terça-feira, 1 de maio de 2007

Turista acidental em Santarém

Já era para tê-lo feito a semana passada, no feriado de 25 de Abril, mas o tempo não convidava a tal. Hoje as previsões também não eram boas, mas arrisquei.
Acordei, meti-me no comboio e fui ter a Santarém.
Mochila às costas com qualquer coisa para ir petiscando, e com o necessário para um dia turístico: máquina fotográfica, telemóvel, mp3/rádio, livro para o caso de apetecer ler, bloco para eventuais apontamentos.
Logo à partida, uma “aventura”. O comboio saia do Oriente às 9h56… mas só passou pelas 10h20. Nada mau para início de viagem… A estação do Oriente até é bonita… Aproximadamente uma hora depois, Santarém.
E agora? A ideia era ir um bocado à aventura. Tinha um mapa, mas deixei-o na mochila. Se bem me lembrava, era apanhar uma rua à esquerda, rumo ao centro da cidade. Foi o que fiz, apanhando mais à frente a estrada nacional.
Depois de andar um bocado na EN, e parecendo que aquilo nunca mais chegava, cortei por uma ruela sob a muralha do castelo. Acertei! À direita tinha uma escadaria que me levava ao centro de Santarém.


E deixei-me levar pelo acaso nos percursos. Uma torre, uma foto, uma placa a indicar qualquer coisa com interesse.
Só havia uma coisa que não queria perder: as Portas do Sol. Um jardim fabuloso, espaçoso, e com um notável miradouro.
Ficam os registos fotográficos deste turista acidental:

Fonte das Figueiras

Coreto

Torre das Cabaças

Muralha nas Portas do Sol

Pormenor nas Portas do Sol

Vista da estação de Santarém a partir das Portas do Sol


Vista do rio a partir das Portas do Sol

Vista da ponte e do rio a partir das Portas do Sol


Fachada principal do Mercado Municipal

À partida, pormenor da estaçao de Santarém...


Voltando ao relato do dia...

Ainda passei pelo centro comercial de Santarém. E a fome lembrou-me que convinha almoçar qualquer coisa.
Depois, o outro destino a não perder: o Miradouro de S. Bento. A caminho, ainda circundei o Convento de S. Francisco. Um edifício imponente. Fechado, como todos os outros em Santarém. Já chuviscava, mas o miradouro parecia próximo. E era-o mais do que o meu mapa dava a entender. A chuva começou com mais força, pelo que aproveitei o café que lá havia para sentar, beber um café, descansar um pouco e ler o Público.
A chuva não parava. Constante, espaçada, gotas grossas. Eram umas 15h30. Vendo o horário dos comboios, daí a cerca de meia hora havia um. Ou partia agora, ou arriscava-me a apanhar ainda mais chuva. Fui apanhar chuva.
E, ao descer pela EN, lembrou-me os muitos passeios que fiz há anos na Madeira. Muito semelhante: à beira da estrada, por vezes com mau tempo… belas recordações!
Quando cheguei ao Oriente já chuviscava. Mas consegui chegar a casa antes de passar a chuva digna desse nome.
Entretanto, a noite é chuvosa. Uma noite de Inverno.

Notas de rodapé (a partir do saber de experiência feito):
- é uma experiência a repetir (de preferência com a colaboração de S. Pedro);
- tenho de arranjar mapas mais pormenorizados, e estudar melhor os percursos e pontos de interesse;
- arranjar uma nova bateria para a máquina fotográfica. Quando deixei Santarém, a bateria já tinha acabado (e foi carregada ontem à noite). E hoje nem abusei nas fotos: só tirei 132.


Sobre Santarém:

"A fundação de Santarém reporta à mitologia greco-romana e cristã. Conquistada aos mouros, em 1147, por D. Afonso Henriques, foi ao longo de toda a Idade Média uma das cidades favoritas da realeza nacional. Preserva belíssimos monumentos dessa época, pelo que é considerada a Capital do Gótico. As Portas do Sol, um dos mais importantes miradouros da região ribatejana, é o ex libris da cidade, mas são inúmeros os monumentos e edifícios nobres, com influências maneiristas e manuelinas, dispersos pela teia de ruas estreitas e sinuosas do seu centro histórico.

Santarém encontra-se na margem direita do rio Tejo, sendo rodeada pelas extensas planícies da lezíria ribatejana, terras de elevada produção agrícola, onde se cultiva milho, e, mais recentemente, tomate e melão. Apesar da recente industrialização, a cidade é conhecida pela sua tradição na criação de gado bovino e cavalar, acolhendo inúmeros espectáculos de tourada, pela Feira Nacional da Agricultura, uma das mais importantes feiras agrícolas da Europa, e pelo Festival Nacional de Gastronomia, importante manifestação da cultura popular portuguesa. Estes eventos, complementados por mostras de artesanato e folclore de todas as regiões do país, constituem uma oportunidade para conhecer a dança tradicional ribatejana: o Fandango. Realiza-se no mínimo por 2 homens e simboliza a perícia dos campinos que trabalham na lezíria.

As pequenas povoações ribeirinhas, por seu lado, encontram-se ligadas à actividade piscatória. Caneiras, localidade típica de avieiros, com habitações palafíticas erguidas sobre pilares de madeira, merece uma visita. É célebre pela fataça na telha, delícia gastronómica preparada segundo os usos dos pescadores locais. O percurso, a partir de Santarém, proporciona um belo passeio pelos campos junto ao Tejo, sendo possível observar, consoante a época do ano, grandes bandos de garças brancas. Ainda nas redondezas, no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, as Grutas do Algar do Pena, a cerca de 40 metros da superfície, oferecem um espectáculo de luz e formas invulgares, através da profusão de espeleotemas."

3 comentários:

Viajantes disse...

Parabéns, és um Viajante honorário! Ainda bem que a viagem correu bem, mas para a próxima não te esqueças da água, é muito importante...

Anónimo disse...

Vá lá, ainda encontraste o shopping aberto!

Anónimo disse...

Muito gosto em recebê-lo por cá. É bastante interessante saber como quem vem de fora vê Santarém. Se precisar de ajuda a definir os percursos diga-me qualquer coisa.

Cumprimentos!