sábado, 9 de junho de 2007

Livros que vieram da feira - 2007

Como não podia deixar de ser, passei várias vezes pela feira do livro deste ano. Apesar de ser mais pequena, pobre, pouco vistosa, triste, sem um digno pavilhão para conferências, sem espaços para sentar e ler um pouco, para beber ou comer qualquer coisa… Houve até um dia em que corria água num dos lados, qual rio saltando margens...

Comprei vários livros. Mais do que tinha pensado, mas isso já é costume. Todos os anos digo que vou comprar apenas dois ou três livros, mas acabo por me ultrapassar. Devia haver uma ACLLA – Associação de Compradores e Leitores de Livros Anónimos.

Antes de mais, trouxe uma espécie de biografia: “Freddie Mercury – auto-retrato”. É um livro feito da compilação de entrevistas, de intervenções, de palavras deste génio musical. Segue-se a vida, o sonho, a força do lendário vocalista dos Queen através das suas próprias palavras. Sempre inteligente, irónico. Freddie disse isto: “Não vou ser uma estrela, vou ser uma lenda.” É-o de facto.
Este livro foi um achado para um fã de Freddie Mercury e dos Queen.

Apanhado como livro do dia, trouxe também “Olhos de cão azul”, de Gabriel García Márquez. Um livro de contos vários, escritos nos anos 40 e 50 do século passado. Fabuloso como só Gabo sabe escrever. E lá vem, escrito em 1955, o “Monólogo de Isabel vendo chover em Macondo”, que iria fazer parte dessa obra-prima que é “Cem Anos de Solidão”. Um escritor de eleição.

Num dia de sorte, comprei o último romance de José Eduardo Agualusa, “As Mulheres do Meu Pai”. E sorte porque o escritor estava a autografar. Obviamente pedi-lhe um autógrafo. Dele só tinha lido “O Vendedor de Passados”, que tem uma osga como narradora. Criativo. Pelo que já folheei deste novo romance, parece muito bom.

“Fazes-me Falta”, de Inês Pedrosa, é uma obra transcendente. Mas perdi o meu primeiro exemplar nem sei onde nem como. Aconteceu. Por isso, aproveitei a feira para readquirir o livro. Que é uma diálogo desfasado entre um homem vivo e uma mulher que morreu há pouco tempo. Uma ideia genial que nos deixa a pensar em tanta coisa: na vida, na morte, na amizade, nos afectos, nos amores, nas palavras ditas, nas palavras por dizer. Já o li umas duas vezes, mas…Fazia-me falta. Um dos melhores livros portugueses.

Ainda me aventurei a comprar um livro da Isabel Allende. Nunca li nada dela, mas dizem que vale a pena. Vai daí, aproveitando ser livro do dia (e parece que o foi todos os dias, tendo em conta o mail diário que recebi sobre os ditos…) comprei “Inés da Minha Alma”. A história decorre no séc. XVI: “Inés Suárez é uma jovem e humilde costureira oriunda da Extremadura, que embarca em direcção ao Novo Mundo para procurar o marido, extraviado com os seus sonhos de glória do outro lado do Atlântico. (…) Na América, Inés não encontra o marido, mas sim uma grande paixão”. A ver vamos se será mais uma escritora de eleição.

Para o ano há-de haver mais. Se eu bem me conheço.

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