O tema de ontem do Prós & Contras foi o Terrorismo Global.
O debate centrou-se em duas posições bem vincadas: de um lado, o anti-americanismo/anti-bushismo de Mário Soares; do outro, um certo realismo pessimista de Pacheco Pereira.
Como se percebe, comungo mais dos argumentos de Pacheco Pereira.
Soares exaltou-se uma série de vezes e punha sobre a mesa uma data de argumentos confusos e sem sentido, bem regados de anti-americanismo bacoco.
Por mais parolo que o Presidente Bush por vezes possa parece, ele percebeu o que está em jogo nesta guerra que não encaixa nas definições típicas. Nem quando foi também atacada a Europa deu sinais de perceber muito bem o que estava em causa. Os terroristas aproveitam-se das nossas conquistas civilizacionais para nos atacar e subverter o nosso modo de vida.
O Dr. Soares também defendeu - mais uma vez - negociações com tudo e todos. Mas não explica o que se iria negociar - negociações necessariamente políticas - com a Al Qaeda. Dar-lhe um território/país algures no Mundo? Vergarmo-nos às suas ideias apocalípticas? E com o Irão, também defende mais negociações... O Irão, que não tem cumprido uma única data nas actuais negociações, desrespeitendo a ONU e afins, está a ganhar tempo para a construção de armas nucleares. O que fará Soares quando o Irão meter uma ogiva nuclear encima de outro país (por exemplo, Israel, que eles querem banir do mapa)? Vai rezar a Alá, certamente, pois não haverá mais nada a fazer.
Pacheco Pereira, reconhecendo erros da guerra contra o terrorismo ou a intervenção no Iraque, identifica os problemas com que o mundo se defronta, e desmonta uma série de argumentos que têm sido usados pela outra parte, manifestamente idealistas e sem ligação com a realidade. Estamos numa guerra de tipo novo, e que há que enfrentar de forma consistente. Este terrorismo de tipo apocalíptico só pretende destruir o nosso modo de vida, através da destruição mais cruel e do medo. Portanto, se em 11 de Setembro lançaram dois aviões contras as Twin Towers foi porque não tinham armas biológicas, químicas ou nucleares: se tivessem não teriam qualquer problemas em matar 300 mil pessoas em vez de 3 mil.
Pacheco Pereira entende também que não há choque de civilizações (na expressão de Huntington).
Gostei do debate, que expôs claramente as duas visões que dividem os analistas do mundo actual.
Pena o programa ter-se prolongado até às 01h15. Obviamente que começou quase meia hora depois... E a Fátima Campos Ferreira mantém a filosofia de, mal tem pretexto para tal, lançar a confusão sem qualquer sentido... Enfim...
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