segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Caso Maddie: as minhas dúvidas

Não queria contribuir para o enorme ruído que já há à volta do caso de Madeleine McCann. Até porque acredito que muitos dos dados subjacentes às decisões tanto da PJ como da família McCann não são do conhecimento público, ou não o são completa e correctamente.
De qualquer forma, há algumas coisas sobre as quais vale a pena pensar:

1-
"Dois dos três vestígios biológicos recolhidos pela polícia no apartamento usado pela família McCann no aldeamento turístico da Praia da Luz e no carro alugado pelo casal 25 dias após o desaparecimento da filha correspondem ao ADN de Madeleine" (PÚBLICO)
Pergunta de leigo: se o carro foi alugado 25 DIAS APÓS O DESAPARECIMENTO da menina, como é que este é um argumento para incriminar os pais?! Eles NÃO tinham o carro quando a filha desapareceu! E basta, por qualquer motivo, colocar no carro uma peça de roupa, ou um brinquedo, da menina para poderem ficar vestígios (esta não é difícil, vamos lá pensar um bocadinho);

2-
Esquecendo o pormenor anterior, e caso os pais estejam implicados no desaparecimento da filha, não me parece que Gerry e Kate sejam responsáveis ao mesmo nível.

3-
Vale a pena seguir as análises feitas na televisão, sobretudo por Moita Flores. Embora eu não queira acreditar em tanta preparação e premeditação do casal McCann - seria demasiadamente maquiavélico e frio.
4-
A pergunta/dúvida colocada por muitos jornalistas e por muitos cidadãos por Kate McCann não chorar em público é um perfeito disparate. Cada pessoa reage às situações de uma forma pessoal e intransmissível. Ainda ontem um psicólogo forense, na SIC, explicou muito bem que há pessoas que têm dificuldade em expressar emoções e sentimentos. É por isso que Kate passa a ser uma mulher fria e calculista? Não.
5-
Não esquecer que Gerry McCann é amigo pessoal de Gordon Brown, actual Primeiro-ministro britânico, e que Kate McCann é prima direita de Tony Blair, o anterior Primeiro-ministro britânico (li este dado ontem).
6-
Uma questão levantada por Moita Flores: nenhuma testemunha vai prestar declarações acompanhada por um advogado, como fizeram os McCann a semana passada antes de passarem a ser arguidos. Se vão, é porque não há certezas sobre a que título irão ser questionados.
7-
A ideia de que a PJ tentou negociar com Kate uma confissão oferecendo-lhe uma redução da pena não faz sentido. A legislação portuguesa não permite que estas negociações sejam feitas fora da alçada dos tribunais e sem a presença de um juiz. Um disparate da comunicação social. Mais um.

1 comentário:

Inês disse...

Olá!
Mesmo assim fiquei com dúvidas... Consideras que eles são culpados ou não?:)