Juan Masiá, teólogo e padre jesuíta espanhol, deu uma interessante entrevista ao caderno P2 do Público. “Manifesta opiniões sobre temas como o aborto, o divórcio ou a bioética que, dentro da Igreja, estão muito longe das teses oficiais.”
Alguns excertos:
“Tanto ao ciência como a mística, que parecem opostas, coincidem em deixar-se mudar pela realidade. O autêntico cientista não presume ter a totalidade da verdade, está disposto a mudar. E o autêntico teólogo tem que ser humilde e admitir que a realidade vai mudando. Religião e ciência têm que ter uma atitude de busca e de caminho e não de dizer que têm as respostas todas.”
“A religião ou a ética, quando querem impor as suas respostas, também estão a fazer ideologia. O problema não é a religião ou a ciência, mas a ciência e a religião convertidas em ideologia. Isso é fundamentalismo. O autêntico cientista e o autêntico religioso são abertos a uma ética de perguntas: descobrimos algo novo, como usá-lo para bem da humanidade e da vida?”
"É muito interessante a maneira como os bispos japoneses falaram do problema (do divócio). Primeiro, dedicam várias páginas ao ideal. Depois referem: dito isto, por circunstâncias que são culpa de ambos ou de nenhum. E dizem três coisas: que os casais sejam acolhidos como Cristo os acolheria; que sejam acolhidos calorosamente; e que se caminhe com eles nos passos que dão para refazer a vida".
E termina citando o padre Pedro Arrupe: "o cristianismo, mais que religião do amor, é religião de esperança".
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