestantes passam a ser "laicos", nenhum deles é descrito como anticatólico e muito menos como vaticanófobo. Os gritos de "Papa nazi", "assassinos", "ignorantes", "pedófilos" e "filhos da puta" com que nestes dias alguns destes "laicos" têm brindado centenas de milhares de jovens católicos inserem-se na naturalíssima liberdade de manifestação que justifica aplauso dos mesmos que se indignariam com uma ruidosa reunião de "islamófobos".
Isto deve fazer-nos reflectir sobre a importância das palavras no espaço comunicacional. Nenhuma delas é neutra, nenhuma delas é irrelevante: todas nos chegam carregadas de ideologia. Compete ao bom jornalismo evitar as armadilhas da linguagem que estabelecem dois pesos e duas medidas para situações similares. Porque o preconceito ataca quando menos se espera. Sobretudo o preconceito daqueles que se proclamam livres de preconceitos."

domingo, 11 de outubro de 2009

Viver a democracia

Há coisas que me ultrapassam na forma como se vive a política em democracia: os confrontos físicos e os assassinatos (como aconteceu esta manhã em Ermelo, Mondim de Basto). Pura e simplesmente não fazem sentido!
Por demonstrarem intolerância face a quem pensa diferentemente de nós.
Em democracia a luta é apenas verbal. Só pode existir debate, confronto de argumentos. A violência não pode ter lugar. Porque a liberdade implica o direito à diferença, o direito à manifestação, o direito a pensar de outra forma. E o dever de respeitar o outro que não pensa como nós.

Isto vale para o que aconteceu esta manhã em Mondim de Basto, como vale para alguns episódios ocorridos nas últimas semanas na Madeira, como vale para alguns comportamentos anti-democráticos ocorridos nos últimos quatro anos em Portugal.

Eu não gosto do BE, acho que é um partido extremamente perigoso, mas não vou andar por aí a eliminar os seus dirigentes, militantes e simpatizantes.
As ideias combatem-se com ideias e com o voto.
É isso a democracia.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Inadmissível em democracia

Vital Moreira, integrando uma delegação do PS na manifestação da CGTP, foi insultado e agredido no Martim Moniz.
Isto é vergonhoso e degradante para a nossa democracia, por muitos defeitos que ela tenha. Absolutamente inadmissível em democracia. Sistema no qual o respeito pelos adversários (e não inimigos) políticos é uma pedra de toque.
Podemos discordar das posições de Vital Moreira e do PS, mas ninguém tem o direito de agredir devido a essa divergência de opinião.
À excepção do PCP, todos os outros partidos, pela voz dos respectivos cabeças-de-lista às europeias, condenaram estes actos.
Há quem não saiba o que é democracia. E o que ela implica.

Indo à notícia no Público, os comentários de muitos leitores são vergonhosos.

Inadmissível também a brincadeira de muito mau gosto com a UGT: uma ameaça de bomba.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Humor religioso e polémico

Autocarros com esta campanha circulam em Londres, Madrid e Barcelona. Trata-se de uma campanha promovida por alguns grupos de ateus.
Claramente a ideia é chocar. Mas não deixa de ser interessante observar este facto: a liberdade e tolerância em que a campanha é promovida (ao contrário do que acontece com outras religiões), sem ameaças, apesar da polémica.
Em tempos de crise, o humor pode salvar.


O slogan é
«provavelmente Deus não existe. Pára de te preocupar e desfruta a vida».

Causaria a mesma polémica se em vez de "Deus" estivesse um ambíguo "paraíso"?

Notícia no SOL

sábado, 11 de outubro de 2008

Tolerâncias


"I disapprove of what you say, but I will defend to the death your right to say it"

Evelyn Beatrice Hall.

A propósito de acontecimentos recentes:
- a retirada do cartaz do PNR colocado em Entrecampos, no qual uma ovelha branca expulsava uma ovelha negra;
- a votação condicionada do casamento para os homossexuais.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Intolerâncias travestidas

Há coisas no mundo, e na nossa Europa, que me arrepiam.
O fundamentalismo racionalista e o dogmatismo científico que predominam na Europa voltaram a fazer das suas. O Papa não pôde ir falar a uma universidade porque há 18 anos disse uma frase que não agradou aos universitários (ver texto abaixo de JM Fernandes e detalhes aqui). Vai daí, coloca-se o dito centro de saber ao serviço do obscurantismo e da falta de abertura ao Mundo. Assim vai a Europa dos nossos dias ...
O papel da sapienza e da honestidade no debate intelectual
in Público, 17.01.2008, José Manuel Fernandes
Quando se fecham a Bento XVI as portas de uma universidade, impedindo-o de falar, é sinal de que alguns praticam tudo o que no passado criticaram à Igreja. E ainda se orgulham disso...
O tempo dá por vezes razão aos que parecem não a ter mais depressa do que os próprios se atreveriam a esperar. Há uma semana, nas páginas do PÚBLICO, Rui Tavares atacava Vasco Pulido Valente por este ter sugerido, na sua expressão, que "a Igreja é capaz de ter de viver novos tempos de clandestinidade". O que era obviamente ridículo. E impensável.
Nem uma semana passou sobre esse texto e acabamos de assistir não à "passagem à clandestinidade", mas a algo igualmente impensável: em Roma, na sua prestigiosa Universidade, crismada "La Sapienza" (A Sabedoria), um grupo de professores mobilizou um protesto que conseguiu levar o Papa Bento XVI a declinar o convite para falar na sessão inaugural do ano lectivo. Porquê? Porque consideraram que o convite a um dos grandes intelectuais europeus da actualidade - uma qualidade que só por cegueira se pode negar ao antigo cardeal Ratzinger - era "incongruente" com a laicidade da universidade. Ou seja, um cidadão de Roma e do mundo, um bispo que se distinguir como académico, viu serem-lhe barradas as portas do que devia ser um templo da ciência em nome de um princípio sectário e de um preconceito que levou um grupo de cientistas a deturparem o que tinha dito num passado já longínquo. Na sua arrogância consideraram mesmo o homem que manteve uma polémica aberta e elevada com Habermas como sendo "intelectualmente inconsistente".
Ernesto Galli della Loggia, editorialista do Corriere de la Sera, ele mesmo um defensor dos princípios da laicidade, escrevia ontem que o gesto dos professores, poucos mas com responsabilidades, traduzia "uma laicidade oportunista, alimentada por um cientismo patético, arrogante na sua radicalidade cega". Uma laicidade que não hesitou em seguir o mesmo caminho dos islamitas radicais que tresleram o famoso discurso de Ratisbona, deturpando-o e descontextualizando-o, para atacarem Bento XVI. E Giorgio Israel, um professor de História da Matemática que se distanciou dos seus colegas, explicou que estes tinham construído o seu caso a partir de "estilhaços de um discurso" realizado pelo então cardeal Ratzinger em Parma há 18 anos. O processo foi muito semelhante ao de Ratisbona: em vez de notarem que o Papa citava outrem para a seguir marcar as suas distâncias, pegaram nas palavras do autor citado - em Parma o filósofo das ciências Paul K. Feyerabend - para, atribuindo-as a Bento XVI, considerarem que este dava razão à Igreja na sua querela com Galileu. O sentido do discurso de Parma, prosseguia o mesmo Giorgio Israel, era exactamente o contrário da caricatura que esteve na origem do protesto: afirmar que "a fé não cresce a partir do ressentimento e da recusa da modernidade".
Mas que universidade é esta, que cidade é esta, que Europa é esta, que fecha as portas a alguém como Bento XVI, para mais com base numa manipulação? Não é seguramente a que celebra não apenas a tolerância, mas a divergência, a discussão em busca da verdade. E que por isso não aceitou sequer ouvir o que o bispo de Roma lhe tinha para dizer. E que já sabemos o que era, pois o Vaticano já divulgou o discurso.
Como este Papa nos tem habituado, era, é, um grande texto, uma extraordinária aula onde o teólogo e o professor, unidos num só, discorrem sobre o papel da Igreja e o da universidade, que, "na sua liberdade face a qualquer autoridade política e eclesiástica, encontra a sua vocação particular, essencial para a sociedade moderna", a qual necessita de instituições autónomas de interesses ou lealdades particulares, antes dedicadas à "busca da verdade".
Evoluindo entre referências modernas (John Ralls e Habermas) e clássicas (com destaque para o "pouco devoto" Sócrates, que elogia e defende), socorrendo-se de Santo Agostinho e S. Tomás de Aquino, Bento XVI escreveu um texto que, devemos admiti-lo, seria uma afronta para os seus detractores. Por possuir a abertura e a universalidade que são o oposto do seu sectarismo anticlerical. Por defender que "o perigo do mundo ocidental é que o homem, obcecado pela grandeza do seu saber e do seu poder, esqueça o problema da verdade. E isto significa que a razão, no fim do dia, acabará por se vergar às pressões dos interesses e do utilitarismo, perdendo a capacidade de reconhecer a verdade como critério único".
E alcançar a verdade implica questionar - mas não ignorar - as certezas de hoje. E um Papa, na universidade, não vem para "impor a fé de cima, pois esta é antes do mais um dom da liberdade".
No tribunal de "La Sapienza" foi um Papa que quiseram colocar no lugar de Galileu, e foram cientistas que fizaram o papel do acusador de então, o cardeal Roberto Bellarmino, porventura mostrando ainda menos compaixão.
Mas nisso, infelizmente, não andam sozinhos. Já repararam como, entre nós, vai por aí um debate sobre Pacheco Pereira e Vasco Pulido Valente terem chamado "fascista" a Sócrates, o que nenhum deles chamou. Como, de resto, nem o próprio António Barreto chamou, pois o seu raciocínio completo é: "Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições."Como é mais sexy discutir o "fascismo", ilude-se o que o próprio autor considera ser "o importante" - o que é mais depressa chicana política do que debate intelectual, perdoe-se esta franqueza, que só pode ser tomada pelo que é: um desafio a recusar o mau exemplo de "La Sapienza".

domingo, 11 de novembro de 2007

Viva Espanha!

Aqui as primeiras declarações de Chávez.
A Cimeira Ibero-Americana foi marcada por Hugo Chávez. No seu melhor – o mesmo é dizer no seu pior. O homem não tem emenda!
Desta vez achou por bem chamar “fascista” a José Maria Aznar, ex-chefe de governo espanhol, entre outros disparates. E teve uma digna resposta da parte dos representantes espanhóis: Zapatero (que não aprecio particularmente), educadamente, exigiu respeito por alguém que foi eleito pelo povo espanhol. Já o rei Juan Carlos mandou Chávez calar-se. E abandonou a sala quando Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, voltou a ofender Aznar.

Tenho lido a notícia deste episódio nos sites de vári
os jornais nacionais, e os comentários que alguns leitores deixam são, no mínimo, idiotas. Com aquele discurso de que a Espanha é colonialista e afins.
Os jornais espanhóis, e bem, puseram-se ao lado de Zapatero e do seu rei. Apenas me parece errado o facto de o Partido Popular criticar Zapatero neste momento.

Curioso é verificar que, se um discurso semelhante tivesse sido feito por um líder de direita, já haveria protestos em meio mundo contra a opressão, o fascismo, a limitação à liberdade e mais não sei quê. Mas como se trata de Chávez, um ditador que alguns ainda pintam com tintas de romantismo e idealismo, nada se passa. Um presidente que se quer eternizar na Venezuela, que limita a liberdade, que quer acabar com a propriedade privada, que persegue a oposição, que fecha canais de televisão que não são do seu rebanho… Mas alguma esquerda é assim, enche a boca com liberdade, tolerância e povo, mas está muito longe disso.
Como diziam alguns comentários a estes vídeos, "viva el Rey y viva España!"

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Tolerâncias

Salman Rushdie, autor de Os Versículos Satânicos, foi feito cavaleiro pela rainha de Inglaterra. E a reacção dos islamo-fascistas não se fez esperar. Até ao nível de ministro. Ver opinião de Francisco José Viegas, n'A Origem das Espécies.
Sobre tolerâncias estamos conversados...