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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Efeito dominó

No Público de hoje, um interessante resumo dos países que já tombaram face à crise:


Depois destes, parece que já se apresentou o seguinte: Chipre, que pedirá ajuda até final do mês.


Entretanto, António José Seguro delira por terras lusas: "exigiu hoje ao primeiro-ministro que ponha fim ao "tabu" e esclareça os portugueses sobre quais são as condições exigidas a Madrid pela assistência financeira destinada à recapitalização da banca espanhola."
Há ali uma sinapse qualquer a impedi-lo de distinguir o primeiro-ministro português do espanhol...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Portugal: socorro!



É oficial: o governo anunciou o pedido de ajuda à Comissão Europeia.
Lançando a responsabilidade desta situação para os outros (até porque todos sabem que o Governo nos últimos anos foi constituído pelos “outros”…), Sócrates lá assumiu a sua máscara de responsável e disse que “Não tomar essa decisão acarretaria riscos que o país não deve correr”. E ainda: “Espero que a negociação deste pedido de ajuda tenha os menores custos possíveis para os portugueses”.
Falo em máscara por ter falado como líder do PS, à caça de votos, e não como primeiro-ministro de um país. Esteve mal.
Depois de ter criado toda esta situação, ainda se assume como o D. Sebastião que vai salvar o país deste descalabro, acusando os outros de serem os seus causadores.
E ainda teve a desfaçatez de dizer que a subida dos juros se deveu à rejeição do PEC. Foi?
Então os juros só subiram nos últimos 15 dias?! O mundo muda muito em apenas 15 dias para os lados socialistas...
Os juros sobem há meses devido a um motivo: falta de credibilidade nas medidas apresentadas. 
Não é a apresentar PEC após PEC que se tranquiliza mercados.

Assim seja. E sirva para resolver de facto os nossos problemas. Com um pozinho: o país precisa de crescer.

Ontem vi num canal qualquer que a receita tinha subido 10%, e a despesa também tinha subido 3,5%.
Não é possível. Assim não vamos lá.
Apesar de sugar recursos do país, o Estado ainda permite que as despesas cresçam nesta maneira. Deviam estar a descer em força.

sábado, 2 de outubro de 2010

Blogosferando - 32

1 - No Corta-fitas:
"A SicNotícias, que aos 6 minutos do seu jornal das 21 de hoje já elegera o jogo do Porto como tema do dia, convidou, depois, para comentador das tristes medidas do governo o líder da CGTP, Carvalho e Silva. Criticando Sócrates, mas de acordo com Sócrates, Carvalho e Silva lá foi explicando às massas os rudimentos do seu marxismo para néscios. Segundo ele (e segundo Sócrates) o que se passa é que há um ataque de especulação financeira nos mercados externos. Ou seja, segundo Silva, como segundo Sousa, é a desconfiança que provoca a incompetência, e não a incompetência que provoca a desconfiança." 

Comecemos por aí: nem pudor, nem decência, nem tento na língua. A história de uma geração que pensa que tudo o que está no país pertence ao Estado – e que tudo o que depende do Estado deles depende.
«O povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre.»
António de Almeida Santos
Presidente do Partido Socialista.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O apertão

Após as reuniões do PR com os vários partidos com assento parlamentar, o Governo apresentou apresentou as linhas do OE. As linhas para voltar a pôr as contas públicas nos carris. 
Não é bonito. Não vai ser fácil.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Carros à velocidade da luz

As notícias dos últimos dias, e sobretudo de ontem e hoje, em Portugal são assustadoras.
No entanto, hoje há este título no Público: Vendas de automóveis descem na UE mas sobem em Portugal.
E continua: "Entre os 27 Estados-membros analisados (de fora ficam Malta e Chipre, onde não há dados disponíveis), Portugal foi um dos poucos a contrariarem esta descida. Nos primeiros oito meses, as vendas no mercado português subiram 46,4 por cento em termos homólogos. Só em Agosto, aumentaram 13,6 por cento, depois de terem subido 18,2 por cento em Julho."

Só se pode concluir uma de duas coisas: ou este é um país em delírio, ou compraram os carros para fugir mais rápido daqui para fora...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Descobrindo a roda...

“Sem crescimento, os problemas da dívida serão mais difíceis de resolver”, afirmou o director do FMI (Dominique Strauss-Kahn), sublinhando que será igualmente “essencial encorajar as reformas para apoiar este crescimento”. (Público)

terça-feira, 1 de junho de 2010

"Segure o seu emprego, seja solidário: a nação precisa de si."

(eu fazia uma rectificação: em vez de "nação", escrevia "Estado"...)

In Corta-fitas

terça-feira, 11 de maio de 2010

Resolver o problema pelo lado errado

Em vez de se cortar na despesa (de facto, e não em versão propaganda), vai-se ao bolso de quem paga.

No PÚBLICO:

"Nova subida de IVA e tributação extraordinária do subsídio de Natal de toda a população, duas medidas ponderadas pelo Governo para garantir o novo objectivo do défice, têm o potencial para, este ano, gerar uma receita adicional para o Estado de mais de 3000 milhões de euros

Para cumprir a promessa feita aos parceiros europeus no fim-de-semana de colocar o défice em 7,3 por cento já este ano (o valor que estava previsto era de 8,3 por cento), o Governo precisa de encontrar, até Dezembro, poupanças ou receitas adicionais de cerca de 1700 milhões de euros. Para garantir uma verba desta magnitude em tão curto espaço de tempo - e sabendo que o adiamento das grandes obras públicas gera uma poupança irrisória no curto prazo - o executivo está a virar-se para medidas de efeito mais imediato e garantido.

A subida dos impostos indirectos, como o IVA, é a hipótese mais óbvia, mas em cima da mesa está também um cenário de tributação extraordinária do subsídio de Natal, tanto no sector privado como público. Ontem, o Diário Económico escrevia que eram estas duas medidas que estavam a ser pensadas pelo Governo e discutidas com o PSD. O potencial de receita deste tipo de medidas é bastante elevado, superando claramente o ponto percentual do PIB que é necessário para corrigir o défice este ano. Com a subida do IVA, os responsáveis do Ministério das Finanças têm, no passado recente, esperado uma receita média anual de 500 milhões de euros por cada ponto percentual de subida da taxa. Caso fosse aplicada a partir de Julho próximo, o Estado poderia arrecadar entre 225 e 250 milhões de euros por cada ponto de subida. Sabendo que uma alteração não deverá ir nunca além dos dois pontos percentuais - para 22 por cento -, o ganho potencial com esta medida este ano é de cerca de 500 milhões de euros.

Já um imposto extraordinário sobre o 13.º mês tem uma receita potencial bem superior, embora dependente da taxa a aplicar. A estimativa do PÚBLICO é a de que, caso esse imposto correspondesse à totalidade do ordenado, o Estado arrecadaria entre 2300 e 2400 milhões de euros. O valor pode ser calculado com base nas estatísticas da Segurança Social. O 13.º mês antes de impostos corresponderá a 2690 milhões de euros. O Estado já retira a sua parte com o IRS (a taxa média de IRS foi de 16,5 por cento - 440 milhões de euros), ou seja, a receita adicional efectiva seria de cerca de 2250 milhões de euros. Claro que o Governo pode optar por taxar apenas uma parte do valor do subsídio de Natal - em 1983, foi cerca de um quarto."


Entretanto...

Mário Soares: "Sem a terceira ponte [a linha do TGV entre Poceirão e Caia] passou a ser uma obra que não faz sentido" (in 'Diário de Notícias', via Corta-fitas).

Ora bem, cá está uma coisa óbvia da qual eu já tinha falado. A não ser que o TGV, ao aproximar-se de Lisboa, ganhe asas ou se torne anfíbio...

sábado, 8 de maio de 2010

Nudge...*

No Público:

"O primeiro-ministro anunciou o adiamento dos investimentos públicos “que ainda não estão adjudicados” como o aeroporto de Lisboa e Terceira Travessia do Tejo, de modo a acelerar a consolidação das finanças públicas.

Graças a este adiamento, o país deverá poder reduzir o défice orçamental português para 7,3 por cento do PIB este ano (contra 9,4 por cento em 2009) em vez dos 8,3 por cento que estão previstos no programa de estabilidade e crescimento, explicou.

O anúncio de José Sócrates foi feito no final de uma cimeira de líderes dos Dezasseis membros da zona euro reunida de emergência para enfrentar a grave crise da dívida que começou na Grécia e está a alastrar por vários outros países, incluindo Portugal, Espanha e Itália, e que põe em risco a sobrevivência do euro.

Todos os países com défices elevados foram forçados a dar passos concretos de aceleração da consolidação orçamental para convencer os mercados financeiros da seriedade com que os respectivos governos estão a atacar o desequilíbrio das contas públicas, esperando com isso dissuadir os ataques especulativos dos últimos dias.

No caso português os adiamentos potenciais visam “todos os investimentos que não foram ainda adjudicados, como é o caso por exemplo da terceira via, como é o caso do aeroporto, para que os possamos lançar num momento em que a estabilização financeira regresse aos mercados e possa haver maiores garantias de financiamento para que essas obras se possam desenvolver”, afirmou o primeiro ministro aos jornalistas.

Em contrapartida, “todas [as obras] que foram já financiadas, e que estão adjudicadas, essas devem continuar”, prosseguiu, frisando: “não seria razoável que o governo lançasse concursos para os quais pode haver dificuldades no seu financiamento. É preciso esperar por boas condições de mercado”.

Apesar disso, Sócrates nega que tenha mudado de opinião. “Não, não mudei de opinião, essas continuam a ser absolutamente indispensáveis à modernização do país. O que acho é que é razoável esperar para que a situação financeira estabilize por forma a poder lançá-las”."

(Os sublinhados são meus)

Já agora, o Engº podia incluir neste pacto o seu querido TGV, que vai adjudicar hoje.
Ainda ninguém me convenceu de que o TGV vai servir para transportar mais do que moscas. E vai ser pago a peso de ouro por todos nós.

* empurrãozinho.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Miopias

"PS considera prematuro assumir cortes nos investimentos público" (Público)

Estes senhores ainda não perceberam que, para pôr isto em ordem, a solução de subida da receita já não serve?
A solução tem de ser cortar em luxos. O país não precisa de TGVs, novos aeroportos, autoestradas, e uma série de carnavais que só gastam recursos.

Como Portugal caiu no buraco

"Gastámos fortunas em estádios de futebol, pagámos subsídios para os pescadores destruírem os seus barcos e pedimos 34 milhões de euros por dia em empréstimos. Agora, o que produzimos nem sequer chega para pagar as dívidas.
(...)
Em 1996, Portugal devia 11% do que produzia ao estrangeiro e crescia 4,3€. No fim de 2009, não só o que Portugal devia ao estrangeiro ultrapassava o que conseguia produzir num ano - 110% -, como não crescia. A economia encolheu 2,7%." (Sábado)

Basicamente, o que nos levou a esta situação, aliado a governos incompetentes, foi:
- endividamento;
- falta de crescimento económico;
- baixa produtividade.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Plano inclinado

A agência de notação baixou o rating da República portuguesa em dois níveis, de A+ Para A-.

De acordo com a Standard & Poor’s (S&P), esta revisão em baixa justifica-se com “as fraquezas estruturais económicas e fiscais” que, na opinião da agência, deixam a República portuguesa “numa posição frágil para lidar com a deterioração significativa das suas finanças públicas e as perspectivas de crescimento económicos ténues no médio prazo”. (Público)

Acho muito bem o encontro, amanhã, entre Passos Coelho e José Sócrates a propósito deste "ataque especulativo". Sendo um primeiro-ministro e o outro eventual primeiro-ministro, acho que devem concertar posições, acordar medidas, demonstrar entendimento e partilha do caminho que - infelizmente - teremos de seguir.

De qualquer forma, isto não é um problema do Estado, do governo - isto é um problema dos cidadãos portugueses, que nos afecta a todos.

Aproveito para remeter para este texto do Prof. Nogueira Leite, no Albergue Espanhol.
Sendo a UE uma União Económica e Monetária, o ataque a um dos países é um ataque ao conjunto.
E lembro que há analistas a defender que toda este ataque a alguns países (sem dúvida prevaricadores nas suas contas públicas!) é uma forma de atingir o €uro, pois foi uma moeda que se impôs ao dólar em muitos mercados. E isso é uma chatice.


Por outro lado, temos esta análise no Corta-fitas, pela mão de Carlos Santos.

Ambas as perspectivas são verdadeiras.
Ambas vamos ser nós a pagá-las.

Endossadas pelos governos socialistas que nos meteram nisto. Agradecemos todos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

"Portugal corre risco de falência económica"

No Diário Económico:

Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI, considera que Portugal, tal como a Grécia, "corre risco de falência económica" e é hoje um país mais arriscado que a Argentina falida de 2001.

"O próximo no radar é Portugal. Este país só não está no centro das atenções porque a Grécia caiu numa espiral descendente. Mas estão ambos perto de falência económica e parecem hoje bem mais arriscados do que a Argentina quando entrou em incumprimento, em 2001"
, lê-se num artigo assinado em conjunto por Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI, e Peter Boone, do ‘Center for Economic Performance' do London School of Economics.


Para estes dois especialistas "nem os líderes da Grécia nem os de Portugal estão preparados para impor as políticas necessárias" e, no caso português, "não se está sequer a discutir cortes sérios". Certos de que as políticas projectadas são insuficientes, Simon Johnson e Peter Boone antecipam que "Portugal e Grécia vão ter níveis de desemprego elevadíssimos nos próximos anos" e afirmam que "Portugal está esperançado que poderá sair desta situação pelo crescimento, mas isso só poderia acontecer com um extraordinário boom económico".

"Tenhamos dó dos políticos portugueses mais ponderados quando dizem que a probidade orçamental exige apertar o cinto mais cedo (...) Os políticos portugueses nada podem fazer senão esperar que a situação vá piorando para depois pedirem ajuda externa", declaram.

Porque falhou Portugal

Tal como a Grécia, Portugal entrou numa espiral de dívida insustentável, defendem os autores.
"Portugal gastou demasiado durante os últimos anos, com a dívida pública a atingir os 78% do PIB em 2009 (comparando com 114% na Grécia e os 62% da Argentina, quando entrou em incumprimento). Esta dívida tem sido financiada sobretudo por investimento estrangeiro e, tal como a Grécia, em vez de pagar os juros desses títulos, Portugal optou por, ano após ano, refinanciar a sua dívida", sustentam.

"Em 2012, o rácio dívida pública/PIB português deverá atingir 108% se o país atingir as suas metas de corte do défice. Chegar-se-á no entanto a um ponto em que os mercados financeiros vão simplesmente recusar-se a financiar este esquema Ponzi", concluem.


Depois de descreverem a situação portuguesa, Johnson e Boone acusam as agências de ‘rating' de terem medo de "tocar em Portugal".


"Hoje, e apesar dos perigos evidentes e dos elevados níveis de dívida, as três grandes agências de ‘rating' estão certamente assustadas em dar o passo de declarar a dívida grega como ‘junk'. Têm também um receio parecido em tocar em Portugal", lê-se no texto.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O défice em perspectiva

"A agência de notação de risco Fitch Ratings decidiu hoje baixar o rating das emissões de dívida de bancos portugueses feitas com recurso a garantia estatal, na sequência da revisão em baixa do rating de Portugal." (Público)

Ainda ontem ouvia, na TVI, Peres Metelo comentar qualquer coisa como isto: é um facto que os partidos da oposição não têm de votar favoravelmente a resolução sobre o PEC que o Governo lhes quer submeter. Mas também é um facto que isso terá uma leitura por parte das agências de notação: será que isto o PEC português é credível e tem continuidade se o governo mudar?
Esta análise não me alegra, mas é real. Por mais que ache que o PEC do governo não apresenta soluções consistentes.

Uma outra análise, julgo que da Helena Garrido, esta noite da SIC-N, também punha o dedo na ferida: estas agências pediram aos Estados para aumentarem os défices para segurarem os bancos no pico da crise financeira, mas agora exigem a esses mesmos Estados que diminuam brutalmente esses défices. Quando é para eles, não há problema. Quando já não precisam, amanhem-se.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Para grandes males...

Merkel defende expulsão da zona euro de países que não cumpram as condições

A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu hoje que um país europeu seja obrigado, em último recurso, a sair da zona euro se, “repetidamente, não cumprir as condições” necessárias para se manter na moeda única
“Se um país membro da zona euro, no limite, não conseguir consolidar o seu orçamento ou restaurar a sua competitividade, este país, deve, como solução de último recurso, sair da zona euro, embora mantendo-se como membro da União Europeia”, escreve o ministro das Finanças (alemão), num artigo em que é analisada a situação das finanças públicas gregas. (Público)

quinta-feira, 4 de março de 2010

E vender políticos incompetentes?

Alemães sugerem que Grécia deve vender as ilhas para pagar a dívida

Dois políticos alemães de direita defenderam hoje que a Grécia deverá colocar à venda terra, edifícios históricos e obras de arte para reduzir a défice. O conselho, sugerido numa entrevista ao jornal “Bild”, poderá agravar ainda mais as tensões entre os dois países
“Aqueles que se encontram em processo de insolvência têm de vender tudo o que têm para pagar aos seus credores”, argumentou Josef Schlarmann, membro do partido de Angela Merkel. “A Grécia tem edifícios, empresas e ilhas não habitadas, que podiam ser usadas para amortizar a dívida”, disse. “Se tivermos de ajudar a Grécia com milhões de euros, eles têm de nos dar algo em troca – por exemplo algumas das suas maravilhosas ilhas. O lema: vocês recebem carvão. Nós, Corfu”, acrescentou ainda.
A Grécia tem 3054 ilhas, das quais apenas 87 são habitadas, um potencial mercado de luxo que para os alemães já existe.(jornal I)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Solução? Alguém que pague...

Hoje veio a público mais um conjunto de recomendações do FMI... Será um pouco abusivo, mas copio integralmente o texto no jornal I:

"O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a redução do défice orçamental português para 3% do PIB até 2013 é de tal forma prioritária e difícil que implicará subidas nos impostos, aponta um documento publicado ontem pela instituição. Este é a segunda recomendação pública de que um aumento na carga fiscal será inevitável, depois do aviso feito há dez dias pelo governador do Banco de Portugal.

"A necessidade de consolidação é suficientemente grande para que se deva considerar também a melhoria da receita", aponta o documento ontem publicado, que precede o relatório anual sobre a economia portuguesa (o chamado artigo IV). A equipa do FMI que segue Portugal esteve no país entre 16 e 21 de Novembro e reuniu com o Ministério das Finanças e o Banco de Portugal.

Para aumentar a receita - uma vez que os cortes da despesa serão insuficientes para corrigir as finanças nacionais -, o FMI sugere que o governo se foque primeiro na redução das deduções fiscais, sem especificar em que impostos. No ano passado, as deduções fiscais custaram um total de 1,28 mil milhões de euros aos cofres públicos, com as receitas do IRC, do IRS e do imposto sobre os combustíveis (ISP) a serem as mais penalizadas. O FMI avança ainda outra medida: subir o imposto que mais rende ao Estado, o IVA. "Subir a taxa de IVA, mesmo que seja indesejável em termos gerais, deveria ser uma opção se as outras medidas ficarem aquém", propõe.

As recomendações do Fundo - assim como as do governador Vítor Constâncio (ver cronologia ao lado) - vão ao encontro da história das finanças públicas portuguesas nos últimos 25 anos: sempre que o défice orçamental e a despesa pública aumentaram, a carga fiscal subiu para compensar. Em 2009, o défice "não vai ficar abaixo de 8%" (o mais alto em 24 anos), indicou ontem o ministro das Finanças, no debate parlamentar sobre o Orçamento rectificativo. Contudo, Teixeira dos Santos continua a afirmar que, quando os riscos que pendem sobre a economia desaparecerem e Portugal voltar a um crescimento sustentado, "regressaremos ao caminho da consolidação orçamental". "Essa consolidação exigirá um grande controlo e disciplina do lado da despesa - recusamos a via do aumento de impostos", garantiu.

Para o FMI (tal como para o Banco de Portugal) o problema, contudo, está precisamente neste desejado regresso ao "crescimento sustentado" referido pelo governo. Depois da contracção próxima de 3% este ano, a economia deverá crescer apenas 0,5% em 2010, "e a perspectiva é pouco melhor no longo prazo", aponta o Fundo. Por isso, sem medidas adicionais, o défice poderá aumentar no próximo ano e chegar a 2013 (o prazo dado pela Comissão Europeia) entre 5% e 6% do PIB - valores acima do limite de 3% e que, mesmo assim, implicariam um apertar do cinto, aponta o FMI.

O Fundo sugere que o esforço de consolidação seja menor em 2010, devido à fragilidade da retoma da economia - mas mesmo assim aponta que "o défice não deveria aumentar" no próximo ano, o que implicaria já "um aperto de pelo menos 0,5 pontos do PIB" no desequilíbrio. Para tal, sublinha o FMI, serão sobretudo precisas medidas do lado da despesa .

Com desemprego já acima de 10% e com tendência a subir até 2011, o FMI explica por que considera que reduzir o défice - mesmo à custa de mais impostos - é uma prioridade. "Se bem feita [a consolidação], ajudaria a reduzir as vulnerabilidades da economia, a melhorar a confiança e a um impulso no potencial de crescimento no longo prazo". O resto terá de ser feito por reformas estruturais - na justiça, na educação, na concorrência e regulação - que precisam de duas condições, explica o Fundo: "Uma base de apoio ampla e uma liderança determinada ao longo de muitos anos".

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A crise não acabou, pois não...

«Um ano depois do colapso do banco de investimento norte-americano (Lehman Brothers), Alan Greenspan deixa o aviso: "A crise vai voltar a repetir-se embora em moldes diferentes."
Num diagnósticos à situação, Greenspan diz que a crise foi alavancada pelo crédito hipotecário de alto risco, acrescentando que qualquer outro factor poderia ter funcionado como catalizador. Se não fossem os activos tóxicos, "mais cedo ou mais tarde" qualquer outra coisa teria servido de gatilho para a crise, assegura Greenspan.» (Jornal I)

Eu não percebo nada de economia e finanças, mas acho que a crise não foi ultrapassada em lado nenhum. A única coisa que se fez foi deitar dinheiro para cima. De resto, tudo na mesma.