sábado, 30 de agosto de 2008

País deseperado

Chegados ao fim de Agosto, e tendo sido um verão profícuo no que à criminalidade diz respeito, e um pouco por todo o país (passando por bancos, ourivesarias, gasolineiras, carjacking, roubos violentos com vítimas), a polícia começa a mostrar que está a fazer o seu trabalho. Nos últimos dias tem feito acções de prevenção em vários locais, detendo várias pessoas e conseguindo apanhar armas, drogas...
Foi um verão a saque a que o país não estava habituado. O governo e os responsáveis podem vir dizer que não é alarmante e outras balelas, mas os episódios deste verão são a ponta de um icebergue:
- desemprego e precariedade no emprego (e através deste muitas pessoas têm acesso a informações que deveriam ser reservadas, nomeadamente a relativa bancos e a circuitos de segurança);
- endividamento das famílias;
- desintegração e tensões sociais;
- aumento do fosso entre ricos e pobres;
- desespero social;
- percepção de que a crise se arrasta ano após ano;
- fragilidade das autoridades, tanto judiciais e policiais como políticas, que não conseguem apresentar soluções reais e atempadas aos problemas emergentes.

Leonel Moura, no Jornal de Negócios, escreveu:
"A criminalidade sempre foi e será uma condição da sociedade humana. Combate-se com educação, cultura melhor qualidade de vida e acima de tudo com a redução drástica da miséria". Ora bem!

Ou o País e a sociedade conseguem arranjar soluções - não panaceias - para estes problemas, ou ano após ano a situação irá tornar-se cada vez mais explosiva e dramática. E a solução passa por medidas concretas e rápidas aos níveis políticos, sociais e empresariais (no emprego e nas suas condições).
O desespero nunca trouxe coisas boas.

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