quinta-feira, 10 de agosto de 2006

TERRORISMO GLOBAL

Hoje acordei e, como é hábito, liguei o rádio para ouvir as notícias. Fiquei horrorizado. O grande destaque ia para uma conspiração terrorista para fazer explodir 20 aviões (era o número avançado a essa hora) em pleno voo, a partir de Londres, do Aeroporto de Heathrow, e rumo aos EUA. Agora, ao fim do dia, as notícias apontavam para 6 aviões.
A intenção era fazer explodir os aviões sobre cidades americanas e britânicas utilizando líquidos apropriados, que depois seriam combinados a bordo. Segundo especialistas, é relativamente fácil fabricar este tipo de explosivos em casa, misturando vários produtos químicos com capacidade de detonação.
Era mais um episódio da guerra contra o terrorismo. Ao longo do dia fui acompanhando a evolução desta notícia. Dramática.
A polícia e os serviços secretos britânicos tinham conseguido abortar um atentado à escala global, cujas consequências seriam absolutamente dramáticas a nível humano (se cada avião levar cerca de 200 pessoas, reparem na escala deste massacre de cidadãos inocentes, como são todos) e imprevisíveis ao nível da política internacional. Em todos os aeroportos do Mundo aumentaram as acções de vigilância e os níveis de alerta.

Desde 11 de Setembro que o mundo está em guerra, mesmo para aqueles que não querem acreditar nisso. A guerra está à nossa porta, e é um facto inegável. Esta data constitui a fronteira de um fenómeno que já tinha tido vários episódios anteriores. Mas é a partir daqui que o Mundo acorda para esta nova realidade. E que leva a (odiada) Administração Bush a reorientar a sua política externa de forma a enfrentar este novo poder de tipo irregular. Este episódio prova que a decisão foi acertada: não era mais possível fechar os olhos a esta realidade, que acabou por atingir diversas cidades em vários países do mundo.
Trata-se de uma guerra desigual, entre Estados democráticos e poderes erráticos (na certeira expressão do Prof. Adriano Moreira), que está longe do fim, e que condiciona a vida de todos os cidadãos do Mundo, sobretudo no chamado Ocidente.
O grau de probabilidade de os terroristas atacarem qualquer ponto que tenha níveis de vigilância baixos é enorme, daí a necessidade do reforço dessa mesma vigilância e de os cidadãos estarem em permanente alerta. Ninguém está a salvo destes ataques, esteja onde estiver. É o nosso mundo, são os nossos tempos.

Curiosos foram muitos dos comentários que várias pessoas foram deixando ao longo do dia na página do PÚBLICO. São de uma ignorância e de uma irresponsabilidade confrangedora (ver também A Origem das Espécies, de Francisco José Viegas). Mas esta liberdade só é possível em oposição ao mundo que estes poderes erráticos representam, ou seja, do fanatismo, da repressão e da falta de liberdade. Pode ser difícil de compreender para alguns, mas é esta a realidade.