terça-feira, 22 de abril de 2008

Palavras

Há dias em que as palavras deviam ser quase proibidas. Ou pelo menos ter um sensor que permitisse medir o impacto que têm naqueles a quem se destinam.
Quando as palavras voltam como bumerangues com a força de mísseis, apanham-nos de surpresa... porque se transformaram naquilo que não quiseram dizer. Porquê?!
Hoje duvido dos sentidos das palavras. Quero um novo dicionário!
Hoje calo-me. Não sei.

"Quando tudo parecer perdido... não desespere. Sempre tem o amanhã e com ele novas esperanças"


1 comentário:

Anónimo disse...

Para me redimir, deixo-te um dos meus poemas preferidos:

"Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras,surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor

E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar."

Mário Cesariny

Espero que gostes!