Hoje tomou posse Cavaco Silva , iniciando assim o seu mandato como Presidente da República.
O homem que, durante 10 anos, foi Primeiro-ministro e que modernizou o País, chega ao topo do edifício político nacional com uma grande responsabilidade nos ombros. Em parte, devido à situação de crise em que Portugal está mergulhado desde 2000. Em parte, porque alguns opinion makers nacionais alimentaram, desde antes da campanha eleitoral para as presidenciais, o mito sebastianista.
(Será que ninguém percebe que D. Sebastião já voltou quando ”incarnou” como Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal?). Adiante.
O Presidente, como todos sabem (ou deviam saber....), não governa. E é constitucionalmente entendido como o garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas, sendo, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.
Isto implica um perfil de seriedade, de rigor, de confiança, de credibilidade, de autoridade. Características sobejamente reconhecidas ao Prof. Cavaco Silva. Que durante a campanha afirmou, por várias vezes, que o Presidente da República tem na palavra um instrumento importante da sua acção.
Certamente que Cavaco Silva será mais escutado que o seu antecessor. E não irá deixar que situações dúbias se arrastem por muito tempo (por exemplo, poucos dias antes das eleições, Jorge Sampaio pediu urgência no inquérito para se apurar responsabilidades pela publicação, no jornal 24 Horas, de uma determinada lista. Alguém sabe, passados quase um mês e meio, em que é que deu...?).
Será também uma presidência de cooperação, isenta de intriga política, sem conflitos estéreis com o Governo. Na medida em que Cavaco Silva é um institucionalista, um homem com grande sentido de Estado, e que vê a política como um serviço aos seus concidadãos. Procurando sempre o bem comum, e, por isso, olhando para além de interesses particulares e do mundo da pequena política. Basta dizer que o novo Presidente da República entende a democracia como um código de conduta. E reafirmou-o hoje no discurso de tomada de posse, na Assembleia da República.
Neste mesmo discurso, Cavaco Silva propôs cinco desafios à sociedade portuguesa:
- criação de condições para um mais rápido crescimento da economia;
- qualificação dos recursos humanos;
- reforço da credibilidade do sistema de justiça;
- sustentabilidade do sistema de segurança social; e,
- credibilização do sistema político.
E, ao mesmo tempo que manifestou a sua total disponibilidade para com o Governo chefiado por José Sócrates, deixou um apelo aos portugueses para que “ajudem Portugal a vencer as dificuldades.” Considerando ainda, na senda de uma célebre frase de Kennedy, que “é uma ilusão pensar que basta a acção do Governo, da Assembleia da República ou do Presidente da República.”
Ou seja, “Portugal precisa de todos os portugueses numa atitude de dedicação, num esforço redobrado para fazer bem e com qualidade o que lhes compete fazer”.
Um homem simples, humilde, rigoroso, trabalhador. Um Presidente para Portugal. Que - espero - continue o caminho de cidadania iniciado por Jorge Sampaio. Como escreve Henrique Monteiro (Expresso, 11 Março 2006), "o papel de Cavaco Silva terá de ser, a exemplo dos seus antecessores - mas sobretudo a exemplo de Jorge Sampaio - um papel discreto, mas efectivo."
O homem que, durante 10 anos, foi Primeiro-ministro e que modernizou o País, chega ao topo do edifício político nacional com uma grande responsabilidade nos ombros. Em parte, devido à situação de crise em que Portugal está mergulhado desde 2000. Em parte, porque alguns opinion makers nacionais alimentaram, desde antes da campanha eleitoral para as presidenciais, o mito sebastianista.
(Será que ninguém percebe que D. Sebastião já voltou quando ”incarnou” como Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal?). Adiante.
O Presidente, como todos sabem (ou deviam saber....), não governa. E é constitucionalmente entendido como o garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas, sendo, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.
Isto implica um perfil de seriedade, de rigor, de confiança, de credibilidade, de autoridade. Características sobejamente reconhecidas ao Prof. Cavaco Silva. Que durante a campanha afirmou, por várias vezes, que o Presidente da República tem na palavra um instrumento importante da sua acção.
Certamente que Cavaco Silva será mais escutado que o seu antecessor. E não irá deixar que situações dúbias se arrastem por muito tempo (por exemplo, poucos dias antes das eleições, Jorge Sampaio pediu urgência no inquérito para se apurar responsabilidades pela publicação, no jornal 24 Horas, de uma determinada lista. Alguém sabe, passados quase um mês e meio, em que é que deu...?).
Será também uma presidência de cooperação, isenta de intriga política, sem conflitos estéreis com o Governo. Na medida em que Cavaco Silva é um institucionalista, um homem com grande sentido de Estado, e que vê a política como um serviço aos seus concidadãos. Procurando sempre o bem comum, e, por isso, olhando para além de interesses particulares e do mundo da pequena política. Basta dizer que o novo Presidente da República entende a democracia como um código de conduta. E reafirmou-o hoje no discurso de tomada de posse, na Assembleia da República.
Neste mesmo discurso, Cavaco Silva propôs cinco desafios à sociedade portuguesa:
- criação de condições para um mais rápido crescimento da economia;
- qualificação dos recursos humanos;
- reforço da credibilidade do sistema de justiça;
- sustentabilidade do sistema de segurança social; e,
- credibilização do sistema político.
E, ao mesmo tempo que manifestou a sua total disponibilidade para com o Governo chefiado por José Sócrates, deixou um apelo aos portugueses para que “ajudem Portugal a vencer as dificuldades.” Considerando ainda, na senda de uma célebre frase de Kennedy, que “é uma ilusão pensar que basta a acção do Governo, da Assembleia da República ou do Presidente da República.”
Ou seja, “Portugal precisa de todos os portugueses numa atitude de dedicação, num esforço redobrado para fazer bem e com qualidade o que lhes compete fazer”.
Um homem simples, humilde, rigoroso, trabalhador. Um Presidente para Portugal. Que - espero - continue o caminho de cidadania iniciado por Jorge Sampaio. Como escreve Henrique Monteiro (Expresso, 11 Março 2006), "o papel de Cavaco Silva terá de ser, a exemplo dos seus antecessores - mas sobretudo a exemplo de Jorge Sampaio - um papel discreto, mas efectivo."
Nesta mudança presidencial, é de realçar a exemplar passagem de testemunho.
Para concluir, porque “falta cumprir-se Portugal!”, o NEVOEIRO, de Fernando Pessoa:
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
De fazer um Portugal Maior.
PS: o Dr. Mário Soares, ex-Presidente da República e ex-candidato nas últimas eleições, não foi cumprimentar o recém-empossado Presidente da República. Esta atitude demonstra tudo: o espírito democrático, a aceitação da decisão dos cidadãos eleitores... Onde está aquilo que disse na noite das eleições?
Pois é, Dr. Soares, a Presidência não é uma coutada dos socialistas. E muito menos sua...
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