Sócrates apresentou hoje o seu programa às próximas eleições.
Ouve-se aquilo e pasma-se.
Defende o “estado social” que está a destruir com um afinco notável.
Diz que as forças da oposição forçaram a antecipação das eleições, acrescentando à crise económica uma séria crise política. O homem não se deve lembrar que foi ELE que se demitiu (sem negociar/dialogar com os partidos da oposição sobre o PEC IV).
Ontem, na TVI, disse que está aberto a negociar com todos os partidos. Coisa que nunca fez. Nem naquele carnaval antes da tomada de posse para o segundo mandato, em que falou com todos os partidos, o que significa que não queria entendimento com nenhum. E também não negociou quando foi apresentar o PEC IV a Bruxelas antes de falar com alguém em Lisboa.
Sócrates afirmou hoje: “Quem entender que se deve permitir o despedimento sem justa causa, quem achar que os contratos a prazo podem ser meramente verbais, quem pensar que os desempregados devem ser penalizados nas suas reformas, quem achar bem a privatização da Caixa Geral de Depósitos, quer quiser que o Serviço Nacional de Saúde deixe de ser tendencialmente gratuito, quem for contra a escola pública, pois sabe bem qual a sua opção, porque encontrará essa agenda de ataque ao Estado social nas principais forças da oposição”
Onde há um pingo de verdade nesta frase cujo objectivo é incutir medo?
Acusa o PSD de ainda não ter apresentado o seu programa. O PS só o apresentou hoje. O PSD vai apresentar na próxima semana. A diferença de uns dias é irrelevante.
O PSD, pateticamente, deixa vir a público várias ideias dos grupos de trabalho e que podem vir a integrar o seu programa às eleições. Sócrates, cheio de má-fé, acusa o PSD de apresentar medidas que vão destruir o estado social (e mais uma série de disparates) e arvora-se em santo salvador da pátria. Definitivamente, o PSD tem de aprender rapidamente como se faz campanha eficazmente.
Hoje, conclui a apresentação do programa do PS assim: “Temos um rumo, uma equipa e um programa para defender o país”
Façamos um exercício: substituir a palavra “defender” pela palavra “afundar”…
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