A 13 de Junho de 1888 nascia Fernando Pessoa... Passados 120 anos é publicado um poema inédito do heterónimo Alberto Caeiro:
Caeiro
Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes disso há absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e tem um fim,
E que antes e depois disso não havia tempo.
Porque há-de ser isto falso? Falso é falar de infinitos
Como se soubéssemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de coisas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é coisas.
Hoje no jornal PÚBLICO.
Caeiro
Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes disso há absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e tem um fim,
E que antes e depois disso não havia tempo.
Porque há-de ser isto falso? Falso é falar de infinitos
Como se soubéssemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de coisas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é coisas.
Hoje no jornal PÚBLICO.
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