domingo, 3 de maio de 2009

PS: a conveniente vitimização

(actualizado às 21h15)

Vital Moreira foi insultado no 1º de Maio, versão CGTP.

Minutos depois, o próprio dá a entender que este tinha sido o seu "momento Marinha Grande", aludindo aos episódios de 1986 com Mário Soares. O mote para a instrumentalização pelo PS estava dado.
Entretanto, todos os partidos lamentaram o sucedido. O PCP demorou, mas lá emitiu uma declaração em que também repudiava o sucedido. Ontem, na RTPN, Bernardino Soares voltou a lamentar o episódio. Manuel Santos (PS), que também estava no debate, não ouviu o "lamento" comunista.
O PS não ouviu. Não quis ouvir. Dava-lhe jeito ser vítima. Assim daria visibilidade a um candidato cinzento, apesar do reconhecido mérito académico. Um candidato que, de cada vez que abre a boca (quando abre), tem de rever o que disse.
O próprio líder do PS embandeirou a vitimização socialista. Foi assim nos últimos quatro anos, afirmou.
Enquanto se discute este episódio, ninguém trata da Europa. Ninguém precisa apresentar ideias, alternativas, soluções. Quem não tem nada apresentar, agradece. O PS, em vez de se vitimizar, devia agradecer ao "PCP" esta oportunidade para o vazio de ideias.

E parece que há-de ser assim até às legislativas.

Vital Moreira, como não tem nada para dizer aos eleitores, numa visita à Ovibeja perguntou novamente: "alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP?"
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Durante a visita à Ovibeja, Vital esclareceu que logo após os acontecimentos não acusou explicitamente o PCP pelo incidente – “nunca disse que o PCP foi o responsável” -, mas afirmou entender que devem ser os comunistas a “pedir desculpas pelas malfeitorias”. E argumentou: “Alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP? Há coisas notórias que não precisam de sustentação. Bastaram-me as invectivas de que fui objecto, tipo 'traidor’, 'vendido’ e 'traíste o partido’.”

E assim vai a campanha para as eleições europeias...

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