quarta-feira, 27 de maio de 2009

Alexandra esquecida pela justiça

Da justiça seria normal esperar-se isso mesmo: justiça.
Gostaria de saber onde andava a justiça aquando da decisão do Tribunal da Relação de Guimarães, contrária à decisão que o Tribunal de Barcelos tinha tomado.
Se em Barcelos a decisão tinha sido favorável à "mãe afectiva" da pequena Alexandra, em Guimarães a justiça achou que a "mãe biológica" é que devia cuidar da menina.
O tribunal de Barcelos deu como provado que à menina "não lhe eram prestados cuidados de saúde e a sua alimentação era gravemente negligenciada", e que a mãe não tinha habitação estável e vivia quase sempre "sem condições mínimas de higiene e salubridade."
O tribunal estava louco para concluir factos destas gravidade?
Viu-se já como foi tratada na Rússia, mesmo em frente das câmaras da televisão... Como será quando não há televisão por perto?

A mãe abandonou a menina, segundo todos dizem e testemunharam. A mãe não tinha uma vida recomendável, idem. O casal de Barcelos acolheu a Alexandra, cuida dela há quatro anos ao abrigo da figura de "pessoa idónea" (uma das sete medidas que a legislação prevê para protecção de crianças e jovens em risco).

Longe do lar que sempre conheceu, Alexandra será desestruturada, vítima de maus tratos, esquecida, quem sabe vítima do que a mãe biológica chegou a acusar o casal de Barcelos ("vender órgãos e entregá-la à prostituição")... e, em nome do nacionalismo russo, dificilmente será feliz.
Poderá ao menos isto ser resolvido com recurso aos tribunais europeus?

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