segunda-feira, 11 de setembro de 2006

11 de Setembro: 5 anos depois


Passam hoje 5 anos sobre o trágico 11 de Setembro. Um ataque, perpetrado por uns fundamentalistas islâmicos, atinge a capital do Mundo - Nova Iorque - com um dos ícones da liberdade ocidental: aviões comerciais.
Cinco anos. Meia década. Que marcaram o nosso modo de vida, cercando-a de medo, evidenciando a nossa fragilidade.
Se no momento imediato todo o Mundo se uniu à volta da América - um jornal francês titulou esse mesmo sentimento - para atacar o covil da Al Qaeda, no Afeganistão, essa coligação foi-se esboroando com o passar do tempo e com a falta de génio político do Presidente Bush. Apesar de ele ter diagnosticado bem o problema: está é uma guerra contra o terrorismo, e não contra a religião islâmica.
A Al Qaeda, que inicialmente era uma organização secreta, hoje transformou-se numa ideologia. E constitui-se actualmente de uma federação de grupúsculos, com os quais não tem ligação directa, mas que agem seguindo a mesma filosofia. A guerra contra o terrorismo tem sido eficaz ao decapitar esta rede, apesar de tudo.
O 11 de Setembro foi o primeiro fenómeno do terror em directo. Os organizadores conheciam o impacto e a importância dos media na sua acção, e utilizaram-na de forma magistral: o segundo avião embate nas Torres Gémeas em directo para todo o Mundo.
Mas este fenómeno terrosrista não nasceu nesta data. Já em 1993 tinham tentado explodir com as mesmas torres a aprtir da cava, sem sucesso.
Curioso é o facto de os peões desta tragédia terem saído do interior das sociedades que os acolheram, seja no 11 de Setembro, seja no 7 de Julho no Reino Unido. O multiculturalismo que era - e é - uma riqueza do nosso mundo ocidental transforma-se na nossa maior fragilidade. José Manuel Fernandes (JMF), no editorial do PÚBLICO de hoje, chama a atenção para esta aparente contradição.
Se a guerra contra o terrorismo veio extremar posições e oposições entre o Ocidente e o Islamismo, por outro lado mostra qual a nossa maior riqueza: a LIBERDADE. Nesse editorial, JMF cita o caso de uma paquistanesa de 25 anos que vive há apenas seis meses em Brooklyn: "nesta terra encontrei a liberdade. Liberdade para tudo. Liberdade para pensar." E continua JMF: "E liberdade também para, duas semanas depois de ter chegado, abandonar o lenço que lhe cobria os cabelos desde os 10 anos. Tal como teria tido liberdade para não o fazer, continuando a usá-lo como fazem muitas outras mulheres idas também do Paquistão."
Ou seja, no nosso Ocidente, os muçulmanos têm a liberdade de seguirem a sua religião, a sua vida. "Mesmo quando discordam das políticas dos governos americanos, os muçulmanos continuam a querer emigrar para um país que lhe oferece o que lhes falta em casa."
Volvidos 5 anos sobre esta tragédia, o Mundo não parece estar mais seguro, mas o inimigo/agressor está identificado. Talvez - como diz o PÚBLICO na sua edição de hoje - daqui a alguns séculos o 11 de Setembro não passe de um episódio menor, mas é certamente um momento que marcou e marca a nossa forma de ver a realidade.

2 comentários:

... disse...

Não sei se te lembras; no momento em q aconteceu o atentado estavamos a almoçar no c.c.Miraflores! Já passaram 5 anos?! O teu comentário está excelente! abraço

GONIO disse...

Claro que me lembro. Nesse dia fomos almoçar mais tarde, e apanhámos o atentado em directo. E julgo que vimos a derrocada da primeira torre.